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Medula espinal Etimologicamente, medula significa miolo e indica o que está dentro. Assim, temos medula óssea dentro dos ossos; medula supra-renal, dentro da glândula da supra-renal, medula espinal, dentro do canal vertebral. Anatomia Macroscópica da Medula Espinal A medula espinal é uma massa cilíndroide de tecido nervoso situado dentro do canal vertebral sem, entretanto, ocupá-lo completamente. Medula Espinal Podemos observar que na medula espinal existe um achatamento no sentido ântero- posterior e seu calibre não é uniforme, pois apresenta duas dilatações. Podemos encontrar uma destas dilatações na altura do terceiro segmento cervical ao segundo torácico, enquanto que podemos encontrar a outra dilatação na altura do primeiro segmento lombar ao terceiro sacral. 4 Medula Espinal Intumescência cervical (formação do plexo braquial) Intumescência lombossacral (formação do plexo lombossacral) Nestas dilatações situam-se os neurônios responsáveis pela inervação dos membros superiores e inferiores, respectivamente. Estruturas nervosas a serem identificadas na superfície externa da medula Radículas: pequenos filamentos nervosos; podem ser anteriores e posteriores. Raízes: é um conjunto de radículas podem ser anteriores e posteriores. Gânglio é uma dilatação arredondada só encontrada na raiz posterior, é o gânglio sensitivo de nervo espinal. Tronco é a união das raízes anterior e posterior e que irá passar por um forame intervertebral. Medula Espinal A medula espinal de humanos adultos estende-se do forame magno até o nível da primeira ou segunda vértebra lombar. Apresenta aproximadamente 45cm de comprimento em homens e 42cm em mulheres. Medula Espinal Nos estágios iniciais do desenvolvimento fetal, a medula espinal ocupa toda a extensão do canal vertebral. Entretanto a partir do quarto mês, a coluna começa a crescer mais do que a medula, especialmente em sua região caudal. Ao final da adolescência, a medula espinal ocupa a posição verificada no adulto, terminando no nível do disco intervertebral. 11 Formação dos pares de Nervos espinais A medula espinal humana compreende 31 segmentos (8 cervicais, 12 torácica, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo) O primeiro segmento cervical possui apenas raiz anterior Em cervical cada raiz “sai” por cima de tua vertebra correspondente Já o oitavo par de nervo emerge abaixo da sétima vértebra, o mesmo acontece com os nervos espinais abaixo da C8, que emergem, de cada lado, sempre abaixo da vértebra correspondente. Formação dos pares de Nervos espinais 8 Cervicais 12 Torácica 5 Lombares 5 Sacrais 1 Coccígeo Total: 31 pares de nervos espinais Medula Espinal e Coluna Vertebral Considerando o padrão diferencial de crescimento da medula espinal e da coluna vertebral, os segmentos medulares não correspondem aos da coluna vertebral. Processos espinhosos das Segmentos medulares Vértebras C1 C1 C6 C7 T4 T6 T10 L1 T12 a L1 S1 Medula Espinal e Coluna Vertebral Segundo Adel Afif Dessa forma, na região cervical, a extremidade do processo espinhoso de uma vértebra correspondente ao segmento medular subsequente, ou seja, o processo espinhoso da sexta vértebra cervical corresponde ao nível do sétimo segmento cervical da medula espinal. Na região torácica superior, a extremidade do processo espinhoso está dois segmentos acima do segmento medular correspondente, ou seja, o processo espinhoso da quarta vértebra torácica corresponde ao sexto segmento torácico da medula. Segundo Adel Afif No nível torácico inferior e lombar superior, a diferença entre o nível vertebral e medular é de três segmentos, ou seja, o processo espinhoso da décima vértebra torácica corresponde ao primeiro segmento lombar medular. Dermátomos São áreas do corpo inervadas por uma única raiz nervosa posterior/dorsal. Alguns dermátomos são particularmente úteis na localização de lesões. Miótomos Grupos musculares inervados a partir de um único segmento medular. Miótomos Segmento Medular Deltóide C5 Bíceps C6 Tríceps C7 Hipotenar T1 Quadríceps femoral L4 Extensor do hálux L5 Gatrocnêmio S1 Esfíncter interno do ânus S3,S4 Envoltórios da Medula Espinal Envoltórios da Medula Espinal A medula espinal é revestida por três membranas meníngeas: Dura-máter, mais espessa Aracnóide- máter, camada intermediaria. Pia-máter, camada mais interna, ela adere intimamente ao tecido nervoso da medula e penetra na fissura mediana anterior. Denominação dos espaços meníngeos da Medula Espaço Epidural (Extradural) Localização Entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral Espaço Subdural Localização Espaço virtual entre a dura-máter e a aracnóide-máter Espaço Subaracnóideo Localização Entre a aracnóide e pia-máter Pia-máter A pia-máter é composta de uma camada interna, a pia- íntima, e uma camada externa, a epipia. A pia- íntima apresenta-se intimamente aderida à superfície da medula espinal. A epipia possui vasos sanguíneos que irrigam e drenam a medula espinal. Espaços meníngeos da Medula O espaço entre a dura e aracnóide (espaço subdural) é um espaço muito estreito, visível com auxílio de microscópio em preparação histológica. As veias cerebrais superiores passam por esse espaço. A ruptura dessas veias resulta em acúmulo de sangue e ampliação desse espaço, condição conhecida como hematoma subdural. 26 Espaços meníngeos da Medula Por outro lado, o espaço entre a aracnoide e a pia (espaço subaracnóideo)é maior e contém líquido cerebrospinal. A parte espinal da dura-máter, ao contrario da parte encefálica situada no crânio, está aderida firmemente ao osso apenas na margem do forame magno. Nas outras regiões, a parte espinal da dura-máter está separada do periósteo vertebral pelo espaço epidural. Medula espinal e seu término A medula espinal termina no nível de L1 e L2, enquanto que a dura-máter estende-se inferiormente até o nível das vértebras S1 e S2. A medula termina afilando-se para formar um cone, o cone medular, que continua com delgado filamento meníngeo, o filamento terminal. Anatomia em secção transversal da Medula Espinal Medula Espinal Em secção transversal, a medula espinal é composta de uma área de substância cinzenta, em forma de H ou de borboleta, centralmente posicionada, circundada por substância branca. Comissura cinzenta anterior e posterior ao canal central 31 Superfície interna da medula As duas metades da medula espinal são separadas pelo sulco mediano posterior (dorsal) e fissura mediana anterior (ventral). Fissura mediana anterior Sulco mediana posterior Medula Espinal A substância cinzenta em forma de H, também é dividida em um corno ou coluna posterior (dorsal) e corno ou coluna anterior (ventral). Além disso, os segmentos medulares (torácicos e lombares superiores) apresentam um corno ou coluna lateral Superfície interna da medula O local de entrada das fibras das raiz posterior é marcada pelo sulco póstero-lateral (dorsolateral); da mesma forma, o local de saída das raízes anteriores é marcado pelo sulco ântero-lateral. Sulco póstero-lateral Sulco ântero-lateral Funículos Estas estruturas dividem a substância branca de cada metade da Medula. Funículo posterior (dorsal), uma metade da medula em um funículo lateral e um funículo anterior (ventral). Feixe sub. branca na medula, contendo um ou mais fascículo ou tratos Funículo anterior Funículo posterior Funículo lateral 1 3 2 2 1 – Funículo posterior; 2 – Funículos laterais; 3 – Funículo anterior Substância Cinzenta Substância Cinzenta Antes de 1952, a organização da substânciacinzenta da medula espinal era apresentada da seguinte forma: Corno posterior Esse corno ou coluna recebe os axônios dos gânglios sensitivos do nervo espinal através da raiz posterior e contém grupamento celulares a função sensitiva. Substância Cinzenta Corno lateral O corno ou coluna lateral é limitado aos segmentos medulares torácicos e lombares superiores. Eles contém corpos de neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso simpático. Substância Cinzenta Corno anterior Corno ou coluna anterior contém corpos de neurônios multipolares, cujos axônios constituem o componente da raiz anterior. Substância Cinzenta Zona intermédia Essa zona contém o núcleo torácico posterior e grande quantidade de interneurônios Terminologia de Rexed Terminologia de Rexed Em 1952, Rexed estudou a estrutura citoarquitetônica ou celular da medula espinal de gatos e descobriu que os grupamentos celulares na medula espinal estão dispostos com extrema regularidade em dez zonas ou laminas. Suas observações foram confirmadas posteriormente em outras espécies, incluindo em humanos. Lâminas de Rexed As lâminas I a IV estão associadas a sensibilidade exteroceptivas, (estímulos sensitivos fora do corpo) já as laminas V a VI, estão relacionadas principalmente a sensibilidade proprioceptivas, embora respondam a estímulos cutâneos. Lâminas de Rexed A lâmina VII atua como retransmissor para o mesencéfalo e cerebelo. A lâmina VIII modula a atividade motora, muito provavelmente pelo neurônio gama. Lâminas de Rexed A lâmina IX é a principal área motora da medula espinal: Contém neurônios motores alfa grandes e gama menores dispostos em colunas (póstero- lateral, ântero- lateral, ântero medial e central). Além de neurônios motores alfa e gama, a lâmina IX contém interneurônios. Um destes interneurônios, é a célula de Renshaw. Lâminas de Rexed A lâmina X circunda o canal central e contém neuróglia. Substância branca Substância branca A substância branca da medula espinal é organizada em três funículos: Funículo posterior (dorsal) Funículo lateral Funículo anterior (ventral) Substância branca Cada um destes funículos contém um ou mais tratos ou fascículos. Um trato é composto de fibras que apresentam mesma origem, destino e função. Funículo posterior As fibras nervosas desse funículo estão relacionadas a duas modalidades gerais de propriocepção consciente: (sentido de posição e movimento) Tato discriminativo (localização precisa do tato, incluindo a discriminação de dois pontos). Substância branca Lesões desse funículo, portanto, manifestar-se-ão clinicamente como perda ou discriminação das seguintes sensações. Sensibilidade vibratória Sentido de posição Discriminação de dois pontos Tato Reconhecimento da forma Substância branca Funículo Anterior e Lateral Enquanto o funículo posterior contém apenas um trato ou sistema de fibras ascendentes, os funículos lateral e anterior contêm vários tratos ascendentes e descendentes. Vias Descendentes As vias descendentes são formadas por fibras que se originam no córtex cerebral ou em várias áreas do tronco encefálico e terminam fazendo sinapse com os neurônios medulares. Essas vias são chamadas Piramidais e Extrapiramidais. Piramidal Tracto córtico- espinal anterior Controle da motricidade voluntária axial Tracto córtico- espinal lateral Controle da motricidade voluntária apendicular Extrapiramidal Trato Vestíbulo- espinal Manutenção da postura (tônus dos extensores) Trato Reticulo - espinal Ajustes posturais antecipatórios Trato Rubro-espinal Controle coadjuvante da motricidade voluntária apendicular (tônus dos flexores) Vias Ascendentes As fibras que formam as vias ascendentes da medula relacionam-se diretamente com as fibras que penetram na raiz dorsal, trazendo vários impulsos aferentes de varias partes do corpo. Vias ascendentes do funículo posterior Vias do fascículo Grácil Vias do fascículo Cuneiforme Vias ascendentes do funículo anterior Tracto espino- talâmico anterior Tracto espino- talâmico lateral Tracto espino- cerebelar anterior Tracto espino- cerebelar posterior Vias ascendentes Fascículo grácil Conduz ,portanto impulsos provenientes dos membros inferiores e da metade inferior do tronco. Fascículo cuneiforme Conduz, portanto impulsos originados nos membros superiores e da metade do tronco superior. Importância clinica Do ponto de vista funcional não existe diferença entre os fascículos grácil e cuneiforme. Ambos conduzem impulsos nervosos relacionados com: Propriocepção consciente ou cinestesia. Responsável pelo sentido do movimento, sem o auxilio da visão. Lesão do funículo posterior, faz com que o indivíduo seja incapaz de localizar sem ver, a posição de seu braço ou de sua perna. Tato discriminativo ou( epicrítico) Permite localizar e descrever as características de um objeto. Teste: descrever a distancia entre dois pontos. Importância clinica Sensibilidade Vibratória Percepção de estímulos mecânicos repetitivos. Teste: Tocar uma saliência óssea com o diapasão e o paciente deverá dizer se está vibrando ou não. Estereognosia Capacidade de perceber com as mãos a forma e o tamanho de um objeto. Trato espino- talâmico anterior (cruzado) Responsável tato protopático (pouco discriminativo) e pressão Trato espino- talâmico lateral (cruzado) Temperatura e dor (cordotomia) Terminologia Substância cinzenta Tecido nervoso constituído de neuróglia, corpos de neurônios. Substância branca Tecido nervoso constituído predominantemente por fibras mielínicas Núcleo Massa de substancia cinzenta dentro da substância branca Tracto/trato Feixe de fibras nervosas com aproximadamente a mesma origem, mesma função e mesmo destino. Fascículo A mesma coisa que o tracto, mas em menor quantidade Funículo Sub. branca na medula. Um funículo contém vários tractos ou fascículos Decussação Fibras nervosas que cruzam o obliquamente o plano mediano Reflexos medulares
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