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1 UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação Curso de Administração FRANCIELLE REGINA SZINWELSKI Orientador: Profº LUCIANO ZAMBERLAN PLANEJAMENTO DE MARKETING PARA UMA PEQUENA EMPRESA: Varejista do Ramo Agropecuário Relatório de Conclusão de Curso Santa Rosa, RS, 2º Semestre de 2015. 2 FRANCIELLE REGINA SZINWELSKI Orientador: Profº LUCIANO ZAMBERLAN PLANEJAMENTO DE MARKETING PARA UMA PEQUENA EMPRESA: Varejista do Ramo Agropecuário Relatório de Conclusão de Curso Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Rio Grande do Sul – UNIJUI, como requisito parcial à Conclusão de Curso e consequente obtenção de título de Bacharel em Administração. Santa Rosa, RS, 2º Semestre de 2015. 3 “Nada se conquista com pouco esforço!” (autor desconhecido) 4 AGRADECIMENTO Agradeço primeiramente a Deus, que me permitiu acordar todas as manhãs, tivesse força para nunca desistir, e meu concedeu esse privilégio de concluir mais uma etapa importante da minha vida. Gostaria de agradecer ao meu noivo Marcelo, que sempre esteve ao meu lado nos momentos de dificuldade e sempre ajudou nos momento de aflição e deu força para seguir sempre em frente sem desistir, meu eterno muito obrigado. Um agradecimento muito especial a minha família, que acreditaram no meu potencial, me apoiando nos momentos de maior dificuldade e me incentivando na busca pela realização dos meus sonhos e projetos de vida. Também, quero agradecer ao meu orientador, Professor Luciano Zamberlan, por todo esforço, sabedoria, paciência e compreensão, me ajudando assim, a alcançar os objetivos propostos. Agradeço a todos os clientes que se disponibilizaram a me ajudar, e ao gestor da organização, que fizeram parte desse estudo. A Direção, Coordenação, Professores e colegas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul de Santa Rosa, pela atenção prestada, pelos conhecimentos repassados, pelas vivencias diárias durante esses cinco anos. A todos o meu muito obrigado! 5 RESUMO EXPANDIDO Introdução Um dos grandes desafios das empresas nos dias de hoje é a competitividade que vem aumentando nos últimos anos, sendo cada vez maior o número de empresas que surgem dispostas a atender a necessidade dos clientes da melhor maneira possível. Com isso, os empresários precisam criar estratégias que estejam de acordo com as necessidades e desejos dos clientes e da empresa, para continuarem vendendo seus produtos e serviços. Com isso, devido a forte concorrência e a necessidade de atender aos clientes da melhor maneira possível, é importante que os empresários, principalmente das micro e pequenas empresas, tenham o marketing como um grande aliado. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo apresentar um planejamento de marketing na empresa Agropecuária Agroval, direcionando suas estratégias ao atendimento das necessidades de seus clientes, juntamente com a obtenção de uma significativa amostra de qual é a percepção, opinião e a satisfação do público-alvo com o varejo agropecuário, e desenvolver estratégias orientadas para as vendas e para o marketing. O objetivo geral concentra-se em analisar as estratégias de marketing que são utilizadas pela empresa, aprimorá-las e desenvolver novas estratégias levando em conta a realidade da empresa, com a finalidade de aumentar as suas vendas e ser mais eficiente em atender as necessidades e desejos de seus clientes, demonstrando assim a importância de realizar um planejamento de marketing em uma pequena ou micro empresa. Os objetivos específicos se referem a identificar as estratégias utilizadas pela empresa, analisar como as estratégias de marketing influenciam sobre as vendas. Também analisar o mercado em que a empresa está inserida, realizar pesquisa com o público-alvo da Agropecuária Agroval, elaborando um planejamento de marketing. Metodologia “A pesquisa aplicada refere-se à discussão de problemas, utilizando um referencial teórico de determinada disciplina, e à apresentação de soluções alternativas.” (ROESCH, 1999, p. 65). Portanto, a pesquisa aplicada tem como propósito entender problemas sociais e identificar as suas soluções. A pesquisa também classificou-se como uma proposição de planos, que segundo Roesch (1999), o propósito é apresentar soluções para problemas já diagnosticados pela organização, onde será estudada a viabilidade de planos alternativos, com sugestões de sua implementação. A entrevista em profundidade, segundo Roesch (1999) consiste na técnica fundamental da pesquisa qualitativa, considerada uma técnica demorada e requer habilidade do entrevistador. Também a pesquisa de observação, que fundamenta-se em procedimentos de natureza sensorial, com o propósito de captar aspectos essenciais de um fenômeno do contexto empírico. A pesquisa também foi considerada um estudo de caso, pois tratou-se de um estudo investigador referente elaboração de um plano de marketing para a 6 organização escolhida. De acordo com Gil (2002), o estudo de caso avalia um ou poucos objetivos, de maneira profunda e exaustiva, tornando-se um amplo e detalhado conhecimento. E ainda, o estudo foi classificado como um método de levantamento survey, que segundo Gil (2002), o pesquisador realiza uma sondagem de opinião pública relativa ao tema estudado, sobre o tema estudado. A coleta dos dados se deu pela pesquisa bibliográfica por meio da revisão literária de autores, documental pelos documentos da organização, para a entrevista em profundidade entrevistou-se o gestor da empresa. Na coleta de dados pelo método survey, aplicou-se um questionário a 159 pessoas do público-alvo da organização, aplicando-se um pré-teste para 10 pessoas. A análise dos dados se deu de forma qualitativa, pela interpretação do conteúdo, e revisão teórica. Na análise quantitativa dos dados coletados por meio dos questionários aplicados, utilizaram-se os métodos de categorias, tabulação, análise estatística em um software específico, e pela distribuição de frequência. Resultados A organização objeto de estudo é a Agropecuária Agroval, empresa do ramo do varejo agropecuário, localizada em Cândido Godói, situada no noroeste do estado do Rio Grande do Sul. A empresa possui atualmente dois funcionários, os quais têm certas funções similares, como em relação ao atendimento a clientes, realização de vendas, atendimento a fornecedores, compras, pagamento de duplicatas. Entretanto, o gestor da empresa possui funções mais complexas, envolvendo desde pesquisa de fornecedores, pesquisa de preços e de custos, resolução de problemas, controles de estoques, entre outros. A região em que a empresa encontra-se localizada é na maioria agrícola, podendo-se afirmar que seus principais clientes, e seu público alvo, são os produtores de leite da região que compram os produtos, máquinas, peças e acessórios para esse tipo de produção. Sua principal atividade de produção ou de serviço baseia-se principalmente na comercialização de produtos e equipamentos para a produção de leite, como ordenhadeiras e seus acessórios, além de sementes para pastagens,sementes de milho, rações para aves, bovinos, alevinos, entre outros. Também comercializa equipamentos que auxiliam o agricultor, como motosserras, roçadeiras, e peças para essas máquinas e diversas outras marcas. De acordo com os dados coletados, considerando a amostra de 159 questionários aplicados, um por família em algumas das propriedades rurais de Cândido Godói, entrevistou-se o público alvo da Agropecuária Agroval que são os produtores rurais, e produtores de leite do interior município e cidades arredores, assim respondeu o gestor da organização, durante da pesquisa, e os dados da pesquisa comprovam. Quanto ao perfil dos entrevistados, a maioria dos clientes que frequentam as lojas agropecuárias são homens, a maioria tem entre 40 a 59 anos, são pessoas casadas, com famílias de duas a quatro pessoas, tem uma propriedade rural classificada como minifúndio, de até 44 hectares, trabalham com bovinocultura e agricultura. Sobre o comportamento de compra do público alvo das agropecuárias, a maioria frequenta as lojas uma vez ao mês, comprando produtos de uso frequente ou quando o produto está no fim, baseiam-se na recomendação que fazem os técnicos agrícolas, ou dos vizinhos e conhecidos, ou ainda pela recomendação dos vendedores. Os motivos que levam os clientes a escolher alguma loja agropecuária são principalmente o preço, seguido do atendimento, a qualidade, confiança e os 7 produtos que tem na loja. Que decide pela compra é o próprio entrevistado ou a família em conjunto, e quem costuma realizar a compra é o próprio respondente, e ainda o homem, ou chefe da família. O valor que esses consumidores mais gastam com suas compras varia de R$ 100,00 a R$ 500,00. Em relação ao produto, os entrevistados afirmaram que os três fatores que são mais importantes e interferem na escolha de produtos e até de uma loja agropecuária são primeiramente a qualidade dos produtos, em seguida a disponibilidade do produto na loja, e ainda o preço, promoção e ofertas dos produtos. De acordo com Kotler e Armstrong (1995, p.190) “produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para atenção, aquisição, uso ou consumo, e que possa satisfazer a um desejo ou necessidade”. Em relação ao mix preço, pode-se afirmar que ao estabelecer um preço de algum produto, automaticamente é estabelecido o seu público-alvo, ou seja, mesmo que possa surpreender às vezes, a maioria da população compra pelo preço, assim afirma Cobra (1992). Os itens mais valorizados pelos clientes em relação ao preço dos produtos agropecuários são os produtos que apresentem um preço baixo, mas que tenham qualidade, os descontos concedidos pela loja aos clientes nos pagamentos à vista, e os prazos ou crediário que a loja oferece. Conforme Kotler e Armstrong (1995) a empresa precisa ter definido os objetivos de seu canal de distribuição. Para a maioria dos entrevistados o que o mais importante sobre a localização é um espaço para estacionamento, a loja estar bem localizada, e a loja esteja localizada na entrada ou na saída da cidade. O mix de promoção envolve ferramentas como a propaganda; relações públicas; venda pessoal; promoções de vendas; merchandising e marketing direto, assim afirmam Kotler e Armstrong (1995). Os clientes consideram mais importante a realização de promoção e oferta dos produtos pela loja frequentada, a compra de produtos em oferta, e a divulgação dessas promoções. Com base nas questões respondidas pelos clientes das lojas agropecuárias sobre os itens em que eles mais consideram importantes no que se refere ao ambiente da loja, é a limpeza do ambiente da loja agropecuária, a organização da loja e dos produtos, e a exposição dos produtos. Sobre o atendimento oferecido pelas lojas agropecuárias é importante para os clientes o bom atendimento que os vendedores dão aos eles, o atendimento fora do horário comercial, e um atendimento rápido. Quanto à concorrência os clientes foram entrevistados sobre a agropecuária favorita, sobre a segunda opção de agropecuária, e sobre qual não frequentariam mais. Ainda os clientes responderam sobre o que mais gostam na sua loja favorita, e deram sugestões de melhoria para a loja. De acordo com Las Casas (2001), o plano de ação é um resumo das atividades pretendidas para algum período, sendo um detalhamento do que deve-se fazer, quando e como as atividades serão desenvolvidas. Por isso, inclui-se nele todas as etapas determinadas no desenvolvimento da estratégia de marketing, o que precisa ser acompanhado de alguma ação. Portanto o Plano de Marketing precisa de um Plano de Ação, para ser administrado mais facilmente. Portanto, os clientes estão cada vez mais exigentes, e o que fideliza e mantêm esses clientes em uma loja agropecuária é primeiramente o bom atendimento que os vendedores oferecem a cada um, o que foi apontado por muitos deles como o item em que a sua loja favorita tem de melhor, pois ao ser bem atendido o cliente sente-se bem e satisfeito. Outro fator que o cliente prefere na loja sua loja favorita é um produto de qualidade, pois ele exige produtos bons e que 8 tragam o resultado esperado. E ainda outro item muito apontado como a melhor opção na sua loja é o preço baixo, o que contribui para que o cliente compre produtos que tenham um menor custo para eles, gerando uma economia. Dessa maneira, é necessário que a loja agropecuária esteja atenta a essas exigências dos clientes para se aprimorar, conquistar e manter clientes. Também investigaram-se quais os principais referenciais estratégicos da organização, tais como missão, visão, valores, e objetivos. Também foram analisados quais os pontos fortes da organização, quais os seus pontos fracos, e sobre o meio externos analisou-se quais as ameaças da empresa, e quais as oportunidades. Portanto, ao analisar o meio em que a empresa encontra-se inserida, os dados obtidos com a pesquisa, a satisfação dos clientes com sua loja favorita, elaborou-se um plano de marketing para a empresa em estudo, juntamente com um plano de ação. Como sugestão a Agropecuária Agroval mantenha e consiga aprimorar esses itens apontados pelos clientes, tais como: oferecer um bom atendimento a eles, se aperfeiçoando em cursos e participando de palestras dedicadas ao atendimento aos clientes; ter à venda mais produtos de qualidade, pois os clientes preferem a qualidade, o que pode ser feito por meio da pesquisa dos produtos, que são bons e trazem resultados no uso do produtor rural; ter produtos com preço baixo, pesquisando os atacadistas e fornecedores com menor preço, e da compra direta com os fabricantes; para o crediário fornecido aos clientes, deve-se conversar com o cliente e negociar o seu melhor prazo de pagamento; para a variedade de produtos, a empresa deve aumentar a sua linha e a quantidade de produtos, para que os clientes encontrem tudo em um só lugar; quanto á assistência técnica, como a empresa já realiza deve aprimorá-la; devem-se fornecer aos clientes orientações técnicas, quanto ao uso dos produtos, forma de plantio, entre outras orientações; e ainda diversas outras vaiáveis que ajudem a empresa a vender mais e melhor para seus clientes, tudo com o objetivo de conquistar mais clientes, manter e fidelizar os clientes que a empresa tem. Conclusão Ao longo da realização desse presente estudo foi possível perceber qual a importância que a realização de um planejamento de marketing traz para a organização, pois atualmente com tanta concorrência no mercado, é necessário criar as melhores estratégias para que uma pequena empresa consiga sobreviver, conquistar clientes e ter sucesso nos seus negócios. Ao realizar um planejamento para a empresa é necessário definir primeiramente definir os seus referenciais estratégicos, tais como missão, visão, objetivos do negocio, entre outros para a organizaçãoestudada, que foi a Agropecuária Agroval, de Cândido Godói. Depois analisou-se o mercado de atuação da empresa, realizando uma pesquisa juntamente com os clientes e também com produtores rurais que não são clientes da empresa, para poder criar estratégias direcionadas ao público alvo da organização. Com base na pesquisa feita com os clientes, com as observações feitas na loja, e juntamente considerando a teoria abordada, elaboraram-se propostas para a empresa com varias sugestões de melhoria e novas oportunidade me relação aos produtos, ao preço, a praça, as promoções, ao ambiente da loja, ao atendimento oferecido aos clientes, e ainda em relação à concorrência. Também ao final do 9 trabalho foram elaborados planos de ação para a empresa colocar e prática as estratégias propostas. Portanto, pode-se concluir que a elaboração de um plano de marketing deve ser bem planejada, considerando diversas variáveis, para a empresa resulta em ótimas oportunidades para a mesma, possibilitando alternativas para manter e fidelizar os clientes, e para crescer e ter sucesso no mercado de trabalho. O trabalho também é de grande importância para a Universidade, pois proporciona uma amostra da opinião dos clientes do varejo agropecuário. Palavras-Chave: Agropecuária; Cliente; Marketing; Planejamento; Produto; Referências: GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2002. COBRA, Marcos. Administração de Marketing. 2. ed. São Paulo: Editora Atlas S. A., 1992. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 1995. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Plano de marketing para micro e pequena empresa. 2 ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2001. ROESCH, Silvia Maria Azevedo. Projetos de Estágio e de Pesquisa em Administração: guia para estágios, trabalhos de Conclusão, Dissertações e Estudo de Caso. 2. ed. Editora Atlas S.A., 1999. 10 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Ferramentas de marketing que o varejista dispõe....................................27 Figura 2 – Fluxograma de tarefas para o planejamento de marketing.......................36 Figura 3 – Os quatro P’s do mix de marketing...........................................................56 Figura 4 – Análise do Ambiente.................................................................................76 Figura 5 – Agropecuárias em que o público alvo costuma comprar mais..................79 Figura 6 – Agropecuária Favorita...............................................................................80 Figura 7 – Qual Agropecuária é a Segunda Opção...................................................81 Figura 8 – Qual agropecuária não frequentaria..........................................................82 Figura 9 – Gênero......................................................................................................89 Figura 10 – Faixa Etária.............................................................................................89 Figura 11 – Estado Civil.............................................................................................90 Figura 12 – Número de Moradores por Propriedade..................................................91 Figura 13 – Tamanho da Propriedade Rural..............................................................92 Figura 14 – Atividade Desenvolvida em cada Propriedade.......................................93 Figura 15 – Frequência de Compra dos Clientes nas Agropecuárias........................93 Figura 16 – Motivos que Despertam a Necessidade de Compra...............................94 Figura 17 – Fonte de Informações para a Compra....................................................95 Figura 18 – Motivos para a Escolha de Determinada Loja.........................................96 Figura 19 – Quem Decide pela Compra.....................................................................97 Figura 20 – Quem Costuma Realizar a Compra........................................................98 Figura 21 – Valor Mensal Gasto com Compras nas Lojas Agropecuárias.................98 Figura 22 – Preferência de Compra ao Necessitar do Produto..................................99 Figura 23 – Como Conhecem as Lojas Agropecuárias............................................100 Figura 24 – Horário em que Costumam Ouvir Rádio...............................................101 Figura 25 – Produtos Agropecuários mais Comprados............................................102 Figura 26 – Melhor Período do Dia para Frequentar a Loja Agropecuária..............103 Figura 27 – Tipo de Plantação Cultivada no Verão e no Inverno.............................104 Figura 28 – Grau de Importância em Relação aos Produtos Agropecuários...........105 Figura 29 – Grau de Importância em Relação ao Preço..........................................116 Figura 30 – Grau de Importância em Relação à Localização..................................120 11 Figura 31 – Grau de Importância em Relação à Promoção.....................................123 Figura 32 – Exposição da empresa na feira.............................................................127 Figura 33 – Grau de Importância em Relação Ambiente da Loja............................128 Figura 34 – Layout da Agropecuária Agroval...........................................................132 Figura 35 – Antes e Depois da organização com uma Linha de Produto................135 Figura 36 – Fachada atual da empresa....................................................................135 Figura 37 – Modelo de fachada para a empresa.....................................................136 Figura 38 – Grau de Importância em Relação ao Atendimento...............................137 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Plano de Ação para o mix Produto........................................................140 Quadro 2 – Plano de Ação para o mix Preço...........................................................141 Quadro 3 – Plano de Ação para o mix Praça...........................................................141 Quadro 4 – Plano de Ação para o mix Promoção....................................................142 Quadro 5 – Plano de Ação para o Ambiente da Loja...............................................143 Quadro 6 – Plano de Ação para o Atendimento.......................................................143 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – O que a agropecuária favorita tem de melhor..........................................83 Tabela 2 – Sugestões ou Críticas para a Agropecuária Favorita...............................86 Tabela 3 – Necessidade não atendida pelas agropecuárias do município..............112 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO .................................................................... 16 2.1 Apresentação do Tema ....................................................................................... 16 2.2 Caracterização da Organização .......................................................................... 18 2.3 Questão de Estudo .............................................................................................. 19 2.4 Objetivos ............................................................................................................. 20 2.4.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 20 2.4.2 Objetivos Específicos .......................................................................................20 2.5 Justificativa .......................................................................................................... 20 3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 23 3.1 Varejo .................................................................................................................. 23 3.1.1 Varejo Agropecuário ......................................................................................... 29 3.2 Planejamento de Marketing ................................................................................. 32 3.3 Referenciais Estratégicos .................................................................................... 41 3.4 Análise do Ambiente ........................................................................................... 44 3.5 Marketing Estratégico .......................................................................................... 48 3.6 Composto de Marketing ...................................................................................... 57 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 65 4.1 Classificação da Pesquisa ................................................................................... 65 4.2 Universo Amostral e Sujeitos da Pesquisa .......................................................... 68 4.3 Coleta de Dados .................................................................................................. 68 4.4 Análise e Interpretação dos Dados ..................................................................... 70 5 PLANO DE MARKETING PARA A AGROPECUÁRIA AGROVAL ......................... 71 5.1 A Organização ..................................................................................................... 71 5.2 Referenciais Estratégicos .................................................................................... 73 5.3 Planejamento e Marketing Estratégico ................................................................ 75 5.3.1 Concorrência .................................................................................................... 78 5.4 Perfil do Público Alvo do Varejo Agropecuário .................................................... 88 13 5.4 Produtos ............................................................................................................ 105 5.5 Preço ................................................................................................................. 115 5.6 Praça ................................................................................................................. 120 5.7 Promoção .......................................................................................................... 123 5.8 Apresentação da Loja........................................................................................ 128 5.9 Atendimento ...................................................................................................... 136 5.11 Plano de Ação ................................................................................................. 139 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 145 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 147 ANEXOS ................................................................................................................. 152 APÊNDICES ............................................................................................................ 157 14 1 INTRODUÇÃO Um dos grandes desafios das empresas nos dias de hoje é a competitividade que vem aumentando nos últimos anos, sendo cada vez maior o número de empresas que surgem dispostas a atender a necessidade dos clientes da melhor maneira possível. Com isso, os empresários precisam criar estratégias que estejam de acordo com as necessidades e desejos dos clientes e da empresa, para continuarem vendendo seus produtos e serviços. O número de novas empresas que surgem a cada ano, principalmente as micro e pequenas empresas, é bastante significativo, porém é elevado o número de empresas que não conseguem sobreviver até três anos no mercado. Isso demonstra que os empresários que não estiverem preparados para ter algum diferencial, serem competitivos no mercado, e terem elaborado boas estratégias, correm o risco de fechar suas portas. Portanto, devido a forte concorrência e a necessidade de atender aos clientes da melhor maneira possível, é importante que os empresários, principalmente das micro e pequenas empresas, tenham o marketing como um grande aliado, e a realização de um plano de marketing na empresa proporciona o desenvolvimento de estratégias que irão atender os seus objetivos. Diante disso, o presente relatório tem como objetivo apresentar um planejamento de marketing na empresa Agropecuária Agroval, direcionando suas estratégias ao atendimento das necessidades de seus clientes, juntamente com a obtenção de uma significativa amostra de qual é a percepção, opinião e a satisfação do público-alvo com o varejo agropecuário, e desenvolver estratégias orientadas para as vendas e para o marketing. Para uma melhor compreensão, o presente estudo encontra-se dividido em cinco capítulos, o primeiro refere-se à introdução do estudo. No segundo capítulo encontra-se a contextualização do estudo, onde apresenta-se o tema que foi estudado, a característica da organização objeto de estudo, a delimitação do problema, os objetivos geral e específicos, e a justificativa de seu desenvolvimento. Em seguida encontra-se o referencial teórico, onde está a base teórica que foi utilizada para a realização do presente estudo, por meio da qual é evidenciado o tema, e são abordados assuntos relacionados com o setor do varejo, marketing 15 estratégico, planejamento de marketing, referenciais estratégicos, análise do ambiente e composto de marketing. O capítulo quatro concentra-se na metodologia da pesquisa, sendo apresentado à classificação da pesquisa, o universo amostral e sujeitos da pesquisa, a coleta de dados, e a análise e interpretação dos dados. O último capítulo que concentra-se no plano de marketing para a empresa Agropecuária Agroval, onde estão a apresentação e análise dos resultados obtidos, juntamente com sugestões para cada uma das varáveis, tais como o marketing estratégico, os produtos, o preço, a praça ou localização, a promoção, o ambiente interno e externo, o atendimento aos clientes, e a concorrência. E ainda apresenta- se o plano de ação realizado para a aplicação das estratégias e sugestões na empresa estudada. E por fim encontram-se a conclusão deste estudo, com uma síntese do que conseguiu-se aprender com este estudo, dos conhecimentos que esse estudo proporcionou, e ainda as referências bibliográficas, os anexos e os apêndices. 16 2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO Este capítulo está composto pela apresentação do tema do presente estudo, bem como a caracterização da organização que foi escolhida, a questão do estudo, além dos objetivos geral e específicos, e a justificativa. 2.1 Apresentação do Tema No contexto atual as empresas fazem parte da vida do consumidor e comprador cada vez mais, a maior parte dos produtos que são consumidos e utilizados pelo público em geral são comprados em algumas das milhares de empresas espelhadas pelo nosso planeta, dos mais diferentes ramos de negócio. Os diversos produtos que existem são primeiramente industrializados por empresasde um setor específico, onde são repassados para distribuidores e atacadistas, estes por fim, revendem aos varejistas, os quais disponibilizam os produtos ao consumidor final. Com isso, há um grande ciclo existente por trás de cada produto, cabendo ao varejista à escolha de qual ramo de atividade irá atuar, quais produtos terá disponível, para quais clientes, quais serão as empresas atacadistas e fornecedoras que o empresário irá comprar seus produtos para revender depois, entre outras inúmeras decisões. Atualmente um dos grandes desafios das empresas é o atendimento às necessidades dos consumidores, que estão cada vez mais exigentes, buscam a máxima qualidade, e esperam satisfazer os seus desejos e necessidades. Outro desafio é o grande número de empresas concorrentes que surgem a cada dia, ano após ano o surgimento das novas empresas vem aumentando consideravelmente, empresas que estão dispostas a atender melhor o consumidor. Por outro lado há também um grande número de empresas que fecham suas portas todos os dias, pois de cada 100 empresas que surgem, 48 empresas fecham suas portas em até três anos. (UOL 2012, apud IBGE 2011). Portanto é necessário que os gestores tenham o marketing como um grande aliado, para que se tenha um diferencial estratégico nas empresas. Segundo Cobra (1992) o marketing tem como objetivo central a troca entre consumidor e a empresa, onde a organização oferece um pacote de soluções frente às necessidades do consumidor gerando uma relação de troca entre as partes. 17 Para Cobra (1992), o composto de marketing busca satisfazer as necessidades dos consumidores, ofertar produtos com boa qualidade, além de opções de modelos, estilos, embalagens sedutoras, marcas e embalagens atraentes, ou seja, características que atendam as preferências do consumidor. Portanto, a satisfação exerce grande influência sobre a escolha e comportamento de cada indivíduo, onde cada organização pode avaliar a opinião de seus clientes a seu respeito através de uma pesquisa de satisfação aplicada a eles. Cada empresa tem a necessidade de vender os seus produtos e serviços, o que é um objetivo de todas, mas caso isso não ocorra, a empresa ficará sujeita a fechar suas portas, e vender não é somente ter um bom produto ou serviço e oferece-lo a todos. Portanto, administrar o processo das vendas de uma empresa é algo bem mais complexo, e primeiramente é necessário ter uma atenção voltada à área de marketing da empresa, o que fará com que as vendas possam ocorrer de forma mais produtiva. Para Cobra (1994), existem várias técnicas de vendas que podem ser praticadas por uma empresa, incluindo coisas mais simples, como a entrega de produtos, até algo mais complexo, como a solução de um problema. Saber realizar vendas é algo essencial para a sobrevivência de uma empresa, portanto essa essência se refere ao marketing contribuir para a geração de demanda, para que as vendas possam geram negócios. Dessa maneira, a gestão adequada de marketing precisa conhecer os dados atuais do mercado, aperfeiçoar as ações da empresa, e junto aumentar o interesse das pessoas nos produtos que ela oferece. (SEBRAE, 2015). Segundo Kotler (2000), o marketing é um processo em que os indivíduos e grupos são atraídos até uma organização para adquirir algo que desejam ou necessitam através da criação, oferta e livre negociação de produtos, serviços ou ideias, o que gera valor entre a empresa e o mercado consumidor. A partir de ações destinadas ao público certo, entra em ação a gestão de vendas da empresa, portanto de acordo com Futrell (2003), a venda se refere a um dos vários componentes de marketing, onde a venda pessoal consiste na comunicação de informações destinadas a um indivíduo com o objetivo de convencê-lo a comprar algo. Portanto, uma adequada gestão de vendas e de marketing são essenciais para a empresa que deseja crescer, pois marketing e vendas andam sempre juntos, sem isso não haverá bons negócios. 18 Para que uma empresa possa se tornar competitiva e alcançar o sucesso e crescimento, a realização de um plano de marketing é algo essencial, pois irá auxiliar no desenvolvimento e implementação de ações adequadas ao que o mercado exige. Conforme Las Casas (2001), um plano de marketing busca estabelecer objetivos, metas e estratégias do composto de marketing de acordo com o plano estratégico geral da empresa. Portanto, o plano de marketing identifica as oportunidades que a empresa tem, definindo estratégias necessárias para estar de acordo com os objetivos da organização, buscando a satisfação das necessidades dos consumidores e a sobrevivência da organização. A partir desses conceitos, o presente estudo buscou realizar um planejamento de marketing, analisando as funções de marketing e vendas existentes na organização Agroval Comércio de Implementos Agrícolas Ltda. Com isso foi possível evidenciar que cada empresa, incluindo as micro e pequenas, necessitam voltar seus esforços para os componentes de marketing, e com isso dar ênfase a sua gestão de vendas, o que irá garantir sua permanência e sucesso num mercado que encontra-se cada vez mais competitivo. Também foi levado em consideração à opinião e satisfação dos clientes sobre o varejo agropecuário, pelo fato de ser fundamental o atendimento as suas necessidades, o que é uma ferramenta de diferencial para a criação das estratégias de marketing e de vendas da organização. 2.2 Caracterização da Organização Por meio de uma organização torna-se possível perseguir e alcançar certos objetivos que seriam trabalhosos para uma pessoa alcançar sozinha, assim afirma Maximiano (1995). Dessa maneira a organização estudada é a Agropecuária Agroval, sua razão social é Agroval Comércio de Implementos Agrícolas Ltda., que localiza-se na Avenida Alvorada, nº 83, município de Cândido Godói, região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Conta com o seguinte CNPJ: 92.330.570/0001-73, possui como contato os telefones: (55) 3548-1328, e (55) 9913-2759. A empresa possui como modelo de tributação o Simples Nacional, se caracterizando com Micro Empresa (ME), do ramo do varejo agropecuário, ou seja, a comercialização de seus produtos destinam-se principalmente à agricultura e à itens e equipamentos para a produção pecuarista. Sua principal atividade baseia-se principalmente na comercialização de produtos e equipamentos para a produção de leite, como ordenhadeiras e seus 19 acessórios, além de sementes para pastagens, sementes de milho, rações para aves, bovinos, alevinos, entre outros. Também comercializa equipamentos que auxiliam o agricultor, como motosserras, roçadeiras, e peças para essas máquinas e diversas outras marcas. A empresa teve sua abertura 19 de outubro de 1988, mas sua situação cadastral apresenta a data de 23 de dezembro de 2000. A organização já teve outros proprietários, e foi negociada por várias vezes. A partir de fevereiro do ano de 2011, a empresa foi novamente negociada, sendo adquirida pelo Sr. Marcelo S. Grosmann, o qual já possuía experiência anterior de trabalho em outras empresas do mesmo ramo, a ainda possuí formação na área. A empresa permaneceu durante um ano no mesmo endereço, e no ano seguinte foi adquirido um novo prédio, dessa vez próprio, que encontra-se no endereço atual, sendo uma melhor localização. Desde então a empresa tornou-se mais conhecida, conquistou novos clientes, e ampliou sua linha de produtos. Atualmente a empresa tem um quadro funcional de apenas dois colaboradores, um deles é o sócio proprietário, e a outra é uma auxiliar geral, as diferentes funções da empresa são feitas por amboscolaboradores, onde a responsabilidade maior pertence ao gestor proprietário. 2.3 Questão de Estudo Os processos de marketing vêm se tornando cada vez mais fundamentais para um bom desempenho das empresas, especialmente nos pequenos negócios, principalmente devido a grande quantidade de novas empresas que vem surgindo, muitas vezes sem um preparo adequado para encarar o mercado, onde o objetivo principal é somente o lucro e sucesso. Contudo, para o verdadeiro sucesso e crescimento, é necessário atenção aos fatores fundamentais, como as ferramentas estratégicas de marketing, ou seja, um desenvolvimento de plano de marketing, contribuindo assim para o diferencial e um melhor posicionamento de cada empresa, além de melhorias no ambiente interno da empresa e eficiência e satisfação no atendimento das necessidades dos clientes. Dessa maneira, torna-se importante um planejamento de marketing na empresa estudada, principalmente em relação a grande concorrência existente no mercado, fazendo com que a empresa busque produtos, serviços e atendimento 20 diferenciado, para que haja o desenvolvimento de estratégias de marketing voltadas ao atendimento a as vendas. Portanto, a questão do presente estudo é: Quais as estratégias de marketing podem ser adotadas para a empresa Agropecuária Agroval melhorar as suas vendas e ser eficiente no atendimento aos seus clientes? 2.4 Objetivos O objetivo geral e os específicos determinam como será a atuação do pesquisador do presente estudo perante a empresa investigada para a elaboração do Plano de Marketing, e ao mesmo tempo atender ao espaço acadêmico por meio do Trabalho de Conclusão de Curso. 2.4.1 Objetivo Geral Analisar as estratégias de marketing que podem ser utilizadas pela empresa, para melhorar as suas vendas e ser eficiente no atendimento aos clientes. 2.4.2 Objetivos Específicos Os objetivos específicos deste estudo são: a) Identificar as estratégias de marketing utilizadas pela empresa em seu mercado de atuação. b) Analisar o mercado em que a empresa encontra-se inserida, e como ele interfere sobre as estratégias da organização. c) Realizar pesquisa com o público-alvo da Agropecuária Agroval, sobre a opinião que eles têm em relação ao varejo agropecuário. d) Elaborar um planejamento de marketing, aprimorando as estratégias existentes, considerando a opinião do próprio cliente. 2.5 Justificativa No contexto atual pode-se perceber que o número de empresas existentes no nosso cotidiano é enorme, e o número de concorrentes também vem aumentando, devido a isso a realização de um plano de marketing vem se tornando essencial para as organizações que desejam sucesso. O plano de marketing não é indicado apenas para as grandes empresas, ele pode ser elaborado também para as pequenas, podendo ser criado um plano especial, levando em consideração os seus 21 objetivos, as necessidades dos seus clientes, criando assim estratégias voltadas ao que o público prefere. Com base em dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2011), percebe-se que a maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) gerado pela economia brasileira é proveniente do comércio e do serviço, o que representa 58% do total que é gerado no país, os demais valores econômicos são resultantes de indústrias (22%), impostos (15%) e agropecuária (5%). Já os pequenos negócios, ou seja, as micro e pequenas empresas, que fazem parte desses 58%, passaram de 23% de representação no PIB brasileiro em 2001 para 27% em 2011, consequentemente, o empreendedorismo brasileiro vem crescendo significativamente nos últimos anos, sendo importante o incentivo e a qualificação desses profissionais de empreendimentos de menor porte, pois juntos representam os principais geradores de riqueza no comércio brasileiro. (IBGE, 2011 apud DEEPASK, 2012). Em razão do aumento das pequenas empresas no país, aumenta também a competitividade existente entre elas, e com um mundo cada vez mais globalizado, com mudanças e evoluções frequentes, principalmente no setor do varejo, torna-se necessário a elaboração de um plano de marketing para ter vantagens competitivas e conseguir sobreviver no mercado, juntamente conquistando o sucesso da organização. A elaboração de um plano de marketing para a Agropecuária Agroval se deu pelo fato da empresa ser pequena, não ter desenvolvido formalmente estratégias frente a grande competitividade existente na região, nem ter formalmente definido quais serão suas estratégias de marketing e vendas, porém, isso ocorre de acordo com a visão do empresário. Dessa maneira, o plano de marketing para a empresa contribui com estratégias voltadas às necessidades de marketing existentes a fim de obter as melhores práticas para os negócios da organização. Por isso, é de grande importância a realização do plano de marketing para a organização em estudo, para que ela consiga superar a concorrência, conquistar clientes, atender às suas necessidades, e ter sucesso em seu negócio. A importância do estudo se deu inclusive para a acadêmica, pois proporcionou o conhecimento necessário sobre o composto de marketing, sobre vendas, e também uma amostra de como se encontrou a satisfação dos clientes e público-alvo de sua própria empresa. Também considera-se todo o conhecimento 22 que foi obtido com o tema estudado, para ser possível aperfeiçoar as estratégias estabelecidas, juntamente com as práticas adotadas no que se refere ao marketing da empresa, as vendas e o atendimento aos clientes, buscando sempre o sucesso da organização. Para a universidade o estudo proporcionou mais um exemplo da importância das micro e pequenas empresas para a economia brasileira, afirmando que as pequenas empresas precisam ter uma gestão que tenha um olhar voltado para o sucesso e crescimento da pequena organização. Também foi evidenciada a importância da elaboração de estratégias de marketing, de vendas, e ainda da pesquisa junto com aplicação de questionários em relação a como se encontra percepção e a satisfação dos clientes e do público-alvo da empresa estudada, e a importância que eles deram para itens relacionados ao composto de marketing existente no varejo agropecuário. 23 3 REFERENCIAL TEÓRICO O presente capítulo busca apresentar a fundamentação teórica baseada em autores com teorias relativas ao tema do estudo, no que se refere ao setor do varejo, marketing estratégico, planejamento de marketing, referenciais estratégicos, análise do ambiente e composto de marketing. 3.1 Varejo São várias as definições relacionadas ao varejo, e conforme Spohn (1977 apud LAS CASAS, 1994), o varejo é a atividade comercial que é responsável por fornecer produtos e serviços que os consumidores desejam. Compreendendo assim, todo o processo de compra de uma quantidade significativa de produtos de fornecedores e empresas atacadistas para disponibiliza-los à venda em quantidades menores ao consumidor final, ou seja, a essência é a comercialização de produtos ao consumidor final. De acordo com Parente (2000), os varejistas integram um sistema de marketing complexo, ou seja, são elementos importantes, mas não únicos, pois dependem da interação com outros agentes, como os fornecedores e atacadistas, por exemplo. Com isso, o varejo pode ser definido como um elo entre o nível de consumo e o nível de atacado ou produção. O papel do varejista é comprar, receber, e estocar o produto, para oferecer aos consumidores no tempo e local certos da aquisição do produto. Portanto, Parente (2000), afirma que a definiçãode varejo consiste em todas as atividades que envolvem o processo de venda dos produtos e serviços com o intuito de atender a uma necessidade do consumidor final. Dessa maneira, o varejista é qualquer organização cuja atividade consiste na venda de produtos e serviços ao consumidor final. O comércio varejista existe desde a antiguidade, desde os registros mais antigos encontraram-se sinais da existência de comércio de atacadistas e varejistas. Las Casas (1994) afirma que desde a época do império romano as lojas tornaram-se bastante numerosas em Roma e outras cidades, sendo que a maioria tinha uma placa informando o tipo de mercadoria trabalhada. Kotler e Armstrong (1995) afirmam que o varejo envolve todas as atividades no que se refere à venda de produtos ou serviços, destinados ao consumidor final 24 para o uso pessoal, incluindo os fabricantes, atacadistas e varejistas que vendem ao consumidor, indiferente da forma como vendem, podendo ser por venda pessoal, correio, telefone, e máquina automática, ou do local em que é vendido, como em lojas, na rua, nas residências, por exemplo. Segundo Cobra (1992), no varejo há quatro características que são consideradas importantes, a primeira refere-se ao consumidor ser o primeiro quem inicia a compra. A segunda característica é que o varejo tem um sentido de urgência, pois as pessoas desejam comprar e usar as mercadorias imediatamente. Em seguida é a venda, que é feita em pequenas quantidades. E por fim, o varejo tem uma localização fixa, e necessita atrair compradores, pois não podem ir até eles. Cobra (1992) afirma ainda que o setor do comércio varejista é altamente influenciado pelos fatores econômicos e financeiros, como no caso de ocorrer alguma crise enérgica, fazendo com que as pessoas economizem no uso do combustível e limitem-se a não irem a lojas distantes, e não realizarem as compras no varejo. A partir da metade do século XVI surgiram lojas de mercadorias gerais, tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos, que comercializavam praticamente tudo, servindo como centro de reuniões do setor rural, pois muitos compradores se dirigiam aos estabelecimentos apenas para buscar informações e conversar. Posteriormente foram surgindo empresas que comercializavam por catálogo, juntamente com o aparecimento da estrada de ferro, por meados de 1872. Já no início do século XIX, apareceram as lojas de departamentos, casas de vendas por correio postal e demais lojas em cadeia, assim afirma Las Casas (1994). De acordo com Kotler (1998), o varejo é responsável por atividades envolvidas com o comércio de bens e serviços, e estão ligados diretamente ao processo de venda de produtos ou serviços que busquem atender as necessidades pessoais do consumidor final. Conforme Las Casas (1994), no Brasil o comércio de varejo começou ainda na época em que o país era colônia de Portugal, o qual controlava essas operações. O comércio brasileiro foi estabelecido no crescimento das produções de pecuária, agrícola e de mineração. Seu crescimento ocorreu na época da República, e a partir desse período uma série de novos varejistas surgiu no Brasil, tornando-se uma tendência de crescimento. 25 Kotler (2000), afirma que há vários tipos de organizações de varejo, e que novos formatos irão continuar a surgir, existindo varejistas de loja, sem lojas, e organizações de varejo. Portanto, Las Casas (1994) afirma que a evolução histórica do varejo brasileiro e de outros países está diretamente relacionada ao cenário em que se encontram e a infraestrutura de cada cidade. Também é necessária uma concentração mercadológica, que envolve a demanda de pessoas, dinheiro, autoridade e disposição para comprar. Outro fator que também é determinante para o crescimento das cidades e das lojas varejistas é a facilidade de acesso de transporte e de comunicações, o que pode ser percebido ao comparar o comércio de cidades capitais que são mais populosas com das cidades interioranas. Segundo Kotler (2000) os consumidores conseguem comprar produtos e serviços em uma grande variedade de lojas, os tipos mais importantes de lojas de varejo são mencionados por Kotler (2000, p. 540-542), como: - Loja de especialidade: onde a linha de produtos é mais restrita, porém com uma grande variedade, como são os exemplos de lojas de vestuário, lojas de artigos esportivos, lojas de móveis, floriculturas, livrarias, entre outras; - Lojas de departamentos: são aquelas que possuem várias linhas de produtos, onde cada linha é operada por um departamento separado, gerenciado por compradores ou expositores especializados; - Supermercados: são lojas com operações de autosserviço, com lugares grandes, de baixo custo, baixa margem e alto volume, projetados para atender as necessidades de alimentação, higiene, e limpeza doméstica; - Lojas de conveniência: são lojas pequenas, localizadas próximas as áreas residenciais, funcionando em horários prolongados, e com uma linha de produtos de conveniência limitada, mas com alta rotatividade, e preços mais elevados; - Lojas de descontos: possuem mercadorias consideradas padrão com preços mais baixos, com margens menores e volume maior, vendem geralmente a preços mais baixos e oferecem principalmente marcas nacionais. - Varejista off-prince (de liquidação): as mercadorias são compradas a preços mais baixos que de certos atacadistas e vendidas a preços inferiores aos do varejo, são sobras de mercadorias, pontas de estoque e produtos com defeito, é o caso das lojas de fábrica, lojas de desconto independente, e clube de atacadistas. 26 - Superloja: essas ocupam um espaço médio de 3.500 m² de áreas de vendas, vendendo praticamente todos os itens. Também oferecem serviços como lavanderia, consertos de sapatos, troca de cheques e pagamento de contas. Incluem as lojas combinadas, vendendo alimentos e remédios, e ainda os hipermercados, que combinam supermercados, lojas de desconto e varejo de grandes estoques; - Showroom de vendas por catálogo: contemplam uma ampla seção de mercadorias de alto preço, alta rotatividade, e marcas vendidas com descontos. Refere-se a encomendas em que os clientes fazem de um catálogo na loja e retiram a mercadoria na área de entrega dentro da loja. Sobre a importância do varejo, Cobra (1992) afirma que como canal de distribuição, o varejo desempenha um papel muito importante no marketing, pois as decisões estratégicas de produto, comunicação e preço dependem do varejo. Portanto é preciso que haja harmonia com as estratégias de fabricantes ou atacadistas com as estratégias da loja varejista. Com isso, pode-se afirmar que a aplicação dos conceitos de marketing no varejo é fundamental, assim como a orientação que é repassada ao consumidor, uma vez que “eles são a ligação entre os produtos ou serviços e seus compradores”. (COBRA, 1992, p. 507). De acordo com Las Casas (1994), a vantagem do varejo representa uma redução no número de contatos, sendo uma redução de custo para as fábricas e atacados, que teriam que assumir todos os custos que o varejo possui. E ainda proporciona maior especialização por parte dos varejistas, ao tipo de atividade ou ramo que estes venham a se dedicar, proporcionando também redução do custo operacional da empresa devido a sua especialização. De acordo com Miranda (1997), é preciso oito elementos básicos para que o varejo tenha um bom desempenho comercial: primeiramente é necessário ter uma localização favorável, incluindo o ponto, o tráfico e a área de influência; em seguida é preciso ter um layout adequado na loja, com seções, arranjos físicos, decoração, iluminação, entre outros; o terceiroelemento se refere à seleção das mercadorias e suprimento de estoque; após é preciso divulgar a loja varejista interna e externamente, com propagandas, por exemplo; depois devem-se expor as mercadorias e organizar as vitrines; também deve-se fazer demonstrações e ofertas diretas ao consumidor; é necessário ter uma operação de crediário; e por fim, serviços aos clientes, como atendimento pessoal e telefônico, entregas, assistência pós-venda, entre outros. 27 O consumidor final tem a vantagem da existência do comércio de varejo, que é proporcionada pela facilidade de “transferência do produtor ao consumidor com um esforço menor do que o necessário em trocas diretas.” (LAS CASAS, 1994, p. 14). Além disso, a especialização proporciona diversos benefícios de compra para os consumidores, como espaços para estacionamento, crédito direto, serviços de entrega, manutenção, entre outros. De acordo com Cobra (1992), o primeiro passo para aplicar estratégias de marketing no varejo é identificar as necessidades e desejos do seu público alvo, sendo necessário uma atenção especial para descobrir o que o consumidor deseja ou necessita, pois ao satisfazer essas necessidades, o varejista consegue atingir os seus objetivos de lucro. Para Churchill e Peter (2000), os varejistas podem fazer com que seus produtos e serviços sejam mais valiosos para seus clientes, criando um valor aos consumidores pelo atendimento de suas necessidades e desejos. Portanto, os clientes vão voltar nas empresas que se sentem mais valorizados, e bem atendidos. Por isso, é necessário que o varejista se dedique ao máximo em satisfazer o cliente, criando um laço de valor com ele. Portanto o varejista dispõe de certas ferramentas de marketing que vão possibilitar a ele atingir seu objetivo, satisfazer seu cliente e sobreviver num mercado cada vez mais competitivo, conforme está representado na figura 1. Figura 1 – Ferramentas de marketing que o varejista dispõe: Fonte: Cobra (1992, p. 506). 28 Conforme a figura 1, segundo Cobra (1992), o composto de produtos para o varejista refere-se à variedade de produtos que são oferecidos aos clientes, tendo uma amplitude da linha de produtos e da variedade do número de artigos dentro de cada linha. Já o composto do serviço que é oferecido tem seu custo repassado ao consumidor, com isso a concorrência força a prestação do serviço agregada ao produto ou serviço vendido. O composto de localização é uma das ferramentas mais eficazes que eliminam a insatisfação do consumidor, pois uma boa localização reduz o tempo de locomoção e custos psicológicos e físicos ao consumidor. O composto promocional informa ao comprador sobre as qualidades dos produtos do varejista, destacando ofertas, serviços prestados, localização e preço, para persuadi-lo a comprar. Ainda destaca-se o composto de preços, que é o mais utilizados pelos varejistas, pois representa o valor que o consumidor considera justo a pagar pela mercadoria a ser comprada, onde a política de preços pode afetar todos os outros compostos, precisando ser desenvolvida de acordo com os outros elementos para atingir os objetivos do varejista e satisfazer o comprador. Por fim, a figura 1 apresenta a organização e layout, pelo qual a organização do negócio deve estar voltada para satisfazer o consumidor, onde é necessário planejar, organizar e controlar as atividades. Já o layout da loja é de extrema importância para que seja possível conduzir o consumidor no processo de compra, facilitando “o acesso à loja, o tráfego, e o a atendimento de entrega e pós-venda.” (COBRA, 1992, p. 515). Para Parente (2000), os varejistas devem adotar novas estratégias de marketing para atrair clientes e torna-los fiéis, o que pode ser feito a partir de uma melhor localização, sortimento de produtos, sendo melhor do que a concorrência. Por tanto, Cobra (1992) destaca que tudo na loja deve ser organizado em função da atmosfera da organização, que se refere à decoração do interior e exterior da loja, arranjos e exposição dos produtos, sendo necessário praticar preços justos, ter um atendimento diferenciado, oferecer aos clientes até mesmo um bom aroma no interior da loja, cuidando inclusive das áreas de circulação de pessoas, como corredores, passarelas e escadas, tudo para que os clientes sintam-se da melhor maneira possível. 29 3.1.1 Varejo Agropecuário Segundo Cônsoli (2010), um dos setores varejistas pouco explorados no Brasil é setor do varejo agropecuário, que no Brasil é composto por 7.000 pontos de venda e apresenta uma movimentação financeira relevante. Os seus tipos de loja incluem lojas com mix de produtos bastante diversificado, que é direcionado aos pequenos produtores e os consumidores finais, e até lojas que são mais especializadas, com uma variedade de produtos menor, e direcionada aos médios e grandes produtores rurais. Conforme Nakamura (2015), o varejo agropecuário atende uma ampla variedade de clientes e consumidores, envolvendo desde consumidores empresariais, como os produtores rurais, e consumidores pessoais, como pessoas que residem em sítios e chácaras, e os compradores urbanos. De acordo com Marino e Neves (2008, apud CÔNSOLI, 2010, p. 04), o setor de distribuição dos produtos agropecuários no Brasil é formado por um conjunto de empresas que são responsáveis pela compra dos insumos dos fabricantes para revender aos produtores agrícolas e pecuaristas, que na maioria das vezes são chamadas de revendas agropecuárias. Portanto, destaca-se a importância dessas empresas no desenvolvimento do agronegócio como um todo, devido ao fato de serem capazes de prestar serviços, ter disponibilidade de produtos, novas tecnologias, e pela oferta de crediário por parte delas. Para atender aos agricultores e pecuaristas, segundo Nakamura (2015), o mix de produtos comercializados pelo varejo agropecuário é definido de acordo com a cultura, que envolve flores, hortaliças, frutas e grãos, ou a criação que é predominante na região, como bovinos, aves, suínos, ovinos, entre outros. Dessa maneira, a lista de produtos pode variar de defensivos agrícolas, fertilizantes, a nutrição animal e medicamentos veterinários. O sortimento de itens pode variar entre acessórios e equipamentos agrícolas como equipamentos de proteção individual, roçadeiras, motosserras, lavadoras de alta pressão, e ferramentas em geral. Essas revendas, que atendem produtores rurais, na maioria dos casos atuam com insumos e acessórios para atividade de lazer destinados também aos clientes urbanos, que são jardinagem amadora, itens de pesca, animais de estimação, e ainda inseticidas. Conforme Castro (2008, apud CÔNSOLI, 2010, p. 05) a atuação dos varejistas de insumos no Brasil, tem como foco principal a geração de receita com base na venda de insumos e da prestação de serviços, como a assistência técnica 30 desses produtos. Por isso, o mix dessas empresas varejistas varia entre bens físicos, ou apenas serviços, ou ainda um conjunto de bens e serviços. De acordo com Nakamura (2015, p. 01) “o atendimento no varejo agropecuário é realizado através de venda assistida, ou seja, o comprador conta com a assistência e orientação de um vendedor para a escolha de um produto.” Portanto, o desempenho dos profissionais de venda na loja rural tem grande influência no resultado financeiro do estabelecimento. Ou seja, ao entrar na loja, o produtor rural tem contato primeiramente com o vendedor, o qual busca solução para seu problema específico, como na plantação, rebanho ou instalações rurais. Outros já buscam na revenda orientações quanto à aplicação de produtos ouassistência para alcançar os melhores resultados. Por isso, Nakamura (2015) destaca a importância que os vendedores das agrorevendas têm de se manterem atualizados, com desenvolvimentos tecnológicos, lançamentos, e uso adequado dos diversos insumos utilizados na agricultura e pecuária. Outra questão importante é o vendedor atender e receber sempre bem aos clientes, pois o vendedor é que está na linha de frente do estabelecimento. Portanto, é preciso ouvir aos clientes, saber das suas necessidades, e oferecer uma solução ao problema apresentado, para vender ao cliente o que ele realmente necessita. Segundo Marino e Neves (2008, apud CÔNSOLI, p. 08), existem algumas oportunidade e ameaças que podem vir a surgir entre as revendas agropecuárias, as ameaças incluem: - Escassez de crédito: o volume de credito rural é insuficiente perante o endividamento do setor, fazendo com que as lojas agropecuárias atuem na concessão de crédito; - Inadimplência: índice elevado de inadimplência na venda dos insumos agrícolas, sendo necessário reavaliar o crédito concedido; - Crescimento de culturas menos intensivas de insumos: onde predomina outras culturas como cana-de-açúcar ou há áreas de reflorestamento; - Aumento da oferta de produtos genéricos: estima-se uma diminuição no prazo para registros dos produtos genéricos, gerando crescimento das empresas com participação em produtos genéricos, e importações de produtos de outros países como a China. - Pirataria: aumento de produtos piratas e provenientes de contrabando; - Indefinição sobre regras de transgênicos: tornando o mercado indefinido; 31 - Crescimento de lavouras transgênicas e redução do mercado de defensivos; - Políticas de gestão de canais dos fornecedores; - Roubos: aumento de roubos e encarecimento de seguros; - Maior fiscalização: no recolhimento de embalagens; - Modelos econômicos de revendas: revendas sem serviços agregados, gerando redução de custos para essas; - Trocas: pacote de trocas entre produtor e empresas compradoras de insumos, diminuindo a influência da revenda; - Concentração de fabricantes: alta concentração de indústria agroquímica, dificultando a negociação com os fabricantes; Já as oportunidades listadas pelo mesmo autor incluem: - Serviços de armazenagem: onde o produtor necessita serviços de armazenagem e logística; - Negócios com culturas de bioenergia: aumento das áreas destinadas à produção de agroenergia; - Parcerias com grupos estrangeiros: possibilidade de atrair capital estrangeiro; - Oportunidade de oferecer serviços de orientação: os produtores valorizam ações que ajudam a administrar a propriedade rural de forma mais eficiente; - Novas tecnologias: disponibilidade de novas tecnologias que atendam as necessidades dos clientes, diminuindo os seus custos operacionais; - Usar segmentação: clientes com perfis e necessidades diferentes; - Proximidade com fabricantes: onde alguns fornecedores podem estreitar relacionamento com algumas revendas; - Disponibilizar seguros agrícolas: os seguros agrícolas possibilitam uma viabilidade econômica; - Aproveitar recursos governamentais: aqueles destinados para a agricultura familiar; - Desenvolver trabalho com agricultores de menor porte: em alguns locais do país a agricultura é desenvolvida por uma grande quantidade de pequenos produtores; - Iniciar trabalhos com agricultura de precisão: onde os produtores começam a se interessar mais pela agricultura de precisão; - Atuar em certificação: havendo necessidade dos produtores em certificar sua produção para exportação. 32 Portanto, conhecendo as ameaças e oportunidades, se torna importante que os varejistas agropecuários apresentem boas práticas de gestão para aproveitar ou evitar tais impactos, segundo Cônsoli (2010). Ainda Nakamura (2015) destaca-se que um bom profissional de vendas contribui para a fidelização de clientes, pois ao cliente sair satisfeito, ele retorna ao estabelecimento para comprar mais vezes, além dele ser um canal de propaganda para a loja, indicando a outros consumidores, gerando um ciclo positivo e benéfico para os negócios da revenda. 3.2 Planejamento de Marketing De acordo com Campomar e Ikeda (2006, p. 83), “o planejamento é um processo de antecipar eventos e condições futuras e determinar os cursos de ação necessários para alcançar os recursos organizacionais”. Já o planejamento estratégico é o processo de determinar os principais objetivos da organização, destinar recursos e iniciar ações para o alcance desses objetivos. O planejamento de marketing é o processo de eventos e condições futuras determinando a ação necessária para alcançar os objetivos de marketing, ou seja, “o planejamento de marketing envolve decidir, com alguns detalhes, o que alcançar em termos de atividade de marketing e como alcançar”. (CAMPOMAR e IKEDA, 2006, p. 84). Segundo Cobra (1992), o planejamento mercadológico é um processo desenvolvido pela empresa, com ações programadas, a fim de atingir aos seus objetivos, por meio de análises, avaliação, e seleção das melhores oportunidades. Com isso, o planejamento de marketing é uma ferramenta adotada pela gerência de marketing das empresas, por meio do qual configura-se um plano que conciliem as funções com os recursos disponíveis da empresa, para atingir aos seus objetivos. “O plano de marketing identifica as oportunidades mais promissoras no negócio para a empresa. Mostra como penetrar com sucesso, obter e manter as posições desejadas nos mercados identificados. Efetivamente, o plano de marketing é a base na qual os outros planos da empresa devem estar montados; define as metas, princípios, procedimentos e métodos que determinam o futuro; é efetivo, desde que envolva um compromisso por parte de todos os que contribuem para o sucesso, do presidente ao funcionário da expedição e embalagem, e à medida que ele esteja atualizado com o sempre mutável meio ambiente mercadológico.” (COBRA, 1992, p. 88). Para Las Casas (1994), uma das principais funções que um administrador varejista tem é a de planejar, pois o planejamento auxilia no direcionamento das atividades da empresa, levando em conta, o ambiente atual e a previsão futura da 33 empresa. Pode-se dizer que um bom planejamento é essencial para qualquer empresa. O ato de planejar ocorre quando há um objetivo a ser alcançado, definindo-se as formas de alcança-lo. O planejamento é um processo contínuo, sendo uma ferramenta de comunicação que envolve a todos os elementos do composto mercadológico, ou seja, envolvem os produtos, marcas, embalagens, preço, assistência oferecida ao cliente, vendas, propaganda, promoções de venda, merchandising, relações públicas, entre outros. Cobra (1992) afirma que o plano deve especificar o produto, mercado, região, e ainda definir quem, onde, quando, e como será feito, objetivando atingir as metas da empresa de maneira mais eficaz. Para Campomar e Ikeda (2006), os conceitos entre planejamento de marketing e plano de marketing estão conectados, mas não tem o mesmo significado. Com isso, há diferenças entre plano e planejamento, ou seja, planos são afirmações de ideias sobre onde e como uma organização quer chegar, sendo resultados do processo de planejamento. O plano de marketing é uma forma de projeto, combinando atividades inter-relacionadas, que devem ser desenvolvidas em sequência, para que a tarefa possa ser completada. Portanto, o plano de marketing é um dos resultados mais importantes do processo de administração de marketing, e pode beneficiar qualquer organização. Portanto, o planejamento é uma função da organização, um processo sistemático,ou exercício mental, enquanto o plano é o resultado do planejamento, formalizado por um documento por escrito. De acordo com Las Casas (1994) há dois tipos de planejamento, que são o informal e o formal. No planejamento informal, muitas vezes ele ocorre em um setor, ou no caso de pequenas empresas, não há estrutura e recurso suficientes, por isso existe os objetivos a serem atingidos, mas poucas vezes há um plano escrito. Já o planejamento formal é o contrário, pois baseia-se em uma metodologia e é escrito, e “para sua elaboração, há necessidade do domínio de certas técnicas e conceitos que levam a melhores resultados.” (LAS CASAS, 2001, p. 13). Porém, o planejamento formal traz várias vantagens para quem realiza que, segundo Las Casas (1994) são: - Racionalização dos recursos por serem explorados mais detalhes; - Comparação de estratégias com as estratégias que foram bem sucedidas nos períodos passados em que foram feitos registros; 34 - Maior atenção por parte dos colaboradores da organização, por ser um centro de atenção onde tem-se aumento nos negócios; - Maior participação de todos os envolvidos no processo de planejamento; - Há justificativa para as estratégias desenvolvidas em diferentes períodos do ano; - Auxílio em antecipar os problemas e as oportunidades, dando um direcionamento à empresa. Já Cobra (1992), afirma que os benefícios que uma empresa terá com um planejamento de marketing são: estimulação e otimização dos recursos da empresa, estabelecimento das responsabilidades e planejamento das tarefas; coordenação e otimização dos esforços; facilidade para avaliar e controlar os resultados e demais atividades; cria-se a consciência de que existem obstáculos e desafios que precisam ser superados; são identificadas oportunidades de mercado. Por isso, a realização do planejamento de marketing torna-se uma fonte de informação, para que ocorra um melhor desempenho do marketing, facilitando o alcance das metas da organização. Um plano de marketing acaba resumindo o planejamento estratégico da empresa, constituindo um processo de intenso raciocínio, coordenação de pessoas, recursos financeiro e utilização de materiais, com o foco central na total satisfação do cliente, assim afirma Ambrósio (1999, apud SPAREMBERGER e ZAMBELAN, 2008). O planejamento estratégico, segundo Kotler (1988, apud Las Casas, 2001, p. 13), “é um processo gerencial de desenvolver e manter uma direção estratégica que alinhe uma direção estratégica que alinhe as metas e os recursos da organização com suas mutantes oportunidades de mercado.”. O planejamento estratégico busca uma sintonia constante com o mercado, pois visa estar sempre disposto em adaptar a direção estratégica da empresa com as mudanças e oportunidades de mercado. Seus aspectos mais importantes se referem ao planejamento ser um processo, é caracterizado por análise de dados internos e externos, é orientado ao concorrente em vez de ser para o cliente, ocorre em vários níveis, e é também um processo multifuncional. De acordo com Mattar (2011), são três os níveis de planejamento em uma empresa, que se interagem: estratégico, tático e operacional. Onde um precede o outro, com o planejamento estratégico antecedendo o tático, e este ao operacional. O planejamento estratégico se refere à organização como um todo, por isso, ao se 35 planejar estrategicamente considera-se o ambiente interno e externo, fatores econômico-financeiros, políticos, concorrenciais e sociais. Os planejamentos táticos estão relacionados com as diferentes áreas da instituição, ou seja, são feitos planejamentos financeiros, de marketing, e de produção. Já os planejamentos operacionais são feitos para orientar a alocação de recursos entre as partes do plano tático, conforme as necessidades momentâneas. Las Casas (2001) revela que o plano de marketing busca estabelecer objetivos, metas e estratégias do composto de marketing, para que esteja em sintonia com o planejamento geral da empresa. O plano de marketing faz parte do plano estratégico abrangente de uma empresa, portanto, ao ser elaborado é necessário que ele esteja em perfeita sintonia com os objetivos estabelecidos pela administração da empresa, em longo prazo. Os fatores que interferem na necessidade de planejamento incluem: as características de uma empresa; a natureza do negócio, do marketing e do ambiente; o tamanho da empresa, e lucratividade; os números de marcas, participação no mercado, e investimentos; e ainda a taxa de crescimento no mercado, ameaça competitiva e capacidade de mercado. De acordo com Mattar (2011), o planejamento estratégico é conceituado por ser um processo gerencial, que possibilita estabelecer um rumo a ser seguido pela empresa, buscando a otimização da empresa com o seu meio. É caracterizado por envolver toda a empresa, abranger o longo prazo, definir diretrizes gerais (missão, visão, valores e objetivos), definir estratégias amplas, e ter como responsáveis a alta gerência junto com a alta direção. As fases do planejamento estratégico incluem: reunião de informações; análise da situação, definição de missão, visão, valores, objetivos, estratégias e decisões; elaboração e redação do plano estratégico; e controles e feedback. Ao elaborar o documento de um plano de marketing, segundo Cobra (1992), é preciso fazer um plano mais sucinto, com até oito páginas, retirando-se tabelas e quadros; é preciso ser breve e claro; se as informações não são completas, pode-se incluir algum título da seção no plano; deve-se escrever o plano em espaçamento simples; e o texto deve ser autoexplicativo. O seu formato é dividido em duas partes, uma é o sumário com os principais dados de marketing, e a outra parte refere-se a demonstrativos financeiros ou de marketing. Portanto, o plano deve ser simples, 36 claro, prático e flexível. Para desenvolvê-lo devem-se realizar algumas etapas de maneira sequencial, representadas a figura 2. Figura 2 – Fluxograma de tarefas para o planejamento de marketing: Fonte: Cobra (1992, p. 94). Na figura 2, podem-se perceber quais são as dez tarefas que devem ser seguidas de forma sequencial para realizar um plano de marketing. Na tarefa 1, a orientação para desenvolver um plano de marketing deve ser estabelecida pela missão, escopo e metas da empresa. A segunda tarefa é a organização do plano, onde o executivo de marketing é o responsável pela coordenação desse plano. Na tarefa 3, é feita a análise da situação da empresa, fazendo perguntas básicas, que interrogam sobre os clientes da empresa, onde a empresa estará no futuro, problemas a serem superados, os principais concorrentes, entre outras questões. Na tarefa 4, são estabelecidos os objetivos de marketing da empresa após a análise feita no item anterior, esses objetivos devem ser orientados para o resultado, mensuráveis, realísticos, específicos, aceitáveis pelos departamentos, flexíveis, integrados, e desafiadores, assim afirma Cobra (1992). A tarefa 5, representada na figura 3, refere-se à geração de várias estratégias e então selecionam-se as melhores, essas estratégias podem ser desenvolvidas 37 sobre o planejamento e desenvolvimento de produto, sobre vendas ou serviços, propaganda ou promoção, preço e também sobre distribuição. A tarefa seguinte é a formulação de programas detalhados, como exemplos são os programas de vendas, propaganda, programas de promoção, de preço, de distribuição, planejamento ou programas de desenvolvimento de produtos, de serviço, e de pesquisa de mercado. Na sétima tarefa, escreve-se o plano, para na tarefa seguinte o plano ser comunicado e
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