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Aula 03 – Processamento do Arroz Pré-limpeza dos grãos • Antecede o processo de secagem. • Retirada de impurezas que podem retardar o processo da secagem, acelerar a proliferação de microrganismos e facilitar a proliferação de insetos. O que é usado? • Jogo de peneiras adequadas. • Ventilador com perfeito ajuste do fluxo de ar. Ideal é que após a pré-limpeza os lotes tenham impurezas abaixo dos 2% Peneiras vibratórias Ventilador Secagem • Umidade ideal para a colheita: entre 18 e 23% - término da formação dos grãos. Por que não colher com menos umidade? • 1) Os grãos ficam submetidos a aumentos de umidade à noite (orvalho) e redução durante o dia (calor). • 2) Grãos vulneráveis à chuvas, podendo ocasionar fungos e aumentos de umidade. Ocorrência de rachaduras nos grãos, com surgimento de grãos quebrados no beneficiamento. Secagem • A secagem deve ser feita até o grão atingir 13% de umidade. Pode ser feita de duas formas: • Secagem natural ao sol • Secagem artificial - secadores Secagem Secagem ao sol: • Pequenos e médios produtores. • Espalhados em superfície cimentada lisa e amontoados à noite. • Revolvimento durante o dia para troca de calor adequada com o ambiente. • Não é ideal para áreas com alta umidade do ar. Secagem Secagem artificial em secadores: • Ar aquecido ou em temperatura ambiente que passa artificialmente pela massa de grãos, forçando as trocas de umidade. • Deve ser bem conduzido para evitar grãos quebrados. • Temperatura na massa de grãos: nunca acima de 40°C. • Evitar choques térmicos (não remover mais de 2% de umidade por hora). Armazenamento • Para obter boas qualidades culinárias, o arroz precisa de um período de armazenamento. • Armazenamento em silos, com grãos já resfriados. • Monitoramento diário da temperatura da massa de grãos para evitar fermentações. • Ideal fazer a transilagem a cada 30 – 60 dias. • Armazenamento em sacarias: 12% de umidade, sobre estrados. • Expurgo: seguir recomendações. Beneficiamento do arroz • Limpeza • Descascamento • Separação pela câmara de palha • Separação de marinheiros • Brunição • Polimento • Resfriamento • Homogeinização • Classificação Etapas do beneficiamento: 1) Limpeza: • Após a pré-limpeza do material; • Retirada de talos da planta, palha do arroz, torrão de terra, pedras, pedaços de saco de juta, estopas, entre outros. Retirada de materiais grosseiros no meio dos grãos pelo vento Fonte: Embrapa milho e sorgo. Etapas do beneficiamento: 2) Descascamento: • Retirada da casca do grão; • Utilização de dois roletes de borracha, girando em sentido contrário; • Cuidados com a quebra do grão – função da umidade; • Deve obedecer um período de armazenamento para melhoria da qualidade; • Casca: 22% do volume do grão. Etapas do beneficiamento: 3) Separação pela câmara de palha: • Separação do arroz inteiro do mal granado ou verde, das cascas e seus derivados; • Utilização de ar – vento. 4) Separação dos marinheiros: • Retirada dos grãos que ainda permanecem com casca; • Melhoria da qualidade do arroz. Etapas do beneficiamento: 5) Brunição – “produção do arroz polido” O arroz já descascado, integral, é lixado por máquinas compostas por pedras abrasivas que retiram o farelo de arroz e separam o arroz branco. Estas máquinas são chamadas de brunidores. A brunição retira a parte externa dos grãos, rica em vitaminas, sais minerais, proteínas, que sai pelos orifícios das paredes da máquina, na forma de um farelo rico em nutrientes. O farelo é utilizado para confecção da farinha de arroz. Brunidor Etapas do beneficiamento: 7) Resfriamento: Após o polimento do arroz, é feita uma etapa de resfriamento, pois o mesmo sai com temperatura elevada. 6) Polimento: Após a brunição, o arroz vai para o “polidor”, constituído por uma pedra revestida por um feltro ou flanela, e com jatos de água e ar faz o polimento do grão. Brunidor Polidor Resfriador Arroz Integral Arroz Polido Farelo de Arroz Brunição e Polimento Processo de Parboilização Parboilização = “Parboiling” •“Partial”= parcial, parcialmente •“Boiling” = em ebulição, fervente Processo de Parboilização •Processo antigo; • Inicialmente na Índia e na África Equatorial; •Objetivo do processo: facilitar a remoção da casca dos grãos de arroz. •Como era feito? O grão era simplesmente encharcado e colocado para secar ao sol. Processo de Parboilização – Por que fazer? • Endosperma: grânulos poligonais de amido; • Presença de ar e umidade nos espaços intergranulares; • Ocorrência de rachaduras nos grãos, comprometendo a qualidade; • Presença de nutrientes nas extremidades dos grãos: uniformização da distribuição dos nutrientes. Processo de Parboilização Como é feito: 1) Eliminação dos grãos mais leves por flutuação em água; 2) Grãos são umedecidos em água aquecida acima de 58°C; 3) O arroz é introduzido num tanque, onde se produz vácuo, durante pelo menos 10 minutos, para eliminar o ar contido nos espaços intergranulares do amido; 4) Coloca-se água quente a 75 – 85°C (difusão dos nutrientes da casca no endosperma) por 120 a 165 minutos; Processo de Parboilização 5) Eliminação da água e submissão a vapor aquecido a 110°C – 10 a 20 min., para soldar eventuais trincas nos grãos; 6) Elimina-se o vapor a um vácuo de 28 a 29 polegadas; 7) Secagem durante cerca de duas horas e meia, para reconduzir a umidade do arroz a 15 - 18%; 8) Secador contínuo, até umidade de 12,5%; 9) Colocação em silos e resfriado por ventilação, repousando por 8 horas antes do beneficiamento. Processo de Parboilização Processo de Parboilização Algumas vantagens do processo: •Morte do embrião, evitando a germinação; •Destruição de microrganismos e possíveis insetos nos grãos; •Melhora o rendimento do grão; • Inativação de enzimas, reduzindo a rancificação do farelo. Processo de Parboilização Algumas desvantagens do processo: •Dificulta o polimento do grão, tornando mais trabalhoso a remoção do farelo; • Formação de coloração amarelada, indesejada por alguns consumidores. Etapas do beneficiamento 8) Homogeinização • Retirada do farelo de arroz que ainda permanece aderido ao grão. • A máquina que realiza esta operação utiliza a pulverização de água e ar. Etapas do beneficiamento 9) Classificação O arroz é classificado em: • Grupos; • Subgrupos; • Classes; • Tipos. Classificação - Grupos 1) Arroz em casca - é o produto fisiologicamente desenvolvido, maduro e em casca, depois de colhido; 2) Arroz beneficiado - é o produto maduro que, submetido a processo de beneficiamento, se encontra desprovido, no mínimo, da sua casca. Classificação - Subgrupos Subgrupo do arroz em casca • natural • parboilizado Subgrupo do arroz beneficiado • arroz integral • arroz polido • arroz parboilizado integral • arroz parboilizado polido Classificação - Classes IN N° 06, de 16 de fevereiro de 2009, do Ministério da Agricultura: a) Longo fino (agulhinha) - é o produto que contiver, no mínimo, 80% do peso dos grãos inteiros medindo 6,0 mm, ou mais, no comprimento; 1,90 mm, no máximo na espessura e cuja relação comprimento/largura seja superior a 2,75 após o polimento dos grãos. b) Longo - é o produto que contiver, no mínimo, 80% do peso dos grãos inteiros medindo 6,0 mm, ou mais, no comprimento, após o polimento dos grãos. c) Médio - é o produto que contiver, no mínimo, 80% do peso dos grãos inteiros medindo de 5,0 mm a menos de 6,0 mm no comprimento, após o polimento dos grãos. d) Curto - é o produto que contiver, no mínimo, 80% do peso dosgrãos inteiros medindo menos de 5,0 mm no comprimento, após o polimento dos grãos. e) Misturado - é o produto que não se enquadra em nenhuma das classes anteriores. Arroz ardido Arroz picado ou manchado Arroz gessado Arroz rajado Arroz amarelo Classificação - Tipos Tipo Ardidos Picados ou manchados Gessados e verdes Rajados Amarelos 1 0,15 1,75 2,00 1,00 0,50 2 0,30 3,00 4,00 1,50 1,00 3 0,50 4,50 6,00 2,00 2,00 4 1,00 6,00 8,00 3,00 3,00 5 1,50 8,00 10,00 4,00 5,00 Arroz em Casca Natural – Limites máximos de tolerância, expressos em %/peso. Classificação - Tipos Arroz Beneficiado Polido – Limites máximos de tolerância, expressos em %/peso. Tipo Matérias estranhas e impurezas Mofados e ardidos Picados ou manchados Gessados e verdes Rajados Amarelos Total de quebrados e quirera Quirera (máximo) 1 0,10 0,15 1,75 2,00 1,00 0,50 7,50 0,50 2 0,20 0,30 3,00 4,00 1,50 1,00 15,00 1,00 3 0,30 0,50 4,50 6,00 2,00 2,00 25,00 2,00 4 0,40 1,00 6,00 8,00 3,00 3,00 35,00 3,00 5 0,50 1,50 8,00 10,00 4,00 5,00 45,00 4,00 Classificação - Tipos Outros critérios para tipo, segundo a IN 06: • Arroz em casca parboilizado; • Arroz beneficiado integral; • Arroz beneficiado parboilizado polido; • Arroz beneficiado parboilizado integral. Testes de qualidade dos grãos de arroz Teste de cocção: Consiste em simular o cozimento caseiro e determinar por meio de análise sensorial a textura (dureza e pegajosidade) e o rendimento dos grãos. Teste pouco prático e oneroso, devido ao grande número de amostras de arroz necessárias e à grande quantidade de provadores demandados. Testes de qualidade dos grãos de arroz Teor de amilose aparente: O teor de amilose está relacionado com as propriedades texturais do arroz, como maciez e coesão, e ainda com sua cor, brilho e volume de expansão. Arroz com alto teor de amilose, normalmente, apresenta grãos secos e soltos, que após o resfriamento podem ficar endurecidos. As cultivares com baixo teor de amilose apresentam grãos macios, aquosos e pegajosos no cozimento. Testes de qualidade dos grãos de arroz Temperatura de gelatinização: A temperatura de gelatinização do amido refere-se à temperatura de cozimento na qual a água é absorvida e os grânulos de amido aumentam irreversivelmente de tamanho, com simultânea perda de cristalinidade. Em termos práticos, é um teste que avalia o índice de resistência à cocção. TG alta TG média TG baixa Testes de qualidade dos grãos de arroz Centro branco (gessados) e classificação visual: Grãos translúcidos são os mais procurados pela indústria de arroz e consumidores. Grãos gessados (com centro-branco) podem causar maior percentual de grãos quebrados, o que desvaloriza o produto, além de influir negativamente na preferência por parte do consumidor Testes de qualidade dos grãos de arroz Avaliação instrumental de defeitos, dimensão e rendimento: • Analisador Estatístico de Arroz (S-21). • Um hardware e um software para avaliação de defeitos de grãos (gessados, manchados e picados), dimensão (comprimento e largura) e rendimento de grãos por meio de imagens captadas de uma pequena amostra de grãos. • Maior agilidade, repetibilidade e precisão nas análises, além da facilidade operacional. Produtos do arroz • Arroz inteiro – consumo do grão cozido. • Farelo e farinha de arroz. • Amido de arroz. • Cereais matinais. • Flocos de arroz. • Biscoitos de arroz. • Óleo de arroz. • Saquê. Atividade: • Leia o artigo: “QUALIDADE DE FARELOS DE ARROZ CRU, EXTRUSADO E PARBOILIZADO”. • Faça uma análise/resumo com comentários dos resultados e discussão, e da conclusão do trabalho. • Uma página aproximadamente (caderno ou sulfite). • Entrega até 06/03. Próxima aula MILHO
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