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ENZIMAS Profa. Dra. Luciana Bastos Rodrigues ENZIMAS • Enzimas são proteínas com atividade catalítica. Praticamente todas as reações que caracterizam o metabolismo celular são catalisadas por enzimas. • Como catalisadores celulares extremamente poderosos, as enzimas aceleram a velocidade de uma reação sem, no entanto, participar dela como reagente ou produto. • As enzimas atuam ainda como reguladoras de conjuntos complexos de reações. • As enzimas são, portanto, consideradas as unidades funcionais do metabolismo celular. Estudo das Enzimas • Importância prática: • - Doenças genéticas • - Diagnósticos de doenças • - Alvo terapêutico para diversas drogas • - Processamento de alimentos • - Indústria química • - Agricultura ENZIMA do Lat.en, dentro + zyme, fermento s. f., Bioquím., molécula de origem biológica, produzida por células vivas, que aumenta a velocidade de uma reação bioquímica específica, atuando como catalisador orgânico; fermento. CATALISADOR adj. e s. m., Quím., substância que tem a propriedade de acelerar ou retardar a velocidade de uma reação química sem se alterar no decorrer deste processo; o que provoca a catálise. James Sumner 1926 – Isolou a Urease Características inteiramente de proteínas TODAS ENZIMAS SÃO PROTEÍNAS ???? PROPRIEDADES GERAIS Enzimas Proteínas RNA AÇÃO DEPENDE DA INTEGRIDADE CONFORMAÇÃO NATIVA Nomenclatura • Existem 3 métodos para nomenclatura enzimática: Nome Recomendado: Mais curto e utilizado no dia a dia de quem trabalha com enzimas; Utiliza o sufixo "ase" para caracterizar a enzima. Exs: Urease, Hexoquinase, Peptidase, etc. Nome Sistemático: Mais complexo, nos dá informações precisas sobre a função metabólica da enzima. Ex: ATP-Glicose-Fosfo-Transferase Nome Usual: Consagrados pelo uso; Exs: Tripsina, Pepsina, Ptialina. SUBSTRATO + (SUFIXO) ASE NOMENCLATURA Glicosidase Urease Sacarase AÇÃO QUE ELA REALIZA + (SUFIXO) ASE Lactato Desidrogenase Adenilato Ciclase Piruvato Decarboxilase Piruvato Carboxilase Nome originais: Quimiotripsina Pepsina Classificação • 1-Oxidorredutases: São enzimas que catalisam reações de transferência de elétrons, ou seja: reações de oxi-redução. São as Desidrogenases (redutases) e as Oxidases • 2-Transferases: Enzimas que catalisam reações de transferência de grupamentos funcionais como grupos amina, fosfato, acil, carboxil, etc. Como exemplo temos as Quinases (grupos fosfato) e as Transaminases • 3-Hidrolases: Catalisam reações de hidrólise de ligação covalente. Ex: As peptidades Classificação • 4-Liases: Catalisam a quebra de ligações covalentes e a remoção de moléculas de água, amônia e gás carbônico. Em geral há remoção de grupamentos químicos. As Dehidratases e as Descarboxilases são bons exemplos • 5-Isomerases: Catalisam reações de interconversão entre isômeros ópticos ou geométricos. As Epimerases são exemplos. • 6-Ligases: Catalisam reações de formação de novas moléculas a partir da ligação entre duas já existentes, sempre às custas de energia (ATP). São as Sintetases. Nomenclatura e classificação das enzimas • Século XX - quantidade de enzimas descritas – Nomenclatura existente se tornou ineficaz • 1955 - IUB - União Internacional de Bioquímica adotou um novo sistema de nomenclatura e classificação – mais complexo – sem ambigüidades – baseado no mecanismo de reação Nomenclatura e classificação das enzimas • Cada enzima código com 4 dígitos que caracteriza o tipo de reação catalisada: – (E.C.- Enzime Comission) – 1° dígito – classe – 2° dígito – subclasse – 3° dígito - sub-subclasse – 4° dígito - indica o substrato Classificação das Enzimas 1. Oxido-redutases (Reações de oxidação/Redução) 1.1.atuando em CH-OH 1.2.atuando em C=O 1.3.atuando em C=O- 1.4.atuando em CH-NH2 1.5.atuando em CH-NH- 1.6.atuando em NADH, NADPH 2. Transferases (Transferência de grupos) 2.1.grupos com um carbono 2.2.grupos aldeído ou cetona 2.3.grupos acil 2.4.grupos glicosil 2.7.grupos fosfatos 2.8.grupos contendo enxofre Classificação das Enzimas 3. Hidrolases (Reações de Hidrólise) 3.1.ésteres 3.2.ligações glicosídicas 3.4.ligações peptídicas 3.5.outras ligações C-N 3.6.anidridos ácidos 4. Liases (Adição ou remoção de grupos) 4.1. =C=C= 4.2. =C=O 4.3. =C=N- Classificação das Enzimas 5. Isomerases (Transferência de grupos dentro da mesma molécula, formação de isômeros) 5.1.racemases 5.2. Cis-Trans isomerases 5.3. Oxirredutases Intramoleculares 5.4. Transferases Intramoleculares (Mutases) 5.5. Liases Intramoleculares 6. Ligases (catalisam a ligação de duas moléculas com hidrólise da ligação pirofosfato na molécula de ATP (ou uma semelhante, igualmente trifosfatada) 6.1. C-O 6.2. C-S 6.3. C-N 6.4. C-C Classificação das Enzimas 1. Oxirredutases – Reações de oxidação/Redução Exemplo: Lactato desidrogenase Redução Ác. Pirúvico à Ác. lático Classificação das Enzimas Exemplo Hexoquinase 2. Transferases - Transferência de grupos Tranferência do P do ATP para glicose Classificação das Enzimas 3. Hidrolases - Reações de Hidrólise Exemplo: Lactase Catalisa a hidrólise da lactose em glicose e galactose Classificação das Enzimas 4. Liases – Adição ou remoção de grupos (H2O, NH4+, CO2). Ex: Fumarase hidratação de fumarato em L-malato Classificação das Enzimas 5. Isomerases – Transferência de grupos dentro da mesma molécula, formação de isômeros Interconversão reversível de dihidroxiacetona fosfato e D-gliceraldeido-3-fosfato Exemplo: Triose Fosfato Isomerase Classificação das Enzimas 6. Ligases – catalisam a ligação de duas moléculas com hidrólise da ligação pirofosfato na molécula de ATP (ou uma semelhante, igualmente trifosfatada) Formadora de ligação C-C Exemplo: Piruvato carboxilase 1. Óxido-redutases ( Reações de óxido- redução). Transferência de elétrons Se uma molécula se reduz, há outra que se oxida. 2. Transferases (Transferência de grupos funcionais) •grupos aldeído •gupos acila •grupos glucosil •grupos fosfatos (quinases) 3. Hidrolases (Reações de hidrólise) •Transformam polímeros em monômeros. Atuam sobre: •Ligações éster •Ligações glicosídicas •Ligações peptídicas •Ligações C-N 4. Liases (Adição a ligações duplas) •Entre C e C •Entre C e O •Entre C e N 5. Isomerases (Reações de isomerização) 6. Ligases (Formação de laços covalentes com gasto de ATP) •Entre C e O •Entre Ce S •Entre C e N •Entre C e C Classificação das Enzimas: considera tipo de reação e substratos Nomenclatura oficial das enzimas é dada pela Enzyme Comission da International Union for Biochemistry and Molecular Biology (IUBMB) : ATPase (Adenosinatrifosfatase): EC 3.6.1.3 - é uma hidrolase.........................3 - atua num anidrido......................3.6 - o anidrido contém fosfato..........3.6.1 - esse anidrido é ATP..................3.6.1.3 Números identificam o tipo de reação e o tipo de substrato alvo Outras formas de classificar Enzimas intracelulares atuam no interior da célula sintetizam o material celular realizam reações catabólicas que suprem as necessidades energéticas da célula. Enzimas extracelulares atuam fora da célula executando as alterações necessárias à penetração dos nutrientes para o interior das células. Outras formas de classificar Endoenzimas Exoenzimas Agem dentro das moléculas Ex: endoamilases, que hidrolisam ligações glicosídicas ao acaso ao longo das cadeias de amilose Agem nas extermidades das moléculas Ex: exoamilases, que hidrolisam, sucessivamente, ligações glicosídicas a partir da extremidade não redutora das mesmas. Lehninger Principles of Biochemistry, Third Edition Lehninger Principles of Biochemistry, Third Edition Lehninger Principles of Biochemistry, Third Edition E + S ES EP E + P S T* P Lehninger Principles of Biochemistry, Third Edition Propriedades • São catalisadores biológicos extremamente eficientes • Aceleram em média 103 a 1012x a velocidade da reação, transformando de 100 a 1000 moléculas de substrato em produto por segundo de reação (turnover) • Atuam em concentrações muito baixas • Atuam em condições específicas de temperatura e pH • Possuem todas as características das proteínas • Podem ter sua atividade regulada • Estão quase sempre dentro da célula, e compartimentalizadas (lisossomos, mitocôndrias, citoplasma, núcleo, retículo endoplasmático). • Altamente específicas • Podem sofrem regulação Enzima Velocidade na ausência de enzima “Reações/segundo” Velocidade da reação catalisada “Reações/segundo” Poder catalítico Anidrase carbônica H2O2 H2O + ½ O2 Triosefosfato isomerase Carboxipeptidase A AMP nucleosidase Nuclease de estafilococos 1.3 X 10 –1 4.3 X 10 –6 3.0 X 10 –9 1.0 X 10 –11 1.7 X 10 -13 1.0 X 106 4.300 578 60 95 7.7 X 106 1.0 X 109 1.9X 1011 6.0 X 1012 5.6 X 1014 Número de “turnover” ou de renovação: quantas vezes a enzima completa o ciclo da reação em um segundo Enzimas acelaram reações várias ordens de grandeza Compare esses números ! moles de S catalisado por segundo moles de enzima Número de turnover = ENZIMAS – CATALISADORES Aceleram reações químicas Ex: Decomposição do H2O2 Condições da Reação Energia livre de Ativação KJ/mol Kcal/mol Velocidade Relativa Sem catalisador Platina Enzima Catalase 75,2 18,0 48,9 11,7 23,0 5,5 1 2,77 x 104 6,51 x 108 H2O2 H2O O2 + Catalase ENZIMAS – CATALISADORES Atuam em pequenas concentrações 1 molécula de Catalase decompõe 5 000 000 de moléculas de H2O2 pH = 6,8 em 1 min Número de renovação = n° de moléculas de substrato convertidas em produto por uma única molécula de enzima em uma dada unidade de tempo. ENZIMAS – CATALISADORES Não alteram o estado de equilíbrio • Abaixam a energia de ativação; • Keq não é afetado pela enzima. Diferença entre a energia livre de S e P Caminho da Reação Energia de ativação com enzima Energia de ativação sem enzima S P Cofatores/Coenzimas enzimáticos • Grupo prostético: são pequenas moléculas orgânicas (não protéicas), denominadas coenzimas (geralmente derivadas de vitaminas. Ex: NAD e FAD, Côa), ou inorgânicas (Zn, Fe, Mg), cofatores - necessários para a função de uma enzima. • Estes cofatores não estão ligados permanentemente à enzima, mas, na ausência deles, a enzima é inativa COENZIMAS • A fração protéica de uma enzima, na ausência do seu cofator, é chamada de APOENZIMA (Apoproteína) • Enzima + Cofator, chamamos de HOLOENZIMA COENZIMA = FATOR NÃO PROTÉICO (DERIVADOS DE VITAMINAS - FAD e NAD) HOLOENZIMA = ENZIMA + COFATOR APOENZIMA = PORÇÃO PROTÉICA DA HOLOENZIMA (SEM COFATOR) GRUPO PROSTÉTICO = FATOR NÃO PROTÉICO (COENZIMA FORTEMENTE LIGADA) ENZIMAS – SÍTIO ATIVO Região da molécula enzimática que participa da reação com o substrato. Pode possuir componentes não protéicos:cofatores. Possui aminoácidos auxiliares e de contato. HOLOENZIMA Porção protéica APOENZIMA Grupamento prostético Ativador:Íons inorgânicos que condicionam a ação catalítica das enzimas. Fe²+ Cofator Coenzima: molécula orgânica complexa.NAD+ HOLOENZIMA Porção protéica APOENZIMA Grupamento prostético Ativador:Íons inorgânicos que condicionam a ação catalítica das enzimas. Fe²+ Cofator ENZIMAS – SÍTIO ATIVO ENZIMAS – COENZIMAS Coenzima Abreviatura Reação catalisada Origem Nicotinamida adenina dinucleotídio NAD+ Oxi-redução Niacina ou Vitamina B3 Nicotinamida adenina dinucleotídio fosfato NADP+ Oxi-redução Niacina ou Vitamina B3 Flavina adenina dinucleotídio FAD Oxi-redução Riboflavina ou Vitamina B2 Maioria deriva de vitaminas hidrossolúveis Classificam-se em: - transportadoras de hidrogênio - transportadoras de grupos químicos Transportadoras de hidrogênio Especificidade – O sítio ativo • As enzimas são muito específicas para os seus substratos • Esta especificidade se deve à existência, na superfície da enzima de um local denominado SÍTIO DE LIGAÇÃO DO SUBSTRATO • O sítio de ligação do substrato de uma enzima é dado por um arranjo tridimensional especial dos aminoácidos de uma determinada região da molécula, geralmente complementar à molécula do substrato, e ideal espacial e eletricamente para a ligação do mesmo. • Este sítio pode conter um segundo sítio, chamado SÍTIO CATALÍTICO ou SÍTIO ATIVO, ou estar próximo dele; é neste sítio ativo que ocorre a reação enzimática. QUIMIOTRIPSINA Centro ativo da anidrase carbônica, mostrando o íon metálico Zn+(esfera cinza, no centro da imagem) ligado à cadeia polipeptídica através de três resíduos de histidina (a rosa). O substrato da enzima, íon carbonato (CO3 2-) liga-se ao íon de zinco (nesta imagem, é um íon OH-, molécula a vermelho e branco, que se encontra ligado ao zinco, e não o substrato) Modelos de especificidade • Modelo Chave/Fechadura = Prevê um encaixe perfeito do substrato no sítio de ligação, que seria rígido como uma fechadura. •Modelo do Ajuste Induzido = Prevê um sítio de ligação não totalmente pré-formado, nas sim moldável à molécula do substrato; a enzima se ajustaria à molécula do substrato na sua presença. •Terceiro modelo = combina o ajuste induzido a uma "torção" da molécula do substrato, que o "ativaria" e o prepararia para a sua transformação em produtoEstudos por raio X indicam que os sítios de ligação aos substratos da maioria das enzimas são, em grande parte, pré-formados, mas sofrem mudanças conformacionais no momento da ligação do substrato (um fenômeno denominado ajuste induzido). Modo de atuação • O substrato liga-se (em geral não covalentemente) ao sítio ativo formando um complexo enzima- substrato, que posteriormente é convertido a enzima-produto, que se dissocia em enzima e produto. Mecanismo geral de catálise • As enzimas aceleram a velocidade de uma reação por diminuir a ENERGIA LIVRE DE ATIVAÇÃO (ROTA ALTERNATIVA), sem alterar a termodinâmica da reação, ou seja: A energia dos reagentes e produtos da reação enzimática e de sua equivalente não enzimática são idênticas. • Para se superar a energia de ativação de uma reação, passa-se pela formação de um estado intermediário chamado "Estado de Transição", sempre um composto instável e de alta energia ligado com altíssima afinidade ao sítio catalítico. • Quanto menor a energia livre de ativação, mais moléculas têm energia suficiente para superar o estado de transição e, assim, mais rápida é a velocidade de reação. Equilíbrio químico • As enzimas realizam, muitas vezes, as reações nos dois sentidos • A concentração de substratos e produtos é o que define a velocidade das reações • Poder catalítico das enzimas vem da energia livre liberada na formação de ligações fracas quando da interação enzima- substrato – Interações fracas entre ES são otimizadas no estado de transição Mecanismo geral de catálise ENZIMAS – COMPONENTES DA REAÇÃO E + S E S P + E Substrato se liga ao SÍTIO ATIVO da enzima Especificidade enzimática • Deriva da formação de múltiplas interações fracas entre a enzima e a molécula do substrato específico • Redução da entropia pela ligação – Dessolvatação do substrato – Ajuste induzido, proteína tbm muda de conformação Grupos catalíticos • Catálise geral ácido-base – Transferência de prótons • Catálise covalente – Formação de lig. covalente transitória entre E e S • Ativação do substrato • Catálise por íons metálicos – Estabilizam estados de transição – 1/3 das enzimas conhecidas usam íons metálicos nas reações catalíticas • Enzimas muitas vezes usam as três estratégias de catálise em conjunto -- quimiotripsina Cinética enzimática • A cinética de uma enzima é estudada avaliando-se a quantidade de produto formado ou a quantidade de substrato consumido por unidade de tempo de reação. • Uma reação enzimática pode ser expressa pela seguinte equação: E + S <==> [ES] ==> E + P • O complexo enzima/substrato (ES) tem uma energia de ativação ligeiramente menor que a do substrato isolado, e a sua formação leva ao aparecimento do estado de transição "Ts". • A formação de "P" a partir de ES é a etapa limitante da velocidade da reação. • A velocidade de uma reação enzimática depende das concentrações de ENZIMA e de SUBSTRATO, temperatura e pH, dentre outros. Fatores que alteram a velocidade de reações enzimáticas: - pH; - temperatura; - concentração das enzimas; - concentração dos substratos; - presença de inibidores. Fatores externos de influência na V de uma reação • Temperatura = Quanto maior a temperatura, maior a velocidade da reação, até se atingir a TEMPERATURA ÓTIMA; a partir dela, a atividade volta a diminuir, por desnaturação da molécula (FEBRE). • pH = Idem à temperatura; existe um pH ÓTIMO, onde a distribuição de cargas elétricas da molécula da enzima e, em especial do sítio catalítico, é ideal para a catálise (ESTÔMAGO). • Concentração do Substrato. ENZIMAS – INFLUÊNCIA DO PH O efeito do pH sobre a enzima deve-se às variações no estado de ionização dos componentes do sistema à medida que o pH varia. ENZIMAS – INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA temperatura dois efeitos ocorrem: (a) a taxa de reação aumenta, como se observa na maioria das reações químicas; (b) a estabilidade da proteína decresce devido a desativação térmica. Fatores que controlam a atividade enzimática: 1. Fatores que afetam a estabilidade proteica das enzimas • Variações de pH: pH ótimo • Variações de temperatura: temperatura ótima 100- 50- 0- % a ti v id a d e e n z im á ti c a m á x im a Temperatura ótima Desnaturação térmica da proteína Pouca energia para a reação acontecer Ao contrário da curva em forma de sino no caso da atividade enzimática versus pH, a enzima só está desnaturada em temperaturas acima da temperatura ótima. ENZIMAS – INFLUÊNCIA DA [S] [S] varia durante o curso da reação à medida que S é convertido em P. vo [S] Vmax Determinação de Km Equação de Michaelis-Menten: • Michaelis e Menten foram 2 pesquisadoras que propuseram o modelo acima citado como modelo de reação enzimática para apenas um substrato; • A partir deste modelo, estas pesquisadoras criaram uma equação, que nos permite demonstrar como a velocidade de uma reação varia com a variação da concentração do substrato y = a . x + b equação de reta Aplicando-se o inverso a ambos os lados da equação de Michaelis-Mentem, obtem-se a equação de Lineweaver-Burk, que é uma função linear (uma reta): Uma outra forma de se obter os valores de KM e de Vmax é através do gráfico dos duplos recíprocos (1/V x 1/S), e da equação de Lineweaver-Burk. Tang a O intercepto da reta no eixo x é igual a -1/KM substituindo y = 0 na equação, temos: 0 = Km . 1 + 1 -1 = Km . 1 Vmax [S] Vmax Vmax Vmax [S] -1 = Km - 1 = 1 [S] Km [S] =KM/Vmax a = coef. angular = Km/Vmax (tangente ângulo alfa) b = coef. linear = 1/Vmax (intercepto no eixo y) Onde: • O Km (concentração de substrato na qual a velocidade da reação é metade de Vmax) de um substrato para uma enzima específica é característico, e nos fornece um parâmetro de especificidade deste substrato em relação à enzima. • Quanto menor o Km, maior a especificidade, e vice- versa. Efeito de [S] sobre V • Vmax é o nº de moléculas de um substrato convertidas em um produto por unidade de tempo. Aumenta conforme a concentração do substrato até atingir um platô (saturação). • Em geral, as concentrações de substratos dentro de uma célula ficam próximas ao Km da enzima que os degrada ou produz!!! Inibição enzimática • Grande parte do arsenal farmacêutico (Por ex. tratamento da AIDS feito com drogas que inibem a atividade de certas enzimas virais). Inibidores Substâncias que reduzem a atividade de uma enzima de forma a influenciar a ligação do substrato. Inibição enzimática • Inibidores são compostos que podem diminuir a atividade de uma enzima. • A inibição enzimática pode ser reversível (ligação não covalente) ou irreversível (ligação covalente). • Existem 2 tipos de inibição enzimática reversível: – Inibição Enzimática Reversível Competitiva – Inibição Enzimática Reversível Não-Competitiva ENZIMAS – INIBIÇÃO ENZIMÁTICA Qualquer substância que reduz a velocidade de uma reação enzimática. INIBIDORESREVERSÍVEIS IRREVERSÍVEIS COMPETITIVOS NÃO COMPETITIVOS Inibição Competitiva • Quando o inibidor se liga reversivelmente ao mesmo sítio de ligação do substrato; • O efeito é revertido aumentando-se a concentração de substrato • Este tipo de inibição depende das concentrações de substrato e de inibidor. • Efeito sobre: – Vmax: não altera – Km: Aumenta 1- sem inibidor 2- com inibidor na concentração [I1] 3- com inibidor na concentração [I2] > [I1] Inibição Competitiva Vmax: não altera Km: Aumenta Inibição Não-competitiva • Quando o inibidor liga-se reversivelmente à enzima em um sítio próprio de ligação, podendo estar ligado à mesma ao mesmo tempo que o substrato; • Este tipo de inibição depende apenas da concentração do inibidor. • Efeito sobre: – Vmax: diminui – Km: diminui (ou não altera) 1- sem inibidor 2- com inibidor na concentração [I1] 3- com inibidor na concentração [I2] > [I1] Vmax: diminui Km: não altera ENZIMAS – INIBIÇÃO NÃO-COMPETITIVA ENZIMAS – INIBIÇÃO IRREVERSÍVEL I se combina com um grupo funcional, na molécula da E, que é essencial para sua atividade. Podem promover a destruição do grupo funcional Forma-se uma ligação COVALENTE entre o I e a E. Vmax parte da E é completamente removida do sistema e Km permanece a mesma. • Na inibição enzimática irreversível, há modificação covalente e definitiva no sítio de ligação ou no sítio catalítico da enzima. A atividade enzimática pode ser regulada por diferentes mecanismos, que muitas vezes atuam em conjunto na mesma enzima. Entre estes mecanismos, destacam-se: Como são controladas as enzimas in vivo, além de alterações na disponibilidade de S e da própria E ? Agora vamos falar de: 1. Inibidores: • irreversíveis: não protéicos e protéicos • reversíveis: competitivo, não competitivo ou misto, incompetitivo 2. Alosteria: • ativadores e inibidores • cooperatividade 3. Modulação covalente • Ativação de zimogênios • Fosforilação e defosforilação Ativador alostérico Inibidor alostérico Enzimas alostéricas possuem uma região diferente do sítio ativo ao se liga um efetor ou modulador alostérico. A mudança conformacional decorrente da ligação do efetor alostérico se propaga pela molécula e afeta o sítio ativo, ativando-o ou inibindo-o. Observe nas figuras. Gráfico V x S (Michaelis-Menten) é uma curva sigmóide Inibição por retroalimentação A aspartato transcarbamoilase fornece N-carbamoil-aspartato para a rota de síntese de pirimidinas. É uma enzima alostérica tipo K, inibida por CTP e ativada por ATP, sendo composta por 6 unidades regulatórias e 6 catalíticas. Carbamoil PO4 aspartato + Carbamoil + N- PO-4 H2 2- pirimidinas aspartato Sem efetores alostéricos ativa inativa CTP CTP A ligação de CTP às subunidades regulatórias “fecha” o acesso aos sítios ativos nas subunidades catalíticas. Enzimas alostéricas são reguladoras • ... de vias bioquímicas • Normalmente são o primeiro passo da via – “economiza” a execução das outras reações – Único passo de regulação da via • Inibição por retroalimentação: São inibidas pelo produto do último passo A atividade enzimática pode ser regulada por diferentes mecanismos, que muitas vezes atuam em conjunto na mesma enzima. Entre estes mecanismos, destacam-se: Como são controladas as enzimas in vivo, além de alterações na disponibilidade de S e da própria E ? Agora vamos falar de: 1. Inibidores: • irreversíveis: não protéicos e protéicos • reversíveis: competitivo, não competitivo ou misto, incompetitivo 2. Alosteria: • ativadores e inibidores • cooperatividade 3. Modulação covalente • Fosforilação e defosforilação • Ativação de zimogênios Regulação por modificações covalentes • 500 tipos diferentes Modificações pós- traducionais covalentes já foram descritos • Proteínas inteiras podem ser adicionados como a ubiquitina e a sumo – Ubiquitinilação marca proteína para degradação • Mudanças substanciais afetam de forma significativa a função da enzima • Fosforilação é a mudança mais comum – Podem haver vários sítios fosforiláveis Proteínas cinases e fosfatases • Cinases: adicionam grupo fosforil a resíduos de Ser, Thr ou Tyr – Básicas: fosforilam resíduos de vizinhança básica – Preferências por resíduos próximos a Pro • Atómos de O2 do grupo fosforil podem fazer pontes de H com outras regiões da proteína – Reestabiliza a proteína estruturalmente • Atuam em cascatas de sinalização celular Cinases sítio-específicas • Fosforilações são sítio- específicas • Cada enzima reconhece uma ordem de aminoácidos e fosforila resíduos de S, T ou Y • Sítio de reconhecimento • Sítio de fosforilação inativa ativa Fosforilação - Defosforilação quinase fosfatase enzima fosfato substrato Ao contrário da alosteria, em que os efetores ligam-se à enzima apenas por ligações fracas, na modulação covalente a enzima é modificada covalentemente por duas outras enzimas: uma quinase fosforila a enzima às custas de ATP, e uma fosfatase remove o grupo fosfato da enzima fosforilada. A modulação covalente é energéticamente cara, pois necessita duas outras proteínas e ATP para regular a atividade de uma enzima. Ao contrário, na alosteria a enzima é controlada pelas concentrações relativas de seus efetores e a afinidade da enzima por estes. Em resposta ao hormônio adrenalina ou epenifrina, há um aumento da concentração de glicose circulante, preparando o organismo para luta ou fuga. Na primeira etapa dessa resposta metabólica, a adrenalina ativa por alosteria a enzima de membrana adenilato ciclase, formando AMP cíclico. Numa segunda etapa de alosteria, o AMP cíclico ativa a proteína quinase A (PKA), ligando-se à sua unidade regula- tória e liberando a unidade catalítica ativa. Na terceira etapa, ocorre modulação covalente em que a PKA fosforila a fosforilase quinase, tornando-a ativa. Na quarta etapa, também por modulação covalente, a fosforilase quinase fosforila a glicogênio fosforilase, ativando-a. Por fim, esta hidrolisa diretamente o glicogênio liberando glicose-1-fosfato para a via glicolítica. A regulação do metabolismo intermediário, por exemplo, síntese e degradação de lipídeos e carboidratos envolve etapas de alosteria e modulação covalente transporte A A B C D Enzima 2 Enzima 1 Enzima 3 + - alosteria alosteria membrana X Z Enzima 4 E Enzima 4 + cAMP alosteria PO4 modulação covalente Síntese ribossomal Síntese RNAm indutor repressor + - Mecanismos de regulação do metabolismo de carboidratos e lipídeos Em vias metabólicas reguladas por alosteria, uma enzima inicial da rota é controlada por um dos produtos finais da mesma. A atividade enzimática pode ser regulada por diferentes mecanismos, que muitas vezes atuam em conjunto na mesma enzima. Entre estes mecanismos, destacam-se: Como são controladas as enzimas in vivo, além de alterações na disponibilidade de S e da própria E ? Agora vamos falar de: 1. Inibidores: • irreversíveis: não protéicos e protéicos • reversíveis: competitivo, não competitivo ou misto, incompetitivo 2. Alosteria:• ativadores e inibidores • cooperatividade 3. Modulação covalente • Fosforilação e defosforilação • Ativação de zimogênios • zimogênios: as proteases são sintetizadas numa forma inativa por estar em uma conformação desfavorável, com bloqueio ou desalinhamento dos resíduos do sítio catalítico. • conformação desfavorável resulta de porções adicionais da cadeia poli-peptídica, que devem ser retirados para que a proteína assuma a forma ativa. • podem acontecer duas situações, combinadas ou não: - zimogênio tem uma extensão N-terminal (pro-segmento) que precisa ser retirada. Pro-segmentos podem ter de 2 a 150 resíduos a.a. - zimogênio tem cadeia polipeptídica única, que precisa ser clivada (proteólise limitada) para formar duas ou mais subunidades. • conversão do zimogênio à protease ativa pode resultar da ação proteolítica de outra protease, ou de alteração do pH ou temperatura do meio, ou ainda, da adsorção do zimogênio à uma superfície negativa. Esses eventos determinam mudança conformacional e/ou auto-hidrólise pela própria protease. • ativação é irreversível, e porisso, energeticamente cara para o organismo. Ativação de zimogênios é um caso específico de modulação covalente exclusivo de alguns tipos de enzimas proteolíticas. A Quimotripsina é formada por dois domínios, com 6 folhas β antiparalelas (vermelho) cada. O sítio ativo contendo a tríade catalítica (Ser195, Asp102, His57, as cadeias laterais estão destacadas) localiza-se entre os dois domínios. As pontes S-S aparecem em violeta. Linhas pontilhadas indicam os resíduos 14-15 e 147-148 presentes no precursor inativo, quimotripsinogenio. quimotripsinogênio quimotripsina A enzima digestiva quimotripsina é sintetizada como quimotripsinogênio, com um cadeia única, impossibilitando a montagem do sítio ativo, formado pela His57, Asp102 e Ser195 (em rosa). No intestino, o quimotripsinogênio é clivado pela tripsina em dois pontos, retirando dois dipeptídeos. A quimotripsina ativa possue três subunidades, cadeias A, B e C, unidas por 5 pontes S-S. ENZIMAS – APLICAÇÕES ENZIMA FONTE APLICAÇÃO Papaína mamão Ajuda na digestão, Médica, bebidas, carnes Bromelina abacaxi Ajuda na digestão, Médica, bebidas, carnes Diastase malte Panificação, xarope Pepsina mucosa gástrica suíno Amaciamento de carne Lipase Candida rugosa Tratamento de efluentes Permitem às indústrias usarem processos mais econômicos, diminuindo o consumo de energia e recursos; mais confiáveis e que poluem menos. São eficientes; Muito específicas; Origem vegetal Origem animal Origem microbiana Enzima e fonte Poluentes e efluentes Azorredutase (Pseudomonas luteola) Indústria de tinta Catalase (Baccilus sp.) Remoção de H2O2 presente em efluentes de branqueamento de tecidos -glicosidase e Manganês peroxidase Remoção de corantes na industria de alimentos e da industria têxtil Polifosfatase e Fosfotransferase Remoção de fosfato biológico de efluentes Protease pronase (Pseudomonas aeruginosa) Inativação de vírus bacteriófago Cox A9 de efluentes, para reutilização da água Naftaleno-dioxigenase Remoção de naftaleno Lipase Redução do teor de lipídeos de efluentes de indústrias Análogos de transição – moléculas estáveis semelhantes ao estado de transição. Anticorpos catalíticos para pesquisas e aplicações industriais. A lisozima • Agente antibacteriano natural encontrado nas lágrimas e clara de ovo – Peptideoglicano da parede de bactérias é seu substrato • Constituinte da parede microbiana que protege da lise osmótica – Enzima rompe ligação glicosídica Medicamentos • Muitos são inibidores de enzimas são usados para tratar doenças; desde as dores de cabeça até a AIDS • Penicilina (Alexander Fleming, 1928) – Peptideoglicano: polímero de açúcares e D- aa’s da parede bacteriana – Penicilina interfere na síntese do peptideo glicano ao mimetizar um segmento D-Ala-D- Ala – Inibem reação de transpeptidase Os Beta-lactâmicos • Penicilina: degradada no ambiente do estômago • Penicilina V: estável em meio ácido pode ser administrada em via oral • Amoxilina: ampla faixa de ação; antibiótico β-lactâmico + prescrito • O ataque da Ser à porção amida do anel leva a um produto acil-enzima que é praticamente irreversível – Transpeptidase inativa! – Bloqueia síntese da parede bacteriana • Rompe-se devido à pressão osmótica As Beta-lactamases • Enzimas que quebram o anel beta-lactâmico das penicilinas • Disseminaram-se em bactérias submetidas à pressão seletiva – O mau uso dos antibióticos Guerra contra as bactérias • Acido clavulânico: inativa irreversivelmente as Beta- lactamases • Clavulin: amoxilina + ácido clavulânico • Foram encontradas bactérias resistentes ao ácido clavulânico... • Desenvolvimento e descoberta de novos antibióticos é uma indústria em crescimento HIV • SIDA: Síndrome da imunodeficiência humana – Pandemia – Matou 25 milhões de pessoas nos últimos 25 anos • Retrovírus (lentivirus) – 2 cópias de um RNA fita simples (fita +) – Nove genes – Capsídeo é formado por cerca de 2000 proteínas p24 • 0,6% da população humana está infectada AZT (azidotimidina) • Mimetiza um nucleotídeo de timina – Azida no lugar de hidroxila • Prejudica a ação da transcriptase reversa • Atrasa o desenvolvimento dos vírus, ainda que, aos poucos o vírus se torne resistente Transcriptase reversa mutante passa a não reconhecer mais o AZT Conclusões • A atividade das vias metabólicas é regulada pelo controle da atividade de certas enzimas • O conhecimento do mecanismo de ação das enzimas permite desenvolver medicamentos que inibam essa ação • A inibição de uma enzima pode ser irreversível; reversível, competitiva ou não competitiva. • Os principais mecanismos de catálise são: ácido- básica, covalente e por íons metálicos • As enzimas são catalisadores eficazes, aumentando a velocidade de ocorrência de uma reação
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