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Gestação Patológica Profª.: Larissa De Magalhães Uma gestação que está transcorrendo bem pode se tornar de risco a qualquer momento, durante a evolução da gestação ou durante o trabalho de parto. Os fatores de risco gestacional podem ser prontamente identificados no decorrer da assistência pré-natal. Introdução Diabete Mellitus Gestacional Qualquer nível de intolerância a carboidratos, resultando em hiperglicemia de gravidade variável, com início ou diagnóstico durante a gestação. Endocrinopatia mais comum na gravidez Conceito Estados Unidos: são diagnosticados 135.000 novos casos por ano, tendo uma prevalência de 1,4% a 2,8%, nas populações de baixo risco e de 3,3% a 6,1%, nas populações de alto risco. Brasil: estima-se prevalência de 2,4% a 7,2%, dependendo do critério de diagnóstico. Incidência Hormonal: Produção hormonal pela placenta – aumenta a resistência materna à insulina, principalmente após a 24ª semana; hormônio lactogênico placentário, estrógeno e progesterona; - Elevação de hormônios contra-reguladores da insulina, pelo estresse fisiológico imposto pela gravidez Genética: semelhança dos genes para DM2 e DMG (resistência à ação da insulina); Obesidade: fator de risco para o aparecimento de DM Etiologia No final do 2º trimestre e durante todo o 3º da gravidez, ocorre uma resistência à insulina fisiológica, devido à presença dos hormonios anti-insulínicas, que diminuem o número de receptores de insulina, afetam os mecanismos intracelulares de resposta à mesma e diminuem a captação de glicose mediada pela insulina principalmente a nível do músculo esquelético e adipócito. Esta insulino-resistência diminui logo após a gravidez e as alterações na sinalização normalizam-se no ano seguinte ao parto em mulheres com tolerância à glicose normal. Observação Considera-se que, na Diabetes Gestacional, provavelmente haverá uma outra forma de resistência à insulina, prévia, e que em conjunto com a insulino-resistência própria do terceiro trimestre da gravidez e outras alterações, permite que esta condição se torne dominante e as células maternas sejam incapazes de mobilizar, metabolizar e armazenar adequadamente a glicose circulante e, por isso, se desenvolva uma hiperglicemia materna. Observação PLACENTA HORMÔNIOS H. Lactogenio placentário PROGESTERONA ESTROGÊNIO NÍVEIS GLICÊMICOS DMG CÉLULAS β-PANCREÁTICAS INSULINA FISIOPATOLOGIA DMG Fatores de Risco História de Diabetes Gestacional em gravidezes prévias; História familiar de diabetes mellitus, especialmente quando em familiares do 1º grau; Excesso de peso; Idade superior a 25 anos; Gestação anterior com recém-nascido de peso superior a 4,1 kg ou peso inferior a 2,7 kg; História pessoal de anomalia da tolerância à glucose; Aborto ou nascimento de criança com malformação inexplicados; Mulher que ao nascimento pesava >4,1 kg ou <2,7 kg; Glicosúria na 1ª visita pré-natal; Síndrome ovário poliquístico; Terapêutica com esteróides durante a gravidez; Hipertensão arterial prévia ou induzida pela gravidez; Aumento de peso rápido na 1ª metade da gravidez Elevação da PAS; Proteinúria após as 20 semanas de gestação; Pre-eclampsia grave ou até morte; Parto prematuro; Parto cesárea; DMG na próxima gravidez; DM 2 Riscos Maternos Aumento da taxa de glicose; Desequilíbrio químico: níveis baixos de Ca+ e magnésio; Macrossomia (o excesso de glicose = produção extra de insulina no pâncreas = crescimento exagerado do bebê >4000g) E Traumas no canal de parto; Hipoglicemia logo após o nascimento; Parto prematuro = distúrbios respiratórios do RN; Icterícia; Risco de desenvolver obesidade e diabetes tipo 2; Malformações congénitas dependem da presença de hiperglicemia materna, sendo mais comuns no diabetes prévio à gestação. Riscos Neonatais ‘ ANOMALIAS CONGÊNITAS EM CONCEPTOS DE MÃES DIABÉTICAS Esqueléticas e do tubo neural Síndrome de regressão caudal Defeitos do tubo neural Anencefalia Microcefalia Anomalias renais Hidronefrose(dilatação dapélvee cálices do rim) Agenesiarenal (ausência de um dosrins) Duplicação ureteral Cardíacas Transposição dos grandes vasos, Defeitosdo septo ventricular Coarctaçãoda aorta Cardiomegalia Gastrointestinais Atresiaduodenal (estreitamentodo duodeno) Atresiaanorretal (estreitamentode anus e reto) Síndrome do cólon esquerdo pequeno Outras Artéria umbilical única Diagnóstico Se os seus resultados excederem dois ou mais dos valores constantes abaixo, o diagnóstico será de diabetes gestacional: Jejum - 95 mg/dl ou mais; 1 hora - 180 mg/dl mais; 2 horas - 155 mg/dl ou mais; 3 horas - 140 mg/dl ou mais Tratamento Insulina: indicada quando os objetivos do tratamento não são atingidos com as medidas não medicamentosas. 20% das mulheres com DMG necessitam de insulina durante a gravidez. Diminui o risco de macrossomia. Tratamento Dieta: Proporciona nutrição suficiente, tanto para a gestante quanto para o feto, a fim de atingir a euglicemia. Deve conter proteínas, carboidratos (exceto os de absorção rápida), gorduras, sais minerais e vitaminas em quantidades adequadas, e nas proporções de uma dieta normal. A quantidade de quilocalorias seja calculada utilizando o peso da gestante. Tratamento Atividade Física: Objetivo: Proporcionar uma gravidez mais sadia, sem queixas, maior participação na hora do parto e uma recuperação mais rápida; Aumenta a sensibilidade e a resposta à insulina no músculo esquelético. O exercício e a insulina podem agir sinergicamente para aumentar o consumo de glicose; Risco = hipoglicemia; Doença Hipertensiva Exclusiva da Gravidez (D.H.E.G) A DHEG é a doença mais importante em Obstetrícia, incidindo em cerca de 10% das primíparas. Amplo espectro: Quadros leves até insuficiência de múltiplos órgãos. É a maior causa de mortalidade materna e perinatal. Introdução Hipertensão induzida pela gestação (H.I.G); Hipertensão crônica (HC) Pré-eclâmpsia; Eclâmpsia; Sindrome de Hellp Doenças Hipertensivas Exclusivas da Gravidez (D.H.E.G) Fisiopatologia Isquemia Placentária Má adaptação imune Predisposição genética Doenças maternas Fatores nutricionais Lesão endotelial Fisiopatologia Reação inflamatória Vasoespasmo generalizado ↑ permeabilidade capilar ↓ volume plasmático Ativação da cascata de coagulação Alteração da função renal ALTERAÇÕES DA PERFUSÃO PLACENTÁRIA Fisiopatologia Células do citotrofoblasto invadem as arteríolas espirais = Remodelamento vascular + vasos de grande capacitância e baixa resistência. aumento da capacidade luminal e diminuição à resposta às drogas vasoativas Deficiência na invasão de células citotrofoblasticas Redução de perfusão + insuficiência placentária Nem todas as mulheres com perfusão placentária inadequada desenvolvem DHEG. O remodelamento vascular inadequado também é observado nas gestações com restrição do crescimento fetal e em alguns casos de trabalho de parto prematuro, mesmo sem as manifestações maternas de pré-eclampsia. Acredita-se que a perfusão placentária insuficiente deve interagir com fatores maternos para resultar em DHEG. Observações ↑ volume do liquido extracelular ↑ do volume sanguíneo ↑ PM de enchimento circulatório ↑ retorno venoso ↑ DC Aumento da PA Autorregulação ↑ resistência periférica total Fisiopatologia * SINDROME MATERNA DA D.H.E.G Fisiopatologia O especialista que conduz os casos de PE é o obstetra, e o cardiologista colabora no manejo dos antihipertensivos e no tratamento das complicações cardiológicas, pois o tratamento definitivo da doença é a interrupção da gestação. Quando é confirmado o diagnóstico, é necessário considerar a IG, o estado clínico materno e o bem-estar fetal - a decisão do momento adequado para o parto vai se basear nestes três parâmetros Tratamento Clínico PA elevada detectada pela primeira vez na segunda metade da gestação, níveis pressóricos superiores a 140 x 90mmHg.Sem proteinúria. Diagnóstico temporário; Os níveis da PA retornam ao normal após o parto. Hipertensão Induzida pela Gestação (H.I.G) Está presente antes da gravidez ou diagnosticada antes de 20 semanas de gestação. Também é considerada HC aquela diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez e que não normaliza no pós-parto. Hipertensão Crônica (H.C) Diagnóstico : PAS > 140 mmHg / PAD > 90 mmHg, medidas em duas ocasiões com 4 horas de intervalo. OBS.: O Grupo de Estudos de Hipertensão na Gravidez recomenda considerar a fase V de Korotkoff (desaparecimento dos sons) para diagnóstico da PA diastólica. Hipertensão Crônica (H.C) No entanto, na mulher grávida, devido à vasodilatação sistêmica fisiológica, muitas vezes a PA diastólica pode chegar a zero. Classificação: Hipertensão primária/ leve : PA > 140/90 mmHg Hipertensão secundária/ grave: PA > 160/110 mmHg. Tal classificação é importante pois vai identificar a paciente de maior ou menor risco durante a gestação, além de orientar na conduta Hipertensão Crônica (H.C) Síndrome caracterizada por comprometimento clínico generalizado heterogêneo e alterações laboratoriais. Os achados clínicos podem se manifestar tanto como uma síndrome materna (hipertensão, proteinúria e/ou sintomas variados) quanto como uma síndrome fetal (CIUR), ou ainda ambos. Ela ocorre em 5% a 8% das gestações e é a principal causa de morte materna e perinatal nos países em desenvolvimento Pré-eclâmpsia (P.E) Doença hipertensiva; Ocorre principalmente em primigestas após a 20a semana de gestação, mais frequentemente próximo ao termo. Caracteriza-se pelo desenvolvimento gradual de hipertensão + proteinúria + edema generalizado e, às vezes, alterações da coagulação e da função hepática. A sobreveniência de convulsão define uma forma grave chamada eclâmpsia. O nível de proteinúria é anormal quando superior a 300 mg/ 24 horas ou pelo menos 2+ Em geral , a proteinúria é uma manifestação tardia da pré-eclâmpsia Pré-eclâmpsia (P.E) CRITÉRIOS P/ DIAGNÓSTICO PAS> 140 mmHg / PAD> 90 mmHg Edema Proteinúria Ganho Ponderal acima de 1000g/semana Edema que não sede com o repouso 300mg/litro em urina de 24h 1g em amostra isolada, confirmada mais de uma vez Pré-eclâmpsia (P.E) CLASSIFICAÇÃO: LEVE / GRAVE PE leve PA ≥ 140/90 mmHg após 20 semans de IG em paciente normotensa antes da gestação; Proteinúria de 1+ em fita (duas amostras de urina com 4-6 horas de intervalo que se correlaciona a 30mg/dl em amostra de urina, quando excluída presença de infecção urinária), mas confirmada com ≥ 0,3 g em urina de 24 horas6 ; Sintomas cerebrais (cefaleia, tonturas, visão borrada, escotomas), ou digestivos (dor epigástrica ou no quadrante superior D, náuseas ou vômitos), ou trombocitopenia e alteração de enzimas hepáticas, mesmo na ausência de proteinúria Pré-eclâmpsia (P.E) PE grave: PA ≥ 160/110 mmHg, em duas aferições com 6 horas de intervalo; Proteinúria de 24h ≥ 5 g ou ≥ 3+ em fita, em 2 amostras coletadas com intervalo de 4hs; Oligúria < 500 ml/24h; Insuficiência renal (creatinina sérica ≥ 1,2 mg/dl em paciente com função renal normal prévia); Distúrbios visuais ou cerebrais (cefaleia, visão borrada, cegueira, alteração do estado mental) persistentes; Edema pulmonar ou cianose; Dor epigástrica ou no quadrante superior direito persistente; Insuficiência hepática; Trombocitopenia (plaquetas < 100.000/µL) e/ou evidência de anemia hemolítica microangiopática); Síndrome HELLP; Restrição de crescimento fetal. Pré-eclâmpsia (P.E) PE leve com gestação a termo (≥ 38 semanas de IG) → promover o parto. Tratamento Clínico PE leve e com IG < 38 semanas: Acompanhamento ambulatorial ou em ambiente hospitalar (preferível), com monitoração clínica e laboratorial materna e avaliação do bem-estar fetal periódicas. Se não puder internar: Ambulatório 2/2dias, orientando o problema. Repouso DLE Proteinúria 5/5dias Afastar do trabalho PA diária ( + 1 x/dia) Peso ( valorizar ganho 1kg/semana) Não usar diuréticos De preferencia não usar hipotensores. Tratamento Clínico PE grave em IG < 23 semanas → interromper a gestação. PE grave entre 23 e 34 semanas de IG: controle da PA (anti-hipertensivos se PA ≥ 160 mmHg/110 mmHg ou PAM > 125 mmHg), corticoide para acelerar a maturidade pulmonar fetal; sulfato de magnésio para evitar convulsões; monitoração materna e fetal diárias, na tentativa de prolongar a gestação até IG de 34 semanas. OBJETIVO: prolongar a gestação. PE grave e com IG ≥ 34 semanas → estabilizar paciente e interromper a gestação Tratamento Clínico Os exames necessários e a frequência com que serão repetidos dependerá da gravidade e das complicações. É uma das formas clínicas da pré eclâmpsia grave, sendo causa frequente de morte materna. O termo Hellp é um acrômio: H = “hemolysis” EL = “elevated liver functions tests” LP = “low platelets count” Hemólise, elevação de enzimas hepáticas e redução na concentração de plaquetas. Sindrome de Hellp É o surgimento de convulsões em pacientes com PE ou HG. Está associada ao aumento da mortalidade materna e frequentemente se acompanha de hemorragia cerebral. A maioria das convulsões eclâmpticas ocorrem antes do parto (67%) e, entre as que ocorrem após o parto, cerca de 79% surgem depois de 48 horas (3-14 dias) Eclâmpsia As complicações maternas: 1) DPP (1-4%); 2) Coagulopatia/Síndrome HELLP (10-20%); 3) Edema pulmonar/aspiração (2-5%); 4) Insuficiência renal aguda (1-5%); 5) Eclâmpsia (< 1%)*; 6) Insuficiência hepática ou hemorragia (< 1%); 7) AVC; 8) Morte; 9) Morbidade cardiovascular a longo prazo Eclâmpsia As complicações neonatais: 1) Prematuridade (15-67%); 2) Restrição de crescimento fetal (10-25%); 3) Hipóxia com lesão neurológica (< 1%); 4) Morte perinatal (1-2%); 5) Morbidade cardiovascular a longo prazo associada ao baixo peso ao nascer (P < 2.500 g). Eclâmpsia Síndromes hipertensivas Aumento da PA Proteinúria Edema Dist. de coagulação e função hepática convulsão HIG Sim após 20ª sem. não não não Não Pré-Eclâmpsia sim sim sim sim não Eclâmpsia sim sim sim sim sim HAC Sim antes 20ºsem. não não não não Pré-eclâmpsia superposta a HAC sim sim sim não não Os valores de PA da pré-eclâmpsia retornam aos níveis normais de 2 a 6 semanas após o parto. Distúrbios da Placenta A placenta é um órgão que só existe durante a gestação e tem como funções: • Fornecer nutrientes e oxigênio ao bebê; • Produção de hormônios; • Proteção imunológica do bebê; • Proteção do bebê contra impactos na barriga da mãe; • Elimina os resíduos que o bebê produz, como a urina Placenta A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece o seguinte conceito para o descolamento prematuro de placenta: “A separação súbita da placenta normalmente inserida no corpo uterino, que pode ocorrer após a vigésima semana de gestação, também denominado abruptio placentae.” Descolamento Prematuro da Placenta (D.P.P) Causas mecânicas/ traumáticas: INTERNAS: cordão curto, escoamento rápido de liquido amniótico, movimentos fetais excessivos, retração uterina após o parto do primeiro gemelar, hipertonia uterina. EXTERNAS: acidentes e traumas Etiologia Causas não traumáticas: constituem o aspecto etiológico mais importante Etiologia Hipertensão arterial Condição socioeconômica Multiparidade Idade materna avançada Passado obstétrico ruim Relato de DPP em gestação anterior Cesárea prévia Restrição do crescimento intra-uterino Gemelidade Diabete mellitus Tempo prolongado de rotura de membranas Tabagismo Etilismo Uso de drogas ilícitas Fisiopatologia Trauma abdominal ↑ P venosa Ingurgitamento do leito venoso Bloqueio vascular local Ruptura vascular da decídua basal DPP GRAU 1 (LEVE) Sangramento discreto ; Feto preservado; Diagnosticado como achado casual ClassificaçãoÉ classificado em três graus que varia de acordo com a gravidade: GRAU 2 (MODERADO) Sangramento vaginal Dor abdominal súbita e intensa; Contração prolongada Ausculta fetal difícil ou ausente; GRAU 3 (GRAVE) Sangramento vaginal intenso Hipotensão arterial materna Óbito fetal. Quadro Clínico Assintomática Dor abdominal aguda Sangramento vaginal escuro e discreto Hipertensão Hipotensão Hipertonia uterina Sofrimento fetal grave e precoce Dor a palpação uterina Pulso paradoxal Toque vaginal: colo imaturo, bolsa íntegra e tensa. Diagnóstico • Ultrassonografia abdominal • Hemograma completo • Monitoramento fetal • Nível de fibrinogênio • Tempo parcial de tromboplastina • Exame pélvico • Tempo de protrombina • Ultrassonografia vaginal Clínica da paciente Proteína do plasma sanguíneo responsável pela coagulação normal do sangue Auxilia na avaliação da capacidade do corpo em formar coágulos. Proteína essencial para a coagulação sanguínea. Complicações Choque hipovolêmico e suas complicações mais frequentes, como insuficiência renal aguda. Maternas Choque hemorrágico Coagulação Intravascular Disseminada Útero de Couvelaire Cor pulmonale agudo Necrose renal Fetais Crescimento intra uterino restrito Prematuridade Anemia Sofrimento fetal Óbito fetal Forma de insuficiência cardíaca, onde há diminuição da capacidade de funcionamento das câmaras direitas do coração, por doença pulmonar. A Organização Mundial de Saúde (OMS) o conceito para a placenta prévia: “A placenta prévia, também conhecida como placenta de inserção baixa, é uma complicação da gravidez causada pelo posicionamento da placenta, que se implanta na parte inferior do útero, cobrindo parcial ou totalmente o colo do útero.” Placenta Prévia (P.P) PP MARGINAL O extremo inferior da placenta chega a encostar na abertura do colo do útero, mas não o fecha, portanto o bebê pode nascer de parto normal. Classificação PP CENTRO PARCIAL Placenta cobre parcialmente a abertura do colo do útero. O bebê terá de nascer via cesariana. Classificação PP CENTRO TOTAL A placenta cobre completamente a abertura do colo do útero. O bebê terá de nascer via cesariana. Classificação Fatores de Risco Idade (>40 anos); Danos endometriais/miometriais; Endometrites; Placentas grandes também podem ser fatores. Quadro Clínico Sangramento vermelho vivo, rutilantes, sem queixas dolorosas acompanhadas; Não causa grande repercussão hemodinâmica e cessa espontaneamente; Inicia-se ao final do 2º trimestre e ao longo do 3º devido estiramento das fibras miometriais; Não há distúrbio de coagulação, nem sangue retido. Diagnóstico Exame clínico: sangramento na 2ª metade da gestação + exame especular; Toque vaginal contra-indicado; USG: confirma o diagnóstico de forma precisa e segura; Atentar para fenômeno da migração placentária no 1º e 2º trimestres que podem confundir o diagnóstico. Cuidados e Precauções Atenção para os sinais e sintomas que gestante pode apresentar durante a terapia; Acompanhar, sempre questionando a paciente quanto as visitas pré-natais; Aferição de sinais vitais e anotação dos mesmos no início, meio e fim das condutas; Programar e acompanhar as atividades propostas como conduta de tratamento. Tratamento Depende da presença ou não de sangramento e do estágio da gravidez. Se o problema for diagnosticado depois da 20a semana, mas não houver sangramento, a orientação deve ser de evitar o excesso de atividades físicas e o estresse. Se houver hemorragia, a mulher será internada, para que o sangramento seja monitorado. Mesmo que o sangramento seja contido, pode ser que, dependendo da gravidade do caso, os médicos prefiram que a mulher continue no hospital até o nascimento do bebê. Os obstetras também costumam aplicar injeções de esteróides para ajudar a amadurecer os pulmões do bebê, para o caso de um parto prematuro. Tratamento Se sangramento intenso: transfusões de sangue. Se perda de sangue pouco importante e o feto muito prematuro, repouso no leito. Corticóide para amadurecer os pulmões do bebê SEMPRE. Sexo vaginal PROIBIDO. Se a placenta não for marginal (se for prévia parcial ou total) é indicação absoluta de cesariana. Infecções Obstétricas Estreptococos do grupo B Diplococo gram-positivo que tem como reservatório, em humanos, o trato gastrointestinal e o trato genito-urinário. Pode ser responsável por infecção na gestante provocando abortamento, infecção urinária, prematuridade, corioamnionite e endometrite puerperal Triagem OBRIGATÓRIA , realizada entre 35 e 37 semanas de gestação, através de “swab” anal e vaginal Brasil 15 a 25% Estreptococos do grupo B O risco de o RN adquirir infecção através da transmissão vertical está diretamente relacionado ao número absoluto de microrganismos presentes no canal de parto ao nascimento e à ausência de anticorpos específicos contra os polissacarídeos capsulares do EGB, que são transferidos da mãe para o RN nas últimas 10 semanas de gestação. o RN de mãe colonizada, principalmente o pré-termo, é mais suscetível (10 a 15 vezes mais) a desenvolver a doença invasiva precoce. 50 a 75% dos recém-nascidos expostos ao EGB intravaginal tornam-se colonizados e 1 a 2% desenvolvem doença, mais comumente pneumonia ou meningite. Fatores de Risco para o RN História prévia de irmão com doença invasiva por EGB Bacteriúria por EGB durante a gestação Trabalho de parto com idade gestacional inferior a 37 semanas Ruptura de membranas igual ou superior a 18 horas ou temperatura intraparto igual ou maior que 38ºC Descolamento prematuro de placenta sem causa detectável Presença de mecônio com idade gestacional inferior a 34 semanas Prevenção Iniciar após o início do trabalho de parto ou no momento da rotura de membranas em gestantes EGB + ; Pacientes com EGB isolados na urina r da durante a gestação, tratadas ou não Antecedente de recém nascido acometido por doença causada pelo EGB em parto prévio, não sendo necessária a pesquisa para EGB na gestação atual Tratamento Penicilina G 5 milhões UI intravenosa (IV) como dose de ataque, seguida de 2.500.000 UI IV de 4 em 4 horas, OU ampicilina na dose de 2,0 gramas IV como dose de ataque seguida de 1,0 grama IV a cada 4 horas. Pacientes alérgicas: eritromicina ou clindamicina. Infecção do Trato Urinário (ITU) Colonização, invasão e propagação de agentes infecciosos no TU, incluindo uretra, bexiga, pelve e/ou parênquima renal. Complicação comum na gravidez devido às mudanças hormonais e funcionais. Infecção do Trato Urinário (ITU) Na maioria das vezes confinada ao trato urinário baixo, podendo ser assintomática. Bacteriúria assintomática é a presença de significativa quantidade de bactérias na urina (>10⁵ UFC/ml), produzida por um único patógeno em pacientes sem sintomas clínicos. Gestante com bacteriúria: 25 a 30% desenvolverão pielonefrite principalmente no último trimestre). Complicações Associada a aumento de: Baixo peso ao nascer Parto pré-termo Pré-eclampsia Hipertensão Anemia Endometrite pós parto Restrição do crescimento fetal Pielonefrite: abortamento e choque séptico Aumento do diâmetro, hipomobilidade, hipotonicidade da camada muscular e tortuosidade dos ureteres. Progesterona: hipotonia Fatores mecânicos: dextrorotação do útero causando compressão do ureter direito E. coli (80 a 90%), enterobacterias, Staphylococcus epidermidis e saprophyticus, Enterococcus faecalis e Streptococcus Etiologia Bacteriúria assintomática (BA) Uretrite: disúria e polaciúria (Chlamydia e Mycoplasma). 50% não apresentam bacteriúria significativa e 30% uroculturas negativas Cistite: disúria, polaciúria, urgência miccional, desconforto suprapúbico, hematúria macroscópica e urina de odor fétido Quadro Clínico Pielonefrite: febre, calafrios, dor lombar, náusea, vômitos, enxaqueca, indisposição e mialgia. Mais comumna 2º metade da gestação: aumento da obstrução ureteral e estase urinaria associada a evolução da gestação. -Unilateral direita Litíase renal: Infecção de repetição e hematúria persistente. Após 72h de ATB apropriada sem melhora clinica, suspeitar de pielonefrite com cálculo Quadro Clínico Urinálise: piúria, hematúria, cilindros e quantifica a flora bacteriana Cilindros hialinos, hemáticos e brancos: trato superior Alta taxa de falso-positivo devido candidíase e cervicite Bacterioscopia com gram: gram e morfologia bacteriana Diagnóstico Urocultura: define o diagnóstico Bacteriuria assintomática: duas culturas positivas (>10⁵ UFC/ml) de uma única espécie Sintomaticas: uma cultura positiva (>10³ UFC/ml) Recomenda-se a realização de uma urocultura como avaliação rotineira Teste do nitrito: se negativo não significa necessariamente ausência de infecção Esterase leucocitária: baixa sensibilidade e alta especificidade Diagnóstico Pielonefrite : choque séptico, levando a insuficiência respiratória (edema agudo de pulmão) que pode ser agravado pelo uso de hiper-hidratação e tocolíticos ↑ cicatrizes renais → pré-eclâmpsia e eclâmpsia (HAS crônica) Abscesso renal é raro sendo relacionado a litíase renal com obstrução do aparelho urinário ,ITU complicadas ,anomalias do aparelho urinária, DM , traumas e bexiga neurogênica Complicações maternas e perinatais
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