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Prótese e órtese 2014 Amputação Segundo Palmer & Toms (1988 ) amputações são o procedimento cirúrgico mais antigo .A amputação de uma mão ou pé era punição comum em muitas, assim chamadas, antigas civilizações e ainda hoje levada a cabo em algumas culturas. As guerras resultaram em muitas amputações . Evidências arqueológicas sugerem que, mesmo entre os povos pré-históricos , havia um pequeno número de amputações tanto nos casos de portadores de anomalias congênitas esqueléticas dos membros, quanto nos casos de sobreviventes à perda de extremidades. Amputação talvez tenha sido um dos primeiros tipos de cirurgia na história da Medicina. Nas guerras, quando as pessoas perdiam parte dos pés, das pernas ou dos braços, esses membros eram amputados sem anestesia, de forma cruenta, na tentativa muitas vezes frustrada de salvar a vida desses pacientes. De algum modo, herdamos um pouco a visão desse impacto causado pelas primeiras amputações, embora na medicina moderna elas tenham significado e indicação absolutamente diferente das intervenções realizadas no passado. Hoje, a amputação pode representar a única possibilidade de a pessoa voltar a andar, de reassumir suas atividades e de levar vida absolutamente normal. A maioria das amputações é atualmente realizada por doença vascular periférica: arteriosclerose , combinada ou não com diabetes, ou algum outro tipo de patologia vascular. Esta indicação é mais freqüente em pessoas idosas, porque tanto o diabetes melitos como as doenças vasculares , são muito comuns nesta faixa etária. A gangrena em um membro, devida a arteriosclerose, é em geral mais difícil de tratar na presença de diabetes melitos, porque têm uma cicatrização pior e são mais susceptível à infecção. A segunda indicação mais comum para amputação é o trauma, sendo que nos adultos com menos de 50 anos de idade acontece sua maior incidência . O traumatismo que requer amputação é mais freqüente entre os homens e mais comum nos membros inferiores. Um traumatismo agudo é causa de amputação quando o suprimento sangüíneo do membro em questão é irreparavelmente destruído , ou quando o membro é tão firmemente danificado que qualquer reconstrução razoável é impossível . Atualmente a amputação pode ocorrer por várias causas, podendo ser por doenças vasculares, traumáticas, queimaduras, infecções (osteomielite), tumores malignos, má formação congênita e outros. Incidências das amputações : Cronologicamente , a maior incidência de perda de membros ocorre na faixa etária de 50 a 75 anos e está principalmente relacionada á doença vascular , com ou sem diabetes . Em adultos jovens a amputação é , com mais freqüência , associada a traumas e suas seqüelas . Em criança as deficiências nos membros é congênita em 60% dos casos , sendo as amputações adquiridas de um trauma ou tratamento de doença maligna . Cerca de 75% de todos os amputados são homens ; associados ao trabalho ou não, são maiores para os homens do que para as mulheres , e as amputações devido a doença são mais comuns em homens . Aproximadamente 85% de todas as amputações são realizadas nos membros inferiores mas o numero de amputações é igual do lado esquerdo e direito . Indicações gerais da amputação: Doença vascular periférica; Trauma; Um traumatismo agudo é indicado para amputação quando o suprimento sangüíneo do membro em questão é irreparavelmente destruído , ou quando o membro é tão firmemente danificado que qualquer reconstrução razoável é impossível . Queimaduras : Queimaduras ou congelamentos podem destruir tecidos suficientes para tornar necessária uma amputação e, nestas circunstâncias , a amputação deverá ser aberta . Como regra geral as feridas por queimaduras devem ser adequadamente avaliadas e a amputação realizada ao nível mais distal,compatível com uma boa cicatrização com raras exceções. A lesão por frio, também deve ser tratada através dos meios tradicionais até que a área de gangrena esteja estabilizada e bem demarcada . Infecção : Infecção aguda e crônica , que não responde a tratamento médico ou outras medidas cirúrgicas , pode ser uma indicação de amputação . Das infecções que requerem amputação , gangrena gasosa fulminante é a mais perigosa , e em geral requer imediata amputação a um nível proximal , através de tecido normal e viável . A ferida é deixada aberta . Nesta patologia a amputação é um procedimento que salva a vida . Terapia com oxigênio hiperbárico , quando disponível , por vezes elimina a necessidade de amputação viável a um nível mais distal . Tumores : Tumores benignos raramente requerem amputação . No entanto , ocasionalmente podem ser tão grande ou de tal natureza que a ressecção local resultaria em um membro sem função . A amputação é em geral indicada nos tumores malignos sem evidência de disseminação metastática . Lesões nervosas : A indicação comum de amputação após lesões nervosas é o surgimento de úlceras tróficas num membro anestésico . A úlcera trófica no pé ou na mão com freqüência se torna infectada , levando a grande destruição de tecidos , por vezes , o membro se forma inteiramente sem função e a amputação e colocação de uma prótese está obviamente indicada . Anomalias congênitas : A ressecção cirúrgica de parte ou total de um membro devido a malformação congênita pode ser indicada na infância ou na adolescência, o cirurgião pode prever uma função melhor após a cirurgia, favorecendo a substituição protética. Aproximadamente 3 a 4% dos recém-nascidos apresentam um defeito congênito importante, sendo que alguns desses defeitos são descobertos apenas durante o crescimento. Um defeito congênito é diagnosticado em aproximadamente 7,5% das crianças em torno dos 5 anos, mas muitos desses defeitos são insignificantes. Não causa surpresa o fato dos defeitos congênitos serem razoavelmente comuns, considerando-se a complexidade do desenvolvimento de milhões de células especializadas que constituem um ser humano a partir de um único óvulo fecundado. Os defeitos congênitos (defeitos de nascença) são anomalias físicas presentes ao nascimento. Muitas anormalidades importantes podem ser diagnosticadas antes do nascimento. Os defeitos congênitos variam de leves a graves e muitos podem ser tratados ou reparados. Embora alguns sejam tratáveis enquanto o feto ainda se encontra no interior do útero, a maioria é tratada após o parto ou posteriormente. Algumas anomalias não necessitam de tratamento. Outras não podem ser tratadas e; conseqüentemente, a criança torna-se gravemente incapacitado de modo permanente. Causas e Riscos Embora a causa da maioria dos defeitos congênitos seja desconhecida, certos fatores sabidamente aumentam o risco de sua ocorrência. Esses fatores incluem as deficiências nutricionais, a radiação, certas drogas, o álcool, certos tipos de infecção e outras doenças maternas, traumatismos e distúrbios hereditários. Alguns riscos são evitáveis e outros não. Ainda assim, uma mulher grávida pode seguir todas as recomendações para conceber uma criança saudável (p.ex., alimentação adequada, repouso suficiente e evitando o uso de drogas) e ter um filho com um defeito congênito. Uma outra mulher pode fazer várias coisas que podem prejudicar o feto e dá à luz a um filho sem qualquer defeito congênito. Teratógenos Qualquer fator ou substância que pode induzir ou aumentar o risco de um defeito congênito é chamado de teratógeno. A radiação e certas drogas e venenos (toxinas) são teratógenos. Diferentes teratógenos podem causar defeitos similares quando a exposição a eles ocorre em um determinado momento do desenvolvimentofetal. Por outro lado, a exposição ao mesmo teratógeno em momentos diferentes da gestação pode produzir defeitos diferentes. Geralmente, uma mulher grávida deve consultar seu médico antes de tomar qualquer remédio; não deve fumar ou consumir álcool; e não deve se submeter a exames radiográficos, excetuando-se quando eles forem absolutamente necessários. Quando é necessária a realização de uma radiografia, a gestante deve informar imediatamente o radiologista ou o técnico sobre o seu estado, de modo que o feto seja protegido o máximo possível. As infecções contraídas durante a gestação também podem ser teratogênicas, especialmente a rubéola. Uma mulher que não teve rubéola deve ser vacinada contra a mesma antes de tentar engravidar. A mulher grávida que não teve rubéola e nem foi vacinada contra a mesma deve evitar o contato com qualquer pessoa que possa ter tido a doença. Uma mulher grávida que foi exposta a um teratógeno pode desejar que seja investigado se o seu feto foi afetado. No entanto, a maioria das mulheres grávidas expostas a esses riscos gera filhos sem anomalias. Defeitos Ósseos e Musculares Os defeitos congênitos podem afetar qualquer osso ou músculo de corpo, embora os ossos e músculos do crânio, da face, da coluna vertebral, dos quadris, dos membros inferiores e dos pés sejam os mais comumente afetados. A maioria desses defeitos podem ser reparados cirurgicamente. Anomalias Faciais A fenda labial é desfigurante e impede que a criança feche os lábios em torno do mamilo. A fenda palatina interfere na alimentação e na fala. Geralmente, ambas as fendas (labial e palatina) ocorrem concomitantemente, afetando uma criança em cada 600 a 700 nascimentos. A fenda palatina isolada ocorre em aproximadamente 1 em cada 1.800 nascimentos. Um dispositivo dentário pode vedar temporariamente o palato duro, permitindo que o lactente sugue melhor. A fenda labial e a fenda palatina podem ser corrigidas permanentemente através da cirurgia. Um outro tipo de defeito facial é a mandíbula pequena. Quando ela é demasiadamente pequena, como ocorre nas síndromes de Pierre Robin e de Treacher Collins, o lactente pode ter dificuldade para alimentar-se. A cirurgia pode corrigir o problema. Anomalias da Coluna Vertebral O torcicolo congênito é uma doença na qual o pescoço do recém-nascido a a cabeça inclinam para um lado de forma pouco natural. Comumente, a causa é uma lesão dos músculos do pescoço durante o parto. Outras causas incluem a fusão das vértebras cervicais (síndrome de Klippel-Feil) ou a fusão da primeira vértebra cervical com o crânio (fusão atlanto-occipital). A escoliose congênita é uma curvatura anormal da coluna vertebral do recém-nascido. A escoliose congênita é rara. A escoliose geralmente ocorre em crianças mais velhas. Como a escoliose pode acarretar uma deformidade grave durante o crescimento, o tratamento freqüentemente com imobilizadores é instituído precocemente. A cirurgia pode ser necessária quando a curvatura anormal piora. Anomalias do Quadril, do Membro Inferior e do Pé A luxação congênita do quadril é uma doença na qual a cavidade do quadril e o fêmur (cabeça do fêmur) que se articula com esta estão separados. A sua causa é desconhecida. A luxação do quadril é mais comum em meninas, em lactentes que nasceram em apresentação pélvica (de nádegas) e naqueles que possuem parentes próximos com o distúrbio. A ultrasonografia é utilizada para confirmar o diagnóstico. O uso de duas ou três fraldas é freqüentemente suficiente para corrigir a luxação. Caso contrário, imobilizadores ou a cirurgia ortopédica podem ser necessários. A torção femoral é uma doença na qual os joelhos encontram-se antevertidos (apontando um em direção ao outro) ou retrovertidos (em direções contrárias) ao invés de direcionarem-se para frente. A torção femoral freqüentemente pode corrigir-se espontaneamente à medida que a criança cresce e é capaz de manter-se em pé e andar. A luxação do joelho é uma doença na qual a perna dobra para frente ao nível do joelho. A luxação do joelho é rara em recém-nascidos, mas deve ser tratada imediatamente. Uma medida útil é dobrar delicadamente o joelho do lactente para trás e para frente, várias vezes ao dia, e mantê-lo dobrado com um imobilizador o restante do dia. O pé torto (talipe) é uma doença na qual o pé apresenta uma forma ou posição anormal. O arco do pé pode ser muito alto ou o pé pode estar inclinado para dentro ou para fora. O pé torto verdadeiro é causado por anomalias anatômicas. Algumas vezes, os pés parecem anormais devido à posição do feto no útero, mas, neste caso, não se trata de um pé torto verdadeiro. Quando não existe uma anomalia anatômica, o defeito pode ser corrigido através de aparelhos gessados e fisioterapia. O tratamento precoce com aparelhos gessados é benéfico para o pé torto verdadeiro, mas, em geral, a cirurgia é necessária. Ausência de Membro A ausência de membro (amputação congênita) é uma doença caracterizada pela ausência de alguma extremidade (um membro superior, um membro inferior ou parte de um membro). A sua causa é freqüentemene desconhecida. A droga talidomida, a qual foi utilizada por gestantes no final da década de 1950 e no início da década de 1960 contra o enjôo matinal, foi retirada do mercado após ter sido identificada como causadora deste tipo de defeito. A talidomida causava a formação de apêndices semelhantes aos membros de uma foca (focomelia) no lugar dos membros superiores e inferiores. As crianças geralmente acostumam-se com facilidade a utilizar o membro malformado e uma prótese pode ser confeccionada para torná-lo mais funcional. Amputação Vascular A patologia mais frequente que leva a amputação é a arterioesclerose obliterante periférica, além de deformidades vasculares congênitas, hipertensão venosa crônica e linfedemas. Arterioesclerose obliterante Periférica Causas -maior risco com o envelhecimento -aumento de lípides na circulação -hipertensão arterial -diabetes -obesidade -tabagismo -sedentarismo -hábito alimentar Fisiopatologia -formação de arteroma -isquemias -ulcerações -gangrenas Amputação Traumática São as amputações ocorridas na maioria das vezes, por acidente de trabalho, seguido de acidentes automobilísticos, regiões de guerra e campo minado. Mesmo assim as amputações traumáticas perdem para as decorridas da diabetes. Podem ser mecânicos, elétricos, térmicos ou químicos Amputação Tumoral As de origem tumoram são provenientes na maioria das vezes por neoplasias musculoesqueléticas. Os tumores são classificados em 3 grupos do “Estadiamento de Enneking”: 1-histórico do tumor (G) – visão microscópica do tumor G0 - benignidade G1 – malignidade de baixo grau G2 - malignidade de alto grau 2-compartimentalização do tumor (T) Exames por imagem 3-presença de metástase (M) M0 – sem metástase M1 - metástase Os parâmetros para indicação do procedimento cirúrgico, vai depender do grau do tumor e região de localização, no qual sempre é realizado um planejamento pré-operatório. É necessário lembrar que alguns pacientes que realizam amputação por causa tumoral, vai necessitar de quimioterapia e radioterapia antes ou após a cirurgia, estando debilitados para o procedimento cirúrgico ou reabilitação. Nos procedimentos cirúrgicos deve-se respeitar sempre 2 cm no retalho da pele, como no tecido subcutâneo. Estatística dos tumores no Brasil -40%da neoplasias ósseas primárias sofrem amputação, sendo elas: osteossarcoma e o sarcoma de Ewing. A) Exame primário – Hemorragia profusa – Perfusão B) Exame secundário – Avaliar estado da perfusão – Identificar feridas abertas, deformidades, fraturas, instabilidade – Avaliar neurovascular – Identificar movimentos articulares anormais C) Atendimento inicial das lesões de extremidades – Imobilizar com talas e/ou tração – Restaurar alinhamento do membros – Tratar as feridas Envolvem Vários elementos teciduais: -Pele -Músculos -Nervos -Vasos -Ossos – Restaurar a perfusão Amputação Traumática – Hemostasia prioridade no tratamento das extremidades – Ferimento Aberto – Qualquer ferimento deve interpretado como comunicante com a lesão esquelética Cuidados pré-hospitalares • devem ser informados e documentados – Alterações neurovasculares – Redução de uma fratura ou luxação – Fragmentos ósseos que se perderam – Aplicação de curativos e talas – Procedimentos de liberação ferragens Níveis de amputação da mão -art. Interfalangiana distal -art. Interfalangiana proximal -amputação de raio (falange e metacarpo) -raio do indicador,dedo médio, anular, dedo mínimo e múltiplos dedos Nível do Cotovelo Técnicas de Amputação 1- Desarticulação do Cotovelo 2- Próximas Cotovelo 3- Distais ao Cotovelo Nível do Braço Técnicas de Amputação 1- região supracondiliana 2- osteotomia de angulação do úmero Nível do Ombro e Desarticulação Cinguloescapular Técnicas de Amputação 1-amputação alta e desarticulação do ombro Nível Interescapulotorácica Nível dos Pododáctilos Técnicas de Amputação 1- Desarticulação metatarsofalangianas 2- Desarticulação transmetatarsal Nível de Lisfranc e Chopart Técnicas de Amputação 1-Lisfranc (tarsometatarsal) ocorre desarticulação dos metatarsos com cuneiformes e cubóides 2-Chopart (médio pé) ocorre desarticulação do navicular e do cubóide com talus e o calcâneo Nível do Retropé e do tornozelo Técnicas de Amputação 1-Sime (excisão a nível de talus e calcâneo) 2-Sime em dois tempos (para pctes que podem deambulam com prótese) 3- Boyd (incisão em boca de peixe) Observações das cirurgias de tornozelo e pé A cirurgia de Sime é a mais moderna entre Lisfranc, onde é melhor a qualidade do retalho plantar,acelera o retardo das consolidações ósseas, menor complicações infecciosas, calosidade e ulcerações. A cirurgia de Chopart tem mais vantagens em relação a Sime, onde a técnica é mais fácil, quando associado órteses de pé e tornozelo (OPT), facilitam o uso de calçados, não promove encurtamento do membro e mantém a independência para locomoção. Para a realização da Sime em 2 tempo o paciente tem que ser um possível deambulador,o coxim gorduroso não deve ter lesões abertas, A pressão sistótica deve ser menor que 70 mmHg, não deve haver infecção no local da amputação, não deve haver gás nos tecidos as redor e o sangramento intra-operatório deve ocorrer 3 minutos após a soltura do garrote. As infecções podem surgir antes ou após as amputações, sendo que as mais frequentes são as osteomielites agudas e crônicas, sendo elas superficiais ou profundas. O pé diabético é uma causa importante para as amputações, onde alteração de sensilbilidade, pressão plantar, ulcerações e deformidades favorecem a amputação. Nível Transtibial Das cirurgias essa é uma das mais realizadas, sendo que a protese e independência, fica mais perto da normalidade. O melhor nível da amputação transtibial, é o que preserva o máximo comprimento do membro com melhor cicatrização. Técnicas de Amputação 1-Amputação aberta 2-Amputação fechada Nível Transfemural e Desarticulação do Joelho 80% desta cirurgia ocorre por origem vascular, onde o gasto energético destes paciente como nível da amputação é de 65%. Na desarticulação do joelho o retalho pode ser feito na região sargital,anterior ou circunferencial, onde a sargital é melhor em patologias vasculares. Nível de Quadril e Pelve Ocorrem mais por patologias neoplásicas malignas, infecções, gangrenas, traumsa e anomalias congênitas. Técnica de amputação do quadril 1-Boyd 2-Retalho posterior Técnica de amputação da pelve (hemipelvectomia) 1-Anterior 2-Posterior 3- Perineal Amputação • Níveis de amputação de membros inferiores • Amputação parcial de pé Níveis de amputação: Desarticulação interfalangiana, Metatarso-falangiana, Transmetatarsiana, Lisfranc, Chopart. Cuidados imediatos, enfermaria e domicílio A prevenção é o objetivo principal da equipe, mesmo antes da amputação. Onde paciente com o pé diabéticos precisam prevenir, para que possíveis amputações não venham ocorrer, ou que ocorram tardiamente. Deve-se orientar sempre: - higiene do corpo e local afetado • Parcial Lisfranc/ Parcial Chopart - sapatos adequados (bico largo) - corte das unhas - atividades físicas adequadas - exames médicos periódicos - observar temperatura do local - colorações diferentes na pele - utilização de cremes e loções hidratantes Na presença de lesões ou úlceras, indicar: - repouso - antibióticos - desbridamentos - controle glicêmico - higiene e curativos oclusivos adequados com soro fisiológico a 0,9% aquecida (37ºC) Cuidados imediatos, enfermaria e domicílio Na emergência é necessário cuidados para a manutenção da vida do paciente. A enfermagem deve: - manter o acesso venoso permeável - coleta de exames de urgência - monitoramento dos sinais vitais - preparo do paciente para cirurgia - atenção especial para analgesia - limpeza do local O fisioterapeuta juntamente com a equipe multidisciplinar, devem ficar atentos quanto aos posicionamentos e posturas inadequadas na fase ambulatorial e domiciliar, onde a orientação é fundamental. Deve-se evitar a rigidez articulares, não posicionando o paciente em padrões de flexões articulares,evitar também a utilização de coxins sob o joelho. Alerta quanto a formação de neuromas ( tumor sensível das células nervosas, que crescem nos nervos seccionados) e problemas cutâneos pela falta de ventilação nas próteses. Cuidados imediatos, enfermaria e domicílio É importante a informação ao paciente quanto a dor e sensibilidade fantasma, onde deve-se ser realizado a dessensibilização do local. A utilização do colchão cascade ovo favorece o não surgimento de escaras. Corrigir em fase ambulatorial se ocorrer o surgimento de posicionar o membro amputado no apoio da muleta, ocasionando a flexão e postura inadequada já citada anteriormente. Apó a a cicatrização do membro residual, é importante moldá-lo e maturá-lo para a possível utilização proteica, com enfaixamento elástico. O enfaixamento deve ser o mais independente possível para o paciente. Enfaixamento do coto São necessários, 2 faixas elásticas superpostas de 15 cm de largura. Deve-se enfaixar na primeira semana de hora em hora com 5 minutos de descanso. Na 2ª semana de 2 em 2 horas com o mesmo tempo. Até atingir um total de 6 horas consecutivamentes, preservando as condições circulatórias Protocolo de avaliação Sempre devemos levar em cosideração as alterações físicas, emocionais e socio-econômicas dos pacientes. 1- Anamnese 2- H.M.A. 3- H.M.P. 4- Inspeção 5- Palpação 6- Exame Físico 6.1- Funcionalidade 6.2- Força Muscular (Escala de Kendalls) 6.3- Movimento Articular (A.D.M. (goniometria)) 7- Avaliação do Coto 7.1- Forma do Coto (globosa, cônica, irregular) 7.2- Edema 7.3- Cicatrização 7.4- Proeminências Ósseas 7.5- Movimento Mioplásticos (inserção do músculo) 7.6- Sensibilidade (Dor Fantasma) 7.7- Comprimento (cm) 7.8- Circunferência (cm) 7.9- Força Muscular (Kendalls) 7.10- Mobilidde Funcional (Goniometria) 7.11- Deformidades Protocolo de avaliação 8- Equilíbrio 9- Análise da Marcha (consume energético, funcionalidade, passos, postura, trabalho resp., etc.) 10- Auxiliadores para marcha (andador, muletas, etc.) 11- Teste de esforço (cicloergômetro, esteira,bike) 12- Avaliação Isocinética 13- Objetivos 14- Conduta Terapêutica • Tratamento Pré-Operatório Avaliação física Segundo ENGSTROM & VAN DE VEN ( 1993 ) o terapeuta deveria começar a avaliação à amputação antes que a decisão para a amputação tenha sido feita, se o estado do membro parece crítico. O paciente deve estar recebendo tratamento numa enfermaria geral, cirúrgica, médica, ortopédica ou cirurgia plástica, onde pode ser observado atentamente durante este tempo. A possibilidade de amputação não deve ser divulgada para o paciente ; esta é de responsabilidade exclusiva do cirurgião. A Força muscular, extensão dos movimentos dos ligamentos e mobilidade funcional devem ser registrados para que sejam possíveis futuras comparações. Durante a medição de um ligamento, um goniômetro deve serVárias posições podem ser usadas para medir o joelho, mas qualquer que seja o método escolhido é essencial que as leituras subseqüentes sejam tomadas na mesma posição. O tamanho e a posição de áreas de frágil pressão devem ser também corretamente registradas. • Fatores físicos a serem considerados na avaliação pré-operatória. Déficit no SNC Visão Audição Força muscular e mobilidade dos ligamentos dos ombros e braços Força muscular; destreza e sensibilidade nas mãos e nos dedos Força muscular, mobilidade dos ligamentos e condição da pele da perna afetada-Estado circulatório -Força muscular e mobilidade dos ligamentos da coxa e joelho sãos -Controle da bexiga e dos intestinos -Força dos músculos do tronco. Mobilidade da espinha e da pélvis. Habilidade de equilíbrio. Postura geral -Doença cardio-pulmonar. • Avaliação social Embora a avaliação social não seja separada da avaliação física, fatos específicos devem ser apurados: com relação o ambiente familiar do paciente, apoio dos parentes ou amigos, local e tipo de trabalho. Estas perguntas podem ser feitas durante a avaliação física enquanto o paciente estiver descansando entre uma atividade e outra, de forma que as sessões não sejam muito cansativas. • Plano de tratamento Ensine mobilidade na cama. Uma cama adequada alta/baixa com uma base firme, laterais e uma estaca deve ser fornecida no período pré operatório de forma que o paciente possa ser ensinado a ter mobilidade na cama. Preserve a mobilidade das articulações. Todas as articulações devem ser tratadas. Exercícios ativos é o método ideal de tratamento. Alongamento passivo e posicionamento podem ser usados. Fortaleça todos os músculos. Os músculos do tronco, e dos membros inferiores e superiores devem todos ser tratados dentro dos limites de tolerância do paciente; isto pode ser apenas uns poucos exercícios na enfermaria, ou pode ser um programa de meia hora na área de tratamento. Ensine-o a mover-se na cadeira de rodas. Andar sempre que possível. Sensação fantasma. O paciente é avisado de que é perfeitamente normal sentir todo o membro após a amputação. Esta sensação gradualmente diminui, quando é realizada a reabilitação ativa, que inclui manuseio do coto, exercícios de resistência e peso. DISCUSSÃO DA ESCOLHA DO NÍVEL DE AMPUTAÇÃO : É responsabilidade de cada membro da equipe, comunicar seus pensamentos com relação ao nível de amputação mais desejável para o cirurgião consultor. Ao tomar esta decisão as avaliações clínica, física, social e psicológica serão levadas em consideração, junto com as considerações das possibilidades protéticas. • Tratamento do membro residual Indivíduos que não recebem um curativo rígido ou prótese temporária usam faixas elásticas ou atrofiadores para a redução da dimensões do membro residual. O paciente ou um membro da família aplica a faixa, que é usada 24 horas por dia ( exceto durante o banho). • Pode haver dificuldade no controle do edema no membro residual, devido as complicações de diabetes, doenças cardiovascular, ou hipertensão. Terapeuticamente, uma unidade de compressão intermitente pode ser usado na redução do edema, em bases temporárias. Há luvas comercializadas, luvas para amputação acima e abaixo do joelho. • São importantes a higiene e o tratamento adequados da pele. Uma vez que a incisão tenha cicatrizado e as suturas removidas, a pessoa pode banhar-se normalmente. O membro residual é tratado como qualquer outra parte do corpo; deve ser mantido limpo e seco. Deve ser tomada a precaução de serem evitados cortes, abrasões e outros problemas de peleO paciente é ensinado a inspecionar o membro residual com espelho a cada noite, para certificar-se que não existem contusões ou problemas iminentes, especialmente em áreas prontamente não visíveis. Se o paciente sofreu uma redução na sensibilidade, torna-se particularmente importante uma cuidadosa inspeção. Atrofiadores São peças semelhantes a meias tecidas de algodão fortemente reforçado com borracha; têm forma cônica e confeccionadas em diversos tamanhos. Os atrofiadores são uma alternativa ao enfaixamento elástico, e podem ser usados para o controle do edema do membro residual. Posicionamento • Uma das principais metas de início do programa pós-operatório é a prevenção de complicações secundárias, como as contraturas de articulações adjacentes. As contraturas podem surgir em decorrência do desequilíbrio muscular,ou como resultado de alguma posição inadequada, como a posição sentada por períodos longos. • Orientar Quanto ao Posicionamento Adequado no Leito : evitar o posicionamento inadequado no leito de flexão , abdução , rotação externa de coxa e flexão de joelho quando amputado de perna(transtibial); manter o membro inferior alinhado ; não colocar travesseiro em baixo do coto e entre as pernas, pois evitará contraturas musculares; evitar ficar na cama com o coto fletido; evitar flexionar o joelho em amputações transtibiais quando estiver sentado ; não apoiar o coto sobre a muleta . • Também devemosobservar as sobras dos retalhos cirúrgicos nas extremidades, chamadas de orelha de cão que podem vir a interferir no processo de protetização. • Neste momento, devemos observar se existe um coxim gorduroso adequado, pois o coto ideal deve ser compacto evitando uma massa muscular exagerada que fique sobrando, causando movimento inadequado junto ao osso e também ao contrário, com ausência de massa muscular, o contato da prótese passa a ser direto no osso do coto, podendo causar feridas de compressão. • Dessensibilização Definição : são estímulos sensitivos que são realizados na extremidade distal do coto que irão levar ao saturamento dos receptores e das vias aferentes sensitivas , visando uma normalização da sensibilidade local . Objetivo : alcançar a diminuição da hipersensibilidade local para que seja suportável a adaptação à prótese , através de movimentos lentos e graduais, começando do estimulo mais fino para o mais áspero, sendo passado de uma fase para outra à medida que o próprio paciente relate não ser mais um incomodo o estimulo realizado pelo terapeuta . • Etapas de Dessensibilização : 1º - Algodão 2º - Esponja de face fina 3º - Esponja de face grossa 4º - Lixa fina 5º - Lixa grossa 6º - Calor superficial pode ser utilizado, com o objetivo pré-cinético Fortalecimento : Restabelecimento Físico Geral : Visamos a melhora do amputado , isto é, sua força , resistência , coordenação motora , respiração , etc. A cinesioterapia deve ser intensificada também de forma progressiva para potencializar toda sua musculatura que será necessária durante a reeducação de marcha com prótese. Cinesioterapia específica para o coto : O objetivo será o combate às retrações musculares e o fortalecimento . No amputado acima do joelho, existe uma tendência às contraturas em flexão e abdução , que são mais evidentes nos cotos curtos . Deve-se fortalecer mais as musculaturas adutoras , extensoras e rotadoras internas de coxo femural e extensora de joelho em caso de amputação abaixo do joelho . Cinesioterapia geral : É trabalhado todo o corpo através da cinesioterapia respiratória , fortalecimento abdominal , quadrado lombar , os membros superiores para utilização de muletas e priorizar o fortalecimento no membro não amputado para aumentar sua potência , resistência e equilíbrio . • Próteses para membros superiores Próteses Não Funcionais Próteses Estéticas ou Passivas Próteses Funcionais Próteses ativas (mecânicas) - fonte energia interna (propulsão muscular) Próteses Mioelétricas - fonte energia externa (energia extracorpórea) Híbridas:ativa + mioelétrica (fonte interna + externa) • As próteses estéticas ou passivas pertencem ao grupo de próteses não funcionais. Elas restabelecem o aspecto externo, sem proporcionar funções ativas, favorecendo o aspecto estético. Uma vez que ocorre renúncia do aspecto funcional por parte do paciente que opta por este grupo de próteses, são grandes as exigências em relação ao aspecto externo, conforto de uso e peso reduzido. Ocasionalmente estas próteses podem ser usadas para carregar objetos. Este sistema pode ser usado em todos os níveis de amputação, e principalmente quando próteses funcionais não obtiveram êxito • No grupo das próteses funcionais, as próteses denominadas ativas são acionadas pelo próprio paciente. As funções da prótese realizam-se mediante o movimento do segmento residual do membro através da tração de tirantes. • Para coordenar as diferentes funções, o paciente necessita de um intenso programa de treinamento. O treinamento intensivo com próteses ativas acionadas por tirantes é de extrema importância. O paciente aprende, de forma gradativa, o controle dos diferentes movimentos da prótese. • Encaixe da prótese A confecção individual do encaixe é de importância fundamental para a qualidade da prótese. O encaixe é dividido em encaixe interno (ou cartucho) e externo (ou soquete) e constitui o componente de união entre o corpo do paciente e a prótese. Para sua confecção deve-se respeitar a fisiologia do coto, a liberdade de movimento, a condição muscular do coto, as saliências ósseas e regiões sensíveis do coto. • Amputações parciais de mão. Nestes níveis de amputação são utilizadas próteses passivas. As confeccionadas em silicone são mais estéticas graças às semelhanças das características da mão não amputada. • Tipos de próteses para membros inferiores Existem basicamente dois tipos de próteses: Próteses convencionais: São feitas em resina ou com componentes em plástico e madeira. São indicadas para todos os níveis de amputação com exceção da desarticulação do joelho. Trata-se de um sistema robusto, utilizado principalmente quando situações adversas como determinadas atividades ou hábitos do paciente, condições geográficas, etc., não permitem o uso de prótese mais sofisticadas. As próteses convencionais não são utilizadas acima do joelho devido seu peso excessivo acarretando dificuldades graves na deambulação, ocorrendo desistência de utilização pelo paciente, o que dificilmente ocorre nas próteses modulares. Próteses modulares: Também chamada de prótese endoesquelética com revestimento cosmético em espuma , este sistema foi lançado em 1969, pela OTTO BOCK, sendo desde então constantemente aperfeiçoado, podem ser utilizadas em todos os níveis de amputação de membro inferior. São constituídas por vários módulos ajustáveis e intercambiais entre si, mais leves e estéticas por serem revestidas de espuma cosmética, seus componentes podem ser em aço, titânio (metal extremamente leve e resistente), alumínio e fibra de carbono. Essas próteses oferecem ampla linha de opções para uma protetização eficaz. • Sistema de encaixe Os encaixes das próteses evoluíram muito nos últimos anos. As resinas substituíram os encaixes de madeiras e, mais recentemente, os materiais termoplásticos estão substituindo as resinas. • Encaixe para amputação acima do joelho: Quadrilátero: É o tipo de encaixe mais antigo em utilização no mercado , foram desenvolvidos nos Estados Unidos na década de 40, a partir de modelos europeus, onde a pressão maior é exercida no ísquio, apoiado no bordo posterior. É feita compressão em áreas funcionais, favorecendo atrofia; a medida médio- lateral é mais larga, ocasionando deslocamento lateral do fêmur ; a marcha é feita com inclinação lateral de tronco. Nos pacientes que usam o encaixe pela primeira vez, o apoio isquiático pode se apresentar doloroso, já que a descarga de peso é feita quase totalmente naquela região. Contenção Isquiática: É o tipo de encaixe mais recente utilizado com maior freqüência em pacientes jovens que praticam atividades desportivas ou que são bastantes dinâmicos. Surgiram na década de 80 e apesar de largamente aplicados são bastantes recentes. A distribuição de peso é sobre todo o coto, principalmente sobre o ramal do ísquio. Há maior controle dos músculos funcionais e maior estabilidade da estrutura óssea e da adução natural do fêmur; os músculos funcionais ficam liberados, limitando a atrofia. • Amputação parcial de pé Estes níveis de amputações permitem descarga de peso distal, ou seja, apoio sobre o coto de amputação, porém, cuidados devem ser tomados nos casos onde há diminuição ou perda de sensibilidade, doenças vasculares obstrutivas e deformidades em eqüino-varo. Próteses e Órteses – 2° semestre 1-Histórico No início da história do Egito, aproximadamente há cinco mil anos, os antigos médicos egípcios, empregavam órteses que formavam uma cobertura protetora em torno do membro defeituoso, com o único intuitode manter o membro em posição de descanso. O médico grego Hipócatres em dois de seus livros, apresentou discussões a respeito de métodos de tratamento para fraturas, deformidades congênitas e outras lesões ortopédicas. Seus princípios a respeito das órteses permaneceram acreditados como um tratamento para diferentes problemas ortopédicos cerca de dois mil anos após. Alguns estudos sobre deformidades realizadas por Galen (131-201 d.c), oferece novas diretrizes sobre utilização de órteses, o qual utiliza enfaixamentos para correção de escoliose. O pioneiro na confecção de órteses foi Ambroise Paré (1509-1590), o qual já pensava em mecanismos de acordo com a anatomia do indivíduo e na necessidade da órtese ser leve e confortável. Com o passar do tempo, outras personalidades deram continuidade a esse novo método de tratamento, utilizando as órteses para diferentes tipos de lesões. Hoje as órteses não possuem o único objetivo de corrigir um determinado seguimento, mas possuem algo mais além, como a intenção de transformar o indivíduo e adaptá-lo novamente dentro de suas funções do dia a dia, através de correções baseadas nas necessidades do mesmo. 2-Conceito O termo órteses vem do grego (orthós que significa direito ou reto). Definição: as órteses são equipamentos terapêuticos de auxílio funcional e caracterizam-se por uma busca sistemática de corrigir e melhorar a função do corpo ou parte dele pela aplicação de um suporte ao exterior do corpo, com a finalidade de obter uma postura mais correta em uma posição de descanso, buscar realinhamento de um determinado segmento ou atividade controlada. De acordo com cada necessidade, as órteses podem imobilizar totalmente uma articulação ou segmento, restringir o movimento numa dada direção, controlar a motricidade, auxiliar movimento ou reduzir as forças de sustentação de peso. Devemos ter em mente que uma órtese é coadjuvante da terapia, visando à manutenção da amplitude articular obtida através de exercícios de alongamentos e visando a estabilização de uma ou mais articulações, otimizando a função de outras, através de exercícios de fortalecimento e proprioceptivos, por exemplo. O uso de uma órtese deve ser interrompido se causar dor, reduzir a função, piorar a postura ou marcha, causar desconforto emocional ou quando resultados efetivos puderem ser obtidos por fisioterapia ou procedimentos cirúrgicos relativamente menores. 2.1-Materiais Quanto ao material da órtese, uma ampla variedade de materiais tem sido usada para fabricar utensílios ortóticos. Ao selecionar material apropriado para um dispositivo ortótico, é necessário considerar cuidadosamente a força, durabilidade, flexibilidade e peso. O design ortótico deve ser simples, discreto, confortável e tão estético quanto possível. Durante a prescrição de uma órtese é importante saber que seus componentes funcionam de forma integrada e qualquer defeito de alinhamento pode causar danos na função do segmento aplicado e como conseqüência danos ao esquema corporal devido a compensações. Um fator importante durante a prescrição é que a órtese deve ser adaptada de acordo com as medidas e estruturas anatômicas de cada indivíduo, proporcionando uma sensação agradável, sem ocorrência de dores, desconforto ou feridas. O profissional quando prescreve uma órtese deve avaliar o indivíduo verificando o nível de condicionamento cardiorespiratório, função músculo-esquelética, atividades e objetivos de cada paciente. Obtido esses parâmetros, o profissional vai escolher o equipamento adequado para a colocação da órtese, proporcionando um bom resultado funcional. 2.2-Contra-indicação Deformidade grave; Atitude viciosa do membro de difícil correção; Úlcera por pressão. Deve-se lembrar que estas contra indicações não são absolutas, uma vez que se o problema for solucionado através de cirurgia ou outro procedimento a órtese pode ser prescrita. 2.3-Reabilitação antes e depois da colocação de uma órtese Após a decisão do tipo de órtese para determinado caso, devemos ter em mente que o paciente necessitará de uma preparação para a colocação desse dispositivo. Essa preparação abrange aspectos psicológicos e aspectos funcionais. No ponto de vista da fisioterapia é necessário realizar um programa de treinamento cardio-respiratório caso a aplicação da órtese ocasionar como conseqüência um aumento do gasto energético para realização de uma atividade; outros aspectos importantes, além da manutenção da amplitude do movimento, abrangem estímulo à função através de atividades funcionais, preparação dos demais segmentos para suportar a nova condição, orientação do paciente quanto à necessidade da órtese e orientação quanto à manutenção do peso corporal. Após a colocação da órtese, deve ser realizado um treinamento utilizando exercícios funcionais e/ou que simulem as atividades realizadas no dia-a-dia do indivíduo. Esta última pode ser realizada pelo terapeuta ocupacional. Lembrando que após o paciente estar adaptado ao dispositivo, o profissional da reabilitação, seja ele o fisioterapeuta ou o terapeuta ocupacional, devem realizar avaliações periódicas, preferencialmente em conjunto, para orientação quanto ao uso e para indicações de cirurgias, bloqueios neuromusculares ou até mesmo troca da órtese por qualquer alteração do quadro. 2.4-Classificação das órteses de membros inferiores As órteses de membros inferiores podem ser divididas em: Órteses de posicionamento: tem como objetivo manter determinadas articulações em posição fisiológica, evitando assim deformidades. Órteses funcionais: possuem o papel de estabilizar determinadas articulações em posição funcional, permitindo assim a otimização do padrão da marcha e do padrão durante o ortostatismo. Esta última pode ser: Estática: tem o papel de imobilizar determinado membro, otimizando a função de outros segmentos, não auxilia diretamente na execução do movimento. Dinâmica: utiliza-se de alavancas móveis e de dispositivos de acumulação de potência externa, para melhorar a função. 3-Órteses de pé São suportes colocados no interior do calçado, removíveis, feitos de materiais variáveis, utilizados para tratar diferentes sintomas e deformidades dos pés. Geralmente utilizam-se palmilhas de compensação feitas sobre medida, principalmente quando estiver indicada a manutenção de um alinhamento específico do pé por longos períodos de tempo. As indicações clínicas habituais para estas palmilhas são: aliviar a pressão sobre as áreas dolorosas, ulceradas, cicatrizadas ou calosas; sustentar arcos longitudinais ou transversais do pé que sejam fracos ou planos; controlar a posição do pé, afetando o alinhamento de outras articulações do membro inferior; e compensar discrepância de membros inferiores. Alguns tipos de deformidades do pé são tratados melhor quando realizamos a modificação de calçados ou quando indicamos órteses de pé. Cada caso tem que ser avaliado individualmente, sendo consideradas modificações de calçados ou diferentes intervenções. Devemos lembrar que uma órtese de pé ou de tornozelo-pé pode negar a necessidade de modificação de calçado e que cirurgias podem ser necessárias para se obter correções ótima. Hoje em dia com utilização de novos recursos tem se permitido substituir a bota ortopédica por tênis ou outro tipo de calçado comum, de acordo que este calçado deve oferecer estabilidade para articulação do tornozelo e proporciona correção de varismo ou valgismo através do uso da palmilha. Correias, acolchoamento e outros utensílios podem ser aplicados diretamente ao pé e dedos, para que seja possívelcorrigir deformidades e para proteção de áreas dolorosas, como calos cutâneos ou ósseos, úlceras, unhas, hipertrofias ósseas e excesso de fricção ou pressão (fig.1). fig.1- palmilha de silicone e em couro Sandália para Gesso Indicações Apoio e proteção de botas gessadas quando permitida a marcha. Uso nas deformidades permanentes dos pés e dedos, causados pela artríte reumatóide. Características Solado em EVA em discreta cruva; Laterais em tecido sintético resistente; Adaptável a ambos os pés; Fecho em velcro; Lavável. 4-Órteses tornozelo-pé As órteses tornozelo-pé (AFOS) são geralmente utilizadas para fraqueza muscular, afetando articulações como a tibiotársica e subtalar. Estas órteses tem a função de realizar a manutenção dessas articulações deixando-as em uma posição funcional. Também possuem a função de prevenção ou correção de deformidades do pé e tornozelo e redução das forças de sustentação de peso. As AFOs também podem influenciar a função de outras articulações mais proximais com a variação do grau de flexão plantar e dorsiflexão. Desta forma, um tornozelo com uma deformidade ou uma tendência a flexão plantar geralmente causa hiperextensão do joelho com possível conseqüência de flexão de quadril e tronco; e um tornozelo em dorsiflexão causa flexão de joelho e quadril. Ainda nos dias atuais são prescritas as órteses tradicionais de metal, porém as AFOs plásticas (goteiras) são mais comuns. Essas órteses podem ser mudadas de calçados para calçado, sendo importante que todos os calçados tenham a mesmas medidas, proporcionando com isso um efeito biomecânico igual no tornozelo e como conseqüência um efeito correto nas articulações mais proximais. Os componentes para ereção em AFO plásticas ou termoplásticas variam em forma ou altura, dependendo da função desejada, mas geralmente estes se estendem desde a planta do pé até a panturrilha, de acordo que a borda superior deve ficar abaixo da cabeça da fíbula em cerca de 3 cm, principalmente para não causar escoriações e limitação da função desejada da articulação do joelho. A AFO plástica pode ser fabricada para controlar flexão plantar, dorsiflexão, inversão ou eversão do tornozelo, proporcionando também estabilidade médio-lateral. As AFOs metálicas possuem eretores mediais e laterais, com um mecanismo articulável na altura do tornozelo. Os eretores são adaptados ao calçado por um estribo e são fixados na panturrilha, com uma faixa de panturrilha almofadada coberta por couro, correia de couro e uma fivela. Diferentes mecanismos de articulação no tornozelo permitem dorsiflexão ou flexão plantar fixa, limitada ou plena, geralmente permitindo certo grau de movimento para melhor adaptação do paciente durante a marcha. As Afos dinâmicas são geralmente utilizadas para fraquezas musculares que afetam o padrão da marcha. Essas órteses apresentam um estreitamento posterior à região do calcâneo e um recorte de suas paredes passando por trás dos maléolos, permitindo um movimento passivo de dorsiflexão e limitando a flexão plantar. A mola de codivilla é composta por uma haste flexível, unida a um aro posterior na panturrilha. Esta última vem sendo substituída pelas órteses dinâmicas e é indicada para paralisia do músculo tibial anterior (pé caído). Este modelo é encontrado em aço, polipropileno, courvin e velcro (fig.2). fig.2 – mola de codivilla Imobilizador de Tornozelo Indicações Entorses de tornozelo substituí a goteira gessada. Prevenção e tratamento das deformidades da artríte reumatóide, usada em atividades esportivas retirando-se as barbatanas dorsais. Características Tecido sintético e resistente com espuma; Barbatanas laterais em Duralumínio para moldar no tornozelo; Fecho em velcro; Lavável. Estabilizador de Tornozelo Indicações Evitar artroses, melhorando a estabilidade da articulação do tornozelo na prática esportiva. Tratamento de entorses leves. Prevenção precoce das deformidades da artríte reumatóide. Auxiliar na marcha dos pacientes com dorso flexores dos pés. Características Lona dublada em algodão; Barbatanas laterais em plástico; Cinta elástica cruzada; Fecho em velcro; Lavável. fig3- órteses estáticas e articuladas As Afos estáticas geralmente são prescritas em caso de deformidades graves, hipertonia ou lesões graves que não há possibilidade de movimento voluntário. Estas órteses não permitem movimentos do tornozelo, porém o ante-pé pode permanecer livre para realização de uma marcha mais perto do normal. AFOs articuladas permitem movimentos controlados de dorsiflexão e flexão plantar, sendo indicadas para pacientes que apresentam algum movimento de dorsiflexão, quando a flexão plantar está limitada (fig.3). Existem AFOs para diversos tipos de lesão, por isso é importante avaliar quais são os déficits e as capacidades de cada indivíduo para escolher a órtese mais adequada para cada caso. Entre outros tipos de AFOs estão: Órtese de reação ao solo: é indicada para paciente com déficit em sóleo e gastrocnêmio com conseqüente flexão de joelhos (comum em diplégicos). Apresenta apoio na região anterior do joelho, rigidez na região de ante-pé, tornozelo em posição neutra. Neste tipo de órtese a força de reação ao solo age proporcionando extensão de joelho durante a fase de apoio e o tornozelo a 90° impede a rolamento da tíbia em relação ao pé. Feita em polipropileno (fig.4). fig.4- órtese de reação ao solo AFO submaleolar (SubMO): promove estabilidade médio-lateral do pé e calcâneo, permitindo movimento do tornozelo no plano frontal e sagital. Indicada geralmente para pacientes hipotônicos. AFO supra maleolar (SMO): estabiliza articulação subtalar, maior estabilidade do pé e tornozelo. Indicada para desvios mais graves em inversão e eversão. Dyna Ankle: limita movimento de inversão do tornozelo através de uma tira que sai da lateral da órtese se direcionando para região medial. Dyna Ankle AFO de adequação de tônus (TRAFOs – Tone-Reducing Ankle Foot Orthosis): confeccionada de material plástico, apresenta um molde com apoios que facilitam extensão de dedos e dosiflexores. Indicada para pacientes com hipertonia. 5-Órteses de Joelho-Tornozelo-Pé As órteses Joelho-Tornozelo-Pé (KAFOs), também conhecidas como tutor curto, são prescritas a fim de proporcionarem estabilidade ao joelho para sustentação de peso em presença de fraqueza de membro inferior, devido a lesões do sistema nervoso central ou periférico. Geralmente são indicadas para pacientes hemiplégicos ou paraplégicos que possuem controle pélvico, pois essa órtese não possui cinto pélvico. Embora a órtese possua uma articulação anatômica do joelho com um eixo de rotação mutável, as junções de joelho com design policêntrico têm poucas aplicações clínicas, pois durante a deambulação a articulação ortótica do joelho geralmente fica travada. Uma junção de joelho livre somente é indicada quando estiver presente instabilidade médio-lateral ou genu recurvatum, mas é fundamental que o indivíduo tenha força de extensão de joelho suficiente para sustentação de peso ao apoiar o membro inferior. Portanto se os extensores do joelho estiverem deficitários, fica indicada uma trava de joelho. A trava mais utilizada neste tipo de órtese é a trava de anel em queda. É colocada no eretor lateral, na barra, caindo sobre a junta quando elaestá plenamente estendida, desta forma, não permitindo movimento na articulação do joelho. Um bastão para puxar contendo mola pode ser acrescentado ao anel para facilitar travar e destravar. A trava suíça, também conhecida como trava em alça, consiste em um arco nivelado, que fica em posição travada na extensão do joelho e destrava automaticamente quando pressionada contra um objeto (por exemplo, uma cadeira). Caso paciente apresente uma contratura em flexão do joelho, pode-se prescrever uma junta ajustável de joelho, usando-se uma trava em leque ou dial. Na ausência de espasticidade ou contratura em flexão do joelho, uma articulação de joelho posteriormente compensada proporciona um joelho estável durante a fase de apoio e permite flexão durante a fase de balanço. O joelho é estabilizado por correias acima e abaixo da patela ou por uma correia patelar, coxins de couro macio cobrindo a calota do joelho, apertada através de correias ajustáveis. Desta forma evita-se que o joelho se curve durante a sustentação do peso. A fixação na coxa é realizada por quatro eretores que são conectados por uma coxeira rígida, com acolchoamento superior e fechamento macio anterior. Esta faixa deve liberar o ísquio em 4 cm, a menos que seja prescrito repouso isquiático. O apoio isquiático deve ser prescrito com critério. Geralmente o apoio isquiático é indicado para pacientes que necessitam de alívio da carga axial nos membros inferiores ou que apresentem instabilidade pélvica. A Free Walk (órtese longa de controle na fase de apoio), tem como objetivo, proporcionar uma marcha mais funcional, permitindo durante a fase de balanço, movimento de flexão e extensão de joelho, proporcionando uma marcha mais rápida e com menos gasto energético. Apresenta uma única haste lateral e quatro aros anteriores com fixação por velcros. Não necessita de modificações em calçados. Para utilizar está órtese, é necessário que o paciente tenha certo controle muscular (entre 3 a 5 grau de força muscular), possua ADM (amplitude de movimento) maior que 10° em tornozelo, não possua deformidade em flexão de joelho, peso corpóreo deve ser menor que 120 kg, não possua hipertonia e não tenha alteração cognitiva grave. Durante o movimento em dorsiflexão a articulação do joelho é liberada e no momento no toque do calcâneo a articulação do joelho é travada. KAFO MODIFICADA é um tipo de órtese de coxa-joelho-tornozelo de plástico laminado (KAFO) que pode incorporar componentes de tornozelo e joelho padrão, mas os eretores e faixas são feitos de plástico laminado cor da pele, que se adapta intimamente à extremidade e é leve. A peça da coxa é uma concha posterior em forma de quadrilátero, com ou sem apoio isquiático, fechado anteriormente por uma faixa de plástico e uma correia de Velcro. Uma concha supra patelar ou pré tibial proporciona força de extensão de joelho, proporcionando também estabilidade médio-lateral desta articulação. Nas partes inferiores, os eretores estão conectados a uma placa que se direciona ao pé, moldada em plástico, também utilizada no interior de calçado. KAFO supracondilar de plástico laminado é indicada para paciente que não tenha força muscular no joelho e tornozelo e total extensão do joelho. Caracteriza-se por uma placa moldada para o pé com um tornozelo sólido imobilizando o pé e o tornozelo em eqüino, produzindo uma força de extensão de joelho durante o apoio. Genu recurvatum é controlado por uma concha supra condilar anterior e uma concha poplítea que contrabalança posteriormente. A ausência de uma junta mecânica no joelho permite livre flexão do joelho durante a fase de balanço, com melhora do padrão de marcha e redução do gasto de energia. Utilizada mais na medicina desportiva as órteses de joelho (KO) são prescritas para prevenir genu recurvatum e possibilitar estabilidade médio-lateral. Entre outras indicações encontram-se portadores de lesão ligamentar do joelho em tratamento conservador ou convalescença pós-cirúrgica. A maioria dos KOs consiste em dois eretores, juntas de joelho livres ou ajustáveis e manguitos de coxa ou panturrilha. A gaiola suíça de joelho impede o recurvatum, mas permite flexão, isto ocorre porque essa órtese possui um mecanismo posterior que impede que o joelho vá para extensão. A órtese estabilizadora de três modos (TKS) é semelhante e oferece bom controle de instabilidade estrutural do joelho nas direções lateral, medial e posterior e está indicada para genum valgum, varus e recurvatum. As KO padrão têm braços de alavanca curtos e podem não ser eficiente quando são necessárias grandes forças (fig.5). fig.5- KAFO´s 6-Órteses de Quadril-Joelho-Tornozelo-Pé Órteses de quadril-joelho-tornozelo-pé (HKAFO), também conhecidas como tutores longos, consistem nos mesmos componentes descritos para AFOs e KAFOs, com acréscimo de uma junta de quadril travável presa em faixa pélvica para controlar movimentos na articulação anatômica do quadril. Geralmente o tipo de trava utilizada na articulação do quadril é a trava em anel. A faixa pélvica, que pode ser unilateral ou bilateral, engloba a pelve entre a crista ilíaca e o trocanter maior lateralmente, curva-se para baixo na região glútea e passa para cima novamente sobre o sacro. As indicações para prescrever um cinto pélvico são controversas, porque diversos estudos indicam que aumenta a excursão lombar e deslocamento da gravidade durante a deambulação e, desta forma, o gasto de energia pode ser maior. O cinto pélvico quando bloqueado tem a função de suprir o déficit de controle da articulação de quadril. No paciente lesado medular, o cinto pélvico tem a importância de obter extensão de tronco e evitar desvios rotacionais durante a reeducação da locomoção, podendo este dispositivo ser substituído por controle muscular fisiológico com o decorrer dos treinamentos. Para a maioria dos paraplégicos as faixas pélvicas provavelmente não são necessárias, embora elas possam melhorar o equilíbrio em pé, especialmente se a espasticidade for grave. Existem as faixas pélvicas com apoio sacral que permitem a extensão do quadril e os cintos pélvicos sem apoio sacral que permitem uma flexão do quadril, com conseqüente hiperlordose compensatória. As órteses de reciprocação (RGO – Reciprocation Gait Orthosis), são indicadas para pacientes que não possuem controle de membros inferiores e troncos. Essa órtese foi desenvolvida para permitir a marcha de quatro pontos com menor gasto energético. Ela pemite o avanço de um membro simplesmente com a transferência do peso do corpo sobre o lado contralateral. Isso ocorre através de um cabo de reciprocação que funciona como um pistão e conecta as duas articulações do quadril. Durante a atividade de sentar e levantar o pistão atua evitando descidas bruscas, além de impulsionar o paciente no momento de levantar. Entre os principais tipos de RGO estão: Parawalker (HGO – Hip Guidance Orthose): esta órtese é indicada para facilitar as atividades motoras, trocas posturais, colocação, retirada, manutenção da posição de pé sem necessidade de apoio e marcha com baixo gasto energético. A articulação do joelho é do tipo trava suíça e a articulação quadril é bloqueada, porém pode chegar a uma amplitude de flexão superior a 100º se desbloqueada, facilitando trocas posturais. Para o paciente se manter em posição ereta são utilizados alguns pontos de fixação, sendo eles: posterior ao calcâneo, posterior a pelve, apoio anterior em joelhos e região torácica. A marcha geralmente é realiza com o uso de bengalas ou andadores. Walkabout: indicada para paraplegia baixa. É composta por duas KAFOs unidas medialmente por mecanismo de reciprocação, facilitando o direcionamento dos passos, sem ocorrer rotações e desvios laterais. Possui ponto de fixação na região posterior de calcâneo, coxa e anteriorao joelho. Vale lembrar, que o mecanismo de reciprocação pode ser retirado transformando-as em KAFOs convencionais. ARGO: composta por KAFOs, componente pélvico com articulações de quadril unidas por um único cabo de reciprocação, além de AFOs termoplásticas fixadas a hastes que se ligam com as articulações de joelho e quadril. Este tipo de órtese permite flexão simultânea de quadril, de acordo que esta articulação encontra-se desbloqueada (fig.6). fig.6 –órtese reciprocada LSU (Louisiana State University): oferece as KAFOs bilaterais juntas de joelho, peças pélvicas posteriores de tornozelo-pé e coxa, uma cintura pélvica moldada sob medida, possui também dois cabos de reciprocação que conectam as articulações pévicas. O mecanismo de acoplamento a cabo dá estabilidade ao quadril, embora permita flexão/extensão unilateral do quadril de maneira recíproca quando se tenta o passo. Usando duas muletas, paraplégicos são capazes de deambular em padrão de marcha em quatro pontos. IRGO: apresenta um cinto pélvico com uma articulação isocêntrica centralizada posteriormente, responsável pelos movimentos de flexão e extensão do quadril. Esta órtese também possui sistema de trava que permite flexão simultânea do quadril (fig.7). fig.7 – IRGO Órteses Quadril Abdução de quadril Abdução de quadril Atlanta Brace ou Schotish Brite Indicações Tratamento de Legg Perthes e Luxação Congênita de Quadril. Características Possibilita ampla liberdade de movimentos mantendo abdução de 45° em ambas articulações do quadril. Com haste telescópica e juntas esféricas universais de alta qualidade. Peças de coxa e cinto pélvico moldados em polipropileno, com nervuras de reforço estrutural. Todas as peças são intercambiáveis permitindo diversas possibilidades de montagem. Peças revestidas internamente com espuma softform para maior conforto. Estrutura metálica com revestimento anti-oxidante. Fechos de velcro Suspensório de Pavlik Indicações Tratamento da luxação congênita do quadril do recém-nascido até o 6º mês de idade Órteses Tronco e coluna vertebral Colares, faixas, coletes e imobilizadores Colares Colar Cervical Noturno Indicações Torcicolos, traumatismo, artroses, artrites, estabilização da postura durante o sono. Características Espuma macia de alta densidade; Reforço de apoio interno; Fecho em velcro. Colar Cervical Tipo Thomas Indicações Torcicolos, traumatismo, artroses, artrites e afecções da coluna cervical. Características Polietileno de alta densidade; Bordas acolchoadas; Altura ajustável; Fecho em velcro; Lavável. Colar com Apoio Mentoniano Indicações Torcicolos, traumatismo, reumatóide, artroses e outras afecções da coluna cervical. Características Polietileno de alta densidade; Apoio metoniano; Bordas acolchoadas; Altura ajustável; Fecho em velcro; Lavável. Colar Cervical Philadelphia Indicações Torcicolos, traumatismos, artroses, artrites e afecções da coluna cervical. Características Confeccionado em softform com suporte mentoniano e occiptal em plástico rígido; Proporciona controle de flexão, extensão e rotação; Perfurado para melhor ventilação; Fecho em velcro. Colar Philadelphia com Oríficio Indicações Ideal para tratamentos de traqueostomia, torcicolo, traumatismos, artrites, artroses, afecções da coluna cervical. Características Confeccionado em softform com suporte mentoniano e occipital em plástico rígido, proporciona controle de flexão, extensão e rotação; Com oríficio frontal para procedimentos de traqueostomia e fecho em velcro. Faixas Faixa Colete com Barbatanas de Duralumínio Indicações Estabilização da coluna dorso lombar em artroses, traumatismo, fraturas osteoporóticas, escolioses dolorosas e outras afecções da região. Estabilização do tronco no lesado modular. Características Confeccionada em elástico macio e resistente; Reforço lateral; 4 Barbatanas de duralumínio; Fecho em velcro; Lavável. Faixa Torácica de 15 cm Indicações Contusões torácicas, fraturas de costela, fraturas de vértebras torácicas osteoporóticas. Características Confeccionada em elástico macio e resistente; Fecho em velcro; Lavável. Faixa Abdominal de 20 cm Indicações Flacidez e fraqueza da parede abdominal pós- parto e pós-cirurgia. Características Confeccionada em elástico macio e resistente; Fecho em velcro; Lavável. Faixa Lombar de 25 cm Indicações Estabilização da coluna lombar em casos de lombalgia e outras afecções da região. Características Confeccionada em elástico macio e resistente; Fecho em velcro; Lavável. Coletes Colete de Brim Tipo Putti Indicações Estabilização da região dorso-lombar sacra de hérnia de disco sujeitas à cirurgias ou não, traumatismo, espondilolisteses, fraturas osteoporóticas, artroses, pós-operatório e outras afecções da região. Características Confeccionado em brim macio e resistente; Fecho frontal em velcro; Barbatanas de fita plana de aço flexível; Auto ajustável; Lavável. Colete Putti Elástico Baixo Indicações Estabilização da coluna lombo sacra em casos de contratura para-vertebral pós traumáticas, artroses, espondilolisteses, lordoses, pós- operatório e outras afecções do região. Características Confeccionado em brim macio e resistente; Reforço lateral; 4 barbatanas de duralumínio; Fecho em velcro; Lavável. Colete Putti Elástico Alto Indicações Estabilização da região dorso lombo sacra em casos de hérnia de disco sujeitas à cirurgias ou não, traumatismo, fraturas osteoporóticas, artroses, estabilização no tronco no lesado medular e outras afecções da região. Características Confeccionado em brim macio e resistente; Reforço lateral; 4 barbatanas de duralumínio; Fecho em velcro; Lavável. Colete de Jewett Indicação Indicado para postura cifótica, fratura da coluna torácica. Princípio dos 3 pontos de apoio, lombar permanece em lordose, com apoio esternal e pubiano. Colete de Millwaukee Indicação tratamento de escolioses, etc. Imobilizadores Imobilizador em Oito para Clavícula Indicações Ideal para a imobilização e alinhamento da clavícula. Características Tiras estofadas com espuma, passantes metálicos e almofadas axilares. Espaldeira Simples Indicações Correção da postura dos ombros e tratamento da cifose torácica postural e juvenil. Características Elástico macio e resistente; Almofada axilar de espuma; Ajuste em velcro: Lavável. Espaldeira para Postura em Brim Indicações Correção de postura dos ombros e tratamento de cifose torácica postural. Modelo para casos extremamente acentuados. Características Confeccionada em brim resistente e confortável; Almofada auxiliares de espuma revestida;Barbatanas laterais aspirais auto-ajustáveis que multiplicam a eficiência; Fecho em velcro; Lavável. Órteses Membros inferiores Imobilizadores e acessórios Imobilizadores Imobilizador de Joelho Posição Funcional Indicações Instabilidade de artrose e artrite reumatóide. Afecções traumáticas do joelho em substituição ao aparelho gessado. Treinos de ortostatismo em lesões paralíticas dos membros inferiores. Características Confeccionado em tecido dublado em espuma; Barbatanas posteriores em duralumínio; Barbatanas laterais de polipropileno removíveis; Cinta elástica para compressão do joelho; Fecho em velcro. Imobilizador Parcial do Joelho Indicações Afecções traumáticas do joelho. Prevenção da recidiva no retorno às atividades. Reeducação da marcha em seqüelas da AVC, artroses, artrite reumatóide. Características Confeccionado em tecido duplo em espuma; Barbatanas posteriores em duralumínio; Barbatanas frontais em polipropileno; Cinta elástica para compressão do joelho. Imobilizador de Tornozelo Indicações Entorses de tornozelo substituí a goteira gessada. Prevenção e tratamento das deformidades da artrite reumatóide, usada em atividades esportivas retirando- se as barbatanas dorsais. Características Tecido sintético e resistente com espuma; Barbatanas laterais em Duralumínio para moldar no tornozelo; Fecho em velcro; Lavável. Joelheira Articulada Elástica Indicações Afecções traumáticas do joelho, instabilidades látero- mediais não muito graves, artroses, artrite reumatóide e outras afecções que necessitem de apoio e compressão. Prevenção da recidiva na prática esportiva. Características Confeccionada em elástico macio e resistente; Barbatanas lateral e medial articuláveis de Duralumínio; Fecho em velcro; Lavável. Estabilizador de Tornozelo Indicações Evitar artroses, melhorando a estabilidade da articulação do tornozelo na prática esportiva. Tratamento de entorses leves. Prevenção precoce das deformidades da artrite reumatóide. Auxiliar na marcha dos pacientes com dorso flexores dos pés. Características Lona dublada em algodão; Barbatanas laterais em plástico; Cinta elástica cruzada; Fecho em velcro; Lavável. Acessórios Sandália para Gesso Indicações Apoio e proteção de botas gessadas quando permitida a marcha. Uso nas deformidades permanentes dos pés e dedos, causados pela artrite reumatóide. Características Solado em EVA em discreta curva; Laterais em tecido sintético resistente; Adaptável a ambos os pés; Fecho em velcro; Lavável. Tira Sub-Patelar em Tubo Indicações Tendinites do tendão patelar (joelho saltador), alívio da tensão na inserção do tendão patelar. Características Confeccionada em tecido dublado em espuma; Tubo de microespuma revestido e estofado; Ajuste em velcro; Lavável. Outras Órteses Completa linha de órteses confeccionadas sob medida, em material copolímero, polipropileno, fibra de carbono, aço, alumínio, etc Geno Valgo e/ou Geno Varo Para correção de valgismo e ou varismo Tutor Tutor para fratura de tíbia/fíbula Trilateral Para tratamento de Legg-Perthes Tutor Longo unilateral ou bilateral Controle de quadril mas não controle de joelho Órteses de MMSS Funções da mão (J.R.Napier): - não preênsil -preênsil FUNÇÃO PREENSIL: Força:p.palmar • p. em gancho Precisão: pinça polpa-à-polpa • pinça em 3 pontos • pinça látero-lateral (pinça da chave) Tecnologia Assistiva • É a tecnologia utilizada para auxiliar pessoas com dificuldades no desempenho de suas atividades. • Seu objetivo é desenvolver equipamentos para suportar ou compensar as limitações biomecânicas e possibilitar função ao portador de necessidades especiais. Classificação das órteses quanto à sua confecção: -Pré-fabricadas : fabricadas em série, geralmente com plástico de alta temperatura ou tecidos. - Moldadas: confeccionadas em plástico de baixa temperatura e moldados sobre uma parte do corpo. Classificação das órteses quanto à função: Estáticas :não têm partes móveis e são usadas para imobilizar ou estabilizar em uma posição específica.São passivas e podem ser seriadas. Objetivos das Órteses estáticas: • Proteção do segmento. • Repouso das articulações. • Redução dos processos inflamatórios e de dor. • Impedir movimentos indesejados. • Substituir perdas de função muscular. • Prevenir ou corrigir deformidades. - Dinâmicas: São as que têm uma parte móvel, proporcionando movimentos articulares, pela aplicação de tração.Requerem o conhecimento das forças aplicadas, para sua confecção. Objetivo das Órteses dinâmicas: • Reduzir retrações tendinosas. • Reduzir retrações cápsulo-ligamentares. • Aumentar ou manter amplitude de movimento articular passivo ou ativo. • Aumentar força muscular. Aspectos para confecção de uma Órtese: • 1- Aplicação de um protocolo de avaliação e confecção de órteses. • 2- Considerações anatômicas. • 3- Considerações mecânicas . • 4- Estética. • 5- Orientações ao paciente/família. Aspectos da anatomia da mão a serem respeitados quando se aplica uma órtese: • Revestimento cutâneo. • Arcos. • Pregas. • Estruturas ósseas. Revestimento cutâneo: -Dorso da Mão: pele fina , elástica e móvel. (face estética) -Palma da Mão: pele espessa, pouco elástica e com grande número de terminações nervosas.(face funcional) Arcos Devem ser protegidos durante a confecção de órtese para preservar as estruturas anatômicas normais e proporcionar conforto. São 3 arcos: longitudinal,transverso proximal e transverso distal. Pregas • As pregas palmares da mão são pontos de referência de superfícies importantes. • Devem ficar totalmente livres para permitir a flexão total das articulações. • A órtese que ultrapassa uma prega, causa um bloqueio da mobilidade desta articulação. Acomodação das proeminências ósseas • Deve-se evitar pressão sobre as proeminências ósseas da mão, punho, antebraço e braço durante a confecção de uma órtese. • Áreas problemáticas:articulações metacarpo-falangeanas,base do 1ºmetacarpiano,processos estilóide do rádio e da ulna,pisiforme, epicôndilos lateral e medial do úmero . Obs:Evitar sobrecarga às estruturas ligamentares das articulações. A preservação da tensão correta dessas estruturas é outro pricípio anatômico fundamental. Aspectos Mecânicos - A mecânica estuda a ação das forças sobre os corpos materiais. - Biomecânica é o estudo dos movimentos dos organismos vivos. - A compreensão dos conceitos básicos de mecânica e dos tipos de alavancas é pré-requisito para o desenho e construção de uma órtese efetiva , confortável, durável e cosmeticamente aceitável. Princípios mecânicos -tranferência de pressão: As órteses que atravessam o punho devem se estender a 2/3 de distância do antebraço.A órtese mais longa no antebraço, diminui a pressão resultante
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