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RESUMO II DE DIREITO DO CONSUMIDOR

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RESUMO DE DIREITO DO CONSUMIDOR
CONSUMIDOR
Não há como fugir, todavia, à definição de consumidor como um dos partícipes das relações de consumo, que nada mais são do que relações jurídicas por excelência, mas que devem ser obtemperadas precisamente pela situação de manifesta inferioridade frente ao fornecedor de bens e serviços. Conclui-se, pois, que toda relação de consumo:
Envolve basicamente duas partes bem definidas: de um lado o adquirente de um produto ou serviço (consumidor); de outro o fornecedor ou vendedor de um serviço ou produto (produtor/fornecedor);
Destina-se à satisfação de uma necessidade privada do consumidor;
O consumidor, não dispondo, por si só, de controle sobre a produção de bens de consumo ou prestação de serviços que lhes são destinados, arrisca-se a submeter ao poder e condições dos produtores daqueles mesmos bens e serviços.
Para verificação do alcance do termo “consumidor” aplicado no CDC, existe duas correntes:
Finalistas: para estes, consumidor é somente aquele que adquire o bem para utilizá-lo em proveito próprio, satisfazendo uma necessidade pessoal e não para revenda ou então para acrescentá-la à cadeia produtiva. Tal teoria restringe a figura do consumidor àquele que adquire (ou utiliza) um produto para uso próprio e de sua família; consumidor seria o não profissional, pois o fim do CDC é tutelar de maneira especial um grupo de sociedade que é mais vulnerável.
Maximalistas: nesta teoria, o CDC seria um código geral sobre o consumo, um Código para a sociedade de consumo, o qual institui normas e princípios para todos os agentes de mercado. Assim, a definição do art. 2º é puramente objetiva, não importando se a pessoa física ou jurídica tem ou não fim de lucro quando adquire um produto ou utiliza ou serviço.
Atualmente, o entendimento doutrinário utiliza como parâmetro para encaixar um determinado agente como consumidor analisando os seguintes pontos:
Se o consumidor-fornecedor, na hipótese concreta, adquiriu bem de capital ou não;
Se contratou serviço para satisfazer a uma necessidade que lhe é imposta por lei ou é da natureza de seu negócio, principalmente por órgãos públicos, sem qualquer ligação com os insumos de produção.
Destarte, não pode ser considerada consumidora final a empresa que adquire máquinas para a fabricação de seus produtos ou mesmo uma copiadora para seu escritório, que venham a apresentar algum vício ou defeito. Isso porque referidos bens certamente .;entram na cadeia produtiva e nada têm a ver com o conceito de destinação final.
A coletividade de consumidores – o parágrafo único do at. 2º do CDC trata não mais daquele determinado e individualmente considerado consumidor, mas de uma coletividade de consumidores, sobretudo quando indeterminados, que tenham intervindo em uma relação de consumo. Dessa forma, além dos aspectos anteriores, mira o CDC a universalidade, conjunto de consumidores de produtos e serviços, ou mesmo grupo, classe ou categoria deles, e desde que relacionados a determinado produto ou serviço.
Os incisos I, II e III do parágrafo único do art. 81 do CDC tratam dos interesses difusos, coletivos propriamente ditos, e dos interesses individuais homogêneos de origem comum. 
FORNECEDOR
O conceito de fornecedor está definido no caput do art. 3º do CDC. São fornecedores as pessoas jurídicas públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, com sede ou não no País, as sociedades anônimas, as por quota de responsabilidade limitada, as sociedades civis, com ou sem fins lucrativos, as fundações, as sociedades de economia mista, as autarquias, os órgãos da Administração direta etc.
O uso do termo atividade está ligado ao seu sentido tradicional. Têm-se, então, atividade típica e atividade eventual. Assim, o comerciante estabelecido regularmente exerce a atividade típica em seu estatuto. Mas é possível que o mesmo comerciante exerça uma atividade atípica, quando, por exemplo, age, de fato, em situação diversa da prevista, o que pode dar-se de maneira rotineira ou eventual. E pessoa física vai exercer atividades atípica quando praticar atos de comércio ou indústria.
A simples venda de ativos sem caráter de atividade regular ou eventual não transforma a relação jurídica em relação jurídica de consumo.
PRODUTO
Na definição de produto, insculpida no § 1º do art. 3º do CDC, o legislador coloca então qualquer bem, designa este como móvel ou imóvel, e ainda material ou imaterial. Da necessidade de interpretação sistemática do CDC nascerá também a hipótese de fixação do produto como durável e não durável, por previsão do art. 26.
Vejamos as discrepâncias:
Móvel e imóvel – a mesma definição trazida no Código Civil, prevista nos arts. 79 a 84.
Material e imaterial – por bens imateriais poderia ser entendido, por exemplo, as atividades bancárias (mútuo, aplicação em renda fixa, caução de títulos etc.)
Durável e não durável – os conceitos são estabelecidos no art. 26, I e II. Produto durável é que não se extingue com o uso. Ele leva tempo para se desgastar. É comprensível que qualquer produto durável acabe, com o tempo, perdendo a sua função, isto é, deixe de atender a finalidade à qual se destina, ou pelo menos tenha diminuída a sua capacidade de funcionamento, sua eficiência. Nesses casos de desgaste natural, não há que se falar em vício do produto. Não há proteção legal contra o desgaste, a não se que o próprio fabricante especifique prazo de funcionamento. Os bens descartáveis, que não possuem definição legal, não são considerados bens não duráveis, mas bens duráveis, mas de baixa durabilidade, ou que pode ser usado somente uma vez. Já os bens não duráveis, são aqueles que se acabam com o uso, não tem durabilidade; se extingue ou vai se extinguindo com o uso.
SERVIÇO
Seu conceito é previsto no § 3º do art. 2º do CDC. Serviço é qualquer atividade fornecida, prestada ao mercado de consumo. É tipicamente atividade. Esta é a ação humana que tem em vista uma finalidade. 
Serviços duráveis e não duráveis –esta divisão também está prevista no art. 26, I e II. Entende-se por produtos não duráveis aqueles que, de fato, exercem-se uma vez prestados, tais como, por exemplo, os serviços de transporte. Já os produtos duráveis são aqueles que: a) tiverem continuidade no tempo em decorrência de uma estipulação contratual (serviços escolares, planos de saúde); b) embora típicos de não durabilidade e sem estabelecimento contratual de continuidade, deixarem como resultado um produto (pintura de uma casa, instalação de um carpete, serviços de assistência técnica).
O CDC define serviço como aquela atividade fornecida mediante “remuneração”. Para estar diante de um serviço prestado sem remuneração, ou seja, neste caso, não abrangido pelo CDC, será necessário que, de fato, o prestador de serviço não tenha, de maneira alguma, se ressarcido de seus custos, ou que, em função da natureza da prestação de serviço, não tenha cobrado o preço.
Serviços públicos – também identificados como serviços a luz do CDC, a lei estabelece a obrigatoriedade de que os serviços prestados sejam “adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. Eficiência: é um plus necessário da adequação. O indivíduo recebe serviço púbico eficiente quando a necessidade para a qual ele foi criado foi suprida concretamente.
Serviço essencial contínuo
De forma ampla, todo serviço público, exatamente pelo fato de sê-lo, somente pode ser essencial. Mas se todos os serviços públicos são essenciais, por que a norma estipulou que somente alguns os são? Para solucionar o problema, deve-se levar em contar dois aspectos: o caráter não essencial de alguns serviços e o aspecto de urgência. O serviço público essencial revestido, também do caráter de urgente não pode ser descontinuado. E no sistema jurídico brasileiro há lei ordinária que define exatamente esse serviço público essencial e urgente. A Lei de Greve (7783/89) define, no art. 10, os serviços públicos essenciais. Interrupção – a Lei 8987 prevê a interrupção dos serviços públicos essenciais em situação de emergênciapor motivo de ordem técnica ou de segurança das instalações (em clara situação de ineficiência e inadequação, o que pode ocasionar indenizações), além da inadimplência do consumidor (hipótese entendida como inconstitucional, pois afeta direitos fundamentais do cidadão como o meio ambiente sadio e seguro, assim como a segurança).

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