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25032018225915ESPÉCIES DE CRIMES

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ESPÉCIES DE CRIMES
1) Crimes Unissubjetivos e Plurissubjetivos
- Crimes Unissubjetivos (ou Unilaterais): são os crimes que podem ser praticados por uma só pessoa. 
Ex: extorsão, homicídio, furto, roubo, estupro, lesão, etc. Constitui a maioria dos delitos. 
- Crimes Plurissubjetivos (ou Bilaterais): aqueles que somente podem ser cometidos por duas ou mais pessoas, mesmo que uma delas não seja culpável. 
EX: bigamia (art. 235 CP), que exige, pelo menos, duas pessoas para sua configuração, embora uma delas possa não ser responsabilizada, pois não é casada, nem sabe que a outra o é. 
EX: Associação Criminosa (antigo crime de Quadrilha ou o bando – art. 288 CP), que exige no mínimo 3 pessoas. 
EX: Constituição de Milícia Privada (art. 288-A CP), que, com base no art. 288 CP, também exige o mínimo de 3 pessoas. 
EX: Rixa (art. 137 CP): No mínimo 3 pessoas, pois 2 configura lesão corporal, ou vias de fato, ou até mesmo, homicídio. 
2) Crimes Uniofensivos e Pluriofensivos
- Crime Uniofensivo: O Estado tutela um único bem jurídico. Constitui a maioria dos delitos. 
EX: homicídio (tutela-se a vida), lesão corporal (tutela-se a integridade física), estupro (tutela-se a liberdade sexual), furto (tutela-se o patrimônio), etc. 
- Crime Pluriofensivo: O Estado protege mais de um bem jurídico. 
EX: latrocínio (protege-se o patrimônio e a vida), abandono de incapaz (tutela-se a integridade física e a vida do incapaz), abandono de recém-nascido (tutela-se a integridade física e a vida do recém-nascido), aborto sem consentimento da mãe (tutela-se a vida do bebê e da gestante), rixa (tutela-se a integridade física e a vida), etc.
3) Crimes Unissubsistentes e Plurissubsistentes
- Crime Unissubsistente: é aquele que se realiza com um só ato, como os cometidos verbalmente (crimes contra a honra). 
- Crime Plurissubsistente: ocorre quando a conduta se exterioriza em dois ou mais atos executórios, como o caso do estelionato, que não se consuma simplesmente com o emprego da fraude, exigindo que o agente obtenha vantagem ilícita em prejuízo alheio. O homicídio, por sua vez, exige que ocorra a morte da vítima. 
Em regra os crimes formais são unissubsistentes e os crimes materais são plurissubsistentes. 
4) Crimes Dolosos e Culposos
- Doloso: quando a agente quer ou assume o risco de produzir o resultado, de acordo com o disposto no art.18, I, do CP. Dolo nada mais é que a vontade consciente de praticar a conduta típica. 
- Culposo: quando o sujeito não quer o resultado, mas acaba produzindo-o por violar um dever jurídico de cautela e atenção, agindo, pois, com imprudência, negligência ou imperícia (art.18, II CP).
- Imprudência: comportamento sem cautela, precipitado. Ex: dirigir em alta velocidade em via pública, onde transitam pedestres; furar o sinal, dirigir com sono ou um pouco embriagado. 
- Negligência: comportamento caracterizado pela falta de atenção, pela omissão, pelo descuido. 
Ex: deixar uma arma de fogo ao alcance de uma criança; deixar o carro numa ladeira, sem frear. 
- Imperícia: Incapacidade ou falta de conhecimento técnico para exercer um ofício ou uma profissão. 
Ex: o médico deixa de tomar os cuidados devidos com a assepsia da sala dos equipamentos cirúrgicos, bem como, com o correto manuseio dos mesmos, demonstrando total inaptidão para a medicina. 
5) Crimes Comissivos e Omissivos
- Crimes Comissivos: são aqueles praticados mediante ação. Constitui a maioria dos crimes, como por exemplo, homicídio, furto, roubo, estupro, etc. 
- Crimes Omissivos: são cometidos por meio da inação (omissão), ou seja, o sujeito nada faz, como, por exemplo, na omissão de socorro (art. 135). 
Os delitos omissivos podem ser: 
-Omissivos Próprios (puros): quando a omissão é descrita no próprio tipo penal. Inicia-se sempre com o verbo “Deixar”. O agente responde unicamente pela omissão. 
Ex: Art. 135 (Omissão de Socorro); Art. 244 (Abandono Material); Art. 246 (Abandono Intelectual), etc.
-Omissivos Impróprios (Impuros ou Comissivos por Omissão): São aqueles em que o tipo penal descreve uma ação, mas o agente, tendo o dever jurídico de agir para impedir o resultado (Garante), se omite, permitindo a ocorrência do mesmo. O agente responde pelo resultado ocorrido, que ele deveria ter evitado e não evitou. 
Ex: um policial que nada faz ao ver uma pessoa sendo roubada; de um salva-vidas que nada faz vendo uma criança morrer afogada; de um bombeiro que nada faz diante de um incêndio, etc. Todos respondem pelo crime que deveriam ter evitado, mas que se omitiram.
Os crimes Comissivos por Omissão são crimes de quem tem o dever jurídico de agir para impedir o resultado (Garante), conforme art. 13, § 2º do CP. 
O crime pelo qual o agente responde é comissivo, mas ele o causa com sua omissão. Assim, o agente não responde pela simples omissão. Ele responde pelo resultado, que ele não causou, mas também não evitou. 
6) Crimes Comuns e Próprios
- Crime Comum: é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa. Constitui a maioria dos delitos. 
EX: homicídio, lesões corporais, roubo, estelionato, etc. 
- Crime Próprio: somente pode ser praticado por determinada categoria de pessoas, uma vez que exigem que o agente possua uma particular condição ou qualidade pessoal. Exigem, assim, sujeito ativo especial ou qualificado.
EX: Crime de Peculato (só o funcionário público pratica); Crime de Falso Testemunho (só a testemunha pratica); Crime de Infanticídio (só a mãe); Crime de Autoaborto (só a mulher grávida). 
- Crime de mão própria ou de atuação pessoal.
São aqueles crimes que somente podem ser cometidos pelo sujeito, pessoalmente. Somente o próprio agente pode cometer a infração, como no caso do falso testemunho, em que uma pessoa não pode testemunhar, falsamente, por outra. Só a própria testemunha pode cometer o crime de falso testemunho, apresentando-se ao juiz para depor e faltando com a verdade (art. 342 CP). Igualmente, o crime de infanticídio, somente a própria mãe, por influência do estado puerperal, pode matar o próprio filho, logo após o nascimento (art. 123 CP). 
Qual a diferença entre crimes próprios e crimes de mão própria?
Na realidade, todo crime de mão própria é, antes de tudo, crime próprio. 
Os crimes de mão própria não admitem coautoria, mas somente participação, ou seja, os estranhos, nos crimes de mão própria, somente podem intervir como partícipes, mas não como autores. Assim, o advogado que induz a testemunha a mentir, pode responder como partícipe, mas nunca como autor do crime de falso testemunho. 
Já nos crimes próprios é possível que terceiro atue também como coautor do delito, ao lado do agente qualificado. 
Assim:
- Crimes Próprios: admitem coautoria e participação.
- Crimes de Mão Própria: só admitem participação.
PS: Todo o crime de mão própria é um crime próprio, mas nem todo crime próprio é um crime de mão própria. 
EXEMPLOS DE CRIMES PRÓPRIOS:
- Art.123 – Infanticídio: só a mãe.
- Art. 124 – Autoaborto: só a gestante.
- Art. 130 – Perigo de Contágio Venéreo: só o contaminado.
- Art. 131 – Perigo de Contágio de Moléstia Grave: só o doente.
- Art. 134 – Exposição ou Abandono de Recém Nascido: só a própria mãe pode abandonar o filho.
- Art. 136 – Maus Tratos: o agente necessita ser pessoa responsável por outra, que é mantida sob sua autoridade, guarda ou vigilância. 
- Art. 154 – Violação de Segredo Profissional: é somente o profissional, ou seja, aquele que exerce uma função, ministério, ofício ou profissão, sendo detentor de um segredo.
- Art. 156 – Furto de Coisa Comum: é só o condômino, o coproprietário e o coerdeiro.
- Art. 216-A – Assédio Sexual: só superior hierárquico e em função laborativa.
- Art. 235 – Bigamia: só o casado.
 - Art. 236 – Induzimento á Erro Essencial e Ocultação de Impedimento Matrimonial: só o cônjuge.
 - Art. 242 – Dar parto alheio como próprio: só a mulher.
 - Art. 246 – Abandono Intelectual: só os pais.
- Art. 269 – Omissão de Notificação de Doença Compulsória: só omédico.
- Art. 352 – Evasão mediante violência contra a pessoa: somente o preso ou o submetido á medida de segurança. 
EXEMPLOS DE CRIMES DE MÃO PRÓPRIA:
- Art. 342 – Falso Testemunho: só a própria testemunha pode praticar.
- Art. 269 – Omissão de Notificação de Doença Compulsória: só o médico. 
- Art. 352 – Evasão mediante violência contra a pessoa: somente o preso ou o submetido á medida de segurança. 
- Art. 123 – Infanticídio: para alguns doutrinadores é crime de mão própria, pois só a mãe pode praticar, admitindo apenas participação e não coautoria. Essa é a posição minoritária. 
7) Crimes Materiais e Formais (ou de mera conduta).
- Crimes Materiais: São também chamados crimes de resultado. Só se consumam com a ocorrência do resultado. 
EXEMPLOS: 
- Art. 121 – Homicídio: só se consuma com a morte.
- Art. 123 – Infanticídio: só se consuma com a morte do bebê.
- Art. 129 – Lesão corporal: só se consuma com a lesão.
- Art. 155 – Furto: só se consuma com a subtração da coisa e desde que esta saia da esfera de vigilância do possuidor e integre a esfera de disponibilidade do agente. 
- Art. 157 – Roubo: idem
- Art. 171 – Estelionato: exige o prejuízo da vítima e o enriquecimento do agente.
- Art. 213 – Estupro: não basta o constrangimento, pois exige a conjunção carnal ou o ato libidinoso.
- Crimes Formais: Por sua vez, os delitos formais (crimes de mera conduta) são os que trazem, no tipo legal, um resultado, mas não exigem a sua ocorrência para a consumação. Ou seja, são crimes que se consumam com a mera conduta do agente (ação ou omissão), não precisando de nenhum resultado. 
EXEMPLOS: 
- Arts. 138, 139, 140 – Injúria, Calúnia, Difamação: Crimes contra a honra. Basta a ofensa á integridade moral e psicológica do indivíduo, não se exigindo nenhuma lesão, nenhum resultado, nenhuma modificação do mundo exterior.
- Art. 159 - Violação de domicílio: Consuma-se com a simples entrada na casa alheia.
- Art. 147 – Ameaça: se consuma quando o sujeito passivo toma conhecimento do mal pronunciado pelo agente, independentemente da produção do evento a que a ação se dirige, que é a intimidação. 
- Art. 158 – Extorsão: não precisa obter o dinheiro, basta o constrangimento.
- Art. 159 – Extorsão mediante sequestro: não precisa obter o dinheiro, basta privar a liberdade.
- Art. 216-A – Assédio Sexual: basta o assédio, o constrangimento, mesmo que o patrão não obtenha o favor sexual almejado. 
- Art. 233 – Ato Obsceno: basta a conduta, mesmo que não ofenda ninguém. 
- Art. 250 – Incêndio, explosão, inundação, desmoronamento, desabamento, etc...: consuma-se com a mera situação de perigo, independentemente de ocorrer um dano. 
- Art. 135 – Omissão de Socorro: Consuma-se com a mera omissão.
- crimes de mera conduta: Embora controversa, há quem estabeleça diferença entre os crimes formais e os de mera conduta. Estes são sem resultado; aqueles possuem resultado, mas não becessitam do mesmo para a consumação. No crime de mera conduta o legislador só descreve o comportamento do agente, sem se preocupar com o resultado. Ex: Violação de domicílio (art. 150), desobediência (art. 330), etc. No crime formal, o tipo menciona o comportamento e o resultado, mas não exige sua produção para consumação. Ex: ameaça, extorsão mediante sequestro, assédio sexual, etc.
	Em regra, porém, não há diferença básica entre crimes formais e crimes de mera conduta. 
8) Crimes Instantâneos e Permanentes
- Crimes Instantâneos: são os que se consumam num só momento, não havendo continuidade temporal. Constitui a maioria dos crimes. 
Ex: homicídio, em que a morte ocorre num momento certo.
- Crimes Permanentes: são aqueles em que a consumação se protrai (prolonga) no tempo, por vontade do agente. Assim, mantém-se a situação contrária ao Direito por algum tempo, sendo o bem jurídico continuamente agredido. Sua principal característica é que o agente pode fazer cessar a situação ilícita a qualquer instante, bastando que o queira.
Ex: sequestro ou cárcere privado (art. 149 CP). Enquanto a vítima não recupera sua liberdade, o crime está se consumando. Também temos a extorsão mediante sequestro (art. 159 CP). 
9) Crimes Consumados e Tentados
- Crime Consumado: quando nele restam reunidos todos os elementos de sua definição legal (art.14, I CP). 
- Crime Tentado: é aquele que, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente (art.14, II CP).
10) Crime de Dano e de Perigo.
- Crimes de Dano (ou de lesão): são aqueles que somente se consumam com a efetiva perda do bem jurídico, ou seja, com a lesão propriamente dita. 
EX: homicídio, lesão corporal, furto, roubo, dano, estupro, etc.
- Crimes de Perigo: se consumam com a simples possibilidade de lesão ao bem jurídico, bastando que se produza uma situação de perigo para que se proteja o bem jurídico. 
Os crimes de perigo, ainda, subdividem-se em:
Crime de perigo individual: é a infração que atinge uma única pessoa, ou, então, um número determinado de pessoas. 
Ex: Arts 130 (Perigo de Contágio Venéreo) a 136 (Maus Tratos), do CP. 
Crime de perigo comum ou coletivo: é aquele que somente se consuma se o perigo atingir um número indeterminado de pessoas. 
Ex: Arts. 250 (Incêndio) a 288-A (Constituição de Milícia Privada) do CP. 
Crime de perigo presumido (abstrato): Presu-me a situação perigoso, sendo, pois, desnecessária a demonstração da situação de perigo. 
EX: Omissão de Socorro, prevista no art. 135 CP: “Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, que se encontra ao desamparo”. O perigo é presumido. Decorre da simples inércia do sujeito.
 	Crime de perigo concreto: é o que só se consuma quando efetivamente se demonstra o perigo. Precisa ser provado, através de perícia. 
Ex: Incêndio (art. 250 CP), Abandono de Incapaz (art. 133 CP). 
11) Crime de Ação única (Tipo Penal Simples) e de Ação Múltipla (Tipo Penal Misto)
- Crimes de Ação Unica: Há uma única ação, que é descrita por um único verbo. Constitui a maioria dos delitos. 
EX: Homicídio (art. 121 CP – Matar); Furto (art. 155 CP – Subtrair); Lesão Corporal (art. 129 CP – ofender); Estupro (art. 213 CP – Constranger). 
- Crimes de Ação Múltipla: São aqueles em que há várias ações, o que se percebe porque há vários verbos. 
Podem ser de 2 espécies:
a)Tipo Penal Misto Alternativo: tanto faz a prática de uma ou de mais ações, pois o crime é um só. 
EX: Art. 122 - instigação, auxílio e induzimento ao suicídio: Aqui, mesmo que as três ações sejam praticadas, serão consideradas um único crime. 
EX: Art. 273 CP: Falsificação, adulteração de substância medicinal.
EX: Art. 284 – Curandeirismo
b)Tipo Penal Misto Cumulativo: a prática de mais de uma ação (verbo), caracteriza mais de um crime e as penas serão somadas. 
EX: Art. 208 – Impedimento ou perturbação á cerimônia.
EX: Art. 242 CP: Dar parto alheio como próprio. 
12) Crime de Forma Livre e de Forma Vinculada
- Crimes de Forma Livre: são aqueles que podem ser cometidos através de qualquer comportamento que cause o resultado, pois o legislador nada exige a respeito. 
EX; homicídio, que pode ser praticado de qualquer maneira, pois a lei fala apenas em “matar alguém”. 
- Crimes de Forma Vinculada: devem ser praticados da forma particularizada descrita na lei. 
EX: curandeirismo (art.284 CP), em que o legislador, após definir de maneira genérica a conduta, especifica a atividade. 
EX: Perigo de contágio de moléstia venérea (art. 130 CP): somente se pratica com atos sexuais.
EX: Maus Tratos (art. 136 CP): somente da maneira descrita pelo legislador. 
EX: Redução á condição análoga á de escravo (art. 149 CP): somente se pratica com os comportamentos descritos na lei. 
13) Crimes Simples e Qualificado (ou Privilegiado)
- Crime Simples: é aquele descrito em sua forma fundamental. É o tipo simples, que contém todos os elementos específicos do delito. 
EX: Homicídiosimples. Art. 121. Matar alguém. Pena – reclusão, de 6 a 20 anos.
- Crime Qualificado: Há uma nova pena in abstrato (na lei) maior que a pena do caput. 
EX: Homicídio Qualificado (Art. 121, § 2° do CP). Pena – reclusão, de 12 a 30 anos.
EX: Furto Qualificado (art. 155, §4º CP).
-Crime Privilegiado: Há uma nova pena in abstrato (na lei) menor que a pena do caput. 
Ex: Bigamia (art. 235, §1º ); Parto alheio como próprio (art. 242, § único).
14) Crimes Simples e Complexos
- Crime Simples: é o que apresenta tipo penal único. 
Ex: homicídio, lesão corporal, crimes contra a honra, etc.
 
- Crimes Complexos: é o formado pela fusão (junção) de dois ou mais tipos legais. 
Ex: Roubo (furto + lesão corporal + ameaça); latrocínio (roubo + homicídio); extorsão mediante sequestro (extorsão + sequestro); estupro (ameaça + lesão corporal + ato obsceno); constrangimento ilegal (ameaça + lesão corporal), etc. 
15) Crimes Transeuntes não Transeuntes
- Crime Transeunte: É aquele que não deixa vestígios (delicta factis transeuntis). 
Ex: Crime de ameaça (art. 147 CP). 
EX: Crimes contra a honra (arts. 138 a 145 CP). 
- Crime Não Transeunte: É o crime que deixa vestígios e necessita de perícia (delicta factis permenentis).
EX: homicídio, estupro, lesão corporal, dano, furto, roubo, tráfico, etc.
16) Crimes Exauridos
São aqueles que continuam a produzir resultado danoso, mesmo depois de estarem consumados. 
Ex: Crime de incêndio (art. 250 CP): consuma-se quando o fogo toma proporções perigosas. Se a casa estiver inteiramente devorada pelo fogo, será mero exaurimento do crime. 
Ex: Crime de moeda falsa (art. 289 CP): se consuma com a criação da moeda falsa, não sendo necessário que ela circule no comércio; se circular, teremos mero exaurimento. 
EX: Crime de extorsão mediante sequestro (art. 159 CP): O crime se consuma com o simples ato de privar a vítima de sua liberdade e extorquir a família, mas não é necessário que o agente receba o dinheiro do resgate. Se receber, isso será mero exaurimento. 
17) Crimes Preterdolosos (preterintencionais): 
São aqueles em que o agente quer um determinado resultado (dolo), mas, sem querer (culpa), acaba ocorrendo outro, de natureza mais grave. Ou seja, ocorre um resultado mais grave que o pretendido. Nesse caso, haverá sempre dolo na ação (antecedente) e culpa no resultado agravador (consequente). 
EXEMPLO: lesão corporal seguida de morte. (art. 129, § 3º CP). O agente não tem a intenção de matar a vítima, quer apenas lesioná-la, dar uma “surra”, mas acaba exagerando nos golpes e sem querer, mata-a. Responderá pelo resultado mais grave (morte), ainda que não o tenha querido. 
18) Crimes Multivitimários (ou de vítimas difusas)
São aqueles cujo sujeito passivo é a coletividade. Assim, tais crimes atingem a família, o público, a sociedade em geral. 
Ex: violação de sepultura (art. 210 CP), ato obsceno (art. 233 CP), crimes contra a incolumidade pública (arts. 250 e ss); crimes contra a saúde pública (art. 267 e ss) entre outros.
19) Crimes Habituais 
	São aqueles que exigem, para a consumação, a prática constante e reiterada dos atos, não se consumando se realizado uma única vez. Requer habitualidade. 
EX: curandeirismo: 284 do CP.
EX: Exercício Ilegal da Medicina: art. 282 CP
20) Crimes Hediondos
São crimes mais graves, previstos na lei dos crimes hediondos (lei 8.072/90) ou na CF (equiparados à hediondos, (art. 5º, XLIII): Tortura (lei 9.455/97); Tráfico de drogas (lei 11.343/06). Terrorismo (lei 13.260/16).

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