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PROJETO TCC LILIANE E FABRICIO VERSÃO FINAL

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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR BLAURO CARDOSO DE MATTOS
FABRICIO SILVA PENHA
LILIANE NEVES DA COSTA
PRINCIPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA COMO AUXÍLIO NA TOMADA DE DESCISÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DAS EMPRESAS
SERRA – ES
2015
FABRICIO SILVA PENHA
LILIANE NEVES DA COSTA
PRINCIPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA COMO AUXÍLIO NA TOMADA DE DESCISÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DAS EMPRESAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, do curso de Graduação em Ciências Contábeis, como exigência para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Orientador: Prof. Jakson Costa Laranja
 
SERRA – ES
2015
FABRICIO SILVA DA PENHA
LILIANE NEVES DA COSTA
PRINCIPIOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA COMO AUXÍLIO NA TOMADA DE DESCISÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DAS EMPRESAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, do curso de Graduação em Ciências Contábeis, como exigência para obtenção de título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Aprovado em _______ de _______________ de _______
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. (a). Jakson Costa Laranja
Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos
Orientador (a)
___________________________________________
Prof (a). 
Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos
Prof. (a) convidado
___________________________________________
Prof (a). 
Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos
Prof. (a) convidado
Dedico este trabalho à minha família, amigos, professores que contribuíram com todos conhecimento, carinho e atenção necessários nestes quatro anos de curso de graduação. 
AGRADECIMENTOS DE FABRICIO
Primeiramente agradeço a minha esposa, Liliane Neves, que sempre foi meu porto seguro, meu ponto de equilíbrio, meu motivador maior para ser melhor. Sempre esteve comigo nessa jornada de acadêmica ao longo dos quatro anos e fez tornar mais fácil de se acreditar que era possível alcançar nossos objetivos juntos. Sem ela ao meu lado não seria o melhor que podemos ter construído até hoje. Para ela deixo registrado meu eterno agradecimento e meu amor. 
A minha mãe, que sempre fez o possível e impossível para me manter no caminho certo, sempre honrando seus compromissos com minha vida acadêmica desde o ensino fundamental ao médio, onde apesar de todas dificuldades nunca me deixou faltar nada. Agradeço por ter acreditado em mim, pelo carinho e amor que foi dado. 
A minha família, agradeço por tudo. Em específicos, meu pai, José da Penha, onde sou fruto de sua criação; à minha sogra, Maria Neves, por ter me recebido em sua casa, pelo amor compartilhado e por ter acredito em mim; à minha cunhada e seu esposo, Lucilene Martins e Milton Moura, por ter confiado e nos motivado durante essa jornada, pelos puxões de orelhas nos dias de falta, pelas caronas, por terem feito parte disto. A todos meus sinceros sentimentos de gratidão.
Ao meu orientador, prof. Jakson Costa Laranja, que acreditou em mim e minha esposa, que nos cedeu seu tempo, nos conduziu e formou o que somos academicamente. Obrigado por ser mais que um orientador e sim um amigo.
A todos os meus colegas do curso de Ciências Contábeis que de alguma maneira tornam minha vida acadêmica cada dia mais desafiante. Agradeço a todos que me ouviram e pude ouvi-los e aprender mais. 
O professor Ângelo Roberto Fiorio Custodio pela disponibilidade em auxiliar nas conclusões e analises fundamentais na formulação deste trabalho. 
AGRADECIMENTOS DE LILIANE
Primeiramente agradeço a Deus, o centro e o fundamento de tudo em minha vida, por renovar a cada momento a minha força e disposição e pelo discernimento concedido ao longo dessa jornada.
A minha família, em especial minha mãe, Maria Neves e minha irmã Lucilene de Souza, pelo amor, incentivo, apoio incondicional, pela determinação e luta na minha formação, e por mais difícil que fossem as circunstâncias, sempre tiveram paciência e confiança.
Agradeço ao meu cunhado, Milton Júnior, uma pessoa amável, educada, prestativa e muito atenciosa, que sempre que precisei esteve a prontidão para ajudar.
Ao meu esposo, Fabrício Silva da Penha que de forma especial e carinhosa me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades, preocupando-se até com os problemas pessoais pelos quais passei durante esse período de construção do TCC. Obrigado por contribuir com tantos ensinamentos, tanto conhecimento, tantas palavras de força e ajuda. Espero um dia chegar ao seu nível.
Ao meu orientador, prof. Jakson Costa Laranja, que acreditou em mim; que ouviu pacientemente as minhas considerações partilhando comigo as suas ideias, conhecimento e experiências e que sempre me motivou. Quero expressar o meu reconhecimento e admiração pela sua competência profissional e minha gratidão pela sua amizade, por ser um profissional extremamente qualificado e pela forma humana que conduziu minha orientação.
À Danielly Messa, Estefany Tosato, Evandro Rocha, Islândia Rodrigues, Juliano Gomes, Marinete Laranja, Priscila Santos, meus amigos e colegas de graduação que mesmo seguindo caminhos diferentes, sempre se fez presente em minha vida por palavras de encorajamento através de suas experiências e vivências pessoais e acadêmicas e pelos momentos de lazer que foram essências neste percurso onde rimos, choramos e nós ajudamos mutuamente.
O professor Ângelo Roberto Fiorio Custodio pela disponibilidade em auxiliar a todos os alunos em suas dificuldades e também por participar da minha banca examinadora.
A todos os meus colegas do curso de Ciências Contábeis, que de alguma maneira tornam minha vida acadêmica cada dia mais desafiante. Peço a Deus que os abençoe grandemente, preenchendo seus caminhos com muita paz, amor, saúde e prosperidade.        
A todos os professores, funcionários e alunos da FASERRA (Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos), pela convivência harmoniosa, pelas trocas de conhecimento e experiências que foram tão importantes na minha vida acadêmica/pessoal e contribuíram para o meu novo olhar profissional.
RESUMO
Atualmente com a evolução acelerada e expressiva das informações dentro de um cenário econômico cada vez mais competitivo, torna-se de importante relevância para qualquer instituição, empresários e administradores o conhecimento aprofundado de quais informações que serão decisivas em seu processo de desenvolvimento, permanência ou até mesmo de sua simples sobrevivência. Neste mesmo cenário econômico, evidencia a forte concorrência entre as empresas de carecer de gestores atualizados e capazes de tomar decisões rápidas e eficazes. As práticas de gestão financeira, tem se tornado cada vez mais imprescindíveis e um aliado para uma boa gestão eficaz e rentável em qualquer tipo de organização, seja ela de pequeno, médio ou grande porte. Fica entendido que na gestão financeira das empresas o fluxo de informações são um dos ativos mais valiosos, onde o gestor que possui os meios mais eficientes e ágeis em sistemas de informações tende a ser mais dinâmico, atuante e agressivo colocando-se assim em posição de vantagem competitiva com a concorrência. Assim acredita-se que o administrador financeiro munido dos principais conceitos de liderança, gestão financeira e empresarial terá maior sucesso na formulação para o processo gerencial de controles, execução e análise das principais ferramentas financeiras que auxiliam a tomada de decisões e planejamento de uma organização. Pois com o aumento das complexidades econômicas que pode despertar dentro das organizações o comprometimento pelo gerenciamento com base nas decisões, englobando assim, alta, média ou baixa administração, envolvidos todos com maior ou menor grau nas decisõesdo dia-a-dia, visando o desenvolvimento e crescimento organizacional.
Palavras-Chave: Tomada de decisão; Controle; Administração Financeira; Planejamento; Estratégica; Empresa.
 LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Etapas de um planejamento estratégico.	19
Figura 2: Modelo de Planilha de Conciliação Bancária	25
Figura 3: Modelo de operação de Ciclo Econômico, Caixa e Operacional.	35
Figura 4: Modelo de Fluxo de Caixa Projetado para 30 dias	37
Figura 5: Modelo de Orçamento Empresarial Bimestral	40
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO 
O mercado atual exige cada vez mais dos gestores tomadas de decisões que impactarão na saúde financeira. Seja na hora de comprar algo, contratar ou até elaborar o orçamento da empresa, as decisões tomadas com agilidade e maior credibilidade de fidedignidade do conteúdo são diferencial ao elaborar a estratégia e ser um auxílio na tomada de decisão, colocando-as em vantagem na competição com as demais empresas do mercado.
Cada vez mais tem se necessidade que decisões sejam tomadas com agilidade, mas também representem um conteúdo que seja um divisor na escolha da opção que não traga precipitações que oportunamente possa trazer embaraços financeiros futuros, que delimite a real necessidade quanto ao momento que se solicite essas decisões e acima de tudo que tal ação possa agregar retorno financeiro. 
Por mais que uma empresa apresente um bom crescimento e obtenha resultados contábeis positivos de lucros, se advindos de uma má administração financeira estes mesmos lucros podem não ser suficiente para saldar as obrigações assumidas na empresa, pois terá seu caixa comprometido.
A administração financeira é o elemento fundamental dentro de uma organização, pois administra as finanças da empresa, independentemente de seu portfólio. Esta tarefa é árdua e complexa, porque deve-se sempre manter a liquidez sobre controle para honrar com seus compromissos.
Através de um bom manuseio dos recursos financeiros, o administrador poderá ter retornos positivos do que foi investido. Porém caso contrário é possível que a empresa não consiga visualizar as despesas e receitas. Neste caso é preciso que a organização faça uma ação corretiva, para identificar as principais causas.
Diversas empresas passam por momentos de crise financeira, porém quando não há um registro atualizado com gráficos e outros métodos para ajudar na obtenção de dados, as mesmas perdem o controle e chegam à falência. Portanto é tão importante ter uma pessoa capacitada para exercer tal cargo, para evitar retrabalhos e medidas de emergência. De fato, é necessário que o profissional esteja sempre atento ao mercado financeiro para obter resultados positivos e ajudar a organização alcançar o sucesso.
É muito importante que as finanças sejam atuantes e realmente interfira na maximização de lucros, aumentando os recursos e o poder de saldar suas obrigações, claro que estando em sincronia com o contábil, observando através de suas demonstrações como e quando investir, bem como, analisar o que a economia fala, mostrando o mercado, suas variações e o que ela demanda para futuros investimentos.
No mercado tem se há disposição vários princípios e conceitos acerca da administração financeira, dentre os quais estará sendo tratado neste trabalho aqueles que são considerados os principais e que por consequência norteiam práticas e estratégia empresariais que visam justamente atender o objetivo de fluxo de informações, planejamento e controle de atividades atreladas a vida financeira da empresa e de que forma eles impactam em decisões e contribuem para a formação do gestor em finanças empresariais. 
1.1 - DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Dado o contexto fica a problemática a seguir: de que forma a administração financeira auxilia como fonte de tomada de decisão, planejamento e controle na empresa? 
1.2 - JUSTIFICATIVA
Este trabalho se justifica, pelo fato de poucas pessoas terem experiência em administração financeira, e isso interfere nos resultados. Muitas vezes, as atividades são iniciadas com pequena dimensão e, conforme os negócios se desenvolvem, a administração financeira não acompanha o crescimento da empresa devido os gestores não possuírem conhecimentos necessários nesta área de gestão e se envolvem excessivamente com a produção. O administrador financeiro, seja ele empresário ou funcionário e de responsabilidade inerente à tomada de decisões necessita de conhecer as ferramentas capazes de melhor suprir dados relevantes para a tomada de decisão. Esta pesquisa pretende ajudar profissionais que necessitam manter-se atualizados e profissionais que estão entrando no mercado de trabalho e necessitam de conhecimento de informações gerenciais que possibilitem os conhecimentos fundamentais sobre a administração financeira. 
Segundo Schwartz (apud CASTANHEIRA, 2008, p.18) define o sistema de informações gerenciais como um sistema que envolve pessoas, equipamentos, procedimentos, documentos e comunicações que coleta, valida, executa operações, transforma, armazena, recupera e apresenta dados para uso no planejamento orçamentário, contabilidade, controle e em outros processos gerenciais para os vários propósitos administrativos. Além de processamento de dados, eles podem fornecer informações relevantes para a tomada de decisões gerenciais.
O sistema de informação gerencial pode apresentar alguns benefícios, segundo Oliveira (2005, p. 31), como:
• redução dos custos operacionais;
• acesso mais rápido às informações, proporcionando relatórios mais rápidos e precisos;
• tomada de decisões mais rápidas e precisas;
• maior interação entre os tomadores de decisão, devido à facilidade no fluxo de informações;
• fornecimento de melhores projeções e simulações;
• funcionários mais motivados, entre outros.
O gestor, porém, deve estar atento para alguns pontos que podem levar o sistema ao fracasso (ACKOFF, 1984, p.79):
• o executivo não necessita de muitas informações relevantes;
• o executivo não precisa de todas as informações que deseja;
• o gerente pode não tomar boas decisões, mesmo que as informações lhe tenham sido entregues em tempo;
• mais comunicação, ou mais informação, não significam desempenho melhor;
Logo o conhecimento num sistema de informação contábil-gerencial bem estruturado aliados aos conceitos básicos de administração financeira pode auxiliar o gestor em tomada de decisões, visto que proporciona maior consistência e agilidade na obtenção das informações e preparação dos relatórios, inclusive na elaboração do orçamento empresarial e no controle gerencial, além de fonte indispensável de análise comportamental da empresa nesses cenários econômicos de frequente mudanças e forte concorrência. 
1.3 – OBEJETIVO GERAL E ESPECÍFICOS
Deste modo pode-se definir como objetivo geral deste trabalho: compreender os principais conceitos de gestão administrativa e financeira, conceituar as ferramentas e principais controles financeiro e a forma como impactam na tomada de decisão de uma empresa ajudando em seu controle e planejamento. Para tanto é necessário atingir os seguintes objetivos específicos:
Analisar o que é a tomada de decisão e planejamento de uma empresa;
Conceituar administração financeira, e principais tipos de controle;
Demonstrar o impacto das ferramentas de administração financeira e principais tipos de controle sobre a tomada de decisão de uma empresa.
Para se atingir os objetivos propostos, esta pesquisa irá coletar dados sobre as principais ferramentas de administração financeira utilizadas no mercado atual. Tal informação está disponível em livros e artigos sobre o assunto e estes serão analisados em modelos teóricos para se verificar o impacto que estes teriam sobre a tomada de decisão, o planejamento e o controle.
2 - REFERENCIAIS TEÓRICOS
2.1 - ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA e estratégia
Para tal estudo é preciso conceituar o que é administrar, que segundo Chiavenato (2000, cap.01, p.7) 
Administração é “o processo de planejar,organizar, dirigir e controlar a ação organizacional a fim de alcançar objetivos globais”. 
Além deste, dentro de finanças vamos utilizar alguns conceitos abaixo sobre estratégia: 
Estratégia é o padrão de objetivos, fins ou metas e principais políticas e planos para atingir esses objetivos, estabelecidos de forma a definir qual o negócio em que a empresa está e o tipo de empresa que é ou pretende ser. (GUTH et al. (1965) apud FLÁVIO M. VICARI, 2013, p. 15).
Estratégia competitiva são ações ofensivas ou defensivas para criar uma posição defensável numa indústria, para enfrentar com sucesso as forças competitivas e assim obter um retorno maior sobre o investimento. (PORTER (1980) apud FLÁVIO M. VICARI, 2013, p. 15)
Estratégia pode ser conceituada como a decisão sobre quais recursos devem ser adquiridos e usados visando aproveitar as oportunidades e minimizar as incertezas. Sua função é a mobilização desses recursos para atingir os objetivos de longo prazo e o seu objetivo é o de “permitir maior flexibilidade de resposta às contingências imprevisíveis. (MICHEL e LODI, apud CAMARGO E DIAS, 2003, p. 29)
Pode-se a partir disto conceituar administração financeira como sendo aquela atividade dentro do ambiente organizacional que visa manter a estrutura em funcionamento eficiente e lucrativo através da formulação de uma estratégia empresarial para determinar a utilização mais eficiente dos recursos disponíveis a qualquer momento, bem como selecionar as fontes mais adequadas de fundos adicionais que eventualmente possam tornar-se necessárias.
Segundo Santana (2006, p. 21) “A essência da estratégia de negócios está em criar e sustentar vantagens competitivas futuras mais rápidas que os concorrentes”. 
Além destes conjuntos de conceitos e fórmulas acerca de métodos de controles e planejamento, a administração financeira baseia-se principalmente em dados disponíveis no setor financeiro e contábil de uma empresa, para atingir seu principal objetivo de coletar dados e munir o gestor de informações e ferramentas capazes de auxiliar na tomada de decisão sobre diversos temas que impactam a saúde financeira. Vale destacar que as atividades financeiras e contábeis são unidas de forma intrínsecas e devem caminhar juntas na formulação dos dados necessários ao proposto pela administração financeira. Portanto as ferramentas de administração visam o enfoque de fluxos de caixas e quanto a tomada de decisão poderá impactar, ou até mesmo se tal hipótese pode ou não ser aceita. 
É importante destacar a sinergia necessária nas atividades financeira e contábil que segundo Marion (2008 apud BARBOSA, MONTEIRO, 2010, p. 40).
As atividades financeiras e contábeis (controller) estão intimamente relacionadas e com frequência se sobrepõem. Na verdade, nem sempre é fácil distinguir entre administração financeira e contabilidade. Em empresas de pequeno porte, o controller comumente ocupa a função financeira, e em empresas grandes muitos contadores estão envolvidos em diversas atividades da área financeira. Entretanto, existem duas diferenças básicas entre finanças e contabilidade: uma está relacionada à ênfase em fluxos de caixa, e a outra, à tomada de decisões. (MARION, 2008).
O objetivo da administração financeira é melhorar os resultados apresentados pela empresa e aumentar o valor do patrimônio por meio da geração de lucro líquido proveniente das atividades operacionais. No entanto, é muito comum que empresas deixem de realizar uma adequada gestão financeira.  
Uma correta administração financeira permite que se visualize a atual situação da empresa. Registros adequados permitem análises e colaboram com o planejamento para otimizar resultados.
Analisando o trabalho de Marion (2008), a falta da administração financeira adequada pode causar os seguintes problemas:
Não ter as informações corretas sobre saldo do caixa, valor dos estoques das mercadorias, valor das contas a receber e das contas a pagar, volume das despesas fixas e financeiras. Isso ocorre porque não é feito o registro adequado das transações realizadas;
Não saber se a empresa está tendo lucro ou prejuízo em suas atividades operacionais, porque não é elaborado o demonstrativo de resultados;
Não calcular corretamente o preço de venda, porque não são conhecidos seus custos e despesas;
Não conhecer corretamente o volume e a origem dos recebimentos, bem como o volume e o destino dos pagamentos, porque não é elaborado um fluxo de caixa, um controle do movimento diário do caixa;
Não saber o valor patrimonial da empresa, porque não é elaborado o balanço patrimonial;
Não saber quanto os sócios retiram de pró-labore, porque não é estabelecido um valor fixo para a remuneração dos sócios;
Não saber administrar corretamente o capital de giro da empresa, porque o ciclo financeiro de suas operações não é conhecido;
Não fazer análise e planejamento financeiro da empresa, porque não existe um sistema de informações gerenciais (fluxo de caixa, demonstrativo de resultados e balanço patrimonial).
 As principais funções da administração financeira são:
Análise e planejamento financeiro: analisar os resultados financeiros e planejar ações necessárias para obter melhorias;
A boa utilização dos recursos financeiros: analisar e negociar a captação dos recursos financeiros necessários, bem como a aplicação dos recursos financeiros disponíveis;
Crédito e cobrança: analisar a concessão de crédito aos clientes e administrar o recebimento dos créditos concedidos;
Caixa: efetuar os recebimentos e os pagamentos, controlando o saldo de caixa;
Contas a receber e a pagar: controlar as contas a receber relativas às vendas a prazo e contas a pagar relativas às compras a prazo, impostos e despesas operacionais;
 As primeiras providências que a empresa deve tomar em relação às finanças são:
Organizar os registros e conferir se todos os documentos estão sendo devidamente controlados.
Acompanhar as contas a pagar e a receber, montando um fluxo de pagamentos e recebimentos.
Controlar o movimento de caixa e os controles bancários.
Classificar custos e despesas em fixos e variáveis.
Definir a retirada dos sócios.
Fazer previsão de vendas e de fluxo de caixa.
Acompanhar a evolução do patrimônio da empresa, conhecer lucratividade e rentabilidade.
2.2 – PLANEJAMENTO estratégico
Dentro da estrutura administrativa o planejamento é uma das funções administrativa que possibilita hierarquizar objetivos e, portanto, estabelecer formas de concentração de recursos, buscando maneiras racionais de distribuí-los. Dentre as causas mais importantes do crescimento recente do Planejamento Estratégico, pode-se citar que os ambientes de praticamente todas as empresas mudam com surpreendente rapidez. 
Essas mudanças ocorrem nos ambientes econômico, social, tecnológico e político. A empresa somente poderá crescer e progredir se conseguir ajustar-se à conjuntura, e o Planejamento Estratégico é uma técnica comprovada para que tais ajustes sejam feitos com inteligência.
Estamos vivendo em uma sociedade de organização que se torna mais complexa e interativa, e a base para essa organização produzir os resultados esperados, é que haja sinergia entre todos os setores da mesma. 
Assim, a partir do momento em que as organizações alcançam um certo tamanho e complexidade e consequentemente seu modelo de gestão é precário ou inexiste, surge a necessidade da utilização das abordagens contidas nas teorias gerais da administração, que permite oferecer aos executivos e gestores das organizações os modelos e as estratégias adequadas para a solução de seus problemas empresarias.
Planejamento Estratégico, por sua vez, é a definição dos objetivos e programas a serem executados para traçar as metas e alcançar o sucesso delas. 
Kotler (1999 apud SCHMITZ, SELMA et al, p. 2), divide por etapas o passo a passo da elaboração do planejamento estratégico de negócios. Sendo elas: declaração da visão e missão do negócio; análise do ambiente externo (oportunidades e ameaças); análise do ambiente interno (forças e fraquezas);formulação de metas e serviços; formulação de estratégia; implementação; feedback e controle.
Deve-se ter em mente que o produto do planejamento estratégico, não é um plano, nem um conjunto de planilhas e tabelas, nem mesmo uma nova metodologia de análise. O produto de um planejamento estratégico são os resultados compatíveis com a missão e com os objetivos organizacionais.
Ainda usando de conceitos sobre Planejamento Estratégico, afirma Munhoz (1993, apud SCHMITZ, Selma et al, p.6):
É o processo de seleção dos objetivos de uma organização. É a determinação das políticas e dos programas estratégicos necessários para se atingir objetivos específicos rumo à consecução das metas: é o estabelecimento dos métodos necessários para assegurar a execução das políticas e dos programas estratégicos. 
Da mesma forma também podemos verificar que Planejamento Estratégico é o processo através do qual a empresa se mobiliza para atingir o sucesso e construir o seu futuro, por meio de um comportamento proativo, considerando seu ambiente atual e futuro. 
Para ser eficaz como empresário é necessário desenvolver habilidades e pensar estrategicamente. Para isso, é preciso aprender como transformar a visão do negócio em realidade, de forma a determinar sua liderança, aprimorar o trabalho com sua equipe e criar as condições para resolver os problemas do dia-a-dia, intensificando o pensamento crítico. Para isso, o plano de negócios pode ser utilizado como uma ferramenta de gestão estratégica, com o qual se pode confrontar as mudanças, prever possibilidades e novas oportunidades. 
Ribeiro (2012) compara o pensar estratégico com um filme, dando-nos a dimensão deste pensamento: 
Pensar estrategicamente é como fazer um filme. Cada filme tem um contexto (ou uma história) que se usa para começar a experimentar algum resultado (uma emoção) no final. Do mesmo modo, nos negócios, também se prevê um resultado ideal, analisa-se a história, vivencia-se intensamente o momento e vão se construindo cenários de como se poderá alcançar a visão.
Para o objetivo deste trabalho vale ressaltar que muitos líderes organizacionais tendem a confundir orçamento com planejamento. Será mostrado mais à frente o conceito de orçamento e como ela operacionaliza o processo de planejamento aqui dito e elucidando essa diferença. 
Nas instituições estatais, por exemplo, em que os orçamentos são quase em sua totalidade dirigidos para os custos da folha de pagamento, o líder simplesmente extrapola os custos do ano vigente para o ano seguinte, com correções para ajustes de salários e fatores relacionados ao custo de vida. 
Todos eles compõem seus orçamentos corretamente, com mínimas mudanças, e o processo passa de um ano para outro. Esse tipo de atividade com base no orçamento ilude as pessoas, levando-as a pensar que estão planejando, mas de fato frequentemente há muito pouco ou nenhum planejamento.
Um plano estratégico eficaz deve contemplar uma definição clara do negócio e como ele vai funcionar no longo prazo. Com base nesse plano, deve ser traçado um outro, de curto prazo, com os principais objetivos e metas. A definição das metas, ou das formas como os objetivos serão atingidos, poderá facilitar o acompanhamento de sua execução e permite o cumprimento dos objetivos gerais da empresa. (AXSON, 2003, p. 85)
Dentre os modelos de planejamento estratégico existentes, será demonstrado para este estudo o que fora apresentado por Kotler (2000, p. 98), que possui uma estrutura dividida em três principais etapas: planejamento, implementação e acompanhamento. 
Figura 1: Etapas de um planejamento estratégico.
Fonte: Kotler (1999)
O processo tem início com a definição da missão do negócio, ou seja, a determinação do porquê da existência da empresa.
Definida a missão, parte-se para a análise das oportunidades e ameaças, causadas pelo ambiente externo, que poderão afetar a empresa no período para o qual o planejamento está sendo elaborado. Nesta fase também é necessária a avaliação das forças e fraquezas internas. Pode ser utilizada a Análise Swot (dos termos em inglês strengths, weaknesses, opportunities, threats), ou as Matrizes de Oportunidades e Ameaças.
A terceira etapa considera a formulação das metas, que são objetivos em termos de magnitude e prazo. A quarta refere-se à formulação de estratégias, que trata da maneira de alcançar as metas traçadas.
A formulação de programas, ou orçamento, na etapa seguinte, diz respeito à definição detalhada das atividades de apoio e também à estimativa de seus custos. 
A penúltima fase desse modelo é a implementação da estratégia por meio da execução das atividades programadas.
A última fase do processo, mas não menos importante, é o feedback e controle. Nesta etapa é realizado o acompanhamento dos resultados, com o objetivo de verificar se a estratégia adotada está sendo eficaz. O gestor deve observar atentamente os acontecimentos nos ambientes interno e externo, e analisar se há necessidade de efetuar alguma revisão ou alteração no que foi planejado.
2.2 – PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO NA EMPRESA 
Em uma organização são infinitas as possibilidades de decisões a serem tomadas, dentre as principais que desafiam os gestores e investidores, destaca-se as relacionadas aos fluxos de caixas, orçamentos e futuros investimentos. Assim, interessa-lhe receitas e despesas quando estas representam entradas e saídas de Caixa.
Tais informações são cruciais para que não haja decisões tomadas com base em um financeiro que não será capaz de suportá-lo e assim não atenda a estratégia da empresa. 
O processo de decisão em uma empresa ou organização deve ser estruturado e resolvido de modo formal, detalhado, consistente e transparente.
Conforme autores da área, como Motta e Vasconcelos (2002, apud PRÉVE et al, 2010, p.79), o processo de tomada de decisão, na maioria das decisões nas organizações, envolve os seguintes passos: 
Formulação do problema; 
Estruturação do problema a fim de relacionar suas partes na forma de um modelo;
Montagem técnica de um modelo;
Simulação do modelo e das suas possíveis soluções;
Definição dos controles sobre a situação e a sua delimitação; 
Implementação da solução na organização. 
Os estudiosos em Administração, Koontz e O’Donnell (1972), identificam a tomada de decisão como sendo o planejamento administrativo. Já Simon (1970), entende como um processo administrativo (apud PRÉVE et al, 2010, p.80).
Segundo Chiavenato (2004 apud PRÉVE et al, 2010, p.80), a tomada de decisão é a tarefa mais característica do administrador. Porém, os gestores não são os únicos a decidir, pois o trabalho do executivo consiste não apenas em tomar decisões próprias, mas também em providenciar para que toda a organização que dirige, ou parte dela, tome-as também de maneira efetiva. 
O administrador tem como função específica desenvolver e regular o processo de tomada de decisão da maneira mais eficaz possível, isto é, a função do administrador não é exclusivamente tomar decisões, mas também tomar providências para que o processo de decisão se realize de maneira eficaz. 
Segundo Simon (1970 apud PRÉVE et al, 2010, p.80), a decisão é um processo de análise e de escolha entre várias alternativas disponíveis do curso de ação que uma pessoa deverá seguir.
2.3 – PRINCIPAIS CONTROLES FINANCEIROS 
Dada a necessidade de uma organização em saber tomar decisões que impactara na vida financeira da entidade, fica evidente que o uso de controles financeiros se torna de suma importância na formulação da tomada de decisão. 
Para Brasil (2005, p. 01): 
Ao empresário, interessa ter em mãos um instrumental que lhe permita conduzir o barco ao porto, com relativa segurança ou, pelo menos, ter condições de avaliar os riscos que está correndo, para tomar a tempo as medidas corretivas que se fizerem necessárias.
Desta forma tendo em mente estes princípios de planejamento e tomada de decisão nesse sentido do administrar financeiro, veremos controles financeiros que podem facilitar, agilizar ou até mesmo ser vitalna estratégia da empresa, logo deve ser ressaltada a importância da utilização destas ferramentas e de processos que possibilitem a organização e controle. 
Farias (2006, p. 26) relata que “a aplicação de controles pode ser vista como forma de desconfiança entre a gestão e os que sofrerão o controle, havendo assim resistências à sua implantação e utilização adequada no controle financeiro da empresa”.
Quanto aos objetivos dos controles internos, eles funcionam como uma forma contínua de prevenção de erros e demais irregularidades que possam vir a ocorrer dentro das organizações. 
Crepaldi (1999, p. 249) compreende:
“a importância do controle interno a partir do momento em que se verifica que é ele que pode garantir a continuidade do fluxo de operações com as quais convivem as empresas. Nesse contexto, a contabilidade dos resultados gerados por tal fluxo assume vital importância para os empresários que se utilizam dela para a tomada de suas decisões. Com isso, pode-se entender que toda empresa possui controles internos, sendo que em algumas eles são adequados e em outras não”.
Para complementar, Silva (2007, p. 27) esclarece que “o controle interno pode permitir a correção de erros e mudanças de direção em tempo hábil, para que seja possível mudar as estratégias. Também é muito útil para se ter ciência de que as obrigações legais, sociais e ambientais estão sendo cumpridas. ”
Dado o objetivo do controle, temos como os principais controles financeiros: 
Controle de caixa;
Controle de bancos;
Controle de contas a receber;
Controle de estoques;
Controle de contas a pagar;
Controle de custos e despesas;
Fluxo de caixa 
Orçamento empresarial. 
É de extrema importância o conhecimento e aplicação desses controles dentro da empresa, pois será baseado em suas informações preenchidas de forma correta que o gestor da empresa poderá ter conhecimento do lucro de suas atividades operacionais, calcular seu preço de venda, conhecer seu volume de recebimentos e pagamentos, suas despesas fixas, o ciclo financeiro de suas operações e por último através dos controles financeiro é possível possuir um sistema de informações gerenciais. Uma vez implantado esses controles, devem manter seus registros atualizados sendo elemento auxiliar no processo de gestão, caso contrário de nada servira sua elaboração, precisão e amplitude.
É importante destacar que existe vários modelos e métodos de controles internos e nem sempre o empresário encontrará de maneira simples e fácil o modelo mais adequado a sua empresa. 
Da mesma forma, Crepaldi (1999, p. 269) admite que:
“O plano de organização apropriado varia com o tipo de empresa, geralmente um plano satisfatório deve ser simples e flexível, devendo prestar-se ao estabelecimento de linhas claras de autoridade e responsabilidade. ”
2.3.1 Controle de Caixa 
Para financiar a continuidade das operações, a empresa necessita de recursos, sendo que o caixa é o item que está disponível para a empresa no exato momento, não necessitando de espera para que se torne disponível. É no caixa que a empresa tem a disponibilidade imediata de capital, sendo ele em moeda em espécie. Suas principais fontes de capitação estão nas vendas pagas em espécie e a capitalização de dinheiro feita pelos sócios. Seu controle é de extrema importância, tendo em vista que a quebra de caixa, processo onde o saldo contábil não confere com o saldo real disposto no financeiro, é muito comum devido a forma que o dinheiro é fracionado nos recebimentos. Essas distorção tendem a ser amenizadas através de rotinas de fechamento diário do caixa, não havendo acúmulos que possa impactar em ajuste futuro. 
2.3.2 Controle de Banco 
Assim como o caixa, quando a empresa possui saldos em contas de bancos, poderá utilizar os recursos encontrados nessas contas para pagamentos imediatos, mas sendo utilizados com cheques conforme ressalta Sanvicente (1980, p. 124) “... o item “Bancos” refere-se aos saldos mantidos em contas bancárias movimentáveis a vista contra a emissão de cheque.” 
Para controlar a circulação dos recursos nas contas em banco, a empresa necessitará do extrato fornecido pelo banco, para conferir com sua movimentação e verificar se os débitos e os créditos realizados pelo banco são os corretos e que o saldo final confere. 
Uma ferramenta fundamental, que também compõem o elenco da administração financeira é a Planilha de Conciliação Bancária. Onde seu objetivo é ilustrar as operações de débito e crédito realizadas no extrato bancário, bem como seus saldos disponíveis de caixa. 
Figura 2: Modelo de Planilha de Conciliação Bancária 
Fonte: dados da pesquisa (2015)
2.3.3 Controle de contas à receber
Em geral, as empresas trabalham com vendas a prazo, sendo uma maneira de conquistar os clientes que não tem condições de comprar à vista e atualmente, é a forma de pagamento mais solicitada. Mas para que essas vendas a prazo ocorram com segurança, devem ser estudadas maneiras de analisar a concessão de crédito aos clientes, para que o número de inadimplência não se torne muito elevadas, tornando-se um fator que acarrete para a empresa dificuldades financeiras. 
Realizada a opção pelas vendas a prazo, a empresa terá que elaborar um controle, de modo que por meio deste ela consiga ter informações necessárias para tomadas de decisões. 
Quando uma empresa comercializa bens e/ou serviços, pode receber pagamento à vista ou esperar o pagamento durante certo período, ou seja, conceder crédito e este é representado pelas contas a receber. 
Segundo a concepção de Silva (2002, p. 58), a palavra “crédito” pode ser conceituada como sendo o ato de vontade ou disposição de alguém ceder, por algum período, uma parcela de seu patrimônio a outrem, com a expectativa de receber tal parcela integral depois de transcorrido o período estipulado - a parcela do patrimônio dada em crédito pode ser representada em dinheiro ou em bens. 
Segundo Braga (1995, p. 113), “As empresas vendem a prazo, ou seja, concedem crédito para ampliar seu nível de produção, aumentar as vendas, e assim, maximizar a rentabilidade”. 
Portanto, acredita-se que concedendo crédito a um cliente a empresa estará garantindo além do aumento de suas vendas, giro de seus estoques, ampliação de suas atividades e mais proximidade com o cliente. A administração dos valores a receber dentro das organizações torna-se de essencial importância, devido ao aspecto que expressiva porcentagem dos investimentos das empresas estarem alocados nas contas a receber.
Iudícibus, Martins e Gelbcke (2003, p. 95):
As contas a receber representam, normalmente, um dos mais importantes ativos das empresas em geral. São valores a receber decorrentes de vendas a prazo de mercadorias e serviços a clientes, ou oriundos de outras transações [...] que não representam o objeto principal da empresa, mas são normais e inerentes às suas atividades.
Principais itens de importância do Controle de Contas a Receber:
Conhecer clientes que pagam em dia;
Conhecer o montante a receber em um determinado período, possibilitando comprometer estes valores em algum compromisso financeiro da empresa;
Ajuda a programar cobranças;
Conhecer o perfil de cada um dos seus clientes e saber quais são responsáveis pela maior parte de seu faturamento;
Fornecer informações para elaboração do fluxo de caixa da empresa.
O valor a receber de uma empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte apresenta, está baseado e se relaciona com a concessão de crédito e cobrança do crédito concedido, e cabe a empresa estabelecer uma política de crédito com base em sólidos princípios financeiros, capazes de determinar se deve ou não ser concedido crédito a um cliente. 
Braga (1995) enfatiza que conceder crédito aos clientes representa assumir custos e riscos que não existem nas vendas à vista, tais como: 
Despesas com a análise do potencial de crédito dos clientes; 
Despesas com a cobrança das duplicatas; 
Risco de perdas com os créditos incobráveis;
Custo dos recursosaplicados nas contas a receber;
Perda de poder aquisitivo do valor dos créditos em decorrência do processo inflacionário. 
Analisando tais custos e riscos, fica evidente a necessidade de se estabelecer políticas de crédito para minimizar tais eventos. 
Segundo Santos (2001, p. 36), “A política de crédito representa o conjunto das condições sob as quais a empresa efetua suas vendas a prazo”. 
Cada empresa deve desenvolver uma política de crédito coordenada para encontrar o equilíbrio entre as necessidades de vendas e, concomitantemente, sustentar uma carteira de alta qualidade. A política de crédito deve priorizar características básicas, incluindo o uso de concessão de crédito para estimular volume de vendas, critério para concessão de crédito, responsabilidades específicas de vendas, autoridade do departamento de crédito para estabelecer procedimentos de cobrança e crédito, procedimentos e diretrizes de cobrança e suspensão de crédito de contas de cliente, existindo título vencido, para controlar as inadimplências. 
Ainda, há a necessidade de se estabelecer também uma política de cobrança, uma vez que a cobrança é um fator muito importante do ciclo operacional e financeiro de uma empresa, e tem adquirido cada vez mais um papel relevante dentro das empresas. 
Segundo Silva (2006, p. 354), “a gestão de cobrança deve estar focada na maximização visando melhorar o fluxo de caixa e na minimização de perdas de negócios futuros”. 
Assim, as políticas de crédito e cobrança devem andar em harmonia com as atividades e mercados envolvidos com as contas a receber da empresa. Essas políticas são relevantes e precisam ser determinadas de forma clara, além de dispor de estrutura eficiente para operacionalizar o processo de forma eficaz, considerando a perspectiva de risco. 
2.3.4 Controle de Estoques 
Para Campos, et al (2010, p. 237), um bom gerenciamento de estoques ajuda na redução dos valores monetários envolvidos, de forma a mantê-los os mais baixos possíveis, mas dentro dos níveis de segurança e dos volumes para o atendimento da demanda.
Os estoques não ficam sob a supervisão direta do departamento financeiro, mas através da administração financeira dos mesmos, permite-se analisar como investir seus recursos nos diversos tipos de estoques da empresa. 
Um dos principais motivos para se ter um bom planejamento e controle de estoques é o grande impacto financeiro que é possível alcançar através do aumento da eficácia e eficiência das operações da Organização (CAMPOS, et al, 2010, p. 237).
Numa empresa podem aparecer vários tipos de estoques. O estoque de matéria-prima é necessário para garantir a continuidade da produção da empresa, evitando a falta de produtos acabados, que é outro tipo de estoque, os quais são os produtos acabados e prontos para venda. 
Segundo Tubino (2008) apud CAMPOS et al (2010, p. 237), as empresas trabalham com estoques de diferentes tipos que necessitam ser administrados. Contudo, a gestão de estoques é uma das atividades mais importantes de uma manufatura.
Estoque são quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo; constituem estoques tanto os produtos acabados que aguardam venda ou despacho quanto matérias-primas e componentes que aguardam utilização na produção (MOREIRA, 1996 apud CAMPOS et al,2010, P.237).
Assim, o estoque não é apenas os produtos que estão armazenados nos depósitos, mas também deve-se levar em consideração os produtos que estão expostos nas prateleiras em exposição para o consumidor. 
O gerenciamento de estoque surge com a necessidade de controlar tudo que entra através da compra de produtos de diversos segmentos, visto que o mesmo sairá através de venda direta para o consumidor, portanto, neste período esses materiais que ficam nos depósitos ou no ambiente produtivo são considerados como estoque.
Para Martins e Campos Alt. (2009, apud MARTELLI et al,2010, p.180) “O gerenciamento de estoques, devido ao impacto financeiro do estoque e à sua importância para garantir o abastecimento do cliente, tem técnicas específicas para o seu dimensionamento”
A gestão de estoques é fator de grande importância para as empresas, uma boa gestão de estoque faz com que a empresa possa se tornar mais competitiva no mercado em que atua.
A gestão de estoques visa elevar o controle de custos e melhorar a qualidade dos produtos guardados na empresa. As teorias sobre o tema normalmente ressaltam a seguinte premissa: é possível definir uma quantidade ótima de estoque de cada componente e dos produtos da empresa, entretanto, só é possível defini-la a partir da previsão da demanda de consumo do produto (DIAS, 2010 apud MARTELLI et al,2010, p.172).
Em qualquer empresa, a preocupação da gestão de estoques está em manter o equilíbrio entre as diversas variáveis componentes do sistema, tais como: custos de aquisição, de estocagem e de distribuição, nível de atendimento das necessidades dos usuários consumidores etc. 
Gerenciamento de estoque nada mais é do que fazer um total planejamento de como controlar os materiais dentro da organização, trabalhando exatamente com base no que a empresa necessita para as determinadas áreas de estocagem, objetivando manter o equilíbrio entre estoque e consumo. Este controle pode ser mais bem aplicado por meio de sistemas integrados de gestão.
2.3.5 Controle de Contas à Pagar 
As contas a pagar são obrigações assumidas pela empresa, que devem ser saldadas dentro do vencimento. É comum nas empresas, que a mercadoria necessária para as operações serem adquiridas a prazo, sendo indispensável à devida quitação dos compromissos assumidos dentro dos prazos estabelecidos para evitar transtornos nas próximas compras.
Silva (1995, p.163), diz que as contas a pagar têm o objetivo de:
Verificar, controlar e processar os pagamentos de contas (notas ficais, recibos, faturas de fornecedores etc.), através da emissão de autorização de pagamentos e respectivo cheque. Ambos os documentos devem ser assinados pelo principal responsável do setor de finanças.
Uma das principais obrigações de empresas comerciais são dividas adquiridas com custos assumidos com seus fornecedores, bem a obrigação em saldar seus compromissos. As políticas de compra podem definir as limitações da empresa com relação á crédito com seus clientes. Porém é de extrema necessidade que as empresas mantenham um bom relacionamento com seus fornecedores. 
Silva (2006, p.134) afirma que:
A conta de fornecedores representa as compras a prazo efetuadas pela empresa. Tais compras compreendem as mercadorias, as matérias-primas, os componentes utilizados na produção e outras matérias de consumo. Os fornecedores podem ser nacionais ou estrangeiros. [...]. Pode ainda ocorrer de empresas coligadas ou controladas também aparecem como fornecedoras.
 Para organizar todas as contas assumidas de modo que não fique nenhuma no esquecimento, causando transtornos, devem-se elaborar controles que informem os totais a pagar, obedecendo ao seu vencimento, podendo, assim, quando enfrentar dificuldade financeira, estabelecer prioridades e tentar negociar com os outros credores. 
O objetivo é proporcionar ao gestor financeiro uma visão global de todos os compromissos assumidos pela empresa, permitindo acompanhar de forma fácil os pagamentos a serem efetuados em determinado período, evitando o aumento de custos (juros e multas); 
O responsável tem o objetivo de verificar, controlar e processar os pagamentos de contas (notas fiscais, recibos, faturas de fornecedores etc.), através da emissão de autorização de pagamentos, sejam através de boletos bancário, ordem de arquivos eletrônico de pagamento, entre outras formas de quitação. 
2.3.6 Controle de Custos e Despesas 
Muitos confundem custos com despesas, que apesar de serem gastos da empresa, são distintos. Custos são aqueles gastos utilizados diretamente na produção, na comercialização ou na prestação de serviço, podendo ser fixos ou variáveis. 
Conforme define Sanvicente (1980, p. 236),custo fixo é: 
“[...] todo aquele item de custo ou despesa que não varia, em valor total, com o volume de atividade ou operação. Portanto, o seu valor unitário é que varia com o volume de operação. ” 
O valor dos custos fixos unitário aumenta ou diminui de acordo com as diminuições ou os aumentos das operações, mas o valor total sempre será o mesmo. As despesas são gastos que a empresa tem que não estão ligados diretamente com o funcionamento da empresa. Com os controles dos custos e despesas de uma empresa, pode-se verificar a evolução de cada item, podendo analisar se alguma conta está aumentando desproporcionalmente, adotando medidas para diminuí-la ou até mesmo elimina-la. 
Sobre esse contexto Hoji, (2001) refere-se a planejamento de operações financeiras: 
O planejamento de operações financeiras, que consiste em planejar as despesas e receitas financeiras, bem como as fontes e as condições gerais dos financiamentos, exige um profundo conhecimento do mercado financeiro e da economia brasileira e internacional. 
A informação básica para o administrador financeiro iniciar a elaboração do orçamento de despesas financeiras é o volume de “geração de caixa antes das despesas financeiras”, que é parte do orçamento de caixa. 
A elaboração do orçamento de despesas financeiras exige a definição clara e objetiva de premissas e critérios básicos, considerando os possíveis cenários econômicos do período orçamentário. (HOJI, 2001, p.454).
3 – DESENVOLVIMENTO
3.1 Fluxo de Caixa 
Segundo Oliveira (2005, p. 56):
“Fluxo de caixa é um instrumento de gestão financeira, que projeta para períodos futuros todas as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa, indicando como será o saldo de caixa para o período projetado. ” 
O fluxo de caixa é uma ferramenta que auxilia o administrador financeiro na tomada de decisões prevendo o que ocorrerá com as finanças da empresa, ou seja, a evolução de equilíbrio ou desequilíbrio entre a entrada e a saída de dinheiro em um determinado período, possibilitando a adoção antecipada de medidas que possibilitem assegurar a disponibilidade de recursos para o atendimento das necessidades de caixa. 
Em sua maioria ele é elaborado tendo como base relatórios emitidos via sistema de software onde confrontam os recebíveis da empresa, os pagamentos gerais à serem feitos e o saldo bancário atualizado no dia de elaboração do fluxo de caixa. 
No processo de elaboração de fluxo de caixa, o administrador financeiro deverá levar em consideração a capacidade da empresa e qual o período que se pretende atingir, utilizando técnicas gerenciais para planejar, controlar as finanças da empresa e se projetar às vendas e os custos da empresa, buscando o equilíbrio entre os prazos de compra e venda.
De acordo com Barbieri (1995): 
O fluxo de caixa financeiro tem como “objetivo principal fornecer informações relevantes sobre os recebimentos e pagamentos de caixa da empresa, durante certo período, propiciando informações relevantes sobre as movimentações de entradas e saídas de caixa neste período”. 
É essencial para uma empresa elaborar um modelo de fluxo de caixa que atenda suas necessidades de informação, não sendo surpreendida pela falta de dinheiro para saldar alguma dívida, podendo prever isso e tomar alguma atitude antes, atitudes estas, antecipando o recebimento dos clientes e/ou postergando despesas que não atrapalhem o andamento da empresa ou tentando diminuí-las, qualquer atitude que evite pagamento de juros ou a falta de caixa
O fluxo de caixa não deve ser enfocado como uma preocupação exclusiva da área financeira. Mais efetivamente deve haver comprometimento de todos os setores empresariais com os resultados líquidos de caixa, destacando-se: 
Na área de produção, ao promover alterações nos prazos de fabricação dos produtos, determina novas alterações nas necessidades de caixa. De forma idêntica, os custos de produção têm importantes reflexos sobre o caixa; 
As decisões de compras devem ser tomadas de maneira ajustada com a existência de saldos disponíveis de caixa. Deve haver preocupação com relação à sincronização dos fluxos de caixa, avaliando-se os prazos concedidos para pagamento das compras com aqueles estabelecidos para recebimento das vendas; 
Políticas de cobrança mais ágeis e eficientes, ao permitirem colocar recursos financeiros mais rapidamente à disposição da empresa, constituem-se em importante reforço de caixa; 
Na área de vendas, junto com a meta de crescimento da atividade comercial, deve manter um controle mais próximo sobre os prazos concedidos e hábitos de pagamentos dos clientes, de maneira a não pressionar negativamente o fluxo de caixa. Em outras palavras, é recomendado que toda decisão envolvendo vendas, deve ser tomada somente após uma prévia avaliação de suas implicações sobre os resultados de caixa (exemplos: prazo de cobrança, despesas com publicidade e propaganda, etc.);
Outro ponto fundamental no uso de fluxo de caixa está aliado a capacidade de manutenção do ciclo operacional e o ciclo de caixa da empresa. 
Ciclo operacional, de acordo com (ROSS, et al., 2000) é o ciclo completo que vai desde o momento de compra da mercadoria até o momento do recebimento de caixa. Já o ciclo de caixa, de acordo com (LEMES JR, et al., 2001) compreende o período em que os recursos da empresa foram utilizados para o pagamento dos bens e matérias-primas até o recebimento pela venda do produto acabado (apud GOTARDELO et al, 2007, p.34).
Figura 3: Modelo de operação de Ciclo Econômico, Caixa e Operacional.
Fonte: Lemes (2001)
Na figura 3, o prazo que compreende o dia 0 a 30 temos o ciclo econômico, onde tem se a compra de mercadoria e o prazo médio de estocagem do produto, em 45 temos o prazo médio para pagamento da compra, entre 45 e 60 dias temos a diferença entrega pagamento a fornecedor, sendo ele o primeiro a acontecer e em 60 o recebimento de fato da venda, compreendo aqui o clico de caixa. 
Afim de manter o equilíbrio entre dois ciclos é fundamental adequar e proceder ajustes aos fluxos sempre que necessário, dentro os quais destacam-se algumas ações:
Negociações com fornecedores e outros credores visando alongar os prazos de pagamento;
Medidas mais eficientes de valores a receber, sem prejuízo de vendas futuras, objetivando reduzir o volume de clientes em atraso e inadimplentes;
Decisões tomadas na área com intuito de diminuir os estoques e incrementar seu giro;
Concessão de descontos financeiros, sempre que economicamente justificados, na expectativa de redução dos prazos de recebimentos das vendas etc.
Através da capacidade de manutenção dos ciclos de caixa, podemos partir para modelos que definem como o de fluxo de caixa será projetado, podendo ser previsto como ele se comportará com o caixa futuramente, proporcionando tomadas de decisões que controlem o caixa para não ter surpresas desagradáveis. 
Outro ponto de destaque quanto é dito por Assaf Neto (2003 apud FASSARELA, et al, 2004, p.10), na qual ele descreve que é mediante os Fluxos de Caixa, e não dos lucros, que se mede o potencial efetivo da empresa em implementar suas decisões financeiras fundamentais (investimento, financiamento e distribuição de dividendos). Dessa forma, são os fluxos de Caixa, e não outra medida contábil qualquer de resultado, que se constituem na informação mais relevante para o processo de análise de investimentos.
Outra vantagem é descrita por Marion (1998 apud FASSARELA, et al, 2004, p.10), na qual ele descreve que a Demonstração do Fluxo de Caixa vem esclarecer situações controvertidas na empresa, como, por exemplo, através da comparação com a DRE, o porquê de a empresa ter um lucro considerável e estar com o caixa baixo, não conseguindo liquidar todos os seus compromissos. Ou ainda, embora seja menos comum, o porquê de a empresa ter prejuízo este ano, embora o Caixa tenha aumentado. 
Muitas vezes um modelo simples de fluxo de caixa já é o suficiente para atender o objetivo do que se propõe para cada tipo de empresa.Estes modelos em geral resumem o saldo diário de valores a pagar, a receber, bem como possíveis previsões de receitas e despesas fixas do qual já se tenham conhecimento prévio do valor.
Figura 4: Modelo de Fluxo de Caixa Projetado para 30 dias
Fonte: dados da pesquisa (2015)
3.2 Orçamento Empresarial
O Orçamento é um valioso instrumento de planejamento e controle das operações da empresa, qualquer que seja seu ramo de atividade, natureza ou porte. Das grandes companhias multinacionais, até as mais modestas, o orçamento pode ser utilizado, com as devidas adaptações, como ferramenta para controle e avaliação de desempenho das atividades empresariais visando alcançar seus objetivos (PASSARELLI & BOMFIM, 2003 apud SANTOS, 2009, p.73)
Gitman (1987, p.250) afirma: 
Os planos financeiros e orçamentos fornecem roteiros para atingir os objetivos da empresa. Além disso, esses veículos oferecem uma estrutura para coordenar as diversas atividades da empresa e atuam como mecanismo de controle estabelecendo um padrão de desempenho contra o qual é possível avaliar os eventos reais.
Tem-se orçamento como um plano financeiro estratégico de uma administração para determinado período ou exercício. Aplica-se tanto ao setor governamental quanto ao privado. Deve ser um plano que leve em consideração todos os aspectos de funcionamento de uma empresa.
A elaboração do orçamento está fortemente ligada ao planejamento estratégico que visa estabelecer a direção que a empresa deve seguir. São eleitas estratégias e ações para se alcançarem os objetivos de longo e curto prazos. É um planejamento predominantemente qualitativo.
O planejamento antecede o processo orçamentário, uma vez que é durante o processo de planejamento que são traçadas metas e diretrizes que serão expostas no orçamento e previstas em ciclo orçamentário. 
Para Horngren, Foster e Datar (1997, p.125) as empresas bem organizadas geralmente apresentam o seguinte Ciclo Orçamentário: 
1. Planejamento do desenvolvimento da organização como um todo, assim como das respectivas subunidades. Todos os gestores concordam com o que é esperado deles. 
2. Estabelecimento de um parâmetro de referência, isto é, um conjunto de expectativas específicas com relação às quais os resultados reais possam ser comparados; 
3. Análise das variações dos planos, seguida, se necessário, das respectivas ações corretivas; 
4. Replanejamento, levando em consideração o feedback e a mudança das condições;
Padoveze (2007, p.189) define orçamento como “... nada mais é do que colocar na frente aquilo que está acontecendo hoje”. E complementa “Orçar significa processar todos os dados constantes do sistema de informação contábil de hoje, introduzindo os dados previstos para o próximo exercício, considerando as alterações já definidas para o próximo exercício”.
É importante saber que o Orçamento não é suficiente para que a empresa atinja seus objetivos, deve ser acompanhado de controle, avaliação permanente e distribuição de responsabilidades com os gerentes que o executaram; estes devem ser convencidos de que o orçamento está presente para auxiliá-los, identificando e corrigindo distorções eventuais, ou seja, o orçamento torna-se ferramenta indispensável para se obter metas nas empresas. 
Figura 5: Modelo de Orçamento Empresarial Bimestral 
Fonte: dados da pesquisa (2015)
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve por objetivo principal demonstrar e apresentar de que forma a Administração Financeira aliada as ferramentas e aos principais conceitos auxiliam no planejamento, no controle e na tomada de decisão de uma empresa.
Fica notado que as empresas já despertaram para a necessidade de planejar, controlar e acompanhar as atividades operacionais. Uma empresa em desenvolvimento não deve ser refém de conhecimentos básicos que muitas vezes são tocados por empresários que se inflamam de know-how próprio em determinar as ações que conduzem a empresa.
A informação correta e oportuna é fator decisivo para as empresas manterem-se competitivas perante as constantes mudanças no cenário econômico mundial. E a contabilidade quando utilizada como geradora de informações, ocupa papel fundamental nas empresas, auxiliando os gestores na tomada de decisão. 
O principal enfoque da Administração Financeira é o processo decisório e as ações que podem maximizar a valorização da empresa, os controles financeiros corretos constituem um papel que deve orientar a busca da eficiência do administrador financeiro. Porém é dito que não existem informações e demonstrações prontas, para apoio à tomada de decisão: é preciso adaptá-las à política da empresa e à necessidade de cada gestor tendo em vista o cenário econômico e planejamento estratégico da empresa. 
Aliadas a estratégia do público interno para o futuro da organização, tais conceitos e controles apresentados nesse estudo auxiliam o gestor administrativo financeiro na tomada de decisão de curto, médio ou longo prazo. É notado que todas decisões afetam ou afetarão a performance financeira da empresa em algum momento, pois despesas e investimentos ao final serão liquidados através do caixa e disponibilidades da empresa. 
Desta forma antes de qualquer introdução de uma gestão orçamentaria ou decisões de compra, por exemplo, as informações de fluxo de caixa e orçamento devem estar em consonância para que não tenha impactos negativos com a realidade em que vive a empresa em determinado cenário econômico. 
Nota-se que os conceitos sobre administração financeira e a importância da contabilidade interna são ferramenta fundamental para auxiliar em todo esse processo, pois uma organização que não possua um sistema contábil que possa lhe fornecer as informações necessárias, possivelmente não terá, de maneira transparente, comprovação de que está seguindo na direção desejada. 
Podemos concluir então, que as organizações precisam de um controle contínuo sobre todas as suas operações e que qualquer decisão deve ser tomada com cautela. Isso vale tanto para as empresas de grande, como de médio e pequeno porte, pois uma organização, independentemente de tamanho ou ramo de atividade, necessita de controles para orientar o processo de gestão.
Portanto, o conhecimento em princípios básicos de administração financeira e conceitos empresariais, aliados as ferramentas de controle financeiros em suas diversas formas de analisá-los e extrair as informações para auxiliar nesses controles, passa a ser um diferencial competitivo, orientando o processo decisório, de acordo com a missão e a visão estabelecida, para a otimização do resultado econômico. 
Limitando-se à visão exposta, o trabalho é finalizado, com a perspicácia de que outros trabalhos deverão ser feitos, para explorar amplamente este assunto.
Visando à contribuição para novos estudos, vale destacar que a diversidade de modelos de controles e ferramentas de administração, cada organização tem à disposição princípios básicos que são seguidas como regra no mercado, porém estes princípios estão em renovação constante visto as mudanças dos cenários econômicos e interesses de cada mercado e seu segmento. 
Assim, sugere-se estudo semelhante e atualização desta pesquisa afim de adequar com a realidade econômico-financeira de cada organização e à medida que novos modelos são dispostos.
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