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RESUMO P1 Embriologia

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Eduarda Fernanda da Silva Gomes 
RESUMO P1 
EMBRIOLOGIA
Origem das células germinativas
Um grupo especial de células, as chamadas Células Germinativas Primordiais – CGP serão formadas no epiblasto que se movem (mov. amebóide) até a parede do saco vitelino. Essas células começam a migrar do saco vitelino para as gônadas em desenvolvimento. O número de divisões mitóticas aumenta durante a migração e também quando chegam à gônada (testículo ou ovário). Como preparação para a fertilização, as células germinativas passam pela gametogênese, através da meiose, reduzindo o número de cromossomos pela metade, completando a sua maturação através da citodiferenciação.
As células germinativas do ovário entram em meiose já na vida fetal, ao passo que as do testículo somente na puberdade. 
A gametogênese é o processo no qual as células germinativas são convertidas em gametas. Esse processo acontece em células especiais chamadas gônadas, masculina ou feminina, sendo então testículo ou ovário, respectivamente.
O processo que dá origem aos gametas masculinos (espermatozoides) é chamado de espermatogênese e o processo que origina os gametas femininos (ovócitos) é chamado de ovogênese.
Os gametas feminino e masculino possuem origem extra-gonodal e extra-embrionária.
Espermatogenese 
O gameta masculino é chamado de espermatozóide e é formado nos testículos (gônada masculina). O espermatozóide é produzido pelo processo chamado de Espermatogênese.
Hormônios Puberdade 
Hipotálamo (GnRH – hormônio libertador de Gonadotrofina) Hipófise (FSH – estimula a espermatogênese e LH – estimula a produção de testosterona pelas células intersticiais que fica entre os túbulos seminíferos, as células de Leydig) Gônadas (Testosterona) Espermatogênese 
Período germinativo: Células germinativas primordiais Espermatogônias – dividem-se por mitoses sucessivas e são células diplóides 2n (somáticas). Portanto, Espermatogônia (mitose – 2n diplóide) gera espermatogônia A – células de reserva, células-tronco e espermatogônia B – apta a realizar meiose (células haplóides n - germinativas).
Período de crescimento: aumento de tamanho da Espermatogônia B 2n – divisões celulares, replicação do DNA gerando o Espermatócito I 2n acúmulo de vitelo, nutrientes importantes para a formação do espermatozóide)
	O espermatócito I vai ser a célula capacitada a passar por meiose
Período de maturação (Meiose) do espermatócito I a espermátide
Espermatócito I – meiose I (reducional – cromossômica) Espermatócito II – meiose II (equacional – cromatídica) Espermátides n
	Cada espermatócito de primeira ordem origina dois espermatócitos de segunda ordem (espermatócitos secundários ou espermatócitos II). Como resultam da primeira divisão da meiose, já são haplóides, embora possuam cromossomos duplicados. Com a ocorrência da segunda divisão meiótica, os dois espermatócitos de segunda ordem originam quatro espermátides haplóides.
Período de diferenciação - Citodiferenciação da Espermátide Espermatozóide = Espermiogênese – ocorre as quatro principais modificações: compactação do núcleo; perda de citoplasma; formação do acrossomo pelo complexo de Golgi; reorganização das mitocôndrias para formação do flagelo)
* Na cabeça do espermatozóide, encontra-se uma estrutura denominada acrossomo (formada pelo complexo de Golgi), que contém enzimas líticas que facilitam a sua penetração na zona pelúcida do óvulo. O núcleo dirige-se para a extremidade, tornando-se alongado e compacto. A parte intermediária contém o centríolo. A cauda apresenta a bainha externa e o filamento axial.
Células importantes:
Célula de Leydig: produz testosterona que é enviada para a célula de Sertoli.
Célula de Sertoli: fagocita e digere o resto citoplasmático liberado pelas espermátides na Espermiogênese; emite prolongamentos citoplasmáticos e nutrem as células germinativas; é uma barreira hematotesticular*; secreta MIF – hormônio inibidor Mulleriano, fazendo com que o ducto de Muller não produza trompas e nem útero (característica feminina).
*Barreira Hematotesticular: previne o contato das células n do testículo com o sangue, o que geraria uma reação autoimune. As células de Sertoli formam uma rede de contato, através das junções de oclusão, para constituir essa barreira sangue-testículo, e também, auxiliam no transporte dos espermatozóides para o lúmen. Secreta Inibina (feedback negativo sobre a liberação de FSH.
Ovogênese
O gameta feminino é chamado de óvulo e é formado nos ovários. O óvulo é produzido pelo processo de ovogênese ou oogênese. 
Inicia-se na vida fetal, onde todas as células germinativas da vida da mulher são produzidas. Essas mitoses que acontecem no período fetal vão gerar um número fixo de células, e não acontecerão novamente.
Fase de multiplicação ou de proliferação: É uma fase de mitoses consecutivas, quando as células germinativas aumentam em quantidade e originam ovogônias. Nos fetos femininos humanos, a fase proliferativa termina por volta do final do primeiro trimestre da gestação. Portanto, quando uma menina nasce, já possui em seus ovários cerca de 400 000 folículos de Graff. É uma quantidade limitada, ao contrário dos homens, que produzem espermatogônias durante quase toda a vida.
Período germinativo: as ovogônias que sobrevivem não se dividem, mas aumentam de tamanho, originando o Ovócito I. Logo que são formados, iniciam a meiose I, pausando-a em prófase I (estágio dictóteno).
Período de maturação: ocorre na puberdade, quando a ação do hormônio FSH (hipófise) ativa o ovócito I, concluindo a primeira divisão meiótica, meiose I, com a formação do Ovócito II (e do primeiro corpúsculo polar, ajudando nutrir o óvulo). O Ovócito II inicia a meiose II, que é interrompida na Metáfase II. 
A meiose II só se completa se houver a penetração do espermatozóide. Se não acontecer, o endométrio descama e a célula morre, e é expelida na menstruação.
O estímulo da fecundação conclui a segunda divisão meiótica, transformando finalmente o Ovócito II em Óvulo.
Camadas protetoras do ovócito: membrana plasmática, zona pelúcida (camada glicoproteica) e a corona radiata (células unidas por junções gap).
Na gametogênese feminina, a divisão meiótica é desigual porque não reparte igualmente o citoplasma entre as células-filhas. Isso permite que o óvulo formado seja bastante rico em substâncias nutritivas.
Se houver fecundação, o óvulo gerado na meiose II será fecundado e os corpúsculos polares serão degradados. Se não houver fecundação, tanto o ovócito II como os corpúsculos polares serão degradados.
Desenvolvimento do folículo ovariano
Na vida intrauterina, os folículos estão na forma de ‘’folículos primordiais’’
Na puberdade, com a ação dos hormônios da hipófise, ocorre a transformação dos folículos primordiais para folículos primários (células cilíndricas). Ocorre a formação da zona pelúcida.
Folículo secundário: proliferação das células e aumento do tamanho do folículo. Há um espaço pequeno interno, o antrofolicular.
Folículo de Graaf ou Folículo Maduro: assume a forma oval, e encontra-se cheio de líquido, com o antrofolicular bem evidente. O ovócito, agora secundário, ovócito II está coberto por apenas uma fina camada de células do cúmulos.
Ciclo hormonal feminino
Hipotálamo GnRH Adeno-Hipófise
FSH: estimula o desenvolvimento do folículo ovariano
LH: induz a ovulação 
Na região em que ocorrerá a ovulação, surge uma saliência devido ao pico de LH, denominada estigma.
Os folículos, agora amadurecidos pelo FSH, produzem estrógeno que é responsável pelo desenvolvimento do endométrio (aumento da vascularização e da espessura) e das características femininas. Quando há muito estrógeno, há inibição de FSH.
Progesterona: O hormônio LH mantem o corpo lúteo no ovário, do qual produz progesterona. Principalmente relacionado com a preparação do útero a aceitação do embrião e a preparação das mamas para secreção láctea. Inibe as contrações do útero, evitando a expulsão do embrião.Quando há muito progesterona, há inibição de LH.
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Fertilização
É a fusão do óvulo com o espermatozóide, resultando na formação de um zigoto com dois pró-núcleos.
A fertilização corre na tuba uterina.
Preparação do espermatozóide: 
Maturação epididimária: aquisição de movimento e capacidade de ligação
Capacitação: momento que o espermatozóide adquire capacidade fertilizadora; estímulos de substancias presentes no útero; hiperatividade (movimentos rápidos e lineares) 
Reação acrossomica: contato do espermatozóide com a corona radiata, que produz perfurações na membrana do acrossoma, e assim, é possível liberar as enzimas hialuronidase (contra a corona radiata) e acrosina (contra a zona pelúcida)
Sinais de Ca+: são liberados quando o espermatozóide toca a zona pelúcida. O cálcio armazenado no ovócito é liberado por estímulo de uma proteína presente no espermatozóide. Um dos efeitos dessas ondas de Ca+ é a retirada do ovócito da metáfase II, transformando-o em Óvulo. Outro efeito é o impedimento da penetração de outro espermatozóide (exocitose dos grânulos corticais – desencadear uma ‘reação de zona’’).
1ª semana
Etapas da Fecundação:
Passagem do espermatozóide pela corona radiata (Hialuronidase) 
 Passagem pela corona zona pelúcida (Acrosina) – penetração pela proteína receptora primária, e pela ligação a outra proteína ZP2
 Fusão das membranas p. do ovócito II e espermatozóide 
 Com a entrada do espermatozóide, o ovócito II completa meiose II, formando o óvulo com o pró-núcleo feminino 
 Formação do pró-núcleo masculino e fusão dos dois pró-núcleos 
Lise da membrana do pronúcleo: agregação dos cromossomos para a divisão celular mitótica e primeira clivagem do zigoto.
Clivagem do zigoto:
Consiste em divisões mitóticas repetidas do zigoto, resultando em um rápido aumento no número de células. Estas células embrionárias – os blastômeros- tornam-se menores a cada divisão. Quando já existem de 12 a 32 blastômeros o concepto (embrião e anexos) é chamado de mórula.
Formação e implantação do Blastocisto:
A mórula alcança o útero cerca de quatro dias após a fecundação e o fluido da cavidade uterina passa através da zona pelúcida para formar – a cavidade blastocística. À medida que o fluido aumenta na cavidade, os blastômeros são separados em duas partes: 
- Trofoblasto: Camada celular externa que formará a parte embrionária da placenta.
- Embrioblasto: Grupo de blastômeros localizados centralmente que dará origem ao embrião.
Durante esse estágio o concepto é chamado de blastocisto. Cerca de 6 dias após a fecundação, o blastocisto adere ao epitélio endometrial por ação de enzimas proteolíticas (metaloproteinases), e a implantação sempre ocorre do lado onde o embrioblasto está localizado. Logo, o trofoblasto começa a se diferenciar em duas camadas:
- Citotrofoblasto: Camada interna de células.
- Sincicitrofoblasto: Camada externa de células.
No final da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado na camada endometrial na parte póstero-superior do útero. O sinciciotrofoblasto é altamente invasivo e se adere a partir do pólo embrionário, liberando enzimas que possibilita a implantação do blastocisto no endométrio do útero. Esse é responsável pela produção do hormônio HCG que mantém a atividade hormonal no corpo lúteo durante a gravidez e forma a base para os testes de gravidez.
2 ª semana
Formação da cavidade amniótica, do disco embrionário e do saco vitelino:
Com a progressão da implantação do blastocisto, ocorrem mudanças no embrioblasto que resultam na formação de uma placa bilaminar – o disco embrionário- formado por duas camadas:
- Epiblasto: Camada celular espessa e colunar, que desenvolve rapidamente à cavidade amniótica.
- Hipoblasto: Camada celular delgada e cubóide, que forma o saco vitelino.
Concomitante a esses processos, aparece um pequeno espaço no embrioblasto, a cavidade amniótica. O epiblasto forma o assoalho da cavidade amniótica e o hipoblasto o teto da cavidade exocelômica. Células do hipoblasto migram para formar a membrana exocelômica que reveste a superfície interna do citotrofoblasto. Logo se modifica para formar o saco vitelino primitivo. As células do endoderma do saco vitelino formam o mesoderma extra-embrionário, que circunda o âmnio e o saco vitelino. Assim, há formação do âmnio, disco bilaminar e saco vitelino.
Com o desenvolvimento, surgem espaços celômicos isolados no interior do mesoderma extra-embrionário. Posteriormente, fundem-se para formar o celoma extra-embrionário, que envolve o âmnio e o saco vitelino.
3ª semana
Gastrulação: Formação das camadas germinativas:
Processo pelo qual o disco embrionário bilaminar é convertido em disco embrionário trilaminar (inicio da morfogênese). Durante a gastrulação ocorrem alguns eventos importantes como a formação da linha primitiva, camadas germinativas, placa precordal e notocordal. Cada uma das três camadas germinativas dará origem a tecidos e órgãos específicos:
- Ectoderma: Origina a epiderme, sistema nervoso central e periférico e a várias outras estruturas;
- Mesoderma: Origina as camadas musculares lisas, tecidos conjuntivos, e é fonte de células do sangue e da medula óssea, esqueleto, músculos estriados e dos órgãos reprodutores e excretores;
 - Endoderma: Origina os revestimentos epiteliais das passagens respiratórias e trato gastrointestinal, incluindo glândulas associadas.

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