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CASOS CONCRETOS PENAL 3 (1 ao 16) (2017.2) Título SEMANA 1 Descrição CASO CONCRETO DOLORES, 43 anos, mãe da adolescente JANAÍNA, de 16 anos, flagra a menina, sozinha, chorando em seu quarto. Instada a explicar o motivo de sua tristeza, a jovem relata à mãe que, por duas semanas consecutivas vem sendo assediada por FELISBERTO, guarda municipal com lotação e atribuição local, prestando serviços de vigilância e ronda escolares. Segundo a adolescente, notadamente na esquina do quarteirão da escola, FELISBERTO espera sua passagem para proferir palavras como “gostosa”, “quero sair com você”, “vamos curtir um cinema” e etc. Indignada com o acontecido, DOLORES combina com JANAÍNA que no dia seguinte vai acompanhá-la à escola, no entanto, em uma distância razoável objetivando constatar in loco as investidas de FELISBERTO. Dessa maneira, no dia seguinte, quando JANAÍNA chega ao quarteirão da escola já encontra FELISBERTO se aproximando dela, ocasião em que, DOLORES, vindo um pouco atrás, empunha um revólver 38 que traz consigo, disparando três tiros certeiros nas costas de FELISBERTO que vem a óbito imediatamente em decorrência das respectivas lesões. Considerando o caso aventado, realize, fundamentadamente, a adequação típica pertinente. Resposta: Dolores responderá por homicídio qualificado pelo motivo fútil. O caso também apresenta a qualificadora pela impossibilidade da defesa da vítima e neste caso só uma hipótese qualifica o homicídio e a outra hipótese será considerada como circunstância judicial prevista no art. 59 do Código Penal. Como trata-se de homicídio qualificado incide a Lei 8072/90. Fundamentações: Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; (qualificadora) III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; (no caso concreto acima considera-se como circunstância judicial prevista no Art. 59 do CP) V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) (homicídio funcional) Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) Fixação da pena Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Observações pertinentes: 1) O homicídio qualificado é crimes hediondo em todas as suas formas (Lei 8072/90) 2) Não existe homicídio duplamente ou triplamente qualificado, pois apenas uma qualifica, as demais serão consideradas como causas desfavoráveis (art. 59 do CP) 3)Ao do Tribunal do Júri cabe: a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. CF, Art. 39, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 4) Para assegurar a execução - se for roubo será latrocínio (Art. 157) e não homicídio qualificado; latrocínio é o roubo mediante violência seguida de morte. 5) Configura o crime de homicídio: o ataque da vida humana extrauterina, já o ataque a vida intrauterina é incriminado pelos tipos de aborto (Art. 124 ao 126). 6) Admite tentativa(sempre que puder fracionar o inter criminis) no homicídio doloso e possui a forma culposa, porém esta não admite tentativa. 7) O crime de homicídio apura-se mediante ação pública incondicionada, sendo sua iniciativa exclusiva do Ministério Público 8) São espécies de homicídio: simples (art.121, caput), Privilegiado (Art.121, & 1º , Qualificado (Art.121, & 2º) e Culposo(Art.121, & 3º). 9) No homicídio aplica-se o princípio da especialidade, como, por exemplo, no caso de matar o Presidente Da República, do Senado, do STF e do Câmara dos Deputados por motivação política em razão do cargo, a capitulação será Lei 7170/83 no seu Artigo 29. 10) Matar um animal não responde por homicídio, a capitulação será outa como por exemplo: crime de dano. 11) No homicídio doloso (Art. 121,& 1º(privilegiado) e & 2º(qualificado): há intenção de matar (animus necandi) ou assume-se o risco de matar (dolo eventual). 12) O homicídio pode ser praticado através de ação (comissivo) ou omissão. A primeira hipótese ocorre quando o agente dirige sua conduta com o fim de causar a morte da vítima, já a modalidade omissiva ocorre quando o agente deixa de fazer aquilo a que estava obrigado em virtude da qualidade de garantidor (crime omissivo impróprio) art. 13, § 2º, CP, como, por exemplo, quando a mão desejando a morte de seu filho não o alimenta. 13) Quanto à classificação doutrinária: trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME MATERIAL (que exige resultado naturalístico para a consumação); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação), porém pode ser praticado por OMISSÃO - OMISSIVO IMPRÓPRIO; CRIME DOLOSO E CULPOSO (pois há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO "DE EFEITOS PERMANENTES" (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta). 14) A desistência voluntária e arrependimento eficaz (art. 15, CP) são espécies de tentativa abandonada ou qualificada, pois o resultado não se produz por força da vontade do agente, ao contrário da tentativa em que atuam circunstâncias alheias a essa vontade. Na desistência voluntária interrompe-se o iter criminis, ou seja, o agente interrompe voluntariamente a execução do crime, impedindo a sua consumação. No arrependimento eficaz (ou resipiscência) o agente, após encerrar a execução do crime, impede a produção do resultado naturalístico. 15) Crime Impossível por absoluta ineficácia do meio e absoluta impropriedade do objeto: O crime impossível é também chamado de tentativa inidônea, tentativa inadequada ou quase- crime. Ninguém pode pretender cometerum homicídio por envenenamento com a aplicação de farinha em vez de veneno (ineficácia absoluta do meio). Ocorre a absoluta impropriedade do objeto no disparo de arma de fogo, com dolo de matar, em cadáver. 16) Concurso de pessoas - autoria mediata, colateral e incerta: Autor mediato - é aquele que se serve de outra pessoa, sem condições de discernimento, para realizar, em seu lugar, a conduta típica. A pessoa é usada como mero instrumento de atuação; Autoria colateral - ocorre quando mais de um agente realiza simultaneamente a conduta, não havendo liame subjetivo entre eles; Autoria incerta - ocorre quando, na autoria colateral, não se sabe quem foi o causador do resultado. Na realidade, sabe-se quem realizou a conduta, mas não quem deu causa ao resultado naturalístico; 17) Erro de tipo essencial e acidental e o crime de Homicídio: Para fins penais considera-se erro a falsa representação da realidade, ou seja, o agente supõe realidade diversa da que efetivamente existe. O erro de tipo é aquele que incide sobre as elementares ou circunstâncias da figura típica, incluindo as formas qualificadas ou privilegiadas, bem como as circunstâncias legais agravantes. Pode-se dizer que no erro de tipo o agente conhece a proibição legal, mas não conhece a própria conduta. O erro de tipo essencial é aquele que incide sobre elementares e circunstâncias. Já erro de tipo acidental incide sobre dados irrelevantes da figura típica. 18) O homicídio simples (Art. 121, caput) trata-se de conduta desprovida de elementos normativos ou subjetivos. Em regra, não é crime hediondo, exceto quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que por um só agente (art. 1º, I, 1ª parte, da Lei 8072/90. 19) O homicídio privilegiado(Art. 121, § 1º) é uma denominação doutrinária e jurisprudencial.. Cuida-se, na verdade, de causa de diminuição de pena (minorante). As hipóteses legais de privilégio apresentam caráter subjetivo, não se comunicando aos coautores e partícipes (art. 30 do CP), se o crime for praticado em concurso de pessoas. Presente uma das hipóteses o juiz deverá diminuir a pena obrigatoriamente (trata-se de direito subjetivo do réu). Cabe aos jurados reconhecer a causa de diminuição de pena, pois é crime doloso contra a vida, e por ausência de previsão na Lei 8072/90 não é crime hediondo. 20) O homicídio qualificado (Art. 121, § 2º) descreve certas qualificadoras agravantes, umas ligadas aos motivos determinantes do crime, indiciários de depravação espiritual do agente (incisos I, II e V - circunstâncias subjetivas), e outras com o modo maligno que acompanham o ato ou fato em sua execução (incisos III e IV - circunstâncias objetivas). 21) As qualificadoras e sua interpretação analógica: Qualificadoras são circunstâncias que aumentam obrigatoriamente a pena e devem ser aplicadas sobre a pena base. A qualificadora tem como característica o aumento dos limites mínimo e máximo da pena e é justamente essa característica que a distingue da causa especial de aumento de pena (majorante), pois nesta o aumento é promovido tomando-se como referência a pena base do tipo fundamental. Interpretação analógica é espécie no gênero interpretação extensiva. Consiste em se estender a atividade hermenêutica para abranger os casos semelhantes aos que foram exemplificados no texto legal. Como exemplo tem o art. 121, § 2º, I e IV, do CP. Na interpretação analógica não há que falar em lacuna no texto da lei, diferente da analogia em que há lacuna na lei. Na interpretação analógica a vontade da lei é a de abranger os casos semelhantes à casuística veiculada. 22) Possibilidade de reconhecimento simultâneo entre qualificadora e privilégio e sua divergência: De com a doutrina e jurisprudência é perfeitamente possível a coexistência das circunstâncias privilegiadoras (§ 1º), que são todas de natureza subjetiva, com as qualificadoras de natureza objetiva (§ 2º, III e IV) 23) Perdão Judicial. Natureza Jurídica. Perdão Judicial no Código de Trânsito Brasileiro. Natureza jurídica da sentença que concede o Perdão Judicial: Está previsto no art. 121, § 5º, do CP. Trata-se de uma causa extintiva da punibilidade (art. 107, IX, CP). Majoritariamente na doutrina entende-se que aplica-se aos crimes de trânsito o perdão judicial. A natureza jurídica da sentença que concede o perdão judicial é controvertida, pois uma 1ª corrente entende que é declaratória, conforme súmula 18 do STJ, já a 2ª corrente entende que é condenatória. 24) Causas de aumento de pena Art. 121, § 4º, primeira parte, CP, aplica-se ao homicídio culposo. a 2ª parte aplica-se ao homicídio doloso.. Homicídio culposo e causas especiais de aumento de pena Art. 121, § 4º, primeira parte, CP. Diferença da imperícia para a causa de aumento de pena da inobservância da regra técnica de profissão, arte ou ofício Não se confunde inobservância de regra técnica com imperícia. No caso do aumento de pena, o agente conhece a regra técnica, porém deixa de observá-la. Já na imperícia, que pressupõe inabilidade ou insuficiência profissional, ele não a conhece, não domina conhecimentos técnicos. 25) Aplicação do princípio da subsidiariedade em relação ao crime de Omissão de socorro: Somente aplica a causa de aumento de pena da omissão de socorro para a pessoa que deu causa ao evento culposo. Caso a omissão de socorro ocorra para aquele que não deu causa ao evento culposo, aplica-se o crime autônomo do art. 135 do CP. 26) Causas especiais de aumento de pena no Homicídio Doloso: Art. 121, § 4º, segunda parte, CP. É uma causa especial de aumento de pena, porque está prevista na Parte Especial do CP e sua natureza é objetiva, pois leva em consideração a idade da vítima. 27) Aplicação da Teoria da Atividade: de acordo com o art. 4º do CP considera-se praticado o crime no momento da conduta (ação ou omissão), pouco importando o momento do resultado, trata-se da aplicação da Teoria da Atividade. 28) Homicídio e a Lei dos Crimes Hediondos. De acordo com o art. 1º, I, da Lei 8072/90, com redação determinada pela Lei 8.930/94 o homicídio simples quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente. Tal homicídio é classificado pela doutrina como homicídio condicionado, pois depende da verificação de um requisito (condição) para que seja considerado hediondo. 29) Homicídio simples como crime hediondo de acordo com a Lei 8.072/90 e suas divergências. Temos doutrina negando ao homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio o rótulo de "simples", pois grupos de extermínio buscam promover a justiça por suas próprias mãos e, neste caso, o crime será qualificado pela torpeza 30) Homicídio qualificado e privilegiado ao mesmo tempo e a controvérsia sobre a incidência da Lei 8.072/90. O homicídio qualificado-privilegiado é considerado hediondo? A doutrina diverge. Uma 1ª corrente entende que não, pois não está previsto na Lei 8072/90 e por força do critério legal considera-se hediondo somente se estiver previsto na Lei. Outro argumento é que a circunstância privilegiadora é de caráter subjetivo e diz respeito ao móvel do crime, já que as qualificadoras se relacionam à forma de execução. Há também o argumento fazendo analogia com o art. 67 do CP. Já a 2ª corrente entende que tal homicídio é hediondo, pois as circunstâncias do privilégio interferem na quantidade da pena e não na qualidade ou natureza do delito. QUESTÃO OBJETIVA É incorreto capitular: a) como homicídio consumado, a hipótese em que “A” e “B”, independentemente um do outro, injetassem cada um uma dose mortal de veneno da mesma espécie na bebida de “C”, que em consequência morresse ao tomá-la por inteiro. b) como tentativa de homicídio, para os dois, à luz da teoria da equivalência dos antecedentescausais (conditio sine qua non), se “A” e “B” atirassem quase ao mesmo tempo, mas sem saber um do outro, contra a vítima, atingida por um dos tiros na cabeça e o outro no coração, cada qual com aptidão para ser imediatamente mortal, mas sem que tivesse sido esclarecido, no inquérito, quem deu qual dos tiros e quem atirou primeiro, inexistindo coautoria. c) como meio cruel qualificante, o propósito do agente em aumentar, desnecessária e sadicamente, o sofrimento da vítima; e por homicídio qualificado, pelo uso de meio insidioso, quando o agente oculta a boca de um poço para que a vítima não o perceba, nele se precipite e morra. d) como homicídio doloso, sem o concurso do crime de ocultação de cadáver, a ação do agente que, com dolo geral, depois de esfaquear a vítima e supor que ela tivesse morrido, viesse somente a matá-la, não pelas facadas, mas por asfixia, ao enterrá-la numa cova com a finalidade de ocultar o suposto cadáver, quando, na verdade, a vítima ainda estava viva. e) em concurso formal homogêneo, os homicídios culposos decorrentes do desabamento de prédio construído de forma imperita pelo engenheiro. Título SEMANA 2 Descrição CASO CONCRETO HORTÊNCIA, maior, que fora vítima de estupro perpetrado com violência real, interrompeu ela mesma, na sua própria residência, a gravidez resultante do crime contra a liberdade sexual, causando a destruição do produto da concepção, para o que se valeu de meios mecânicos obstétricos diretos e de informações, que, para o abortamento, foram lhe fornecidos pelo enfermeiro ALEXANDRINO. A gestante, em consequência dos meios empregados na provocação do aborto, sofreu lesão corporal de natureza grave. Identifique justificadamente a conduta de HORTÊNCIA e ALEXANDRINO Resposta: Hortência responde por autoaborto do art.124, na forma da primeira figura e Alexandrino responde como partícipe do autoaborto9art.124 na forma da segunda figura), pois não praticou nenhum ato executório. Fundamentação: Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124 - Provocar aborto em si mesma(1ª primeira figura) ou consentir que outrem 2ª segunda figura) lho provoque: (Vide ADPF 54) Pena - detenção, de um a três anos. Aborto provocado por terceiro Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos. Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54) Pena - reclusão, de um a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência Forma qualificada (qualificadora) Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores(125 e 126) são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. (majorantes) Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54) Aborto necessário( terapêutico) I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro (aborto sentimental ou ético) II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. QUESTÕES OBJETIVAS 1)Exemplo de abortamento legal é o a) Aborto eugênico (gênero)- se caracteriza quando o feto apresenta alguma anomalia, porém possui capacidade de vida, sendo crime a sua prática já o aborto do anencéfalo (espécie do aborto eugênico) foi permitido pelo STF, pois não tem nenhuma capacidade de vida, não precisando de nenhuma decisão judicial, bastando o diagnóstico médico, portanto não e crime a sua prática. b) Aborto miserável c) Aborto sentimental praticado por médico ou ético d) Aborto honoris causa. 2) Infanticídio: a) É crime de mão própria. b) É crime próprio, admitindo a coautoria e a participação. c) Não cabe tentativa. d) É crime de perigo. Julgue certo ou errado a questão abaixo: Segundo decisão jurisprudencial, podemos afirmar que em caso de aborto anencéfalo, ou seja, não há a capacidade de vida do feto, podendo ser feito o aborto pela própria gestante, quanto ser feito pelo próprio médico, não necessitando de decisão judicial, bastando o diagnóstico que comprove essa situação, caracterizando assim crime impossível (Art. 17 do CP).(C) Caso concreto extra Wagner (cadeirudo) induz Florisbela, sua namorada, a praticar o aborto. Praticam-no André, médico, e Thiago Careca, enfermeiro, ressaltando-se que havia o consentimento dela. Como pode ser capitulado a participação de cada um no caso concreto ? Resposta: Wagner responde como partícipe do Art. 124 (2ª figura); Florisbela como autora do Art. 124 (1ª figura; André responde como autor do Art. 126 e Thiago careca responde como partícipe do Art. 126. SEMANA 3 Descrição CASO CONCRETO ERIOSVALDO convence MARIOSCLEIDE a suicidar-se pulando de um prédio de vinte andares. A mulher, convencida, pula vindo a ter uma entorse de seu tornozelo e, por isso, ficou quarenta dias impossibilitada de exercer suas atividades habituais. Considerando o caso hipotético, levando em conta que MARIOSCLEIDE estava grávida de 03 (três) meses; fato de seu conhecimento, mas não de conhecimento de ERIOSVALDO e que nada sofreu o feto com a queda, identifique a conduta dos dois envolvidos. Resposta: Eriosvaldo responde pelo Art.122 na forma de tentativa de suicídio com resultado lesão grave; Marioscleide para uma corrente, não responde por tentativa de aborto, uma vez que a autolesão não é punida no nosso ordenamento jurídico, salvo se entrar na esfera de outrem; porém para uma segunda corrente, ela responde por tentativa de aborto por dolo eventual. Fundamentação: Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único - A pena é duplicada: Aumento de pena (majorante) I - se o crime é praticado por motivo egoístico; (herança) II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. (aplica-se neste inciso o maior de quatorze e menor de 18, se for menor 14 é considerado homicídio ou tentativa de homicídio Observações pertinentes: 1) A autolesão só será punida se entrar na esfera do outrem, pois em regra não é punida(responsabilidade objetiva). 2) neste tipo penal, o sujeito passivo é qualquer pessoa que possua um mínimo de capacidade de resistência e de discernimento, pois, em caso contrário, estará caracterizado o crime de homicídio. 3) A lesão leve ou nenhuma lesão é considerada como fato atípico. 4) A consumação é o momento consumativo ocorre com a morte da vítima ou com a produção de lesão corporal de natureza grave (expressão que abrange a lesão gravíssima). 5) A tentativa ,de acordo com a doutrina majoritária, não é admitida. 6) De acordo com a classificação doutrinária: Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME MATERIAL (que exige resultado naturalístico para a consumação); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação), porém pode ser praticado por OMISSÃO (na figura do auxílio); CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio ou forma pelo agente); CRIME INSTANTÂNEO (o resultado opera-se de forma imediata, sem se prolongar no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que,no entanto, integram a mesma conduta). CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA OU DE CONTEÚDO VARIADO (o tipo penal contém várias modalidades de conduta, e, ainda que seja praticada mais de uma, haverá somente um único crime). 7) Questões controvertidas: O “pacto de morte”: caracterização; distinção do delito de homicídio. Para que responda pelo art. 122 do CP o agente não pode ter praticado qualquer ato de execução característico do delito de homicídio, pois, caso contrário, deverá ser responsabilizado pelo crime de homicídio. A conduta omissiva e a caracterização do tipo penal. Pode a omissão do agente caracterizar auxílio a suicídio? Segundo parte da doutrina, aquele que conscientemente omite a ação a que estava obrigado em razão da posição de garante que ocupava contribui também para o advento do suicídio, já que não impediu, o garantidor, o suicídio alheio, embora possuísse capacidade concreta de ação. Outra corrente doutrinária salienta que não há que se cogitar em auxílio por omissão, mesmo se presente o dever de agir, pois não se pode ver assistência material na simples inércia, na conduta puramente negativa, ou de quem nada faz, ainda quando tivesse o dever jurídico de fazer. A figura do médico como agente garantidor quando sua conduta for contrária à vontade do paciente ou de seus responsáveis legais. O médico que atua contra a vontade da vítima, maior e capaz, como por exemplo o médico fazer transfusão de sangue em situação de imprescindibilidade, age amparado pelo art. 146, § 3º, I, do CP, pois tal comportamento deverá ser encarado como tentativa de suicídio. Análise da conduta de induzimento, instigação e auxílio ao suicídio quando resultado for de lesão corporal leve. Como se trata de um crime condicionado, uma vez que para a perfeita configuração do crime do art. 122 exige-se a ocorrência de uma condição, que á a morte da vítima ou a existência de lesões corporais de natureza grave, caso o agente induza alguém a matar-se, mas a vítima tentando, sofre apenas lesões leves, não há delito. QUESTÕES OBJETIVAS 1) Nas Lesões Corporais (CP, art. 129) a) O dolo é de perigo. b) O animus é necandi. c) O sujeito passivo pode ser o feto. d) O animus é laedendi.(dolo) 2) Lesão corporal seguida de morte (CP, art. 129§3º): a) É crime contra a vida b) É crime de perigo. c) É julgada perante o Tribunal do Júri. d) É crime preterdoloso. SEMANA 4 CASO CONCRETO No dia 13 de outubro de 2016, no decorrer de determinada reunião social, acontecida em Copacabana, TONICO, com o nítido propósito de ofender, afirmou a diversos amigos que ABRAVANEL, também presente à conversa, havia, dois meses antes, tentado covardemente o suicídio, em face de banal discussão familiar. Indignado, por não ser o fato verdadeiro, receoso das consequências que poderiam advir de tal afirmação no meio social e sentindo-se moralmente ofendido, ABRAVANEL contratou os serviços profissionais de advogado estabelecido nesta Comarca, que, tempestivamente, ofereceu QUEIXA CRIME contra TONICO, dando-o como incurso nos artigos 138 e 139, na forma do artigo 70, todos do Código Penal. PERGUNTA-SE: A capitulação dada pelo advogado do querelante está correta? Justifique a sua resposta. Resposta: Não, uma vez que Tinoco não imputou fato falso considerado crime, neste caso haverá somente crime de difamação. Fundamentações: Calúnia Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. § 2º - É punível a calúnia contra os mortos. Exceção da verdade § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. Difamação Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Exceção da verdade Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. Observações pertinentes: 1) Como se trata de ação penal condicionada à representação, o advogado de Abravanel, tem o prazo de seis meses a contar do conhecimento do fato criminoso para oferecer a queixa- crime, não o fazendo, ocorre a decadência, ocorrendo a mesma consequência da prescrição, ou seja, a extinção da punibilidade. QUESTÕES OBJETIVAS 1) O delito de difamação (CP, art. 139): a) Não admite tentativa. b) É crime formal. c) Protege a honra subjetiva. d) Não precisa que a imputação seja falsa. 2) PEDRO imputou a JOÃO, de maneira falsa, que este “escreve jogo do bicho” todos os dias na praça do bairro em que residem. PEDRO, com sua conduta, in thesis, cometeu o crime de: a) Calúnia b) Difamação c) Injúria d) Denunciação Caluniosa SEMANA 5 Descrição CASO CONCRETO AFRÂNIO E IDALINA são colegas de trabalho há mais de três anos; trabalham num mesmo setor de uma grande empresa de mineração em Belo Horizonte. IDALINA é uma jovem muito bem apresentada e vaidosa, tem como hobby tirar fotos, muitas delas, sensuais e em locais paradisíacos. AFRÂNIO sempre soube dessa atividade de IDALINA e já confessara ao seu amigo GILBERTO a vontade imensa de poder ter acesso às fotos de IDALINA, no entanto sabe que se trata de um desejo insustentável. Certa ocasião, IDALINA reclamou a AFRÂNIO que não estava bem a ponto de sair apressada de sua mesa e dirigir-se ao banheiro. AFRÂNIO, observando que IDALINA deixara seu computador de trabalho ligado e “aberto”, aproveitou o momento e rapidamente conseguiu êxito em transferir algumas fotos dela para um pen drive, retornando em seguida para seu local de trabalho sem que fosse percebido. De posse das fotos de IDALINA, AFRÂNIO as compartilhou com GILBERTO por intermédio do Whats App. Em menos de uma semana um número indeterminado de pessoas já havia visto as indigitadas fotos, ocasião em que IDALINA compareceu à Delegacia Policial da circunscrição dos fatos noticiando o acontecido e tendo o Delegado promovendo o pertinente termo circunstanciado imputando a AFRÂNIO o crime do CP, art. 154-A – Invasão de Dispositivo Informático. Pergunta-se: Assiste razão ao Delegado? Justifique sua resposta. Resposta: Não uma vez que Afrânio para obter as fotos não violou mecanismo de segurança do computador. QUESTÕES OBJETIVAS Plagiário vem do latim plagiarius. Era quem, na Antiga Roma, roubava escravos ou vendia como escravos indivíduos livres. O vocábulo tem sua origem na Lex Fábia ex plagiariis. A expressão foi trazida para o campo literário através de uma metáfora criada pelo poeta Marcial, que, no século I, comparou o roubo de versos de suas poesias pelo rival Fidentino a uma criança que tivesse caído nas mãos de um sequestrador. Daí a explicação do desvio sofrido pelo vocábulo plagium na evolução etimológica. A expressão passou a significar, figurativamente, essa apropriação fraudulenta. Plagiário, nos dias atuais, designa o salteador de uma criação intelectual. (MORAES, Rodrigo. A função social da propriedade intelectual na era das novas tecnologias. in Direito Autoral. Cadernos de Políticas Culturais. 2006). Portanto, conforme descrito acima, “plágio” é, originalmente, a denominação que se dá ao crime de redução a condição análoga à de escravo (CP, art. 149). Com relação a esse delito é INCORRETO dizer que: a) pune-se o comportamento de submeter a vítima a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva. b) pune-se o comportamento de restringir, por qualquer meio, a locomoção da vítima em razão de dívida contraída com o empregado. c) admite-se a forma culposa. d) pune-se o comportamento desujeitar a vítima a condições degradantes de trabalho. SEMANA 6 Descrição CASO CONCRETO Cássio, assíduo cliente do Supermercado “Prime”, quando se encontrava promovendo suas compras do mês, foi surpreendido pelo anúncio sonoro acerca de uma promoção relâmpago de um renomado vinho tinto, que teria desconto de 50 porcento de seu valor original de R$ 500,00 (quinhentos reais). Isso para todos aqueles que conseguissem levar o produto ao balcão de descontos para colocação do selo de abatimento do preço. No afã de ser beneficiado pelo anunciado desconto, Cássio rapidamente se dirige ao setor correspondente, e consegue apanhar a última garrafa disponível, colando o necessário selo promocional. Aliviado, Cássio desvia sua atenção para a continuidade de suas compras, mas, ao retornar do curto período em que se distanciou de seu carrinho, acaba por constatar que alguém teria sorrateiramente dele retirado o desejado vinho com o selo de desconto. Ao procurar a gerência e comunicar o inusitado fato, Cássio foi levado ao recinto de monitoramento do mercado, onde, após analisar as imagens, identificou uma senhora idosa, que, aproveitando-se da distração de Cássio, teria retirado de seu carro de compras a última garrafa de vinho com o selo promocional, correndo ao caixa prioritário, onde promoveu o pagamento do produto com seu cartão de débito, tomando rumo ignorado em seguida. Comunicada do fato, a polícia consegue, com auxílio das imagens do circuito interno e análise da fatura de compra cedida pelo supermercado, identificar a astuta senhora como sendo Cremilda de tal, levantando-se também seu endereço. Intimada a depor em sede policial, Cremilda, do alto de seus 73 anos, admitiu sem remorsos todo o ocorrido, esclarecendo não ter resistido ao fato de ser aquele o último vinho com selo de promoção, tendo consumido o produto naquele mesmo dia. Considerando que Cássio não conseguiu levar outro vinho com abatimento do preço, e que o supermercado nenhum prejuízo sofreu, indaga-se sobre a relevância penal da conduta perpetrada por Cremilda. Resposta: O objeto do crime de furto pode ser para uma corrente: a propriedade, a posse e a detenção da coisa; e para uma segunda corrente, ao que parece minoritária, o objeto do crime de furto é somente a propriedade e a posse. Portanto para quem admite como objeto de furto: a propriedade, a posse e a detenção (primeira corrente e majoritária), Cremilda praticou o crime de furto; já para quem inadmite a detenção como objeto do furto, não há relevância penal na conduta de Cremilda. QUESTÃO OBJETIVA Caio, 21 anos furta seu irmão Mévio, 19 anos. É correto afirmar que a ação penal é pública: a) e Caio é isento de pena. b) incondicionada, mas sujeita a perdão do ofendido. c) e incide atenuante pela idade. d) condicionada à representação e incidirá agravante pelo parentesco. Título SEMANA 7 Descrição CASO CONCRETO RODINEI, sócio majoritário de uma transportadora que presta serviços para Souza Cruz, na ausência de três motoristas, seus funcionários, que estão em auxílio doença, e por necessidade, está fazendo a distribuição diária de cigarros junto aos fornecedores, dirigindo veículo funcional pertencente a própria frota da transportadora. Na segunda entrega do dia, RODINEI foi surpreendido por TALLES, 17 anos e DANILO, 28 anos e ex-funcionário da transportadora que, por intermédio de grave ameaça exercida por arma de fogo, subtraíram-lhe o veículo com as mercadorias e restringindo sua liberdade, vindo a liberá-lo em local ermo, após 10 horas da referida atividade criminosa. Identifique, fundamentadamente, a adequação típica a ser imputada ao caso aventado. Resposta: Danilo responderá por roubo majorado pelo emprego de arma de fogo(Art. 157, &2º, I) e a majorante do concurso de pessoas (Art.157,& 2º, II) será considerada como circunstância desfavorável na dosimetria da pena. Ademais, não há a majorante do Art.157,& 2º, III, uma vez que Rodinei é sócio da pessoa jurídica, logo não está a serviço de alguém. Como Talles é menor, Danilo responderá também pelo crime do Art. 244-B da Lei 8069/90 (ECA) em concurso material, valendo destacar a Súmula 500 do STJ - A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal. QUESTÕES OBJETIVAS 1) Com relação à consumação do crime de roubo, há entendimento sumular do STJ adotando a corrente doutrinária da: a) Contrectatio b) Amotio (consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por,breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada) c) Ablatio ( que pressupõe que o agente coloque o bem no lo cal em que pretendia, ou seja, a posse mansa e pacífica) d) Ilatio. 2) Quanto ao crime de extorsão, é correto afirmar que (CP, art. 158) a) o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive o funcionário público no exercício de suas funções. b) a vítima precisa ser aquela quem tenha sofrido a subtração do patrimônio, como quem foi alvo de violência ou grave ameaça. c) a colaboração da vítima é dispensável. d) também há a figura do sequestro relâmpago. SEMANA 8 Descrição CASO CONCRETO Qual a consequência do ressarcimento integral e voluntário, antes do recebimento da denúncia, do prejuízo sofrido pela vítima, decorrente de estelionato praticado mediante a conduta do agente que emite cheque furtado sem provisão de fundos? Resposta: De acordo com a Súmula 554 do STF, O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. Logo na leitura a “contrário sensu”, o pagamento de cheque antes do recebimento da denúncia é causa extintiva de punibilidade. No caso concreto, portanto, o agente não responderá pelo Art. 171,&2,VI, mas sim pelo Art.171, caput, sendo certo que a Súmula 554 do STF somente se aplica na hipótese do Art. 171,& 2º, VI do CP. Sendo assim a consequência jurídica é a causa de diminuição de pena do seu arrependimento posterior conforme o Art. 16 do CP. Fundamentações: Estelionato Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. Fraude no pagamento por meio de cheque VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. Súmula 554: O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) QUESTÕES OBJETIVAS 1)Everton Frühauf, ao adquirir mercadorias no Supermercado Preço Bom, pagou as compras com um cheque subtraído de seu colega de trabalho, Renato Klein. No caixa, apresentou-se como titular da conta-corrente. Preencheu a cártula e falsificou a assinatura de Renato. O atendente, seguindo o procedimento de rotina, chamou o supervisor para liberar a cártula, quando foram surpreendidos com a conduta de Everton, que deixou o estabelecimento em desabalada corrida, sem levar as mercadorias, por presumir que sua ação teria sido descoberta. No estacionamento, o segurança do estabelecimento deteve Everton e conduziu-o à autoridade policial. Esse caso configura : a) tentativa de furto qualificado pela fraude. b) tentativa de estelionato. c) desistência voluntária. d) arrependimento posterior. e) arrependimento eficaz. 2) São elementos do crimede estelionato, exceto: a) o artifício b) o ardil c) locupletação ilícita de qualquer natureza d) o silêncio. SEMANA 9 Descrição CASO CONCRETO Polícia Civil investiga estupro de menina de 9 anos em Bento Gonçalves A criança pediu socorro para moradores no bairro Licorsul A Polícia Civil de Bento Gonçalves investiga o suposto estupro de uma menina de 9 anos. A jovem teria pedido socorro na Rua Augusto Caprara, no bairro Licorsul, por volta das 16h40min. Uma moradora a acolheu e a Brigada Militar (BM) foi acionada. De acordo com relato da vítima, o crime teria sido cometido por um casal em carro vermelho que a raptou enquanto caminhava pelo bairro Vila Nova. Os dois teriam oferecidos doces e brinquedos para coagir a menina a entrar no veículo. Após, procuraram um local ermo onde ambos teriam abusado da jovem. Após o crime, os abusadores deram R$ 50 a vítima e a abandonaram no bairro Licorsul, onde ela pediu por socorro. A menina foi encaminhada para o atendimento médico e exames de corpo de delito. De acordo com o Conselho Tutelar de Bento, que também foi chamado, a menina afirmou que saiu a pé da casa da mãe com destino à casa de uma familiar, a poucos metros de distância. Nesse curto trecho, ela foi abordada. O resultado do exame de corpo de delito deve sair em uma semana. A criança será ouvida no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Bento, conforme o Conselho Tutelar. (Fonte:http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia/2017/02/policia-civilinvestiga- estupro-de-menina-de-9- anos-em-bento-goncalves-9707752.html) A lei 12015/2009 passou a promover os denominados crimes “contra a dignidade sexual”, o foco não é mais como as pessoas deveriam se comportar sexualmente perante a sociedade do século XXI, mas sim a tutela de sua dignidade sexual. Com o advento desse Diploma Legal juntaram-se os tipos dos arts. 213 e 214 em um só dispositivo, passando o crime de estupro a não ser mais bi-próprio, pois agora conta com os dois comportamentos juntos, quais sejam: conjunção carnal violenta e demais atos libidinosos com violência. Além disso o código tutela agora a dignidade sexual do vulnerável, com a expressa revogação do dispositivo que tratava da presunção de violência, em razão dessas situações, formam-se as seguintes indagações: a) A figura da vulnerabilidade passou a ser absoluta ou ainda pode ser tratada como relativa? Resposta A vulnerabilidade é absoluta segundo a Súmula 593 do STJ. b) Qual é o tipo de ação penal quando se tratar de crime de estupro se da violência resultar lesão corporal grave ou morte? (CP, art. 213 §§ 1º e 2º) Resposta: De acordo com o Art. 225, caput do CP, a ação é pública condicionada à representação, porém existe ação declaratória de inconstitucionalidade no STF para declarar a inconstitucionalidade sem redução de texto do Art. 225, caput e transforma a ação penal em pública incondicionada (Adin 4301) Fundamentações: Súmula 593: "O crime de estupro de vulnerável configura-se com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante o eventual consentimento da vítima para a prática do ato, experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente." Ação penal Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) QUESTÕES OBJETIVAS 1) SEMPRÔNEA, 17 anos, teve sua dignidade sexual atingida porque, mediante grave ameaça, foi obrigada a praticar conjunção carnal com ATANAÍDES. Diante dos fatos, trata-se de fato penal relevante de: a) ação penal de iniciativa privada b) ação penal pública condicionada à representação da vítima c) ação penal pública incondicionada d) ação penal de iniciativa privada personalíssima. 2) É incorreto dizer que no crime de estupro de vulnerável (CP, art 217-A) a) o sujeito passivo só pode ser pessoa menor de 14 anos. b) pune-se tão somente a conduta de praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso. c) o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. d) é crime de ação penal pública incondicionada. SEMANA 10 Descrição CASO CONCRETO Lenocínio, em sentido lato, é o fato de prestar assistência à libidinagem de outrem ou dela tirar proveito. A nota diferencial, característica do lenocínio (em cotejo com os demais crimes sexuais) está em que opera em torno da lascívia alheia. Lenões são aqueles que exercem o lenocínio. São as seguintes espécies: a) mediação para servir à lascívia de outrem (proxenetismo); b) favorecimento à prostituição (proxenetismo); c) manutenção de casa de prostituição (proxenetismo) e d) aproveitamento parasitário do ganho de prostitutas (rufianismo). Considerando a introdução acima, analise o seguinte caso concreto: ANA BELLA, 32 anos, mãe de MARVILLE, 11 anos, NAÍRA, 15 anos e ABRILINDA, 16 anos, tomou conhecimento de que APOLINÁRIO, 48 anos, pipoqueiro que trabalhava à porta do colégio onde as três irmãs estudam, estava assediando as meninas. As investidas de APOLINÁRIO se deram das seguintes maneiras: 1) Quanto a MARVILLE, APOLINÁRIO a assediava ofertando gratuitamente pipocas solicitando à menor que, ao final das aulas o acompanhasse até a garagem em que ele guardava seu carrinho de pipocas com o intuito de que a criança ficasse de calcinha para CLAUDIOBERTO, pessoa que havia pedido ao referido pipoqueiro o respectivo serviço 2) Quanto a NAÍRA, APOLINÁRIO a induzia para que esta pudesse fazer um show de Striptease também para CLAUDIOBERTO, cujo pedido foi para este respectivo serviço na casa deste. 3) Quanto a ABRILINDA, APOLINÁRIO a fez uma proposta para que ela pudesse ganhar uns trocados, consistente em fazer com que ela ficasse, após as aulas, duas vezes por semana, em um determinado apartamento do centro da cidade, atendendo sexualmente clientes que lá visitavam, em troca a jovem receberia R$ 100,00 por cada programa. Considerando que MARVILLE não aceitou o convite de APOLINÁRIO; considerando que NAÍRA não era mais virgem, aceitando o convite e, depois de ficar embriagada por excesso de vodka, CLAUDIOBERTO, aproveita a oportunidade e manteve relações sexuais com ela; considerando que ABRILINDA também não aceitou o convite de APOLINÁRIO e, finalmente, considerando que ANA BELLA, desde o início, já sabia das intenções de APOLINÁRIO, no entanto, por ser apaixonada por ele, nada fez, capitule a conduta de todos os envolvidos. Respostas: No que se refere à Marville, Apolinário responde pelo Art. 218; no que se refere à Naíra, ele responde também pelo Art. 218 e Claudioberto responde pelo Art. 217-A,& 1º; no que se refere à Abrilinda, Apolinário responde pelo Art. 218-B. Ana Bella, a mãe, responde por todos os crimes praticados por Apolinário na condição de agente garantidora Fundamentações: Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro atolibidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) QUESTÕES OBJETIVAS 1) Aquele que, durante o carnaval, em pleno bloco de rua, livre e consciente, embora jacandi animu, no alto do trio elétrico, arria sua sunga, expondo ao público suas partes íntimas: a) não comete crime por ausência de dolo. b) não comete crime por estado de necessidade. c) responde por ato obsceno (CP, art. 233). d) responde por atentado violento ao pudor. SEMANA 11 Descrição CASO CONCRETO MARIOSVALDO, 30 anos, mantém um relacionamento amoroso com SUELEN há dois anos. Apaixonado por sua amada, MARIOSVALDO pretende casar-se com ela, no entanto, teme que sua namorada saiba que, quando contava com 20 anos de idade, no interior do Estado do Pará foi casado com FLORENTINA. Dessa forma, passou o tempo do namoro inteiro omitindo seu estado civil, acreditando que na cidade do Rio de Janeiro, onde reside, seria impossível FLORENTINA ficar sabendo de seu relacionamento de dez anos atrás. Nessa senda, marcaram e contraíram o matrimônio, tendo MARIOSVALDO declarado falsamente em documentação pertinente que seu estado civil era o de “solteiro”. Em pesquisa cartorária, descobriu-se a verdadeira história de MARIOSVALDO, sendo o fato levado ao conhecimento do Delegado de Polícia que instaurou o pertinente Inquérito Policial, indiciando MARIOSVALDO nos crimes de falsidade ideológica (CP, art. 299) e Bigamia (CP, art. 234) em concurso material (CP, art. 69). Diante do caso aventado, analise a capitulação penal da autoridade policial. Resposta: A capitulação está equivocada, uma vez que somente ocorre o crime de bigamia que absorve o crime meio que é a falsidade ideológica. QUESTÃO OBJETIVA O pai que deixa, sem justa causa, de prover à instrução primária de seu filho de 7 anos só não responde por abandono intelectual (CP, art. 246) se: a) conseguir provar que está divorciado da genitora da criança b) conseguir provar que não dispõe de meios para pagar o transporte da única escola existente numa distância de 60 km de sua residência. c) conseguir provar que possui mais quatro filhos. d) conseguir provar que precisa de seu filho trabalhando com ele na lavoura. SEMANA 12 Descrição CASO CONCRETO Depois de colocar gasolina sobre parte de amontoado de madeiras velhas em seu quintal que pretendia incendiar, CÁSSIO é surpreendido no momento de atear o fogo, por uma lufada de vento inesperada e a mecha acesa é atirada e propagada sobre o matagal vizinho chegando ao telhado da escola pública do pequeno vilarejo. Felizmente todas as pessoas conseguiram sair do referido prédio sem dano algum. No âmbito criminal, CÁSSIO foi denunciado pelo Parquet pelo crime de incêndio culposo majorado (CP, art. 250 §2º c/c §1º, II, b) Responda fundamentadamente se: 1) Agiu corretamente o Promotor de Justiça? Resposta: Não, uma vez que o incêndio é na sua forma dolosa. 2) Caso alguma pessoa (terceiro) viesse a sofrer lesão corporal influenciaria na adequação típica? Resposta: De acordo com o Art. 258 do CP, os crimes de perigo comum são majorados quando existe resultado lesão grave ou morte. Sendo a lesão leve em crime de perigo comum doloso não se aplica o artigo 258, primeira parte. QUESTÃO OBJETIVA Incêndio é a voluntária causação de fogo relevante, que, investindo uma coisa individuada, subsiste por si mesmo e pode propagar-se, expondo a perigo coisas outras ou pessoas, não determinadas ou indetermináveis de antemão. Com relação e este tipo penal, assinale a opção incorreta: a) é irrelevante o fim do agente, se é com intuito de obter vantagem pecuniária o crime é agravado e se visa atentar contra a segurança do Estado haverá concurso de crime. b) o crime pode ser praticado por ação ou omissão. c) indiferente o processo ou modo de ateamento do fogo. Não é preciso que o agente empregue um meio que exija sua presença no momento em que sobrevém o incêndio. d) se a coisa incendiada pertença ao próprio agente, possível concurso com estelionato; caso seja coisa alheia, possível concurso com crime de dano, ainda que o incêndio não acarrete perigo comum SEMANA 13 Descrição CASO CONCRETO No final do ano letivo de 2015, alunos universitários de uma determinada Instituição de Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro, organizaram uma passeata em favor da liberação do uso da maconha. “Realizada a referida manifestação, agentes do setor de inteligência da polícia civil registraram, por intermédio de fotografias e gravações, cartazes onde se lia “fumar maconha é a melhor coisa do mundo”, “eu aperto meu baseado e ninguém tem nada a ver com isso”, além de cânticos e exaltações a favor da liberação do “jogo do bicho”. De todo esse material foi feito um dossiê e à guisa de peça de informações foi enviado ao Ministério Público que, identificando alguns participantes daquela passeata, foi imputado a eles o crime de apologia de crime ou criminoso (CP, art. 287). Esclareça, penal e fundamentadamente, a decisão do Ministério Público. Resposta A decisão do MP está equivocada, uma vez que o STF já decidiu que a liberdade de manifestação deve ser observada. Nesse sentido, o SSTF deu interpretação conforme a Constituição ao Art. 33, & 2º da Lei 11343 de 2006. O fato não se adequá ao Art. 287 do CP, uma vez que tal dispositivo legal se refere a fato pretérito (passado) QUESTÃO OBJETIVA Analise as seguintes assertivas: I – associarem-se três pessoas, de forma estável e permanente, com hierarquia e divisão de tarefas, para o fim de praticar roubos. II – associarem-se seis pessoas, sem hierarquia e divisão de tarefas, com o fim de praticar roubos. III – associarem-se sete pessoas, de forma estável e permanente, com hierarquia e divisão de tarefas, tendo como objetivo publicar listas ofensivas à honra de moradores de uma cidade. IV – associarem-se sete pessoas, de forma estável e permanente, com hierarquia e divisão de tarefas, tendo como objetivo a prática de extorsões mediante sequestro. V – associarem-se sete pessoas, de forma estável e permanente, com hierarquia e divisão de tarefas, com o objetivo de matança generalizada. As atividades acima descritas correspondem, respectivamente, aos crimes de: a) associação criminosa – organização criminosa – organização criminosa – milícia privada – associação criminosa. b) associação criminosa – associação criminosa – milícia privada – organização criminosa organização criminosa c) associação criminosa – associação criminosa – associação criminosa – organização criminosa – milícia privada. d) associação criminosa – organização criminosa – organização criminosa – organização criminosa – milícia privada. e) associação criminosa – milícia privada – organização criminosa – associação criminosa – organização criminosa. SEMANA 14 Descrição CASO CONCRETO CARLOS ALBERTO, pessoa de notável habilidade, em sua cidade, de falsificações, conversando com seu amigo ATANAÍDE, à mesa de um bar, disse-lhe que estava fabricando um maquinário de falsificação absolutamente perfeita de notas de Real, sem perceber que à mesa ao lado, TOBIAS, policial civil, ouvia toda a conversa. Uma semana depois, por conta de uma operação policial, CARLOS ALBERTO foi preso em flagrante delito com três maquinários, comprovados por perícia que eram destinados à contrafação ou alteração de papel moeda, assim como de posse de uma nota de R$100,00 (cem reais), perfeitamente adulterada assemelhando-se a uma nota de R$ 10,00 (dez reais). Instaurado o respectivo inquérito policial, o delegadofederal indiciou CARLOS ALBERTO nos crimes de moeda falsa (CP, art. 289) e petrechos para falsificação de moeda (CP, art. 291), em concurso material (CP, art. 69). Ainda em sede da Delegacia Policial, NORBERTO, advogado de CARLOS ALBERTO, sustentava a ilegalidade da mantença da prisão de seu cliente em harmonia aos Princípios da insignificância e da lesividade. Analise as teses do Delegado de Polícia e do Advogado. Resposta: O delegado de polícia está equivocado , tendo em vista que a conduta somente se amolda no Art. 289 que absorve o Art. 291. No que concerne à tese defensiva, a jurisprudência dos Tribunais superiores é pacífica no sentido de que não se aplica o princípio da insignificância aos crimes contra a fé pública QUESTÃO OBJETIVA A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado: a) configura, em tese, crime de estelionato. b) implicará circunstância de diminuição de pena. c) transforma a ação penal em pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça. d) não elide a obrigatoriedade de perícia. SEMANA 15 Descrição CASO CONCRETO ADALBERTO, no interior de um supermercado, foi flagrado por um funcionário apanhando no chão um cartão de crédito/débito e, rapidamente o colocando no bolso. Além dessa atividade, o que o funcionário do supermercado notou foi que ADALBERTO, imediatamente à apreensão aludida, saiu apressadamente do estabelecimento comercial sem nada comprar. Na verdade, ADALBERTO retornou à casa e, de posse do cartão achado, com uma habilidade de artesão, clonou perfeitamente o objeto fazendo uma perfeita falsificação. De posse do cartão por ele falsificado, ADALBERTO retorna ao supermercado objetivando fazer uso de sua contrafação. Acontece que, dentro do supermercado, com o carrinho de compras cheio, ADALBERTO, receoso de usar o artefato falsificado, deliberadamente o quebra em diversas partes colocando os fragmentos no bolso da camisa. Ato contínuo, ADALBERTO, na fila do caixa, foi reconhecido pelo funcionário que mais cedo o flagrou achando o cartão de crédito/débito naquele supermercado, ocasião em que falou com o segurança que, abordando ADALBERTO, encontra o referido cartão em pedaços no seu bolso. Levado à delegacia policial da circunscrição, o delegado indicia ADALBERTO no crime de falsificação de documento particular na forma tentada (CP, art. 298 n/f 14, II). Analisando o caso aventado, indaga-se se assiste razão ao delegado, justificando sua resposta. Resposta: O delegado equivocou-se ao entender que o fato é tentado, uma vez que para a consumação do delito do art. 298 basta a falsificação, não havendo necessidade do seu uso. Logo trata-se de crime do Art. 298 de forma consumada QUESTÃO OBJETIVA 1) Quanto ao crime de moeda falsa (CP, art. 289), é correto afirmar que: a) o bem jurídico tutelado é o patrimônio. b) não cabe a forma tentada. c) se trata de delito de tendência interna transcendente mutilado e de dois atos. d) se trata de crime próprio SEMANA 16 Descrição 1ª QUESTÃO. (PROMOTOR DE JUSTIÇA. AM/2001). Tibúrcio praticou um homicídio sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima, com o uso de asfixia. Na ocasião, apesar de ser maior de dezoito e menor de 21 anos de idade, era reincidente. Confessou a autoria da infração penal perante a autoridade judiciária e no plenário do júri. Julgue os itens que se seguem, relativos à situação hipotética apresentada e à legislação a ela pertinente: I. Tibúrcio praticou um crime de homicídio privilegiado-qualificado. II. O homicídio privilegiado-qualificado é crime hediondo, insuscetível de comutação da pena. III. Caso Tibúrcio venha a ser condenado pelo júri popular, o juiz presidente deverá observar o critério trifásico na dosimetria de pena, sob pena de nulidade da sentença. IV. De acordo com a jurisprudência dominante, a circunstância atenuante da menoridade relativa não é preponderante sobre as demais. V. No caso de condenação de Tibúrcio, reconhecidas as atenuantes da menoridade e confissão espontânea, o juiz presidente poderá fixar a pena privativa de liberdade em quantidade inferior ao mínimo previsto no tipo. Estão certos apenas os itens: a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) III e IV. e) IV e V. 2ª QUESTÃO. Com relação ao delito de homicídio, analise as assertivas abaixo e assinale a opção correta: I. Segundo a jurisprudência do STJ a sentença concessiva do perdão judicial possui natureza declaratória de extinção de punibilidade não gerando qualquer consequência para o réu, exceto para efeitos de reincidência. II. Segundo a jurisprudência do STJ é admissível o concurso entre o homicídio privilegiado e qualificado, desde que, as qualificadoras tenham natureza objetiva, sendo, neste caso, caracterizado como delito hediondo. III. O instituto do perdão judicial aplica-se aos crimes de homicídio culposo previstos no Código Penal e na Lei n.9503/1997 (CTB) e configura-se como direito público subjetivo do réu de caráter unilateral, no qual o Estado-juiz deixa de aplicar a pena em circunstâncias expressamente previstas em lei. IV. No confronto entre o delito de homicídio qualificado pelo emprego de tortura e o delito de tortura Lei n.9455/1997, no caso concreto, deverá ser analisado o dolo do agente, sendo certo que, no primeiro caso, o agente atua com animus necandi e a tortura configura o meio empregado para tal, logo absorvido pelo homicídio; no segundo, o dolo é de torturar, sendo o resultado morte produzido culposamente crime preterdoloso. Estão certos apenas os itens: a) I e II. b) I e III. c) I, II e III. d) I, III e IV. e) III e IV. 3ª QUESTÃO. (FCC - 2014 - DPE-CE) Em relação à qualificadora do motivo fútil no crime de homicídio, NÃO encontra significativo amparo doutrinário e jurisprudencial a tese de que: a) é excluída pela embriaguez voluntária ou culposa, se completa. b) não equivale a motivo injusto c) não se confunde com a ausência de motivos. d) é compatível com o homicídio privilegiado. e) não pode coexistir com a do motivo torpe em um mesmo ato. 4ª QUESTÃO. Analise a situação a seguir. (FUNDEP - 2014 - DPE-MG - Defensor Público) Uma mulher procurou o salva-vidas de uma praia que estava em vias de prestar socorro a um rapaz que se debatia na água. Ela disse ao salva-vidas que conhecia o suposto afogado, afirmando com veemência que ele estava brincando, já que era um excelente nadador. Diante das informações prestadas pela mulher, negligenciando sua função, o salva-vidas deixou de prestar o socorro que poderia ter acarretado o salvamento. O afogado, assim, morreu. Na verdade, a mulher conhecia o afogado, seu desafeto, e pretendia vê-lo morto. Diante da situação narrada, é CORRETO afirmar que: a) houve homicídio em concurso de pessoas entre a mulher e o salva-vidas. b) a mulher foi autora de omissão de socorro e o salva-vidas foi autor direto de homicídio doloso. c) o salva-vidas foi autor de homicídio culposo através de omissão imprópria e a mulher foi autora mediata de homicídio doloso. d) houve omissão de socorro em concurso de pessoas entre a mulher e o salva-vidas. 5ª QUESTÃO. (FCC - 2014 - DPE-RS - Defensor Público) Marcos e Rodrigo instigaram Juarez, que sofria de depressão, a cometer suicídio, pois, na condição de herdeiros do último, pretendiam a morte do mesmo por interesses econômicos. Ainda que Juarez tenha admitido firmemente a possibilidade de eliminar a própria vida, não praticou qualquer ato executório. Diante desse contexto, Marcos e Rodrigo a) poderiam ter a pena reduzida de 1/3 a 1/2, se a pretensão tivesse caráter humanitário, de piedade, e a morte tivesse se consumado. b) deverão responder por tentativa de homicídio, visto que a ideia de ambos era eliminar a vida de Juarez para posterior enriquecimento. c) serão responsabilizados pelo crime previsto no art. 122 do Código Penal, com redução da pena pelo fato de a vítima não ter atentado contraa própria vida, já que para a consumação do delito basta a mera conduta de instigar. d) não responderão pelo crime de instigação ao suicídio, pois não houve morte ou lesão corporal de natureza grave na vítima. e) responderiam por instigação ao suicídio, caso, no mínimo, Juarez atentasse contra a própria vida e tivesse ocasionado lesões corporais leves em seu corpo. 6ª QUESTÃO. (ACAFE - 2008 - PC-SC) Madalena, grávida de 3 meses, ciente de sua condição, continuou praticando arremesso de peso, pois pretendia participar das eliminatórias para o campeonato estadual dessa modalidade. Ela, que desejava muito ser mãe, também nutria a esperança de ganhar uma medalha. Assim, embora previsse a possibilidade de abortamento, contava com a sua não-ocorrência e, por isso, manteve a rotina de treinamentos. Entretanto, em virtude dos esforços físicos intensos que ela realizou, para sua infelicidade, ocorreu a morte e expulsão do feto. No caso apresentado, ela: a) responderá por crime de aborto provocado pela gestante, com dolo direto. b) responderá por crime de aborto provocado pela gestante, com dolo eventual. c) não responderá penalmente por crime de aborto provocado pela gestante. d) responderá por crime de aborto provocado pela gestante, com culpa consciente. 7ª QUESTÃO. (FCC - 2014 - DPE-PB - Defensor Público) Mediante promessa de pagamento de cem reais, a intrometida vizinha Florisbela participa dolosamente do infanticídio executado pela jovem mãe Aldegunda que, em desespero, se encontrava então sob forte influência do estado puerperal. Sobre Florisbela, à vista do entendimento hoje dominante na doutrina, com esses dados em princípio pode-se afirmar que: a) responderia por homicídio doloso qualificado, caso a lei brasileira classificasse o infanticídio como modalidade privilegiada de homicídio. b) responderia por homicídio privilegiado, com Aldegunda, caso a lei brasileira classificasse o infanticídio como modalidade privilegiada de homicídio. c) responde por homicídio qualificado. d) responde por infanticídio qualificado. e) responde por infanticídio privilegiado, com Aldegunda. 8ª QUESTÃO. Claúdio, rico e conhecido usineiro, é surpreendido por fiscais da DRT, que foram alertados mediante denúncia anônima, mantendo trabalhadores rurais em trabalho de 14 horas diárias, com breve descanso de 15 minutos para digerir a pouca ração, que dos mesmos cobra, impedindo-os de sair do local de trabalho. Ouvidos no local, os empregados afirmam consentir com esta situação, em vista de não disporem de outra opção de emprego na região. Ante o exposto assinale a alternativa correta: a) o consentimento dos ofendidos impede a caracterização de crime contra a liberdade individual, mas a situação acima descrita não prova tal consentimento; b) ocorre cárcere privado, crime de ação pública incondicionada, independente da vontade dos ofendidos. c) há constrangimento ilegal, pois em decorrência da miserabilidade dos trabalhadores, estes se vem obrigados a trabalhar nestas condições; d) há redução à condição análoga à de escravo, pois o consentimento dos ofendidos é irrelevante para a caracterização do delito. 9ª QUESTÃO. Alexander, jovem de 19 anos, inconformado por ter sido abandonado por sua namorada Alexia, de 17 anos, a fim de obrigá-la a reatar o namoro a priva de liberdade, mantendo-a trancada na sauna de sua casa por doze dias e provoca-lhe, em razão de maus tratos, grave sofrimento físico. Ante o exposto, a conduta de Alexander será responsabilizada pelo crime de: a) cárcere privado qualificado pelo fato da vítima sofrer grave sofrimento físico; b) sequestro em concurso com lesões corporais, já que provocou grave sofrimento físico para a vítima; c) constrangimento ilegal, além das penas correspondentes à violência. d) sequestro previsto no art. 230 da lei n.8069/1990. 10ª QUESTÃO. (ACAFE - 2014 - PC-SC - Delegado de Polícia ) De acordo com o Código Penal, a lesão corporal que tem cominada pena de reclusão de um a cinco anos, dentre outras, são as que resultam em: a) deformidade permanente. b) incapacidade permanente para o trabalho. c) enfermidade incurável e aborto. d) perda ou inutilização do membro, sentido ou função. e) perigo de vida. 11ª QUESTÃO Em uma festa na casa de Ana Cristina, Carlos Roberto, indivíduo violento, envolveu-se em uma discussão com Inácio, na sala de jantar, recinto repleto de móveis e objetos diversos. Acalorando-se a discussão, ambos se levantaram, já aos gritos, e subitamente Carlos, visando machucar e intimidar Inácio, deu-lhe um forte empurrão, em virtude do qual Inácio tropeçou e caiu, batendo com a cabeça na quina de uma mesa. Desmaiando imediatamente após a queda e permanecendo inconsciente, Inácio foi levado às pressas para o hospital mais próximo, onde foi internado, constatando-se a existência de traumatismo craniano. Três dias depois ele faleceu, em virtude desse ferimento. Tendo em vista os fatos narrados, pode-se afirmar que Carlos Roberto deverá ser indiciado e processado criminalmente por: a) homicídio; b) homicídio culposo; c) lesão corporal seguida de morte; d) homicídio doloso. 12ª QUESTÃO (OAB/SP. 134 Exame de Ordem. 1a Fase) Acerca da lesão corporal, assinale a opção correta. a) O aumento especial de pena aplicado à violência doméstica praticada contra portador de deficiência aplica-se à lesão corporal leve, grave e gravíssima. b) as lesões corporais leve, grave e gravíssima, se praticadas através da violência doméstica, terão aumento especial de pena na proporção de um terço. c) lesão corporal culposa e a de natureza leve são delitos de ações penais públicas condicionadas à representação da vítima ou de seu representante legal. d) a incapacidade permanente para as ocupações habituais da vítima de lesão corporal, por mais de duzentos dias, classifica a lesão como gravíssima. 13ª QUESTÃO(MPE-MS - 2013 - MPE-MS - Promotor de Justiça) Mélvio e Tício ajustam entre si a prática de um furto na residência de Joana, pois acreditavam que ela estava viajando, estando o imóvel deserto. Dividem as atividades criminosas da seguinte maneira: Mélvio deveria permanecer nas imediações para observar e vigiar a aproximação de alguém, enquanto Tício ingressaria no imóvel, mediante arrombamento de uma das janelas. Após adentrar, Tício é surpreendido com a presença de Joana, pois ela não havia viajado. Desse modo, Tício domina Joana, utilizando-se de ameaças de morte, ante sua evidente superioridade física e de uma faca que trazia consigo. Com Joana subjugada, Tício a submete à prática de conjunção carnal. Depois de consumar o ato, ainda com Joana rendida, Tício subtrai vários objetos de valor do local. Após se retirar, Tício partilha com Mélvio o produto do crime, contando-lhe dos fatos ocorridos no interior da residência. Assinale a alternativa correta quanto aos crimes cometidos: a) Tício responde por roubo qualificado e estupro, enquanto Mélvio responde por furto qualificado, aumentando-se a pena até a metade em razão do resultado ocorrido. b) Tício e Mélvio respondem por roubo qualificado e estupro. c) Tício e Mélvio respondem por roubo qualificado, enquanto Tício também responde pelo estupro. d) Tício responde por roubo qualificado e estupro, enquanto Mélvio responde pelo furto qualificado. e) Tício responde por roubo qualificado e estupro, enquanto Mélvio responde pelo furto qualificado e estupro. 14ª QUESTÃO (FGV - 2014 - MPE-RJ - Estágio Forense) Jonas, advogado de Paulo, com procuração regularmente outorgada nos autos de uma determinada ação de ressarcimento de danos morais, retira de uma agência bancária situada no fórum o valor em espécie correspondente à indenização objeto da condenação, constante do mandado judicial de pagamento. Entretanto, entrega apenas uma parte do valor ao seu cliente, retendo para si, indevidamente, 1/3 (um terço) da quantia recebida. O delito cometido pelo causídicoé: a) estelionato - Artigo 171, caput, do Código Penal; b) furto mediante fraude - Artigo 155, §4º, II, do Código Penal; c) apropriação indébita simples - Artigo 168 do Código Penal; d) receptação simples - Artigo 180, caput, do Código Penal; e) apropriação indébita qualificada - Artigo 168, §1º, III do Código Penal. 15ª QUESTÃO Ernesto Leôncio revoltado pelo fato de sua mulher, Lucinda Leôncio, tê-lo abandonado exige que Lucinda faça um depósito no valor de R$1.500,00 em uma conta-corrente aberta por Leôncio sob ameaça de matá-la caso não efetue o respectivo depósito, bem como a retirada do boletim de ocorrência de lesões corporais perpetradas sob violência doméstica contra ele registrado. Diante da reiteração das ameaças, Lucinda acionou a polícia, que surpreendeu Ernesto, procedendo a sua prisão. Ante o exposto, é correto afirmar que Ernesto praticou o delito de: a) Constrangimento ilegal consumado. b) Extorsão consumada. c) Extorsão na forma tentada. d) Constrangimento ilegal na forma tentada 16ª QUESTÃO Adriana, jovem de 20 anos que reside com seus pais, necessitando saldar dívida contraída com cartões de crédito por ter excedido todos os limites, penetra no quarto deles, de onde subtrai parte de suas joias, todas de elevado valor, empenhando-as, a seguir, com isso obtendo o dinheiro necessário para saldar suas dívidas. Diante do caso concreto apresentado, Adriana deverá responder pelo crime de furto: a) Simples contra sua mãe, pelo qual deverá ser condenada na forma do caput do art.155 do CP. b) Qualificado, pelo abuso de confiança, contra sua mãe, pelo qual deverá ser condenada na forma do §4° do art.155 do CP. c) Qualificado, pelo abuso de confiança, contra sua mãe, mas sua punibilidade está condicionada à representação da ofendida. d) Qualificado, pelo abuso de confiança, tendo como lesada sua mãe, pelo qual, entretanto, não poderá ser condenada por ser isenta de pena. 17ª QUESTÃO (UESPI - 2014 - PC-PI - Delegado de Polícia) Sobre os crimes contra o patrimônio, assinale a alternativa CORRETA. a) Os crimes de latrocínio, extorsão, roubo qualificado e extorsão mediante sequestro são classificados como hediondos. b) O crime de extorsão mediante sequestro classifica-se como crime material que se consuma quando o agente obtém a vantagem econômica exigida. c) No roubo o bem é retirado da vítima, enquanto que na extorsão ela própria é quem o entrega ao agente. d) O denominado sequestro relâmpago é uma modalidade de crime de extorsão cometido mediante a privação total da liberdade da vítima. e) As formas qualificadas do roubo não decorrem, necessariamente, do emprego da violência. 18ª QUESTÃO. Alexandre Bom de Papo convidou Bianca, jovem de 25 anos de idade, para ir a uma festa. De forma dissimulada, Alexandre colocou determinada substância na bebida de Bianca, que, após alguns minutos, ficou totalmente alucinada. Aproveitando-se do estado momentâneo de Bianca, que não poderia oferecer resistência, Alexandre levou-a para o estacionamento da festa, onde com ela manteve conjunção carnal, bem como "convenceu" Bianca a praticar sexo oral nele. Passado o efeito da substância, Bianca de nada se lembrava e, no dia seguinte à festa, descobriu através de amigos o que ocorrera. Ante o exposto, a partir dos estudos realizados sobre os crimes contra a dignidade sexual, é correto afirmar que a conduta de Alexandre configura: a) Estupro simples cuja ação penal é pública incondicionada. b) Estupro simples cuja ação penal é pública condicionada à representação de Bianca. c) Estupro de vulnerável cuja ação penal é pública incondicionada. d) Estupro de vulnerável cuja ação penal é pública condicionada à representação de Bianca. e) Conduta atípica, pois Bianca é maior de 18 anos e não houve violência ou grave ameaça. 19ª QUESTÃO (FGV - 2014 - MPE-RJ - Estágio Forense) Carlos, imbuído de perniciosa lascívia concupiscente em face de sua colega de trabalho, Joana, resolve estuprá-la após o fim do expediente. Para tanto, fica escondido no corredor de saída do escritório e, quando a vítima surge diante de si, desfere-lhe um violento soco no rosto, que a leva ao chão. Aproveitando-se da debilidade da moça, Carlos deita-se sobre a mesma, já se preparando para despi-la, porém, antes da prática de qualquer ato libidinoso, repentinamente, imbuído de súbito remorso por ver uma enorme quantidade de sangue jorrando do nariz de sua colega, faz cessar sua intenção e a conduz ao departamento médico, para que receba o atendimento adequado Em relação a sua conduta, Carlos: a) responderá por estupro tentado, em virtude da ocorrência de tentativa imperfeita; b) não responderá por estupro, em virtude da desistência voluntária; c) não responderá por estupro, em virtude de arrependimento eficaz; d) não responderá por estupro, em virtude de arrependimento posterior; e) responderá por estupro consumado, pois atualmente a lei não exige a prática de conjunção carnal para a configuração desse delito. 20ª QUESTÃO. Com relação à Lei n. 12015/2009, que alterou os crimes contra a dignidade sexual é correto afirmar que: a) A pena para o crime de assédio sexual será aumentada até a metade se a vítima for menor de dezoito anos de idade, e a ação penal será, nesse caso, pública incondicionada. b) Quem mantiver conjunção carnal com menor de catorze anos de idade estará sujeito à pena de reclusão por período de seis a dez anos, sendo a ação penal, nesse caso, pública condicionada à representação. c) O princípio da continuidade normativa típica evidencia-se quando uma norma penal é revogada, mas a mesma conduta continua sendo crime no tipo penal revogador, ou seja, a infração penal continua tipificada em outro dispositivo, ainda que topologicamente ou normativamente diverso do originário. d) a revogação do art. 214 do Código Penal pela Lei no 12.015/09 conduziu à abolitio criminis do delito de atentado violento ao pudor anteriormente cometido. e) nos crimes de estupro (artigo 213 do Código Penal) e estupro de vulnerável (artigo 217-A do Código Penal), a pena é aumentada pela metade quando o crime é cometido em concurso de duas ou mais pessoas. 21ª QUESTÃO. (FGV - 2014 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XIII - Primeira Fase) Analise os fragmentos a seguir: I. João constrange Maria, por meios violentos, a ter com ele relação sexual. Em virtude da violência empregada para a consumação do ato, Maria sofre lesões corporais de natureza grave que a levam a óbito. II. Joaquim constrange Benedita, por meio de grave ameaça, a ter com ele relação sexual. Após o coito Benedita falece em decorrência de ataque cardíaco, pois padecia, desde criança, de cardiopatia grave, condição desconhecida por Joaquim. A partir das situações apresentadas nos fragmentos I e II, os delitos cometidos são, respectivamente, a) estupro qualificado pelo resultado morte e estupro qualificado pelo resultado morte. b) estupro em concurso com lesão corporal seguida de morte e estupro simples. c) estupro qualificado pelo resultado morte e estupro em concurso com homicídio preterdoloso. d) estupro qualificado pelo resultado morte e estupro simples. 22ª QUESTÃO. Acerca dos crimes contra a família assinale a alternativa correta: a) O avô que dolosamente deixa de atender ao comando de sentença judicial que o obriga ao pagamento de pensão alimentícia em favor de seu neto, pratica, em tese, o crime de abandono material. b) A chamada adoção à brasileira, consistente na conduta do agente que registra como seu o filho de outrem, configura, em tese, o crime de falsidade ideológica. c) Apesar de previsto no Código Penal, o crime de bigamia deixou de ser considerado delito pela jurisprudência, tornando-se letra morta. d) Deixar de prover a subsistência, sem justa causa, do cônjuge, ou de filho menor de 18 anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 anos não lhes proporcionando recursos se
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