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REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

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REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL
Podemos dizer que a redução da maioridade penal tem sido um dos temas mais debatidos e polemizados da sociedade atual, considerando o fato de abordar duas visões dignas de múltiplas interpretações. Tanto do ponto de vista defensor, ou até do não partidário, são apresentado argumentos plausíveis, sendo assim, um difícil posicionamento coerente com a realidade do nosso país. Nessa discussão devemos deixar algumas convicções de lado e pensarmos: o que seria melhor para o País?
Parte da população entende que muitos dos países desenvolvidos adotam a maioridade penal abaixo de 18 anos, também que as nossas medidas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) são insuficientes, e que a maior parte da população é a favor da redução da maioridade penal. O menor infrator fica com a ficha limpa assim que atinge a maior idade penal, tido como uma folha a mais para o sistema, mesmo adolescentes de 16 e 17 anos podendo ter discernimento o bastante para responder sobre suas ações. Com essa consciência de que não podem ser presos, os adolescentes se sentem com maior liberdade para cometer crimes, e sobre isso, ainda há quem diga que a redução da maioridade penal diminuiria o aliciamento de menores para o tráfico.
Já os não adeptos dessa linha de pensamento se preocupam com a reinserção do jovem na sociedade, tendo em vista que o índice de reincidência é relativamente alto e não há estrutura para ”recuperar” o presidiário, podendo acontecer de que o jovem saia mais perigoso do que quando entrou. Entendem também que o adolescente pode estar em um nível diferente de desenvolvimento psicológico se comprado a um adulto, e que os principais afetados seriam os jovens em condições sociais vulneráveis. Ainda destacam que agravaria a crise prisional do país, superlotando as prisões ainda mais com a inclusão desses jovens infratores.
Penso que seria inviável, hoje, a aprovação de tal proposta, considerando que o artigo 228 da Constituição Federal elege a inimputabilidade dos menos de 18 (dezoito) anos, e que para a redução da maioridade penal seria necessário alterar a Constituição Federal e consequentemente o Código Penal e o ECA, e ainda aborda a inconstitucionalidade, pois trata-se de uma cláusula pétrea ( dispositivo constitucional imutável). 
Considero que em grau de eficiência, a solução não seja punir, e sim educar, já que o problema da criminalidade só pode ser efetivamente resolvido quando a questão da educação for superada. Há diversas pesquisas que comprovam que o índice de criminalidade diminui com o aumento do investimento na educação. Porém, no Brasil, as práticas educacionais ainda estão longe de ser o que se precisa. A proposta implicaria em um número maior de presos e não em menos crimes.

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