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Apatrídia(1)

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Apatridia
Prof.ª Carolina Fernandes
Direito Internacional Privado
Conflito de nacionalidades ou apatridia
"O emprego pelo Estados dos critérios de atribuição da nacionalidade originária gera, por vezes, os conflitos conhecidos na doutrina por plurinacionalidade ou apatridia, também chamados de conflito positivo ou conflito negativo.” 
DEL’OMO, Florisbal de Souza. Op.cit., p.87.
Conflito Positivo
Múltipla nacionalidade ou a plurinacionalidade, também conhecida como polipatridia.
"se uma pessoa, filha de pai com nacionalidade coreana, cujo país adota o critério do jus sanguinis, nasce no Brasil, que adota o critério do jus soli, adquire duas nacionalidades.“
JO, Hee Moon. Moderno direito internacional privado. São Paulo: LTr, 2001. p.154.
Convenção de Haia e Código de Bustamante:
Em caso de conflito, aplica-se a lei da residência fixa, do domicilio ou situação mais favorável.
Adotada na Sexta Conferência Internacional Americana, reunida em Havana, Cuba, e assinada a 20- 2-1928. Aprovada, no Brasil, pelo Dec. nº 5.647, de 8-1-1929 e promulgada pelo Dec. nº 18.871, de 13-8-1929. PERU, URUGUAI, PANAMÁ, EQUADOR, MÉXICO, SALVADOR, GUATEMALA, NICARÁGUA, BOLÍVIA, VENEZUELA, COLÔMBIA, HONDURAS, COSTA RICA, CHILE, BRASIL, ARGENTINA, PARAGUAI, HAITI, REPÚBLICA DOMINICANA, ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA E CUBA.
Conflito negativo	
Apátridas ou sem pátria
Nascem sem nacionalidade
São privados da nacionalidade ao longo da vida
“A principal fonte da anacionalidade está na existência dos dois sistemas utilizados pelos Estados na atribuição originária da nacionalidade. Assim, criança nascida em país que adota o jus sanguinis, de pais oriundos de Estado que privilegia o jus soli, não terá nacionalidade. Outra fonte é a legislação de países totalitários permitindo a supressão da nacionalidade por motivos políticos ou raciais.” 
DEL’OMO, Florisbal de Souza. Curso de direito internacional privado. 7ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2009. p.90.
O problema da Apatridia	
Pós 2ª Guerra Mundial – Século XX.
40 milhões de pessoas entre refugiados e apátridas.
Término da União Soviética
40 mil apátridas nas ex-Repúblicas da Ásia Central.
Guerra do Vietnã
Apatrídia de 9.500 pessoas, na década de 90.
Apátridas
De jure
Nasceu apátrida
São amparadas apenas enquanto estrangeiros, pela legislação do local em que habitam.
CONVENÇÃO SOBRE O ESTATUTO DOS APÁTRIDAS de 1954.
Decreto n.º 4.246/02 - Art. 1º. 1. Para os efeitos da presente Convenção, o termo "apátrida" designará toda pessoa que não seja considerada seu nacional por nenhum Estado, conforme sua legislação.
De facto
Teve a nacionalidade retirada pelo Estado.
A pessoa é privada de seus direitos inerentes à nacionalidade.
Convenção para a Redução dos Casos de Apatridia de 1961.
Decreto n.º 8.501/15 – Art. 5º (1 e 2).
O ACNUR estima que sejam cerca de 10 milhões os apátridas no mundo!
ACNUR. O Conceito de Pessoa Apátrida segundo o Direito Internacional. http://www.acnur.org/fileadmin/scripts/doc.php?file=fileadmin/Documentos/portugues/BDL/O_Conceito_de_Pessoa_Apatrida_segundo_o_Direito_Internacional
Fonte: http://www.acnur.org/portugues/quem-ajudamos/apatridas/o-que-e-a-apatridia/
Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954
Recepcionado pelo DECRETO Nº 4.246, DE 22 DE MAIO DE 2002.
É o principal instrumento jurídico que visa regulamentar e melhorar a condição das pessoas apátridas e garantir que estas gozem dos seus direitos e liberdades fundamentais, sem nenhum tipo de discriminação
Artigo 1.º: Definição do Termo Apátrida - Para efeitos da presente Convenção, o termo apátrida designará toda a pessoa que não seja considerada por qualquer Estado, segundo a sua legislação, como seu nacional.
Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954
A Acta Final recomenda que as pessoas apátridas de facto sejam consideradas como apátridas de jure, facilitando, dessa maneira, a aquisição de uma nacionalidade efetiva.
Proteção legal
A perda da nacionalidade implicava, portanto, na total perda de direitos, na não garantia da dignidade humana. Somente em 1948, é aprovada a DUDH
novos mecanismos que normatizassem a apatridia e oferecessem algum tipo de proteção as pessoas anacionais
É o surgimento do DIDH que reintegra o apátrida ao mundo jurídico.
Em 1950, a Assembleia da ONU instituiu o ACNUR para Refugiados. 
É um órgão específico para tratar e lidar com as questões ligadas aos refugiados e apátridas
Objetivo: cuidar de asilados, deslocados internos, apátridas e refugiados.
Legislação Internacional e Nacional
Convenção de Haia sobre Determinadas Questões Relativas aos Conflitos de Leis sobre a Nacionalidade, de 1930
Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948.
Artigo 15 – Direito Fundamental da pessoa humana.
Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954
DECRETO Nº 4.246, DE 22 DE MAIO DE 2002.
Convenção sobre a Nacionalidade da Mulher Casada, de 1957
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher de 1979
Convenção para a Redução dos casos de Apatridia de 1961
DECRETO Nº 8.501, DE 18 DE AGOSTO DE 2015
Pacto Internacional Sobre Direitos Civis e Políticos (PIDCP), de 1966.
Convenção Americana sobre Direitos Humanos, de 1969.
Pacto de San José da Costa Rica – Artigo 20.
Convenção sobre os Direitos da Criança, de 1989.
Artigos 2º e 7º.
Convenção Européia sobre a Nacionalidade (CEN), de 1997.
LEI N.º 9.474 de 22 de Julho de 1997.
Plano de ação para os Refugiados que também atinge os Apátridas.
Institui o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE).
COMIRAT (Comitê de Atenção a Migrantes, Refugiados, Apátridas e Vítimas do Tráfico de Pessoas), localizado no Rio Grande do Sul e fundado em 22 de outubro de 2012 inclui, em sua proteção, os apátridas
“No sistema do DIDH, o apátrida não perde seus direitos fundamentais, continua podendo exercer os seguintes direitos, em pé de igualdade com os nacionais do país no qual reside: liberdade de praticar sua religião e a educação religiosa de seus filhos, acesso aos tribunais, ensino elementar, assistência e socorro públicos, legislação do trabalho e seguros sociais. Na mesma situação dos estrangeiros, exerce direito de associação, emprego remunerado, trabalho autônomo, exercício de uma profissão liberal, moradia.” 
BITTAR, Eduardo C. B. ALMEIDA, Guilherme Assis de. Curso de Filosofia do Direito. 4ª Edição. São Paulo: Editora Atlas, 2006. p. 385.
Casos e Dados
O ACNUR estima que sejam apátridas aproximadamente 10 milhões de pessoas. 
Apátridas - Sala de Notícias - Canal Futura
Tendencias Globales 2014: Mundo en Guerra
Apátridas famosos
MIRIAM MAKEBA
A cantora e ativista pelos Direitos Humanos sul-africana, conhecida como “Mama África”, tornou-se apátrida por conta de um banimento promulgado pelo regime segregacionista da África do Sul, devido à sua luta contra o Apartheid. A luta da artista ocasionou, também, boicotes estadunidenses. Makeba viveu em diversos países da Europa e na Guiné, que a acolheu como sua representante nas Nações Unidas.
Anne Frank
A adolescente judia alemã, conhecida internacionalmente por conta da publicação póstuma do diário em que relatava sua experiência durante a perseguição perpetrada pelo governo nazista, sofreu banimento em 1941, assim ficando até a sua morte, em 1945.
ALBERT EINSTEIN
O genial cientista alemão tornou-se apátrida por iniciativa própria quando, em 1896, aos 17 anos, renunciou à nacionalidade alemã para que não precisasse participar do alistamento militar obrigatório, e assim permaneceu por cinco anos, até a aquisição, em 1901, da nacionalidade suíça. Einstein, ao longo da vida, possuiu, ainda, a nacionalidade austríaca, estadunidense e, mais uma vez, alemã.

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