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Guia Literatura Fuvest Unicamp 2014 e 2015 pdf

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1Fuvest/Unicamp
Literatura
Fuvest
Unicamp
Parte integrante do livro
Fuvest/Unicamp – Literatura e não
pode ser vendido separadamente
• Viagens na minha terra • Til • Memórias de um sargento de milícias 
• Memórias póstumas de Brás Cubas • O cortiço • A cidade e as serras 
• Vidas secas • Capitães da Areia • Sentimento do mundo
Célia A. N. Passoni
Roteiro de leitura
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3Fuvest/Unicamp
Cronologia e características 
dos movimentos literários
PORTUGAL BRASIL
 
 T
RO
VA
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O
1189/1198 – “A Ribeirinha” 
Paio Soares de Taveirós
Gêneros: cantigas (poesia), novelas de cava-
laria, nobiliários, hagiografias.
Características
Cantigas de amor: sofrimento, idealização, eu lírico masculino, ambiente da Corte, dama 
inacessível, caráter analítico-discursivo.
Cantigas de amigo: eu lírico feminino, confessional, ambiente popular, paixão incorrespon-
dida, realista, narrativo-descritiva.
Cantigas de escárnio e maldizer: críticas indiretas ou diretas de pessoas ou fatos de uma 
época. Rica fonte de documentação.
PORTUGAL BRASIL
 
H
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A
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IS
M
O
1418 – Fernão Lopes
Guarda-mor da Torre do Tombo.
Gêneros: historiografia, teatro popular, pro-
sa doutrinária. 
Gil Vicente (teatro).
Características
Teatro: em poesia, versa sobre assuntos profanos ou religiosos; carpintaria teatral rudimen-
tar; ausência de regras; sem unidade de ação, tempo e espaço. Aspectos críticos de uma 
sociedade em transição.
PORTUGAL BRASIL
 
Q
U
IN
H
EN
TI
SM
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1527 – Sá de Miranda
Introdução da medida nova.
Gêneros: poesia lírica, épica, teatro e crônicas.
Camões (poesia).
1500 – 1º documento escrito em terras bra-
sileiras: Carta a D. Manuel.
Gêneros: poesia lírica e épica, teatro (crôni-
cas).
Pero Vaz de Caminha (cartas) e José de An-
chieta (teatro).
Características
Valorização do homem (antropocentrismo); paganismo (maravilhoso pagão); superio-
ridade do homem sobre a natureza; objetividade; racionalismo; universalidade; saber 
concreto em detrimento do abstrato; retomada dos valores greco-romanos; rigor métrico, 
rímico e estrófico: equilíbrio e harmonia.
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4 Fuvest/Unicamp
PORTUGAL BRASIL
 
BA
RR
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CO
1580 – Morte de Camões.
Portugal sob domínio espanhol.
Gêneros: oratória sacra, política e social; poe-
sia religiosa, satírica e lírico-amorosa.
Pe. Antônio Vieira (oratória).
1601 – Bento Teixeira.
Publicação de Prosopopeia.
Pe. Antônio Vieira (oratória) e Gregório de 
Matos (poesia).
Características
Arte dos contrastes; antinomia homem-céu/homem-terra; visualização e plasticidade; 
fugacidade; não racionalismo; unidade e abertura (perspectivas múltiplas para o obser-
vador); luta entre o profano e o sagrado. Culto a elementos evanescentes (água/vento). 
Sentido de transitoriedade da vida; carpe diem (aproveitar o momento); valorização do 
presente, movimento ligado ao espírito da Contrarreforma; jogos de metáforas; riqueza de 
imagens; gosto pelo pormenor; malabarismo verbal – uso de hipérbato, hipérbole, metá-
foras e antíteses.
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RC
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1756 – Fundação da Arcádia Lusitana.
Gênero: poesia.
Bocage (poesia).
1768 – Cláudio Manuel da Costa.
Obras poéticas.
Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio 
Gonzaga (poesia lírica), Basílio da Gama e 
Santa Rita Durão (poesia épica).
Características
Arte do equilíbrio e harmonia; busca do racional, do verdadeiro e da natureza; retorno às 
concepções de beleza do Renascimento; poesia objetiva e descritiva; aurea mediocritas: o 
objetivo arcádico de uma vida serena e bucólica; pastoralismo; valorização da mitologia; 
técnica da simplicidade. Literatura linear e regrada: inutilia truncat (cortar o inútil).
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1825 – Almeida Garrett
Publicação do poema “Camões”.
Gêneros: prosa (romance, novela); poesia e 
teatro.
Garrett (poesia e prosa), Herculano (romance 
histórico) e Camilo Castelo Branco (romance 
passional).
1836 – Gonçalves de Magalhães
Publicação de Suspiros poéticos e saudades.
Poesia: Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, 
Casimiro de Abreu e Castro Alves.
Prosa: Alencar, Joaquim Manuel de Macedo, 
Manuel Antônio de Almeida (urbanos); 
Alencar, Bernardo Guimarães, Taunay (re-
gionalistas); Alencar (indianista/histórico).
Características
1ª geração: nacionalismo, ufanismo, natureza, religião (cristianismo), indianismo/medieva-
lismo.
2ª geração: mal do século, evasão, solidão, profundo pessimismo, anseio da morte.
3ª geração: condoreirismo, liberdade, oratória reivindicatória, transição para o Parnasianis-
mo, literatura social e engajada.
Geral: imaginação, fantasia, sonho, idealização, sonoridade, simplicidade, subjetivismo, sin-
taxe emotiva, liberdade criadora.
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1865 – Questão Coimbrã: Antero de Quental 
contra Castilho. 
(Novos × velhos).
Gêneros: prosa (romance, conto, crônica), 
poesia, crítica.
Prosa: Eça de Queirós.
Poesia: Antero de Quental, Cesário Verde e 
Guerra Junqueiro.
1881 – Machado de Assis
Publicação de Memórias póstumas de Brás 
Cubas (Realismo).
Aluísio Azevedo
Publicação de O mulato (Naturalismo).
Década de 1880
Definição do ideário parnasiano.
Prosa: Machado de Assis, Aluísio Azevedo e 
Raul Pompeia.
Poesia: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira, Rai-
mundo Correia e Vicente de Carvalho.
Características
Realismo: preocupação com a verdade exata, observação e análise, personagens tipifica-
das, preferência pelas camadas altas da sociedade. Objetividade. Descrições pormenori-
zadas. Linguagem correta, embora mais próxima do falar corriqueiro; maior interesse pela 
caracterização que pela ação – tese documental.
Naturalismo: visão determinista do homem (animal, presa de forças fatais e superiores – 
meio, herança genética, fisiologia, momento). Tendência para análise dos deslizes de per-
sonalidade. Deturpações psíquicas e físicas. Preferência por camadas menos privilegiadas. 
Patologia social: miséria, adultério, criminalidade, etc. – tese experimental. 
Parnasianismo: arte pela arte, objetividade, poesia descritiva, versos impassíveis e perfei-
tos, exatidão e economia de imagens e metáforas, poesia técnica e formal, retomada de 
valores clássicos, apego à mitologia greco-romana.
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1890 – Eugênio de Castro
Publicação de Oaristos.
Gêneros: poesia e prosa.
Poesia: Camilo Pessanha.
1893 – Cruz e Sousa
Publicação de Missal (prosa poética) e Bro-
quéis (poesias).
Poesia: Cruz e Sousa e Alphonsus de Gui-
maraens, Pedro Kilkerry, Augusto dos Anjos, 
Emiliano Perneta.
Primeiras décadas do século XX – Pré-Mo-
dernismo.
Prosa: Monteiro Lobato, Euclides da Cunha, 
Lima Barreto.
Características
Simbolismo: reação contra o Positivismo, o Naturalismo e o Parnasianismo; individualismo, 
subjetivismo, atitude irracional e mística, respeito pela música, cor, luz; procura das possi-
bilidades do léxico.
Pré-Modernismo: tendências das primeiras décadas do século XX, sentido mais crítico, fi-
xando diferentes facetas da realidade social, política, ou alterações na paisagem e cor local.
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6 Fuvest/Unicamp
PORTUGAL BRASIL
 
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M
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1915 – 1ª fase
Revista Orpheu
1940 – 2ª fase
Alves Redol
Publicação de Gaibéus.
Mais recentemente: Surrealismo.
Gêneros: poesia, prosa (crônica, conto, ro-
mance), teatro.
Poesia: Fernando Pessoa, Mário de Sá-Car-
neiro, Florbela Espanca, José Régio, etc.
Prosa: Fernando Namora, Vergílio Ferreira, 
Alves Redol, Ferreira de Castro, Branquinho 
da Fonseca, Miguel Torga, José Rodrigues 
Miguéis, Jorge de Sena, José Saramago, An-
tónio Lobo Antunes, Agustina Bessa-Luís, 
etc.
1922 – Semana de Arte Moderna.
1922-1930 – 1ª fase: revolucionária.
Mário de Andrade
Publicação de Pauliceia desvairada.
1930-1945 – 2ª fase: estabilidade.
José Américo de Almeida: A bagaceira.
1945 ... – 3ª fase: reação.
Nelson Rodrigues: Vestido de noiva.
Guimarães Rosa: Sagarana (1946).
Geração de 45
1ª geração 
Poesia: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, 
Manuel Bandeira, Cassiano Ricardo, Raul Bopp, 
Guilherme de Almeida, Menotti del Picchia.
Prosa: Antônio de Alcântara Machado.
2ª geração
Poesia: Carlos Drummond de Andrade, Mu-
rilo Mendes, Jorge de Lima, Cecília Meireles, 
Frederico Schmidt, Andrade Murici, Vinicius 
de Moraes. 
Prosa: Graciliano Ramos, Jorge Amado, José 
Lins do Rego, Raquel de Queirós, Érico Verís-
simo, Ciro dos Anjos.
3ª geração
Poesia: João Cabral de Melo Neto; concretismo: 
Haroldo e Augusto de Campos, Décio Pignatari. 
Prosa: João Guimarães Rosa, Clarice Lispector, 
Lygia Fagundes Teles, Herberto Salles, José J. 
Veiga, Dalton Trevisan, Fernando Sabino, Pau-
lo Mendes Campos, Rubem Braga, etc.
Teatro: Nelson Rodrigues, Gianfrancesco 
Guarnieri, Augusto Boal, Dias Gomes, Jorge 
Andrade, etc.
Características
1ª geração – revolucionária: negação da tradição cultural, antipurista, antiacademicista, lin-
guagem coloquial, verso livre, nacionalismo crítico. Ironia, sarcasmo, irreverência. Poema-
-piada, liberdade de criação. Predomínio da poesia.
2ª geração – estabilidade: herança de 22, acrescentando aprimoramento da linguagem (in-
clusive metalinguagem), busca da expressão universal, recuperação de valores tradicionais 
(Neossimbolismo), engajamento religioso e social, literatura de denúncia das condições 
humanas. Predomínio da prosa (romance) de tendências neorrealistas.
3ª geração – reação: retomada de aspectos formais da poesia. Culto à forma e à linguagem 
(Geração de 45 e poetas concretistas). Na prosa, domínio do conto e da crônica, cujos vá-
rios aspectos marcam: a análise e observação do cotidiano; as linhas que demarcam os 
limites do real e do fantástico; a análise das diferentes formas do comportamento humano 
sob o signo da literatura psicológica, não raro em forma de exposição do fluxo da cons-
ciência; a análise de crises de caráter existencial com tendências a reflexões metafísicas. 
No campo regional, investigam-se as novas possibilidades linguísticas e preocupações de 
ordem filosófica tradicional, que se misturam com o meio retratado, permitindo abertura 
(universalidade); pesquisas temáticas e formais desabrocham em novas técnicas narrativas. 
Importante o desenvolvimento do teatro psicológico e social.
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7Fuvest/Unicamp
Viagens na minha 
terra
Almeida Garrett
Movimento literário: Romantismo (Por-
tugal).
Características
estilo: linguagem correta, domínio do 
léxico, experimentações linguísticas com 
a criação de neologismos, uso de termos 
de outros idiomas ou aportuguesados. 
Mistura crônica de viagem, ficção e di-
gressões que refletem tendências ideo-
lógicas do escritor.
narrador: narrado em 1ª pessoa pelo 
próprio autor, que relata suas observa-
ções acerca da paisagem que percorre 
entre Lisboa e Santarém e reconta a his-
tória de Joaninha, relatada por um de 
seus companheiros de viagem.
cenário: caminhos percorridos pelo nar-
rador, em que se destacam as paragens 
de Azambuja, Cartaxo e Santarém.
personagens:
 � Joaninha: órfã criada pela avó, jo-
vem singela e pura, representa Portugal 
agrícola.
 � D. Francisca Joana: avó cega e amar-
gurada. Guarda um grande segredo.
 � Frei Dinis: clérigo que representa o 
poder da Igreja. Guarda um grande se-
gredo.
 � Carlos: primo de Joaninha. Oficial 
que luta em prol de causas liberais. Noi-
vo da inglesa Georgina, enamora-se da 
prima. No final, torna-se barão.
enredo: Garrett tem por base uma via-
gem que faz a convite do político Pas-
sos de Manuel, partindo de Lisboa para 
Santarém. A viagem propriamente dita 
é feita em nove dias. Os viajantes atra-
vessam cerca de setenta quilômetros, 
subindo a vapor o estuário do rio Tejo e 
seguindo em montaria a outra parte da 
viagem. Como trama romântica, tem-
-se a história de Joaninha, a menina dos 
rouxinóis. Joaninha é órfã e foi criada 
por sua avó, D. Francisca Joana, mulher 
cega e amargurada. Frei Dinis é um fra-
de que acompanha a trajetória das duas 
mulheres. Carlos é outro neto de D. Fran-
cisca, também órfão, cujo pai havia de-
saparecido misteriosamente, tal como o 
pai de Joaninha, em uma cheia do Tejo. 
Há uma aura de mistério em torno das 
personagens e das mortes apresenta-
das, e um segredo é guardado a sete 
chaves, sendo enunciado principalmen-
te entre Frei Dinis e D. Francisca. Garrett 
sabe entreter o leitor, mesmo quando 
está perdido em uma excessiva rede de 
intrincados pensamentos. Quando re-
torna à bela quinta de Santarém, Carlos 
é um oficial que defende causas liberais. 
Primo e amigo de Joaninha desde a in-
fância, volta para balançar o coração da 
menina. Mas ele é volúvel e oscila entre 
o amor despertado pela bela e meiga 
portuguesa e o amor já amadurecido 
que nutre pela inglesa Georgina. Geor-
gina chega a Portugal em busca de seu 
amor. Carlos, em campanha na guerra 
civil, defendendo a deposição de D. Mi-
guel, foi ferido e recolhido ao conven-
to por Frei Dinis. Mediante explicações 
de Georgina, o frade abre as portas do 
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8 Fuvest/Unicamp
convento para que a moça servisse de 
enfermeira ao ferido. Conhecendo Joa-
ninha, Georgina percebe que é ao lado 
dela que Carlos encontrará a felicidade. 
No entanto, tudo volta a se complicar, 
uma vez que se descobre a verdade so-
bre a morte dos pais de Carlos e de Joa-
ninha. A culpa recai sobre o frade, que 
os confundiu com ladrões e os assassi-
nou. Enquanto Carlos procura vingança, 
outro mistério é desfeito: o verdadeiro 
pai de Carlos é o frade. Carlos opta por 
fugir, Joaninha ensandece e, em segui-
da, morre. A história contada pelo nar-
rador surgiu da conversa entre ele e Frei 
Dinis, tendo por ouvinte a velha D. Fran-
cisca, que segue solitária e amargurada 
após a morte de sua neta. Carlos conti-
nua sua vida sem crises ou remorsos e 
torna-se barão.
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9Fuvest/Unicamp
Til
José de Alencar
Movimento literário: Romantismo, sé-
culo XIX.
Características
estilo: grande domínio da língua, pro-
cura, por meio da literatura, descobrir 
o Brasil no tempo (passado e presen-
te) e espaço (urbano e regional). Nesse 
sentido, escreve romances históricos, 
indianistas, urbanos e regionalistas. 
Til pertence ao grupo de romances re-
gionalistas. Excesso de comparações, 
linguagem excessivamente adjetivada, 
vocábulos preciosos.
narrador: em 3ª pessoa, mas algumas 
vezes o autor interfere na narrativa, co-
mentando aspectos em 1ª pessoa.
cenário: século XIX, na fazenda Palmas, 
às margens do rio Piracicaba, entre 
Campinas e Santa Bárbara. Coincide 
com a expansão da cultura cafeeira na 
região.
personagens:
 � Luís Galvão: dono da fazenda Pal-
mas, é casado com D. Ermelinda e tem 
dois filhos gêmeos (Linda e Afonso).
 � Brás: jovem com problemas men-tais. Ao descobrir o sinal do til, fica en-
cantado e dá esse nome à Berta, jovem 
a qual se afeiçoa.
 � Berta: heroína da narrativa e eixo do 
mistério. Moça sensível e meiga, exerce 
profunda influência sobre todas as per-
sonagens.
 � Miguel: jovem por quem Berta nutre 
grande afeição. É filho de Nhá Tudinha, 
que criou Berta.
 � Jão Fera: aparente antagonista, nu-
tre por Berta grande apreço, mas tem 
fama de fascínora.
 � Barroso: antagonista, homem vin-
gativo, responsável pelas articulações 
criminosas.
 � outros: Besita, mãe de Berta; Zana, 
escrava enlouquecida.
enredo: a fazenda Palmas é o cenário 
da trama e localiza-se às margens do 
rio Piracicaba. Seu proprietário, Luís 
Galvão, é casado com D. Ermelinda e 
tem dois filhos, o casal de gêmeos Linda 
e Afonso. Também mora na casa um 
jovem que tem problemas mentais, 
Brás, sobrinho do proprietário. Outras 
duas personagens jovens são necessá-
rias para a formação de pares: Berta e 
Miguel. Como se trata de um romance 
romântico, são necessários os antago-
nistas, representados por Jão Fera e 
Barroso, e a personagem ligada a um 
mistério, no caso, Zana, escrava ensan-
decida. Dois eixos constituem o enredo: 
a formação do par amoroso – Linda e 
Miguel – e o eixo do mistério que envol-
ve a personagem Berta, que é chamada 
de Til por Brás. Planejam-se emboscadas 
e incêndios contra a casa-grande, mas 
sempre existem pessoas que se inter-
põem para socorrer Luís Galvão, quer 
seja Berta, que o salva da emboscada, 
quer seja Jão, que o socorre no incên-
dio. Todos os incidentes têm por man-
dante Barroso, que busca vingança à 
traição sofrida no passado, envolvendo 
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10 Fuvest/Unicamp
Besita, mãe de Berta. Os nós vão sendo 
desfeitos: Besita era casada com Ribei-
ro, que, após ter assassinado a esposa, 
mudou o nome para Barroso. A beleza 
de Besita atraíra a atenção de dois ami-
gos: Jão e Luís Galvão. Jão fora verda-
deiramente apaixonado pela moça, já 
Luís procurara somente uma aventura. 
O marido de Besita tinha partido para 
Itu. Certa noite, Zana anunciou o retor-
no de Ribeiro. Besita se entrega, então, 
a Luís Galvão, pensando que ele fosse 
seu marido. Dessa união nasceu Berta. 
Luís não assumiu a criança e Ribeiro, 
enciumado, matou Besita. Zana, que ti-
nha presenciado o crime, enlouqueceu 
e a criança foi salva por Jão e criada por 
Nhá Tudinha, mãe de Miguel. Era desejo 
de Ribeiro acabar com a vida de Berta e 
assim lavar a sua honra. Volta para exe-
cutar sua vingança, mas é assassinado 
por Jão, que se entrega à polícia. Após 
alguns outros intrincados momentos, 
Luís Galvão reconhece Berta como fi-
lha, convida-a para morar na casa, mas a 
moça acha que seu lugar é ao lado dos 
que sofrem. Miguel e Linda partem para 
São Paulo.
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11Fuvest/Unicamp
Movimento literário: embora escrito 
em pleno Romantismo, é um volume de 
difícil classificação: já foi considerado 
precursor do Realismo, remanescente 
do romance picaresco. Atualmente, é 
mais aceita a classificação como romance 
romântico, mas excêntrico.
Características
estilo: linguagem simples, clara, des-
pojada, próxima da oralidade e do co-
loquialismo, condizente com o estilo 
jornalístico da obra.
narrador: em 3ª pessoa, o narrador é 
um observador bem-humorado dos 
costumes da época, mantendo cons-
tantes diálogos com o leitor.
cenário: subúrbios do Rio de Janeiro no 
início do século XIX, à época da vinda da 
família real (D. João VI – 1808).
personagens: 
 � Leonardo: malandro, traquinas, sim-
pático e desordeiro. É o primeiro ma-
landro da literatura brasileira. Filho ile-
gítimo da saloia Maria da Hortaliça e de 
Leonardo Pataca. É ele quem dá unida-
de à novela.
 � Leonardo Pataca: meirinho, envolve-
-se em inúmeros e complicados casos 
até amancebar-se com Chiquinha, filha 
da comadre.
 � Luisinha: heroína antirromântica, ma-
gra e excessivamente tímida, é a primeira 
paixão do herói. Casou-se com o esperta-
lhão e caça-dotes José Manuel. Depois de 
viúva, uniu-se a Leonardo.
 � Vidinha: mulata desinibida, tipo po-
pular, bonita e de boa voz. Após desco-
brir a traição de Leonardo com a moça 
do caldo, fica com o toma-largura.
 � Major Vidigal: representa a ordem, 
a lei e a força policial do volume e, por 
isso, contrapõe-se a toda espécie de 
malandragem do herói. Autoritário e 
despótico, perde suas características no 
final, quando, por interferência de Maria 
Regalada, promove Leonardo a sargento.
 � Uma série de outros personagens 
é designada por suas funções, como o 
barbeiro, a parteira, o mestre de ceri-
mônia, o mestre de rezas, entre outros, 
formando uma galeria de tipos em que 
sobressaem as ações em detrimento 
de aspectos psicológicos. Através deles 
obtém-se um panorama da sociedade 
suburbana da época.
enredo: o narrador conta, em forma de 
novela, uma série de histórias que tem 
como elo as peripécias do herói Leonar-
do, filho de beliscões e pisadelas. Cria-
do pelo padrinho, que o queria clérigo, 
e pela madrinha, que o queria artesão, 
o menino saiu-se bem somente nas 
traquinagens. Na adolescência apai-
xona-se por Luisinha, mas suas malan-
dragens o carregam para os braços de 
Vidinha, enquanto Luisinha acaba se ca-
sando com o interesseiro José Manuel. 
Leonardo é preso por vadiagem, caindo 
nas garras do major Vidigal; mas o rapaz 
sabe escapar das responsabilidades, 
foge e deixa o major furioso. Uma série 
de acontecimentos ocorre, focalizando 
Memórias de um 
sargento de milícias
Manuel Antônio de Almeida
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12 Fuvest/Unicamp
a vida das camadas mais populares do 
Rio de Janeiro. O livro tem seu término 
quando José Manuel morre, e Luisinha, 
viúva, casa-se com Leonardo.
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13Fuvest/Unicamp
Memórias póstumas 
de Brás Cubas
Machado de Assis
Movimento literário: Realismo.
Características
estilo: linguagem clara, precisa, enxuta. 
Exploração do aspecto psicológico. Ca-
pítulos curtos, digressões com finalidade 
argumentativa, reflexiva ou explicativa. 
Constantes interferências do narrador 
por meio de comentários/diálogos diri-
gidos ao leitor. Ironia, pessimismo, hu-
mor.
narrador: 1ª pessoa, Brás Cubas. Narra-
dor onisciente, já morto. Analítico, cético.
cenário: Rio de Janeiro, século XIX, ca-
madas mais privilegiadas.
personagens:
 � Brás Cubas: personagem-narrador. 
Apresenta-se como morto que preten-
de analisar sua vida e a sociedade que 
o cerca, e, por meio disso, registra a hi-
pocrisia das instituições burguesas. Sua 
forma de ver o mundo permite a escrita 
de um romance de memórias em que 
sobressaem símbolos e metáforas com 
as quais coloca a volubilidade perante 
o mundo e a inefabilidade em relação a 
outros personagens.
 � Marcela: prostituta espanhola, co-
nhecedora profunda da arte de seduzir. 
Primeira experiência amorosa do nar-
rador, que durou “quinze meses e onze 
contos de réis”.
 � Virgília: filha do conselheiro Dutra, 
jovem sedutora que encantou Brás 
Cubas. Ambiciosa, trocou o narrador-
-personagem por Lobo Neves, que lhe 
prometera um título de nobreza. Tor-
nou-se amante de Brás Cubas.
 � Eugênia: filha ilegítima de D. Euzé-
bia e Vilaça, por isso chamada de “flor 
da moita”. Coxa de nascença. Brás Cubas 
teve um breve namoro com ela tão logo 
retornou da Europa.
 � Quincas Borba: filósofo fundador de 
uma teoria filosófica chamada Humani-
tismo, que pode ser resumida na máxi-
ma “Ao vencedor as batatas”. Colega de 
escola do narrador, torna-se mendigoe rouba o relógio de Brás Cubas. Herda 
enorme fortuna e aproxima-se do antigo 
colega. Morre louco após queimar todos 
os seus manuscritos.
 � D. Plácida: viúva e antiga ama de 
Virgília. Acoberta as relações ilícitas de 
Brás Cubas com Virgília mediante pe-
queno pecúnio.
 � Outros personagens: Sabina (irmã 
de Brás Cubas), casada com Cotrim. Ar-
ranja um casamento para o irmão com 
Nhá Loló, que não chegou a ser consu-
mado pois a jovem faleceu. O pai de 
Brás Cubas interfere no relacionamento 
com Marcela, manda o filho para Euro-
pa e arranja seu relacionamento com 
Virgília, visando colocá-lo na política.
enredo: romance datado de 1881, tor-
na-se um divisor de águas na obra de 
Machado de Assis e na literatura brasi-
leira. Antes dele, o Romantismo; depois, 
o Realismo. Escrito em primeira pessoa 
por um defunto autor, isto é, por um 
morto que se propõe a repassar sua 
vida escrevendo suas memórias. Para-
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14 Fuvest/Unicamp
doxalmente, Brás Cubas morreu perse-
guindo a imortalidade. Ao idealizar um 
emplasto que levaria seu nome, contrai 
uma pneumonia e falece com pouco 
mais de sessenta anos. Após revelar al-
gumas características de sua morte e 
dos momentos finais da vida, o narra-
dor-personagem dá um salto e volta à 
infância, revela suas origens familiares, 
relata o caso amoroso com a prostitu-
ta espanhola Marcela, que o amou por 
“quinze meses e onze contos de réis”, 
narra sua paixão por Eugênia, a quem 
abandona por ser coxa e, finalmente, 
revela seus amores adúlteros por Virgí-
lia, esposa de Lobo Neves. Brás Cubas 
é um hábil observador e revela as hi-
pocrisias da sociedade em que vive, 
sempre tingindo a realidade com boa 
dose de humor e ironia. Destaca-se ain-
da no livro o reencontro com o filósofo 
Quincas Borba, autor de uma saborosa 
doutrina filosófica – o Humanitismo – 
sintetizada na máxima “ao vencedor as 
batatas”. O estilo de Machado de Assis 
é único. Em linguagem concisa e preci-
sa, procura dar vazão a seu dom de ob-
servar com olhos críticos a sociedade 
mais abastada do Rio de Janeiro, bem 
como a alma humana e suas fraquezas. 
A segunda metade do século XIX é re-
tratada por meio das relações humanas 
e sociais, tingidas com as marcas ma-
chadianas por excelência: pessimismo, 
ironia e humor. Destacam-se capítulos 
que são verdadeiras joias do romance 
brasileiro, entre eles, “O velho diálogo 
de Adão e Eva”, “Das negativas”, “O delí-
rio” e “O que escapou a Aristóteles”, sem 
esquecer a irônica e bem-humorada 
dedicatória feita ao verme que primeiro 
roeu suas frias carnes.
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15Fuvest/Unicamp
O cortiço
Aluísio Azevedo
Movimento literário: Naturalismo.
Características
estilo: linguagem correta e culta, com 
frases bem-talhadas e precisas, mes-
clada com o registro fiel da oralidade 
em diálogos que retratam os falares do 
povo. Outro traço marcante é o empre-
go de sinestesias, bem como o largo uso 
de metáforas e imagens que associam 
os homens a animais (zoomorfismo). 
narrador: 3ª pessoa. Narrador oniscien-
te e, por vezes, parcial. Ele força as tintas 
na denúncia da vida parasitária, viciosa 
e torpe das camadas abastadas; já as 
camadas populares – e sofredoras – são 
expostas com flagrantes de simpatia 
e vivacidade, mas sempre cumprindo 
a tese de que o meio determina o ho-
mem. 
cenário: Rio de Janeiro, no século XIX. 
É a época do desenvolvimento da cida-
de grande, que, ao crescer, recebe um 
imenso contingente de trabalhadores 
pobres e paupérrimos. O cenário, es-
quematicamente, pode ser visto como 
ponto (espaço do cortiço, de João Ro-
mão) e contraponto (espaço do sobrado, 
de Miranda). É do embate inevitável 
desses dois meios contíguos que irão 
despontar os dramas, as humilhações, 
a ganância, a inveja, as misérias e toda 
a degradação humana e moral das per-
sonagens. 
personagens: 
 � O cortiço: a rigor, não constitui um 
personagem, e sim um ente abstrato. 
No contexto da obra, todavia, o cortiço é 
delineado de uma forma orgânica e viva; 
ele é um grande organismo, cujas célu-
las são os moradores que nele habitam. 
Com efeito, as mudanças psicológicas 
dos moradores se traduzem em mudan-
ças físicas do cortiço, e vice-versa.
 � João Romão: é o elemento-chave da 
narrativa. O português é o exemplo aca-
bado da ganância, avareza e mau-ca-
ráter. Fisicamente, é baixo, desleixado, 
malvestido; humanamente, é o retrato 
perfeito da abjeção e chega a ser re-
pulsivo. Sua ânsia por rivalizar e vencer 
Miranda leva-o a um comportamento 
doentio, no qual o roubo, a explora-
ção e a falsificação são condutas nor-
mais. Chega a comer restos de comida 
para economizar e, assim, enriquecer. 
Conforme ascende socialmente, vai se 
transformando: veste-se melhor, com-
pra móveis e utensílios, escova os den-
tes, etc. O compromisso de ascensão 
social surge com o casamento arranja-
do com Zulmira, a filha do comendador 
Miranda. 
 � Miranda: o grande êmulo de João 
Romão. Português de origem humilde, 
ex-caixeiro que enriqueceu ao se casar 
com Dona Estela; vive um matrimônio 
de aparências e de ódio. Suspeita de 
adultério da esposa. Guarda um título 
de nobreza e mora num sobrado luxuo-
so. Leva a vida mundana da alta socie-
dade e é, em tudo, invejado e copiado 
por João Romão.
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16 Fuvest/Unicamp
 � Bertoleza: escrava que vendia pei-
xes na quitanda. Torna-se empregada e 
amante de João Romão, que mente para 
ela, alegando ter comprado sua alforria. 
No final da trama, com João Romão já 
rico, ele irá descartá-la, entregando-a 
para o antigo senhor. Revoltada e hu-
milhada, Bertoleza se suicida com a faca 
que fatiava peixe. 
 � Rita Baiana: mulata insinuante, sen-
sual, desperta uma tara em Jerônimo, 
que a deseja como um animal no cio. 
Cheio de luxúria e cobiça, Jerônimo 
manda matar, a pauladas, o namorado 
de Rita, Firmo.
 � Firmo: mais que namorado de Rita 
Baiana, Firmo simboliza o cortiço rival 
e vizinho, o “Cabeça de Gato”, que vai 
se deteriorando progressivamente, na 
mesma medida em que o cortiço de 
João Romão ganha força e cresce. 
 � Jerônimo: português, adotado como 
símbolo de uma tese determinista – a 
da influência do meio. De homem ínte-
gro e laborioso, Jerônimo vai se “abra-
sileirando”, e se faz malandro, lascivo e 
rude. Foge com Rita Baiana, deixando a 
mulher à míngua, que também se dete-
riora e perde-se na promiscuidade.
 � Pombinha: a menina mantém uma 
relação homossexual com a prostituta 
Léoni. A primeira menstruação é a linha 
divisória da vida de Pombinha, vista daí 
em diante como mulher. Pombinha pas-
sa de símbolo da inocência e meiguice 
para desregrada e decaída.
 � Albino: tipifica o elemento homos-
sexual, que vive entre as mulheres. 
 � Bruxa: figura importante, pois ateará 
fogo ao cortiço, permitindo sua reforma 
e posterior melhoria de clientela.
enredo: o enredo é bastante simples. 
João Romão, pequeno comerciante, 
desvia o dinheiro da negra Bertoleza, 
destinado à sua carta de alforria, e, com 
ele e algumas poucas economias, cons-
trói um armazém e algumas casas po-
pulares (barracos) para aluguel. Numa 
dinâmica capitalista, reinveste o lucro 
dos aluguéis no próprio negócio e, às 
custas de economia sobre economia, 
sacrifício pessoal e descarado roubo, 
vai erguendo um pequeno império, que 
compreende os barracos, uma pedreira 
e a sua venda. À margem do enriqueci-
mento de João Romão, desenrolam-se 
os dramas pessoais dos moradores do 
cortiço, que se veem continuamente 
endividados e presos à usura do co-
merciante. Com o tempo, João Romão 
atinge o statuspretendido, ingressando 
na vida fútil da fina sociedade. O cortiço, 
paralelamente, se desfaz (pelo incên-
dio) e se refaz como fênix, tornando-se 
agora moradia de gente mediana, de 
melhor situação social e econômica.
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17Fuvest/Unicamp
A cidade e as
serras
Eça de Queirós
Movimento literário: Realismo (Por-
tugal).
Características
estilo: linguagem correta, perfeita, com 
extremo domínio do léxico. O estilo flui 
sem interrupções, preciso, contínuo e 
maleável. O volume é vazado dosando 
a ironia, a irreverência e a sensatez. 
narrador: narrado em 1ª pessoa por 
José Fernandes, personagem de segun-
do plano; bom observador, ouve com 
atenção as opiniões e acata a suprema-
cia do protagonista Jacinto.
cenário: os círculos mais abastados de 
Paris e as serras de Tormes, em Portugal, 
no final do século XIX.
personagens: 
 � Jacinto: personagem central da 
obra. Por seu berço abastado, por sua 
boa sorte e boa saúde era conhecido 
como “Príncipe da Grã-Ventura”. Acredi-
tando que o homem só é “superiormen-
te feliz quando é superiormente civiliza-
do”, reúne, em sua residência de Paris, 
aquilo que a tecnologia, os avanços da 
ciência, a cultura e a riqueza podem dar. 
Suas investidas e sua enorme cultura o 
fazem passar da mais completa euforia 
(deslumbramento) ao maior pessimis-
mo (cansaço da civilização). Reconci-
lia-se com a vida ao desembarcar em 
Tormes e defrontar-se com a beleza da 
natureza. Uma pequena nuvem embaça 
a vivência de Jacinto em Tormes, quan-
do descobre a pobreza dos camponeses 
de suas terras, esforçando-se para lhes 
oferecer melhores condições de vida. 
Casa-se com Joaninha, que lhe dá dois 
saudáveis filhos, fazendo-o esquecer-se 
definitivamente de Paris.
 � José Fernandes: é amigo do prota-
gonista. De origem fidalga, foi expulso 
de Coimbra, sendo mandado pelo tio a 
Paris para estudos. Acamaradou-se com 
Jacinto, tornando-se atento observador 
das transformações por que passa a per-
sonagem. Na volta de alguns anos em 
Portugal, após a morte do tio e protetor, 
envolve-se em uma aventura amorosa 
com Madame Colombe, que lhe furta 
joias e ouro. Constata a descrença e o 
pessimismo de Jacinto e o acompanha 
a Tormes, em Portugal. Após a conver-
são do amigo, José Fernandes retorna a 
Paris e, já não vendo encanto na cidade, 
resolve regressar definitivamente à sua 
terra. 
 � Outras personagens: na linhagem 
familiar do protagonista, tem-se o avô 
Jacinto Galeão, miguelista extremado, 
que se refugiou em Paris quando da der-
rota de D. Miguel; e há o pai Cintinho, 
homem de pouca saúde que não co-
nheceu o filho. O círculo de Jacinto em 
Paris é composto peIos elementos da 
aIta roda, personagens caricaturescas 
sempre apontadas por suas veleidades, 
como as da mundana Madame d’Oriol, 
as do grã-duque Casimiro e as do ban-
queiro judeu Efraim, representantes da 
burguesia que fazem do progresso uma 
fonte de lucro a gerar a desigualdade 
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18 Fuvest/Unicamp
social. Dotado de inegável capacidade 
filosofante, está o criado GriIo. Do lado 
oposto, estão os representantes da ser-
ra, a nobreza rural e os trabalhadores 
braçais miseráveis que são focalizados 
para acirrar os contrastes.
enredo: na primeira parte, o narrador 
faz um retrato de Paris, centro do pro-
gresso e da civilização que se, a um tem-
po, constrói a grandeza, a outro, destrói 
a individualidade humana e marginaliza 
os menos privilegiados. Jacinto resolve 
partir para as serras, tendo como pre-
texto a reconstrução de sua proprieda-
de. Embarca os trastes do progresso, 
mas perde sua bagagem, chegando a 
Tormes só com a roupa do corpo. Eu-
fórico com a vida no campo, gradativa-
mente assimila os valores da natureza, 
embora, em contato com a miséria, pro-
cure reformar e remodelar a estrutura 
rural arcaica de Portugal. 
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Vidas secas
Graciliano Ramos
Movimento literário: Modernismo (2ª ge-
ração/1930-1945). 
Características 
estilo: seco e econômico. O autor usa 
poucas palavras, e palavras exatas. A ad-
jetivação farta, os ornamentos linguísti-
cos, a expressão rara, etc. cedem lugar 
a uma redação concisa. As frases são 
curtas, diretas e nos remetem apenas 
ao essencial, ao “concreto” descrito nas 
cenas. Por meio de seu estilo e vocabu-
lário, Graciliano Ramos ambienta seu li-
vro no mundo desolador das secas, que, 
em muitas passagens, remete o leitor às 
características do Naturalismo.
estrutura: Vidas secas é o último ro-
mance de Graciliano Ramos e a única 
experiência do autor com foco narrativo 
em terceira pessoa. A obra é construída 
em forma de espiral, cujo início fechado 
(“Mudança”, cap. I) abre-se no final, com 
o último capítulo (“Fuga”) conduzindo 
as personagens para um destino inusi-
tado, mas que mantém o elo da desdita, 
da miséria, da fome e da pobreza. Entre 
os dois capítulos-limite são constituídos 
11 quadros, que, aparentemente, nada 
têm em comum a não ser os persona-
gens e a paisagem. Um tênue fio narra-
tivo faz o leitor conhecer a história de 
uma família de retirantes nordestinos 
que foge da seca, encontra período de 
passageira estabilidade e parte nova-
mente em retirada, quando as chuvas 
deixam de cair, prenunciando novo pe-
ríodo de seca. A economia (de estilo, de 
linguagem, de vida e de cenário) pode 
ser destacada como característica bási-
ca do volume. 
personagens: 
 � Fabiano: homem rude, de pouco fa-
lar. Assusta-se com o desconhecido, é 
desconfiado e manipulado pelos pode-
rosos. Identifica-se com os bichos, o que 
denuncia a condição subumana a que 
está confinado. Seu modo de ser e de 
viver muitas vezes aproxima-o do modo 
de ser e viver de um animal, no proces-
so conhecido como zoomorfização. 
 � Sinha Vitória: versão feminina de 
Fabiano. Seu sonho é ter uma cama de 
couro, igual à de seu Tomás da bolan-
deira. 
 � Os meninos: referidos como “o meni-
no mais novo” e “o menino mais velho”, 
não recebem nomes. O texto deixa en-
tender que os garotos perpetuarão o 
mesmo tipo de vida dos pais, compon-
do um círculo vicioso. 
 � Baleia: a cadela é a personagem que 
mais se assemelha a um “ser humano”. É 
solidária, atenciosa e amiga. Baleia é o 
elemento que confere humanidade ao 
grupo, sendo exemplo de antropomor-
fização.
 � Soldado amarelo: símbolo do poder 
autoritário, que subjuga Fabiano e to-
dos aqueles que como ele vivem.
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Capitães da Areia
Jorge Amado
Movimento literário: Modernismo (2ª ge-
ração/1930 - 1945).
Características
estilo: é um dos pontos altos do romance, 
que, com pitadas de documentário, os-
cila entre o jornalístico e o poético. Os 
Capitães da Areia, em seus diálogos, se 
valem do registro oral, da fala objetiva e 
inculta que os caracteriza. Já a narrativa 
do romance, como um todo, é ágil, pre-
cisa, vazada em linguagem culta, mas 
simples, conduzindo o leitor com segu-
rança e mestria. 
narrador: 3ª pessoa. Embora imparcial, 
é um narrador onisciente, que vasculha 
as personagens e as situações que as 
afligem. Isso confere ao romance o teor 
engajado da denúncia social. 
cenário: cidade de Salvador. O ponto 
de encontro é um trapiche à beira da 
praia.
personagens:
 � Pedro Bala: chefe do bando, tem 
quinze anos, cabelos loiros e uma cica-
triz na face (provocada por um golpe de 
navalha dado pelo caboclo Raimundo). 
É o líder natural, eleito por suas virtudes 
de mediador, orientador e “homem for-
te”, que dá segurança e traz coesão aogrupo. Vive um romance com Dora. No 
futuro, irá tornar-se um agitador político, 
revolucionário, “militante proletário, o 
camarada Pedro Bala”.
 � Professor: João José, autodidata, lia 
para os menores e tinha pendor para as 
artes. Irá se tornar, depois, um grande 
pintor, retratista dos oprimidos. Apaixo-
na-se platonicamente por Dora.
 � Dora: órfã cujos pais morreram de 
bexiga (varíola), cuida de Fuinha, seu ir-
mão menor. Entre menina e mulher, na 
visão dos moleques, acaba por assumir 
o papel de mãe coletiva dos trapichei-
ros. Adoece, morre e “vira uma estrela” 
no céu.
 � João Grande: moleque de 13 anos, 
possui bom coração e senso de justiça. 
É muito forte e é temido por isso, embo-
ra seja pouco sagaz. Acaba ingressando 
na Marinha Mercante.
 � Pirulito: o místico do bando. Guar-
dava imagens sagradas, alimentando a 
sua já natural vocação religiosa. Antes 
violento, e até sádico, fora convertido 
pelo padre José Pedro. Posteriormente, 
virará frade capuchinho.
 � Sem-Pernas: espião do grupo e coxo. 
Valia-se de seu defeito para chantagear 
as pessoas e tirar proveito próprio. Ran-
coroso e revoltado.
 � Querido-de-Deus: “pescador valente 
e capoeirista sem igual”, admirado por 
todos por sua arte de luta. 
 � Boa-Vida: feio, mas malandro, com 
seu violão canta e encanta as pessoas.
 � Volta Seca: admira Lampião e os can-
gaceiros. Nutre ódio pelos ricos, pelos 
fazendeiros e pelos soldados. Preso e 
torturado, ingressa no bando de Lam-
pião para se vingar.
 � Gato: o malandro do bando, vivia às 
custas de uma prostituta, Dalva. Perso-
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21Fuvest/Unicamp
nagem-símbolo da vigarice.
 � Don’Aninha: mãe de santo, é quem 
por vezes acode e acolhe os capitães.
 � Padre José Pedro: contrariando as 
disposições do clero, visita os garotos 
em seu esconderijo; é abnegado, cor-
reto e tipifica o “cristão primitivo” – per-
seguido e incompreendido justamente 
por suas virtudes de altruísmo e solida-
riedade.
 � Barandão e Almiro: casal que tipifica 
a homossexualidade.
 � João de Adão: estivador. Conta a Pe-
dro Bala a história do pai do menino, 
que também fora estivador e morrera 
durante uma greve, em confronto com 
o Exército. 
enredo: não há uma história, no senti-
do formal da palavra: o enredo é uma 
sucessão de quadros envolvendo a vida 
marginal de meninos de rua. Pedro Bala 
(elemento humano) e o trapiche (ele-
mento físico) são os núcleos, em torno 
dos quais orbitam as personagens em 
suas peripécias e desventuras. Os capí-
tulos se entretecem mais pelo contexto 
geral da obra do que por um único fio da 
meada. No entanto, o amor, carregado 
de carência e poesia, entre Pedro Bala e 
Dora (e, na sequência, a morte desta) e 
a formação progressiva do futuro agita-
dor social e político que será Pedro Bala 
(sem dúvida, uma visão de Jorge Amado 
simpatizante ao marxismo) são os pon-
tos altos da trama.
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Sentimento do 
mundo
Carlos Drummond de Andrade
Movimento literário: Modernismo (2ª ge-
ração/1930 -1945).
Características
Sentimento do mundo reúne 28 poe-
mas escritos entre 1935 e 1940, ano 
da publicação do volume. Com pleno 
domínio da linguagem poética, ama-
durecido após a publicação de Alguma 
poesia e Brejo das almas, Drummond 
se apresenta cético em relação à situa-
ção do homem e do mundo. A seleção 
de poemas segue os seguintes eixos 
temáticos: sob o prisma do “eu todo 
retorcido”, encontram-se poemas que 
refletem a visão do sujeito que já se li-
berta do individualismo que marcou 
sua poesia inicial e parte para reflexões 
mais profundas, posicionando-se com 
maturidade e sendo consciente de sua 
importância como poeta. Outro eixo 
gira em torno das lembranças do ho-
mem de Itabira, aquele que é “triste, 
orgulhoso: de ferro” em “Confidência 
do itabirano”. Drummond traz para 
sua poesia seu sentimento particular 
e a meditação amargurada que reflete 
sua vida no interior de Minas Gerais: 
de seus versos nasce uma profunda 
melancolia que transfere da terra natal 
para a família, tal como aparece em “Os 
mortos de sobrecasaca” e “Álbum de fa-
mília”. Também existem os poemas em 
que o poeta compromete sua poesia, 
vazando versos metalinguísticos e, de 
forma engajada, coloca-se a serviço de 
causas sociais. Surgem dessa tendência 
os poemas que registram profundas 
marcas do tempo em que ele vive. É 
por essa consciência que o poeta tem, 
de que novos tempos estão surgindo, 
tempos de temores e de tensões – tem-
pos difíceis que antecedem a Segunda 
Guerra Mundial e, no Brasil, a Era Vargas 
e suas opressões – que o leitor encon-
tra as produções mais significativas do 
autor, como “Sentimento do mundo”, 
“Mãos dadas” e “Os ombros suportam 
o mundo”. Sabendo-se comprometido 
com o fazer poético e com a sua reali-
dade, o poeta ousa dizer que não será 
o poeta de um mundo caduco, fazendo 
de sua poesia uma arma de combate à 
alienação e de sua palavra um grito de 
reflexão sobre o que pode e deve ser 
pensado e repensado no mundo mo-
derno: “Não serei o poeta de um mundo 
caduco”, diz ele, pois “o tempo é a minha 
matéria, o tempo presente, os homens 
presentes, a vida presente”.
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23Fuvest/Unicamp
Quadro e algumas características dos poemas de Sentimento do mundo.
1) “Sentimento do mundo” Psicologia do fazer poético, reflexão sobre as impossibili-
dades do eu e do mundo, pessimismo e negativismo.
2) “Confidência do itabirano” Heranças pessoais, amargura, melancolia e sensação de 
impotência diante do destino. Autobiografia.
3) “Poema da necessidade” Verificação das necessidades tanto individuais como coleti-
vas. Visão apocalíptica.
4) “Canção da moça fantasma de 
Belo Horizonte”
Lirismo fabuloso, trabalho com o imaginário popular, mar-
ginalidade e purificação.
5) “Tristeza do império” Desejos e necessidades. Ironiza os anseios burgueses.
6) “Operário no mar” Crônica poética, reflexões sobre classes e antagonismos 
sociais, mistério poético da realidade.
7) “Menino chorando na noite” Lirismo utópico. Incorporação do sofrimento alheio, dor 
universal em busca da fraternidade e da solidariedade.
8) “Morro da Babilônia” Alusão ao samba, à música, ao poder e à “Babilônia” em que 
se transformou o morro.
9) “Congresso internacional do medo” Medo como motor das possibilidades de poesia, medo que 
paralisa e esteriliza tanto o indivíduo quanto a sociedade.
10) “Os mortos de sobrecasaca” Autobiográfico. Sondagem do passado a partir da contempla-
ção de fotos: da ironia zombeteira à explosão do sentimento.
11) “Brinde ao juízo final” Poesia antiacadêmica. Reflexão sobre a participação do poeta 
no mundo.
12) “Privilégio do mar” Alegoria que trata do problema social e das diferenças hu-
manas.
13) “Inocentes do Leblon” Poesia de caráter social que critica certas esferas da bur-
guesia. Sobre a alienação.
14) “Canção do berço” Desde o berço o destino está traçado: o amor, a carne, a 
vida e os beijos não têm a importância que a sociedade de 
consumo lhes dá.
15) “Indecisão do Meier” Poesia do cotidiano. Ressalta possibilidades de escolha.
16) “Bolero de Ravel” Poesia lúdica: dialoga com a melodia de Ravel e expressa 
impossibilidades.
17) “La possession du monde” Poesia lúdica, explorando contraste entre o acessório e o 
essencial. Ironia.
18) “Ode no cinquentenário do poe-
ta brasileiro”
Ode a Manuel Bandeira, poesia que enaltece os 50 anos do 
poeta.
19) “Os ombros suportam o mundo” Poesia de grande significação existencial, passagem do 
tempo e a vida sem mistificações.
20) “Mãos dadas” Sentimentodo mundo: metalinguagem, explorando ne-
cessidade de valorizar o presente como matéria poética.
21) “Dentaduras duplas” Sátira bem-humorada revelando a passagem do tempo e 
as reflexões sobre a velhice.
22) “Revelação do subúrbio” Minas, o subúrbio como forma de revelar a pequenez de 
algumas cidades.
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23) “A noite dissolve os homens” Contraste entre a noite que dissolve os homens e a aurora 
que simboliza a revitalização (perspectiva da luz).
24) “Madrigal lúgubre” Confronto entre o suave e o real, o campestre (madrigal) e 
o lúgubre (tempo de guerra).
25) “Lembrança do mundo antigo” Revisitando o tempo e a vida passada em confronto com o 
mundo presente.
26) “Elegia 1938” Desconstrução da utopia. Angústia e pessimismo diante da 
indiferença.
27) “Mundo grande” Intertextualidade: Drummond e Tomás António Gonzaga, 
dualidade, esperança no futuro.
28) “Noturno à janela do aparta-
mento”
Contemplação da noite e do farol da Ilha Rasa. Fluxo da 
vida.
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