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CASO CONCRETO 3 - PRÁTICA SIMULADA I

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACÉ – RIO DE JANEIRO.
GERSON SOBRENOME, brasileiro, solteiro, médico, inscrito CPF. sob nº (nº CPF.) e portador do RG (nº RG), com endereço eletrônico (endereço eletrônico), em residente e domiciliado em Vitória – ES vem, por seu advogado, com endereço profissional (endereço completo), perante V. Exa. propor:
AÇÃO PAULIANA
pelo procedimento comum, em face de BERNARDO SOBRENOME, nacionalidade, viúvo, profissão, inscrito no CPF. sob nº (nº CPF.) e portador do RG (nº RG), com endereço eletrônico (endereço eletrônico), residente e domiciliado em Salvador – BA e JANAÍNA SOBRENOME, menor impúbere, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrita no CPF. sob nº (nº CPF) e portadora do RG (nº RG), com endereço eletrônico (endereço eletrônico), REPRESENTADA POR REPRESENTANTE LEGAL, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrita no CPF. sob nº (nº CPF.) e portadora do RG (nº RG), com endereço eletrônico (endereço eletrônico), residente e domiciliada em Macaé – RJ, com fundamento nos artigos 158 e 171, II do CC através dos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
I - PRELIMINARMENTE
DA COMPETÊNCIA
Tendo em vista a incapacidade civil da 2ª Ré, a lei entende que ela atrai a competência territorial, mesmo que os imóveis e o domicílio das outras partes seja distinto. Nesse sentido leciona o artigo 50 do CPC:
A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou assistente.
Assim, é certo que o juízo competente para resolver o mérito da lide é o das varas cíveis de Macaé – RJ, cidade em que reside a 2ª Ré e sua genitora.
DO LITISCONSÓRCIO
Por outro lado, o caso em questão enseja o litisconsórcio passivo necessário unitário, na forma dos artigos 161 do CC e 114 do CPC. Como leciona a lei:
Art. 161 CC/02. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé.
Art. 114 CPC/15.  O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes
Desta forma, em virtude da natureza jurídica do contrato firmado bem como da eficácia a sentença que há de anular o negócio jurídico há a necessidade do litisconsórcio passivo.
DA PARTICIPAÇÃO DO MP.
Tendo em vista que a 2ª Ré é menor impúbere é necessária a intimação do MP. Como fiscal da lei e da ordem para que o processo não se vicie. Na forma do artigo 178, II do CPC:
Art. 178.  O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam:
II - interesse de incapaz;
Em virtude disso, vem a parte requerer a intimação o MP. no momento oportuno para que este haja na forma direcionada pela lei. 
II – DOS FATOS
O Autor é credor do 1º Réu através de nota promissória por este expedida no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) e com vencimento para 10/10/2016.
Ocorre que a dívida não foi devidamente quitada no prazo estabelecido entre as partes. Ainda, dias após o vencimento da nota promissória, o 1º Réu celebrou um contrato gratuito de doação juntamente a 2ª Ré, sua filha, contendo cláusula de incomunicabilidade e usufruto vitalício em razão do 1º Réu.
No referido contrato o 1º Réu doou dois imóveis, um localizado em Aracruz – ES e outro em Linhares- ES, que totalizam o valor de R$300.000,00 (trezentos mil reais), quantia que seria plenamente suficiente para que o 1º Réu quitasse a dívida que tinha com seu credor, ora Autor. 
III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO
DA FRAUDE CONTRA CREDORES
Ora, Excelência, a atitude do 1º Réu infringiu abruptamente diversos princípios do ordenamento jurídico como a eticidade e a sociabilidade, bem como caracteriza manifesta fraude contra seu credor. 
Visando proteger o credor destas possíveis fraudes o legislador assim lecionou no artigo 158 do CC/02:
Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
Ainda, neste mesmo diapasão, o artigo 171, II reforça a anulabilidade dos contratos considerados como fraude contra credores. Na forma da lei:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Sobre o tema, Tavares Paes leciona: 
"Hodiernamente não há mais necessidade de que exista o animus nocendi em sua inteireza, aquela intenção precípua de desviar bens à execução. Segundo Alvino Lima, basta que o devedor tenha agido consciente que seu ato será prejudicial aos seus credores, sendo suficiente uma previsão de dano. Desta forma, não é necessário que o ato fraudulento decorra de uma intenção de lesar os credores, de uma direção específica da vontade do devedor prejudicá-los; é suficiente a simples scientia damni por parte do devedor. (A fraude, cit., p. 139), com o que concordamos." (Fraude Contra Credores, P.R. Tavares Paes, Ed. R, pg. 41).
No presente caso, há de se presumir o consilium fraudis na doação de ascendente a descendente, ainda que o donatário seja menor, conforme precedentes sobre o tema: 
DIREITO CIVIL. AÇÃO PAULIANA. FRAUDE CONTRA CREDORES. REQUISITOS. SCIENTIA FRAUDIS E CONSILIUM FRAUDIS. DEMONSTRAÇÃO. São requisitos essenciais ao ajuizamento da ação pauliana a existência de crédito anterior à celebração do negócio que se pretende anular, a insolvência do devedor e a consciência das partes envolvidas de que o negócio se faz em prejuízo do credor. Na ação revocatória de alienação realizada a título oneroso, incumbe ao autor o ônus de comprovar o eventus damni e o consilium fraudis. Há de se presumir o consilium fraudis na doação de ascendente a descendente, ainda que o donatário seja menor, detectando-se o artifício na vontade do doador. Segundo a regra expressa constante do artigo 21, CPC, se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas. (TJ-MG 100800500047970011 MG 1.0080.05.000479- 7/001(1), Relator: CLÁUDIA MAIA, Data de Julgamento: 19/11/2009, Data de Publicação: 14/12/2009)
Assim, é certo que o negócio jurídico deve ser anulado para que o credor, ora Autor, não seja lesado e possa atacar o patrimônio do devedor, ora 1º Réu, uma vez que este se nega a quitar sua dívida espontaneamente. 
III – DOS PEDIDOS
Ante do exposto, requer a Vossa Excelência:
A citação dos Réus para que respondam o feito;
A designação de audiência conciliatória do art. 334 CPC;
A intimação do MP. para que se manifeste como fiscal da lei e da ordem, na forma do artigo 178,II do CPC;
A total procedência da presente demanda para declarar a desconstituição do ato jurídico viciado a fim de que se reincorpore o bem alienado ao patrimônio do 1º Réu, restaurando-o como garantia patrimonial para possibilitar a solução do seu débito;
A condenação dos requeridos ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios na base de 20% do valor da causa, nos parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC. 
IV - DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu.
V - DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$300.000,00 (trezentos mil reais).
N. Termos,
Pede deferimento.
Local, (Dia), (Mês) de (Ano).
Nome do Advogado
OAB/(Sigla do Estado)

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