Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O UNIDADE 3 INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO PÚBLICO OBJETIvOS DE APRENDIzAgEM A partir desta unidade você será capaz de: • conceituar os instrumentos de planejamento público orçamentário: PPA, LDO e LOA; • compreender a importância dos instrumentos de planejamento governamental; • compreender a lógica do processo de elaboração do PPA, LDO e LOA; • conhecer os elementos essenciais do orçamento público e a técnica do orçamento programa; • compreender a necessidade de compatibilidade entre os instrumentos de planejamento; • verificar que o planejamento público tem como produto a aprovação de leis ordinárias; • compreender a necessidade de audiências públicas e a participação popular durante o processo de elaboração e aprovação das leis que compõem o planejamento governamental; • conhecer o processo de execução orçamentária; • identificar e diferenciar os procedimentos do planejamento e da execução das receitas e despesas públicas. PLANO DE ESTUDOS Esta unidade está dividida em três tópicos e no final de cada um deles você encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado. TÓPICO 1 – PLANO PLURIANUAL - PPA TÓPICO 2 – LEI DE DIRETRIzES ORÇAMENTÁRIAS - LDO TÓPICO 3 – LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - LOA G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O Os gestores públicos, de qualquer esfera de governo, devem elaborar e desenvolver o planejamento orçamentário juntamente com a sua equipe de técnicos. O PPA é muito importante porque, além de ser para médio prazo (vigência de quatro anos), é o primeiro instrumento que deverá ser realizado para nortear a elaboração das outras peças orçamentárias. O Plano Plurianual se resume em uma lei que deve conter os investimentos e suas despesas decorrentes, conforme esclarece Slomski (2003, p. 304): A lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, dire- trizes, objetivos e metas da administração pública federal, estadual e municipal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas a programas de duração continuada. Com o intuito de explicar a primeira etapa do planejamento orçamentário governamental, torna-se fundamental a apresentação da estrutura conceitual do PPA, bem como os programas de governo, ações, projetos, atividades e operações especiais. PLANO PLURIANUAL - PPA 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 1 UNIDADE 3 2 ESTRUTURA CONCEITUAL Dentre os três instrumentos de planejamento orçamentário, é indispensável salientar a especial importância do PPA, o qual proporciona direcionamento e auxílio à formulação da LDO e da LOA, e por ser o PPA ferramenta de determinação dos atos do governo durante um predeterminado período. Na visão de Andrade et al. (2008, p. 20): UNIDADE 3TÓPICO 1120 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O O Plano Plurianual é o instrumento que expressa o planejamento do Governo Federal, Estadual ou Municipal para um período de quatro anos, tendo como objetivo principal conduzir os gastos públicos, durante a sua vigência, de ma- neira racional, de modo a possibilitar a manutenção do patrimônio público e a realização de novos investimentos. O Plano Plurianual, portanto, é formulado para um período de quatro anos. Este período conclui-se sempre ao final do primeiro ano do mandato do administrador ulterior. É o que expressa o art. 35, § 2º, Inciso I, dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2010, grifos nossos): Art. 35. [...] § 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: I - o projeto do Plano Plurianual, para vigência até o final do primeiro exer- cício financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. Para compreendermos melhor, a figura a seguir demonstra o prazo de vigência quadrienal do Plano Plurianual, e a sua relação com os mandatos de governo. FIGURA 11 – PRAZOS DE VIGÊNCIA DO PPA, LDO E LOA FONTE: Os autores Podemos observar que no primeiro ano do mandato do chefe do Poder Executivo, o PPA a ser executado foi elaborado no mandato anterior. No segundo ano do mandato, o chefe do Executivo passa a trabalhar no novo PPA que terá validade até o primeiro ano do próximo governante. Da figura anterior podemos observar ainda que, enquanto o PPA vale para quatro anos, a LDO e a LOA têm vigência anual, porém devem obrigatoriamente estar em conformidade com o planejamento do PPA. UNIDADE 3 TÓPICO 1 121 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O DIC AS! O PPA é uma lei aprovada pelo Legislativo e tem vigência de quatro anos, mas esta lei pode ser alterada a qualquer tempo, desde que autorizado novamente pelo Poder Legislativo. Mas, afinal, o que deve constar no PPA? De acordo com os autores Endler e Reginatto (2007, p. 123): “no PPA, em termos orçamentários, devem ser estabelecidos objetivos e metas que comprometam o Poder Executivo e o Poder Legislativo a dar continuidade aos programas na distribuição dos recursos”. Para Machado Jr. e Reis (2002/2003, p. 75): Do Plano Plurianual devem constar, portanto, os recursos necessários para os investimentos a serem realizados pelos órgãos da administração direta e da administração indireta. [...] É necessário que a administração pública, ao alocar recursos para investimentos, se prepare concomitantemente para a manutenção e o funcionamento dos mesmos em termos de pessoal e outras despesas. O Plano Plurianual [...] deverá, portanto, prever recursos para os gastos decorrentes das despesas de capital que se destinam à manutenção e à operação desses investimentos. Como fundamentação legal, tem-se o § 1º, do art. 165, da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2010): Art. 165. [...] § 1º - A lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá, de forma regionali- zada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. O Plano Plurianual é um instrumento que tem por objetivo a realização dos programas já estipulados. Como o período de vigência abrange um ano da administração posterior, esta se vê na obrigação de continuar os projetos estabelecidos na administração finda. Segundo os autores Machado Jr. e Reis (2002/2003, p. 76), “O Plano Plurianual tem por objetivo, em síntese, dar continuidade às administrações, a fim de evitar as paralisações de obras e de outros serviços que, ao invés de beneficiarem, prejudicam em muito as populações municipais”. Assim, podemos observar que o PPA reforça o conceito de continuidade da administração pública, isto é, o atendimento constante e efetivo das demandas sociais, sem interrupção. UNIDADE 3TÓPICO 1122 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O A Lei de Responsabilidade Fiscal (BRASIL, 2000) chegou a fazer referência ao Plano Plurianual, apresentando algumas regulamentações, que foram vetadas, no art. 3º, § 1o e § 2o: Art. 3º. O projeto de lei do Plano Plurianual de cada ente abrangerá os respec- tivos Poderes e será devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa. § 1o Integrará o projeto Anexo de Política Fiscal, em que serão estabelecidos os objetivos e metas plurianuais de política fiscal a serem alcançados duranteo período de vigência do plano, demonstrando a compatibilidade deles com as premissas e objetivos das políticas econômica nacional e de desenvolvimento social. § 2o O projeto de que trata o caput será encaminhado ao Poder Legislativo até o dia 30 de abril do primeiro ano do mandato do chefe do Poder Executivo. Sobre os motivos do veto ao art. 3º, explica o autor Khair (2001, p. 23): O veto se deu em virtude do curto prazo (apenas quatro meses) para a elabo- ração desse plano e pelo fato de o Anexo de Política Fiscal confundir-se com o Anexo de Metas Fiscais, criado no art. 4º da Lei de Responsabilidade Fiscal como integrante da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Porém, apesar do art. 3º ter sido vetado (proibido) na LRF, os administradores públicos têm o dever de criação do PPA. É o que afirmam Toledo Jr. e Rossi (2005, p. 35-36): Todas as pessoas políticas, não apenas o município, estão obrigadas a elaborar esse programa de longo prazo. Devem formular quadrienalmente esse plano, mesmo que a definição de seus contornos ressinta-se de código regulamen- tador, o referido no § 9o do art. 165 do Texto Constitucional e que substituirá a Lei nº 4.320, de 1964. Haja vista, o Plano Plurianual constitui-se de obrigação dos administradores públicos e não apenas de uma ferramenta optativa de planejamento. Segundo os autores Toledo Jr. e Rossi (2005, p. 36): [...] sem amparo no Plano Plurianual, a expansão da atividade governamental equivale a despesa não autorizada, irregular e lesiva ao patrimônio público (art. 15 c/c os arts. 16, II, e 17, § 4º), submetendo o ordenador a responder por crime contra as finanças públicas (Lei nº 10.028, de 19.10.00; inserção do art. 359-D no Código Penal). De acordo com Vasconcelos (2007), o PPA proporciona aos governantes municipais a certeza da continuidade de suas obras e a satisfação da população, por não sofrer prejuízo dos recursos fiscais. Segundo Andrade (2008), o PPA é uma lei, a responsabilidade de fazer o projeto é do Poder Executivo e de todos os órgãos que compõem a administração. “O encaminhamento do PPA, pelo chefe do Poder Executivo ao Legislativo, será até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial (31/08).” (CARVALHO, 2008, p. 30). UNIDADE 3 TÓPICO 1 123 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O Segundo Viana (2009), apesar de controvérsias entre diversos autores, as Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais, devido ao veto ao § 7º, do art. 5º, da LRF, podem determinar prazos diferenciados aos da União para encaminhamento do PPA, LDO e LOA. A respeito da devolução do PPA ao Executivo, de acordo com o autor Andrade (2008, p. 22): “[...] devolvido para sanção do Poder Executivo até o final da segunda seção legislativa, ou seja, 31 de dezembro”. IMP OR TAN TE! � Alguns estados e municípios alteraram o prazo de encaminhamento do projeto de lei do PPA em suas Constituições e Leis Orgânicas. 3 PROgRAMAS DE gOvERNO Para cumprir os preceitos do § 1o do art. 165 da nossa Carta Magna (BRASIL, 2010), os administradores públicos devem elaborar seu planejamento através de programas. Sobre o tema, Lima e Castro (2007, p. 15) entendem que: “Programa é o instrumento da ação governamental visando a concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurados por indicadores estabelecidos no Plano Plurianual”. A possibilidade de criação de programas de governo em cada ente da federação é considerada um avanço no nosso planejamento governamental. Atualmente os programas podem e devem ser elaborados de acordo com as necessidades locais. Por este motivo é que, nos municípios, as câmaras municipais estão obrigadas a realizar audiências públicas para discutir as reais necessidades da população. Conforme os autores Andrade et al. (2008, p. 34): “Antes os programas eram predefinidos para os entes das três esferas de governo, o que engessava o planejamento, pois não raramente era necessário utilizar um programa que não refletia claramente os objetivos pretendidos”. Com o decorrer do tempo, surge a necessidade de adaptar os programas às mudanças cotidianas. Viana (2009, p. 35) explica e ressalta procedimentos importantes: [...] a estratégia de desenvolvimento local não pode ser entendida como algo imutável, podendo sofrer modificações, em função de alterações relevantes no ambiente interno e externo no qual o município está inserido, sendo que as referidas modificações dependem de aprovação do Poder Legislativo, UNIDADE 3TÓPICO 1124 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O através de lei, mantendo-se sempre a harmonia entre os três instrumentos de planejamento. Os programas devem apresentar dados qualitativos e quantitativos na busca de atender às demandas sociais. De acordo com os autores Lima e Castro (2007, p. 15): Desta forma, no programa é articulado um conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores fixados no PPA, visando à solução de um problema ou ao atendimento de uma neces- sidade ou demanda da sociedade. Os tipos de programas são determinados pelas suas finalidades, no entendimento de Lima e Castro (apud GIACOMONI, 2005, p. 103): a) programas finalísticos: destinam-se a atender diretamente a demandas e necessidades sociais; b) programas de gestão de políticas públicas: abrangem as ações de governo relacionadas à formulação, coordenação, supervisão e avaliação de políticas públicas; c) programas de serviços ao Estado: têm por finalidade a produção de bens e serviços por instituição criada para esse fim, tendo o próprio Estado como beneficiário; d) programas de apoio administrativo: reúnem as ações de apoio adminis- trativo para suporte à implementação dos demais programas, compreendendo principalmente custos de pessoal não passíveis de alocação direta aos pro- gramas finalísticos ou de gestão de políticas públicas. Apresentamos de forma gráfica o resumo do que a Lei do PPA deve conter de forma regionalizada: FIGURA 12 – RESUMO DO CONTEÚDO DE UM PROGRAMA DO PPA FONTE: Carvalho (2008, p. 33) A amplitude do campo de atuação da administração pública é tão diversificada que para um planejamento adequado ou bem elaborado devem existir programas que atendam a todas as finalidades, ou seja, programas de gestão de políticas públicas, programas de serviços ao Estado e programas de apoio administrativo. UNIDADE 3 TÓPICO 1 125 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O IMP OR TAN TE! � O PPA veio substituir o quadro de recursos e de aplicações de capital normatizado pela Lei Federal nº 4.320/64 (BRASIL, 1964) em seu art. 24. DIC AS! O orçamento-programa já foi apresentado no Tópico 1 da Unidade 2 deste caderno. 4 AÇÕES: PROJETOS, ATIVIDADES E OPERAÇÕES ESPECIAIS Os programas são compostos de ações que, através de atividades, projetos e/ou operações especiais, permitirão a resolução dos objetivos antes determinados no PPA. Veremos a seguir uma figura que demonstra a disposição das ações dentro dos programas: FIGURA 13 – APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA FONTE: Lima e Castro (2007, p. 17) Segundo os autores Andrade et al. (2008, p. 39): É por meio da ação que se define o resultado (meta física) que se espera alcançar, visando atender aos objetivos dos programas. Portanto, o programa é módulo de integração das ações governamentais, enquanto as ações gover- namentais são os instrumentos de realização dos programas. UNIDADE 3TÓPICO 1126 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O Sobre as categorias de instrumentos de realização de ações, esclarecem Lima e Castro (2007, p. 17):• projeto: tem como resultado um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação do governo, que pode ser medido física e finan- ceiramente. É limitado no tempo. Parte do desdobramento de um programa de governo representa sempre a expansão, modernização ou aperfeiçoamento da ação governamental. Geralmente dá origem a uma atividade ou concorre para a ação ou aperfeiçoamento de atividades existentes; • atividade: tem como resultado um produto necessário à manutenção da ação de governo, que normalmente pode ser medido quantitativa e qualitativamente. É permanente e contínua no tempo e visa à manutenção dos serviços públicos ou administrativos já existentes ou colocados à disposição da comunidade; • operações especiais: agregam despesas às quais não se pode associar, no período, a geração de um bem ou serviço. Podem ser permanentes ou con- tínuas, compondo uma função específica denominada “Encargos Especiais”. Para melhor entendermos como é o PPA, vejamos no quadro a seguir um exemplo do PPA do período de 2010 a 2013 da cidade de Modelópolis, em que planeja as ações para o Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação. MUNICÍPIO DE MODELÓPOLIS - PPA 2010-2013 ANEXO I - Planilha das Ações por Programas Código do Programa: 0.0.1.0 Descrição do Programa: Gestão de Educação de Ensino Fundamental Objetivo: atender com qualidade as crianças e adolescentes de 6 a 14 anos da rede municipal de ensino. Diagnóstico: o município de Modelópolis atende atualmente 4.440 crianças de 6 a 14 anos, totalizando 15 escolas, sendo que uma delas foi totalmente destruída na calamidade pública de 2008. A administração municipal, por meio da Secretaria Municipal de Educação, necessita dar continuidade na qualidade de ensino e priorizar a aprendizagem escolar. Há necessidade de aquisição de terreno, construção, ampliação, reforma, cobertura de quadras esportivas, laboratórios, aquisição de equipamentos e mobílias, eletroeletrônicos, aquisição de ônibus para o transporte escolar, merenda escolar, material de consumo, brinquedos e jogos pedagógicos, atualização do acervo das bibliotecas, modernização dos sistemas de computação. Formação continuada para a rede municipal. Diretriz: envolver sociedade e pais nas ações da Educação do Ensino Fundamental, e participação dos governos Federal e Estadual nos projetos, além de recursos próprios do Tesouro Municipal. Órgão: Secretaria Municipal de Educação do Município de Modelópolis. Público-Alvo: Alunos do Ensino Fundamental. Valores Monetários Tipo da Ação Código da Ação Descrição da Ação Cód. Função Código Sub- Função Valor R$ Global Fonte Financiam. 0001 1.0.0.0.2.9 Construção, ampliação e reforma de escolas, quadras esportivas e laboratórios e salas multifuncionais. 12 361 4.000.000,00 Fiscal 0002 2.0.0.0.4.2 Manutenção da Educação Fundamental. 12 361 30.00.000,00 Fiscal 0002 2.0.0.0.4.4 Transporte escolar. 12 361 2.000.000,00 Fiscal 0002 2.0.0.0.4.6 Merenda escolar. 12 306 2.000.000,00 Convênio 0001 1.0.0.0.3.1 Caminhos da escola. 12 361 400.000,00 Convênio 0001 1.0.0.0.3.3 Projetos pedagógicos. 12 361 1.000.000,00 Fiscal QUADRO 4 – MODELO DE PPA PERÍODO 2010-2013 – AÇÕES E VALORES FONTE: Os autores UNIDADE 3 TÓPICO 1 127 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O No exemplo de PPA que apresentamos no quadro acima podemos perceber que inicialmente se deve descrever qual a área a ser planejada (Educação) e o nome do Programa de Governo (Gestão da Educação de Ensino Fundamental). Em seguida são relatados o objetivo deste programa de governo e o diagnóstico da atual situação encontrada no município nesta área. Na sequência são apresentadas seis ações, sendo que para o Tipo de Ação n° 0001 é considerado projeto e o Tipo de Ação n° 0002 é considerado atividade. A coluna Código de Ação é numeração própria de cada contabilidade e que deverá ser seguida na elaboração da LDO e da LOA. Depois se descreve o nome de cada uma das seis ações e seus códigos de Função e Sub-função que são determinados pela legislação, como estudamos na Unidade 2 do caderno de Contabilidade Pública. Na próxima coluna estão os valores que serão aplicados em cada ação durante os quatro anos de vigência do PPA. E na última coluna se informa a Fonte de Financiamento, isto é, a origem dos recursos para custear estas ações, que neste exemplo são: fiscal (oriundos do Tesouro do Município) e convênios (oriundos do Tesouro do Governo Federal ou Estadual). Na sequência apresentaremos um exemplo da continuidade do planejamento apresentado no quadro anterior, agora demonstrando os quantitativos para cada ação planejada no PPA. MUNICÍPIO DE MODELÓPOLIS ANEXO II - Planilha das Ações por Programas Código do Programa: 0.0.1.0 Descrição do Programa: Gestão de Educação de Ensino Fundamental Órgão: Secretaria Municipal de Educação de Modelópolis Público-Alvo: Alunos do Ensino Fundamental Metas Físicas Tipo da Ação Código da Ação Descrição da Ação Produto Unidade Medida Meta Global 0001 1.0.0.0.2.9 Construção, ampliação e reforma de escolas e quadras esportivas. Área m² 13.000 0002 2.0.0.0.4.2 Manutenção da Educação Fundamental. Alunos Número 4.500 0002 2.0.0.0.4.4 Transporte escolar. Alunos Número 950 0002 2.0.0.0.4.6 Merenda escolar. Alunos Número 4.500 0001 1.0.0.0.3.1 Caminho da Escola. Veiculo Unidade 2 0001 1.0.0.0.3.3 Projetos pedagógicos. Projeto Unidade 14 QUADRO 5 – MODELO DE PPA PERÍODO 2010-2013 – AÇÕES E QUANTITATIVOS FONTE: Os autores No quadro acima podemos notar que são apresentadas três colunas novas em relação ao quadro anterior. Permanecem o Tipo da Ação, seu Código e Descrição. Foram inseridas as colunas Produto, que é o que se pretende atingir com a ação de governo; a coluna Unidade de Medida, que fixa qual a expressão numérica mensurável UNIDADE 3TÓPICO 1128 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O como objeto da ação; e, por último, a coluna Meta Global, que demonstra o que deverá ser efetivamente realizado nos quatro anos de vigência do PPA. Entenderam na prática como pode ser descrito apenas um programa de governo? Imagine a discussão, elaboração e discussão de todos os programas de governo e suas ações em todas as áreas que o governo deve atender. DIC AS! Procure a Câmara de Vereadores do seu município e busque conhecer o PPA da sua cidade. Lembre-se: ele é o plano que determina as políticas que serão realizadas no seu município pelos próximos quatro anos. 5 FASES DE ELABORAÇÃO DO PPA A elaboração do PPA possui características semelhantes nas diversas esferas de governo, diferenciada apenas pela complexidade da estrutura organizacional e funcional. Conforme Andrade et al. (2008, p. 40-41), as fases de elaboração para o planejamento de médio prazo, no âmbito municipal, são as seguintes: 1. capacitação dos servidores que serão envolvidos no processo de elabora- ção do PPA; 2. análise das potencialidades e da vocação econômica do município para verificar a possibilidade de incrementar a receita; 3. realização de estudos para identificar o volume de recursos em cada uma das fontes de financiamento; 4. elaboração da previsão das receitas para um período de quatro exercícios de cada uma das unidades gestoras do orçamento; 5. apuração e estudo dos gastos com manutenção da máquina administrativa e dos programas de duração continuada para um período de quatro exercícios; 6. definição das disponibilidades financeiras para a realização de novos pro- jetos ou implantação de novos programas que visem à criação, expansão ou aperfeiçoamento da ação governamental; 7. levantamento de todos os programas e ações governamentais implemen- tadas no passado e em execução; 8. avaliação dos programas e dasações governamentais implementadas no passado para verificar quais serão mantidos; 9. realização de diagnóstico das necessidades e dificuldades, estudando as condições de vida da população, utilizando todas as fontes de informação dis- poníveis, como ouvir os servidores municipais e os profissionais credenciados nas diversas áreas de atuação do município, que acumulam experiência e conhecimento sobre os problemas locais, além de motivá-los e comprometê- -los na execução das soluções; 10. realização de audiências públicas para envolver as lideranças comunitárias UNIDADE 3 TÓPICO 1 129 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O e políticas na definição das prioridades para um período de quatro exercícios; 11. definição dos novos programas e das novas ações governamentais utilizando-se inclusive o resultado da audiência pública; 12. definição dos programas e ações governamentais prioritários para o período de quatro exercícios, os quais potencialmente serão realizados; 13. adequação dos programas e das ações governamentais aos recursos projetados para o período de vigência do PPA; 14. consolidação do PPA, compatibilizando o montante de recursos financeiros previstos para os quatro anos de vigência do PPA com as ações definidas; 15. elaboração dos anexos do projeto de lei do PPA; 16. elaboração do texto do projeto de lei do PPA; 17. elaboração da exposição de motivos do projeto de lei do PPA; 18. encaminhamento de projeto de lei do PPA ao Poder Legislativo. Seguindo os passos apresentados, pode-se constatar que a equipe de governo responderá à população: o que será realizado pela administração nos próximos quatro anos, como fazer, com quais recursos e como manter o que já funciona. DIC AS! É salutar rever, no mínimo, anualmente o PPA, porque o planejamento não é imutável. Em quatro anos a realidade, ou necessidades, da população, podem mudar. IMP OR TAN TE! � O PPA é uma lei e qualquer mudança em seus programas deve ser alterada por outra lei. UNIDADE 3TÓPICO 1130 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O Neste tópico vimos que: • O PPA é o planejamento orçamentário a médio prazo das esferas federal, estadual e municipal e possui uma estrutura formal (diretrizes, objetivos e metas) estabelecida pela aprovação de uma lei. A elaboração da LDO e LOA deve se basear segundo o que for determinado no Plano Plurianual. • Elaborado pelos gestores públicos juntamente com sua equipe de técnicos, visa ao planejamento orçamentário para o período de quatro anos, sendo elaborado no primeiro ano de mandato, executado a partir do segundo ano e mantido pelo próximo administrador por um ano após a sua assunção; tal medida ou exigência assegura o cumprimento, a continuidade e a manutenção das ações e benefícios para a sociedade. • Os programas de governo são instrumentos das ações governamentais para a concretização dos objetivos almejados. Devem apresentar dados qualitativos e quantitativos para o atendimento das demandas e necessidades da sociedade. Quanto aos seus tipos, podem ser classificados em: programas finalísticos; programas de gestão de políticas públicas e/ ou programas de apoio administrativo. • As ações são apresentadas por projetos, atividades e operações especiais; estes determinarão a resolução dos objetivos já anteriormente determinados nos programas do PPA. • As fases de elaboração do PPA são diferenciadas pela complexidade em sua estrutura organizacional e funcional, assemelhando-se nas diversas esferas de governo. • Em suma, pode-se definir PPA por um relato à sociedade das ações que o governo pretende implementar e executar durante um período de quatro anos, especificando quais ferramentas pretende utilizar e como se concretizarão estes objetivos. RESUMO DO TÓPICO 1 UNIDADE 3 TÓPICO 1 131 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O 1 Quanto ao prazo de vigência do PPA, podemos afirmar que é um plano: a) ( ) Cronológico. b) ( ) De médio prazo. c) ( ) De investimentos. d) ( ) Anual. 2 A alteração de algum dispositivo do PPA é possível ser realizada sem autorização legislativa. Esta afirmação é: a) ( ) Verdadeira. b) ( ) Falsa. 3 Em relação ao PPA, assinale a alternativa que apresenta o nome do instrumento de ação governamental que trata da ação contínua do Estado visando à satisfação das necessidades coletivas: a) ( ) Projeto. b) ( ) LDO. c) ( ) Atividade. d) ( ) Operações especiais. 4 O PPA é plano de validade para quatro anos. No ano em que o Governo do Estado toma posse, ele está trabalhando com o PPA relativo a qual ano? a) ( ) Primeiro ano do PPA. b) ( ) Segundo ano do PPA. c) ( ) PPA integral. d) ( ) Último ano do PPA. 5 A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) trouxe um destaque especial para o planejamento governamental. Do texto original do projeto de lei da LRF, o Legislativo Federal vetou determinado dispositivo. Assinale qual texto foi vetado: a) ( ) Art. 4° § 1o e § 2o. b) ( ) Art. 3°. c) ( ) Art. 33 § 1o e § 2o. d) ( ) Art. 3º, § 1o e § 2o. AUT OAT IVID ADE � UNIDADE 3TÓPICO 1132 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O LEI DE DIRETRIzES ORÇAMENTÁRIAS – LDO 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 2 UNIDADE 3 A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF – (BRASIL, 2000) regulamenta disposições constitucionais sobre finanças públicas. Conforme seu art. 1º, em especial, determinar como estabelecer a gestão pública responsável. Um dos princípios fundamentais para esta conquista é o planejamento orçamentário. A LDO é o segundo instrumento constitucional de planejamento orçamentário, sua regulamentação está prevista na LRF no art. 4º. Segundo Giacomoni (2003), a principal tarefa, entre outras, da Lei de Diretrizes Orçamentárias, é orientar a organização e a estruturação do projeto e da Lei Orçamentária Anual. É na Lei de Diretrizes Orçamentárias que estarão evidenciados os resultados almejados pelo gestor público em relação à execução do orçamento público. Os anexos de prioridades e metas, riscos fiscais e metas fiscais, partes integrante da LDO, são os instrumentos para avaliar se a gestão pública realizou um planejamento adequado. Com o intuito de esclarecer a importância de controlar a gestão responsável dos governantes, apresenta-se a estrutura conceitual, o conteúdo e os anexos de controle que compõem a Lei de Diretrizes Orçamentárias. 2 ESTRUTURA CONCEITUAL O principal objetivo da LDO é o de atuar como norteadora do Orçamento Público (LOA) do exercício subsequente. UNIDADE 3TÓPICO 2134 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O Conforme o autor Rezende (2005, p. 18), “[...] a LDO estabelece um conjunto de instruções em termos de normas de forma e conteúdo com que a lei orçamentária de cada exercício deve ser apresentada [...]”. Formulada anualmente, a LDO tem como alicerce o Plano Plurianual e busca identificar as prioridades de investimentos contidas neste instrumento. A seguir apresentamos o exemplo de um programa de governo a ser inserido na LDO, o qual deve estar em consonância com o PPA 2010-2013 do município de Modelópolis. Por isso, voltamos ao exemplo do Programa de Governo: Gestão de Educação do Ensino Fundamental no Município de Modelópolis. MUNICÍPIO DE MODELÓPOLIS ANEXO II - Planilha das Ações por Programas Código do Programa: 0.0.1.0 Descrição do Programa: Gestão de Educação de Ensino Fundamental Órgão: Secretaria Municipal de Educação de Modelópolis Público-Alvo: Alunos do EnsinoFundamental Metas Físicas Tipo da Ação Código da Ação Descrição da Ação Produto Unidade Medida Meta 2010 0001 1.0.0.0.2.9 Construção, ampliação e reforma de escolas e quadras esportivas. Área m² 3000 0002 2.0.0.0.4.2 Manutenção da Educação Fundamental. Alunos Número 4708 0002 2.0.0.0.4.4 Transporte escolar. Alunos Número 850 0002 2.0.0.0.4.6 Merenda escolar. Alunos Número 4.708 0001 1.0.0.0.3.1 Caminho da escola. Veículo Unidade 2 0001 1.0.0.0.3.3 Projetos pedagógicos. Projeto Unidade 4 QUADRO 6 – MODELO DE PPA PERÍODO 2010-2013 – AÇÕES E QUANTITATIVOS FONTE: Os autores No quadro acima podemos perceber sua semelhança com o quadro de ações e quantitativos do PPA 2010-2013 da cidade de Modelópolis, como vimos anteriormente. Porém, a diferença é que na LDO vamos apontar a quantidade de ações que vamos realizar apenas num único ano, neste exemplo apenas as metas para o ano de 2010. IMP OR TAN TE! � Lembra-se de que o PPA vale para quatro anos e a LDO para um ano? E que a LDO deve estar em conformidade com o PPA? UNIDADE 3 TÓPICO 2 135 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O Apesar de ser uma ferramenta de planejamento, elaborada todos os anos, existe ainda uma série de contestações no que diz respeito ao prazo da LDO. Seu tempo não pode ser estimado em apenas um ano, pois sua vigência supera esse período. É o que explica o autor Carvalho (2008, p. 35): [...] Uma LDO foi sancionada e publicada em 30/06/2005. Esta norma orientará a elaboração da LOA cuja vigência será em 2006 e ainda estabelece regras orçamentárias a serem executadas ao longo de todo o exercício financeiro de 2006. Assim, sua vigência não coincide com o exercício financeiro, e a aplicabilidade de suas regras extrapola um ano. Segundo determina a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2010) no art. 166, § 4º, a elaboração e possíveis emendas da LDO deverão ser planejadas e executadas de modo a não conflitar com o que foi descrito no PPA. A instituição das competências que deverão ser apresentadas como conteúdo da LDO é encontrada, em um primeiro momento, no art. 165, § 2º, da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2010): Art. 165. [...] § 2º A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da Lei Orçamentária Anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Em maio de 2000, o art. 4º, Incisos I, II e III, da Lei de Responsabilidade Fiscal (BRASIL, 2000), trouxe alguns acréscimos de competências para LDO: Art. 4o. A Lei de Diretrizes Orçamentárias atenderá ao disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e: I - disporá também sobre: a) equilíbrio entre receitas e despesas; b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31; c) (VETADO) d) (VETADO) e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas; II - (VETADO) III - (VETADO). Para garantir o equilíbrio entre receitas e despesas, ou seja, equilíbrio fiscal, a LRF UNIDADE 3TÓPICO 2136 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O estabelece a exigibilidade de planejar o anexo de metas fiscais e de riscos fiscais que deverão estar contidos na LDO. As determinações do anexo de metas fiscais, de acordo com o art. 4º, § 1º, são as seguintes (BRASIL, 2000): Art. 4°. [...] § 1° Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. O planejamento é mais complexo, devendo ser realizado com profissionalismo pelo exposto nas demais exigências requisitadas no Anexo de Metas Fiscais, descritas no art. 4°, § 2º, Incisos I a V, da Lei de Responsabilidade Fiscal (BRASIL, 2000): Art. 4°. [...] § 2° O Anexo conterá, ainda: I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional; III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, desta- cando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos; IV - avaliação da situação financeira e atuarial: a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial; V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. O anexo de metas fiscais trouxe uma série de novidades para a administração pública, mas não foi a única exigência que ganhou ênfase com a vinda da Lei de Responsabilidade Fiscal. Em união com o Anexo de Riscos Fiscais, ambos apresentaram grandes benefícios no que diz respeito ao equilíbrio financeiro. Segundo Andrade et al. (2008, p. 73): Dentre as diversas alterações introduzidas pela LRF, merecem destaque o Anexo de Metas Fiscais [...] e também o Anexo de Riscos Fiscais [...], os quais são essenciais para o acompanhamento das finanças públicas e para a obtenção/manutenção do equilíbrio das contas públicas. O art. 4º, § 3°, da LRF (BRASIL, 2000), explica a composição do Anexo de Riscos Fiscais, impulsionando novamente a necessidade de planejamento das ações governamentais: Art. 4°. [...] § 3° A Lei de Diretrizes Orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas caso se concretizem. UNIDADE 3 TÓPICO 2 137 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O Em outras palavras, o Anexo de Riscos Fiscais constitui a obrigação do gestor público de analisar episódios que possam comprometer a harmonia financeira, tais como a ocorrência de fatos não programados, bem como projetar ações preventivas diante da consolidação destes num determinado período de tempo. Para Guedes (2001, p. 28), são considerados fatos que geram despesas imprevistas: - alagamentos, deslizamentos etc..., que possam provocar inesperados desem- bolsos financeiros, a perda de bens móveis ou imóveis e até a necessidade de conceder remissão (perdão) de créditos tributários; - julgamento definitivo de demandas judiciais que determine, igualmente, desembolsos financeiros. Acabou-se de perceber que os Anexos de Metas Fiscais e de Riscos Fiscais foram inovações na forma de planejamento dos municípios com o intuito de alcançar o equilíbrio das contas públicas. 3 CONTEÚDO DA LDO O conteúdo mínimo da LDO está inserido em diversos textos legais da nossa Constituição Federal e na LC 101/2000 (LRF). Os estados e municípios, em suas constituições e leis orgânicas, podem complementar a matéria para atender ou adequar às necessidades locais. Para Silva e Vasconcelos (1997, p. 24), a LDO compreenderá: [...] as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para oexercício financeiro subsequente, orientará a ela- boração da Lei Orçamentária Anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicações das agências financeiras oficiais de fomento. Os autores Andrade et al. (2008, p. 74) elencam o conteúdo mínimo que deve compor o texto do projeto da LDO para os municípios: UNIDADE 3TÓPICO 2138 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O Conteúdo da LDO CF/1988 LRF/2000 - definir as metas e as prioridades da administração pública municipal; - dar orientações básicas para a elaboração da Lei Orçamentária Anual; - dispor sobre as alterações na legislação tributária do município; - estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento; - dispor sobre a política de pessoal e encargos sociais. - dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas; - definir os critérios e formas de limitação de empenho; - estabelecer as normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; - estabelecer as condições e exigências para transferências a entidades públicas e privadas; - definir o montante e forma de utilização da reserva de contingência; - dispor sobre a contratação excepcional de horas extras; - autorizar o município a auxiliar o custeio de despesas atribuídas a outros entes da federação; - definir critérios para o início de novos projetos; - definir as despesas consideradas irrelevantes; - definir as condições para a renúncia de receitas. QUADRO 7 – CONTEÚDO DA LDO FONTE: Andrade et al. (2008, p. 74) Na visão de Carvalho (2008, p. 37), a LRF veio acrescentar ao conteúdo da LDO o que segue: • Equilíbrio entre receitas e despesas. • Critérios e forma de limitação de empenho, a ser verificado no final de cada bimestre quando se verificar que a realização da receita poderá comprometer os resultados nominal e primário estabelecidos pelo Senado Federal. • Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos. • Demais condições e exigências para as transferências de recursos a enti- dades públicas e privadas. As emendas ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o Plano Plurianual. (CARVALHO, 2008). IMP OR TAN TE! � Lembre-se: a LDO é conhecida como parte do planejamento operacional da administração pública. 4 ANEXOS DA LDO A LDO deve conter em seu conteúdo três anexos muito importantes e obrigatórios. Conforme Andrade et al. (2008, p.103): UNIDADE 3 TÓPICO 2 139 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O A Constituição Federal e a LRF determinam que o texto do projeto de LDO deverá ser acompanhado dos seguintes anexos: - Anexo de Prioridades e Metas. - Anexo de Metas Fiscais. - Anexo de Riscos Fiscais. Até a constituição do Conselho de Gestão Fiscal, artigo 67 da LRF, não ser formado, a Secretaria do Tesouro Nacional – STN é competente para editar normas gerais de contabilidade pública e dos anexos que devem constar na LDO. Utilizando-se de portarias, a STN atualiza a forma de como demonstrar as informações obrigatórias dos anexos da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Em 20 de junho de 2011, com a publicação da Portaria Nº 407 (BRASIL, 2011), a 4ª edição dos Manuais de Demonstrativos Fiscais – MDF vem orientar a elaboração dos anexos de riscos fiscais e metas fiscais para todos os entes da Federação. 4.1 ANEXO DE RISCOS FISCAIS “Riscos fiscais são a possibilidade da ocorrência de eventos ou fatos econômicos que venham a impactar ou onerar de forma substancial e negativamente nas contas públicas”. (CARVALHO, 2008, p. 38). O Anexo de Riscos Fiscais é composto pelo Demonstrativo de Riscos Fiscais e Providências, que identifica os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas. Automaticamente, as formas de utilização e o comprometimento da reserva de contingência com o intuito de prover solução a qualquer provável ocorrência. Sobre o conteúdo deste anexo, Slomski (2003, p. 306) afirma: “[...] serão apresentados e avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem”. Segundo o autor Carvalho (2008), a classificação dos riscos fiscais compreende dois grupos: riscos orçamentários e riscos da dívida. Exemplificando: os precatórios são um tipo de riscos da dívida e a ocorrência de epidemias é um tipo de riscos orçamentários. A seguir, um exemplo de demonstrativo de riscos fiscais apresentado pela STN no Manual de Demonstrativos Fiscais: UNIDADE 3TÓPICO 2140 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O <ENTE DA FEDERAÇÃO> LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO DE RISCOS FISCAIS DEMONSTRATIvO DE RISCOS FISCAIS E PROvIDÊNCIAS <ANO DE REFERÊNCIA> ARF (LRF, art 4o, § 3o) R$ 1,00 PASSIvOS CONTINgENTES PROvIDÊNCIAS Descrição Valor Descrição Valor Demandas Judiciais Dívidas em Processo de Reconhecimento Avais e Garantias Concedidas Assunção de Passivos Assistências Diversas Outros Passivos Contingentes SUBTOTAL 0,00 SUBTOTAL 0,00 DEMAIS RISCOS FISCAIS PASSIvOS PROvIDÊNCIAS Descrição Valor Descrição Valor Frustração de Arrecadação Restituição de Tributos a Maior Discrepância de Projeções Outros Riscos Fiscais SUBTOTAL 0,00 SUBTOTAL 0,00 TOTAL 0,00 TOTAL 0,00 FONTE: Sistema <Nome>, Unidade Responsável <Nome>, Data da emissão <dd/mmm/ aaaa> e hora de emissão <hhh e mmm> QUADRO 8 – DEMONSTRATIVO DOS RISCOS FISCAIS E PROVIDÊNCIAS FONTE: Disponível em: <www.stn.gov.br/legislacao/download/contabilidade/MDF_4edicao.pdf >. Acesso em: 29 set. 2011. 4.2 ANEXO DE METAS FISCAIS O Anexo de Metas Fiscais veio integrar o processo de planejamento por exigência da LRF (BRASIL, 2000), no art. 4º, § 1º. Em relação à sua importância, Andrade et al. (2008, p.103) explicam que “[...] é um instrumento essencial para a gestão responsável do dinheiro público, sendo ele o fio condutor para o alcance do equilíbrio das contas públicas”. O conteúdo deste anexo é amplo e compreende os parâmetros de comparação entre o proposto pelo gestor público e o concretizado, segundo a execução orçamentária, nos dois exercícios anteriores. UNIDADE 3 TÓPICO 2 141 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O Nele são estabelecidas as metas relativas a receitas, despesas, resultado nominal e primário e montante da dívida pública, as quais devem ser acompa- nhadas sistemática e periodicamente durante toda a execução orçamentária e financeira. [...] conterá ainda a avaliação do cumprimento das metas rela- tivas ao ano anterior, a evolução do patrimônio líquido, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos, avaliação da situação financeira e atuarial do regime próprio de previdência dos servidores e o demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. (AN- DRADE et al., 2008, p. 107-108). Para confirmar sua relevância, destaca-se na Lei de Crimes Fiscais a Lei nº 10.028/2000 (BRASIL, 2011), onde tipifica como infração administrativa e pune o agente que lhe der causa a ausência do Anexo de Metas Fiscais, em seu art. 5º, II, § 1º: Art. 5°. [...] II – propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na forma da lei; § 1° A infração prevista neste artigo é punida com multa de trinta por cento dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multade sua responsabilidade pessoal. Na continuidade, apresenta-se a motivação e os modelos obrigatórios do Demonstrativo de Metas Fiscais seguindo o Manual de Demonstrativos Fiscais, elaborado pela STN: Segundo a abrangência, a STN (2011, p. 37) esclarece: O Anexo de Metas Fiscais abrangerá os órgãos da administração direta dos Poderes, e entidades da administração indireta, constituídas pelas autarquias, fundações, fundos especiais, empresas públicas e sociedades de economia mista que recebem recursos dos Orçamentos Fiscais e da Seguridade Social, inclusive sob a forma de subvenções para pagamento de pessoal e custeio, ou de auxílios para pagamento de despesas de capital, excluídas, neste caso, aquelas empresas lucrativas que recebam recursos para aumento de capital. O Demonstrativo I é o instrumento para demonstrar a normativa do art. 4º §1º da LRF (BRASIL, 2000), metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultado nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. <ENTE DA FEDERAÇÃO> LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO DE METAS FISCAIS METAS ANUAIS <ANO DE REFERÊNCIA> AMF - Demonstrativo I (LRF, art. 4º, § 1º) R$ 1,00 QUADRO 9 – DEMONSTRATIVO I – METAS ANUAIS UNIDADE 3TÓPICO 2142 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O FONTE: Disponível em: <www.stn.gov.br/legislacao/download/contabilidade/MDF_4edicao.pdf >. Acesso em: 29 set. 2011. A avaliação do cumprimento das metas fiscais do exercício anterior, representado pelo Demonstrativo II, visa atender ao cumprimento do inciso I do § 2º do art. 4º da LRF (BRASIL, 2000). Sua principal finalidade é comparar as metas estabelecidas com as realizadas no exercício anterior. Por intermédio deste demonstrativo fica evidente a transparência dos resultados de gestão. <ENTE DA FEDERAÇÃO> LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO DE METAS FISCAIS AVALIAÇÃO DO CUMPRIMENTO DAS METAS FISCAIS DO EXERCÍCIO ANTERIOR <ANO DE REFERÊNCIA> AMF - Demonstrativo II (LRF, art. 4º, §2º, inciso I) R$ 1,00 ESPECIFICAÇÃO Metas Previstas em <Ano-2> % PIB Metas Realizadas em <Ano-2> % PIB Variação Valor % (a) (b) (c) = (b-a) (c/a) x 100 Receita Total 0,00 Receitas Primárias (I) 0,00 Despesa Total 0,00 Despesas Primárias (II) 0,00 Resultado Primário (III) = (I–II) 0,00 Resultado Nominal 0,00 Dívida Pública Consolidada 0,00 Dívida Consolidada Líquida 0,00 FONTE: Sistema <Nome>, Unidade Responsável <Nome>, Data da emissão <dd/mmm/aaaa> e hora de emissão <hhh e mmm> QUADRO 10 – DEMONSTRATIVO II – AVALIAÇÃO DO CUMPRIMENTO DAS METAS FISCAIS DO EXERCÍCIO ANTERIOR FONTE: Disponível em: <www.stn.gov.br/legislacao/download/contabilidade/MDF_4edicao.pdf >. Acesso em: 29 set. 2011. ESPECIFICAÇÃO <Ano de Referência> <Ano+1> <Ano+2> Valor Valor % PIB Valor Valor % PIB Valor Valor % PIB Corrente Constante (a / PIB) Corrente Constante (b / PIB) Corrente Constante (c / PIB) (a) x 100 (b) x 100 (c) x 100 Receita Total Receitas Primárias (I) Despesa Total Despesas Primárias (II) Resultado Primário (III) = (I – II) Resultado Nominal Dívida Pública Consolidada Dívida Consolidada Líquida FONTE: Sistema <Nome>, Unidade Responsável <Nome>, Data da emissão <dd/mmm/aaaa> e hora de emissão <hhh e mmm> UNIDADE 3 TÓPICO 2 143 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O No Demonstrativo III é possível comparar e verificar a coerência das metas fiscais programadas com as fixadas nos três exercícios anteriores. Com fundamento no § 2º, inciso II, do art. 4º da LRF (BRASIL, 2000), o demonstrativo das metas anuais deve apresentar memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, evidenciando a consistência das mesmas com as premissas e os objetivos. <ENTE DA FEDERAÇÃO> LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO DE METAS FISCAIS METAS FISCAIS ATUAIS COMPARADAS COM AS FIXADAS NOS TRÊS EXERCÍCIOS ANTERIORES <ANO DE REFERÊNCIA> AMF – Demonstrativo III (LRF, art.4º, §2º, inciso II) R$ 1,00 vALORES A PREÇOS CORRENTES ESPECIFICAÇÃO <Ano-3> <Ano- 2> % <Ano-1> % <Ano de % <Ano+1> % <Ano+2> % Referência> Receita Total Receitas Primárias (I) Despesa Total Despesas Primárias (II) Resultado Primário (III) = (I - II) Resultado Nominal Dívida Pública Consolidada Dívida Consolidada Líquida vALORES A PREÇOS CONSTANTES ESPECIFICAÇÃO <Ano-3> <Ano- 2> % <Ano-1> % <Ano de % <Ano+1> % <Ano+2> % Referência> Receita Total Receitas Primárias (I) Despesa Total Despesas Primárias (II) Resultado Primário (III) = (I - II) Resultado Nominal Dívida Pública Consolidada Dívida Consolidada Líquida FONTE: Sistema <Nome>, Unidade Responsável <Nome>, Data da emissão <dd/mmm/aaaa> e hora de emissão <hhh e mmm> QUADRO 11 – DEMONSTRATIVO III – METAS FISCAIS ATUAIS COMPARADAS COM AS FIXADAS NOS TRÊS EXERCÍCIOS ANTERIORES FONTE: Disponível em: <www.stn.gov.br/legislacao/download/contabilidade/MDF_4edicao.pdf >. Acesso em: 29 set. 2011. A evolução do patrimônio líquido, objeto do Demonstrativo IV, deve evidenciar a evolução do Patrimônio Líquido – PL dos últimos três exercícios. A obrigatoriedade desta informação consta no inciso III do § 2º do art. 4º da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (BRASIL, 2000). UNIDADE 3TÓPICO 2144 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O <ENTE DA FEDERAÇÃO> LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO DE METAS FISCAIS EvOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO <ANO DE REFERÊNCIA> AMF - Demonstrativo IV (LRF, art.4º, §2º, inciso III) R$ 1,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO <Ano-2> % <Ano-3> % <Ano-4> % Patrimônio/Capital Reservas Resultado Acumulado TOTAL 0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00 0,00% REgIME PREvIDENCIÁRIO PATRIMÔNIO LÍQUIDO <Ano-2> % <Ano-3> % <Ano-4> % Patrimônio Reservas Lucros ou Prejuízos Acumulados TOTAL 0,00 0,00% 0,00 0,00% 0,00 0,00% FONTE: Sistema <Nome>, Unidade Responsável <Nome>, Data da emissão <dd/mmm/aaaa> e hora de emissão <hhh e mmm> QUADRO 12 – DEMONSTRATIVO IV – EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO FONTE: Disponível em: <www.stn.gov.br/legislacao/download/contabilidade/MDF_4edicao.pdf >. Acesso em: 29 set. 2011. O Demonstrativo V, com base no inciso III do § 2° do art. 4º da LRF (BRASIL, 2000), demonstra onde a Receita de Alienação de Bens vai ser investida. A aplicação dos recursos provenientes de alienação de ativos deve ser feita em Despesas de Capital ou em atendimento à ressalva do art. 44 da LRF (BRASIL, 2000), caso o Ente da Federação possua permissão através de legislação adequada, pagamento de despesas com a previdência. <ENTE DA FEDERAÇÃO> LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO DE METAS FISCAIS ORIgEM E APLICAÇÃO DOS RECURSOS OBTIDOS COM A ALIENAÇÃO DE ATIvOS <ANO DE REFERÊNCIA> AMF - Demonstrativo V (LRF, art.4º, §2º, inciso III) R$ 1,00 RECEITAS REALIzADAS <Ano-2> (a) <Ano-3> (b) <Ano-4> (c) RECEITAS DE CAPITAL - ALIENAÇÃO DE ATIVOS (I) 0,00 0,00 0,00 Alienação de Bens Móveis Alienação de Bens Imóveis DESPESAS EXECUTADAS <Ano-2> (d) <Ano-3> (e) <Ano-4> (f) APLICAÇÃO DOS RECURSOS DA ALIENAÇÃO DE ATIVOS (II) 0,00 0,00 0,00 DESPESAS DE CAPITAL 0,00 0,00 0,00 QUADRO 13 – DEMONSTRATIVOV – ORIGEM E APLICAÇÃO DOS RECURSOS OBTIDOS COM A ALIENAÇÃO DE ATIVOS UNIDADE 3 TÓPICO 2 145 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O Investimentos Inversões Financeiras Amortização da Dívida DESPESAS CORRENTES DOS REGIMES DE PREVIDÊNCIA 0,00 0,00 0,00 Regime Geral de Previdência Social Regime Próprio de Previdência dos Servidores SALDO FINANCEIRO <Ano-2> (g) = ((Ia – IId) + IIIh) <Ano-3> (h) = ((Ib – IIe) + IIIi) <Ano-4> (i) = (Ic – IIf) VALOR (III) 0,00 0,00 0,00 FONTE: Sistema <Nome>, Unidade Responsável <Nome>, Data da emissão <dd/mmm/aaaa> e hora de emissão <hhh e mmm> Nota : FONTE: Disponível em: <www.stn.gov.br/legislacao/download/contabilidade/MDF_4edicao.pdf>. Acesso em: 29 set. 2011. Apenas para os Entes da Federação que possuírem Regime Próprio de Previdência Social o Demonstrativo VI tem obrigatoriedade, segundo estabelecido no art. 4°, § 2°, inciso IV, alínea “a”, da LRF (BRASIL, 2000). Para Andrade (2008), uma das formas de controlar e avaliar a viabilidade dos Regimes de Previdência é a análise deste demonstrativo, porque ele reflete o cálculo atuarial e demonstra a situação atual e futura dos ativos e passivos previdenciários. <ENTE DA FEDERAÇÃO> LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO DE METAS FISCAIS RECEITAS E DESPESAS PREvIDENCIÁRIAS DO REgIME PRÓPRIO DE PREvIDÊNCIA DOS SERvIDORES <ANO DE REFERÊNCIA> AMF - Demonstrativo VI (LRF, art.4º, §2º, inciso IV, alínea "a") R$ 1,00 RECEITAS <Ano-4> <Ano-3> <Ano-2> RECEITAS PREVIDENCIÁRIAS - RPPS (EXCETO INTRAORÇAMENTÁRIAS) (I) 0,00 0,00 0,00 RECEITAS CORRENTES 0,00 0,00 0,00 Receita de Contribuições dos Segurados 0,00 Pessoal Civil Pessoal Militar Outras Receitas de Contribuições Receita Patrimonial Receita de Serviços Outras Receitas Correntes 0,00 0,00 0,00 Compensação Previdenciária do RGPS para o RPPS Outras Receitas Correntes RECEITAS DE CAPITAL 0,00 0,00 0,00 Alienação de Bens, Direitos e Ativos Amortização de Empréstimos Outras Receitas de Capital (–) DEDUÇÕES DA RECEITA RECEITAS PREVIDENCIÁRIAS - RPPS (INTRAORÇAMENTÁRIAS) (II) 0,00 0,00 0,00 QUADRO 14 – DEMONSTRATIVO VI – AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO FINANCEIRA E ATUARIAL DO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES UNIDADE 3TÓPICO 2146 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O RECEITAS CORRENTES 0,00 0,00 0,00 Receita de Contribuições 0,00 0,00 0,00 Patronal 0,00 Pessoal Civil Pessoal Militar Cobertura de Déficit Atuarial Regime de Débitos e Parcelamentos Receita Patrimonial Receita de Serviços Outras Receitas Correntes RECEITAS DE CAPITAL (–) DEDUÇÕES DA RECEITA TOTAL DAS RECEITAS PREVIDENCIÁRIAS (III) = (I + II) 0,00 0,00 0,00 DESPESAS <Ano-4> <Ano-3> <Ano-2> DESPESAS PREVIDENCIÁRIAS - RPPS (EXCETO INTRAORÇAMENTÁRIAS) (IV) 0,00 0,00 0,00 ADMINISTRAÇÃO 0,00 0,00 0,00 Despesas Correntes Despesas de Capital PREVIDÊNCIA 0,00 0,00 0,00 Pessoal Civil Pessoal Militar Outras Despesas Previdenciárias 0,00 0,00 0,00 Compensação Previdenciária do RPPS para o RGPS Demais Despesas Previdenciárias DESPESAS PREVIDENCIÁRIAS - RPPS (INTRAORÇAMENTÁRIAS) (V) 0,00 0,00 0,00 ADMINISTRAÇÃO 0,00 0,00 0,00 Despesas Correntes Despesas de Capital TOTAL DAS DESPESAS PREVIDENCIÁRIAS (VI) = (IV + V) 0,00 0,00 0,00 RESULTADO PREvIDENCIÁRIO (vII) = (III – vI) 0,00 0,00 0,00 APORTES DE RECURSOS PARA O REgIME PRÓPRIO DE PREvIDÊNCIA DO SERvIDOR <Ano-4> <Ano-3> <Ano-2> TOTAL DOS APORTES PARA O RPPS 0,00 0,00 0,00 Plano Financeiro 0,00 0,00 0,00 Recursos para Cobertura de Insuficiências Financeiras Recursos para Formação de Reserva Outros Aportes para o RPPS Plano Previdenciário 0,00 0,00 0,00 Recursos para Cobertura de Déficit Financeiro Recursos para Cobertura de Déficit Atuarial Outros Aportes para o RPPS RESERVA ORÇAMENTÁRIA DO RPPS BENS E DIREITOS DO RPPS FONTE: Sistema <Nome>, Unidade Responsável <Nome>, Data da emissão <dd/mmm/aaaa> e hora de emissão <hhh e mmm> FONTE: Disponível em: <www.stn.gov.br/legislacao/download/contabilidade/MDF_4edicao.pdf >. Acesso em: 29 set. 2011. UNIDADE 3 TÓPICO 2 147 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O <ENTE DA FEDERAÇÃO> LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO DE METAS FISCAIS PROJEÇÃO ATUARIAL DO REgIME PRÓPRIO DE PREvIDÊNCIA DOS SERvIDORES <ANO DE REFERÊNCIA> AMF – Demonstrativo VI (LRF, art.4º, § 2º, inciso IV, alínea “a”) R$ 1,00 EXERCÍCIO RECEITAS DESPESAS RESULTADO SALDO FINANCEIRO PREvIDENCIÁRIAS PREvIDENCIÁRIAS PREvIDENCIÁRIO DO EXERCÍCIO (a) (b) (c) = (a-b) (d) = (d Exercício anterior) + (c) FONTE: Sistema <Nome>, Unidade Responsável <Nome>, Data da emissão <dd/mmm/aaaa> e hora de emissão <hhh e mmm> Nota: Projeção atuarial elaborada em <DATA DA AVALIAÇÃO> QUADRO 15 – DEMONSTRATIVO VI – PROJEÇÃO ATUARIAL DO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES FONTE: Disponível em: <www.stn.gov.br/legislacao/download/contabilidade/MDF_4edicao.pdf >. Acesso em: 29 set. 2011. No Demonstrativo VII, ao atendimento do art. 4°, § 2°, inciso V, da LRF (BRASIL, 2011), devem constar todas e quaisquer renúncias de receitas e as formas de como compensar as perdas. Em conformidade com a STN (2011, p. 84), entende-se como renúncia de receita: A renúncia compreende incentivos fiscais, anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquo- ta ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado. A renúncia pode ser destinada ao setor comercial ou industrial, programa de governo ou, ainda, a um beneficiário individual (Pessoa Física ou Jurídica). <ENTE DA FEDERAÇÃO> LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO DE METAS FISCAIS ESTIMATIvA E COMPENSAÇÃO DA RENÚNCIA DE RECEITA <ANO DE REFERÊNCIA> R$ 1,00 AMF - Demonstrativo VII (LRF, art. 4°, § 2°, inciso V) TRIBUTO MODALIDADE SETORES/ PROGRAMAS/ BENEFICIÁRIO RENÚNCIA DE RECEITA PREVISTA COMPENSAÇÃO <Ano Ref.> <Ano+1> <Ano+2> TOTAL - FONTE: Sistema <Nome>, Unidade Responsável <Nome>, Data da emissão <dd/mmm/aaaa> e hora de emissão <hhh e mmm> QUADRO 16 – DEMONSTRATIVO VII – ESTIMATIVA E COMPENSAÇÃO DA RENÚNCIA DE RECEITA FONTE: Disponível em: <www.stn.gov.br/legislacao/download/contabilidade/MDF_4edicao.pdf >. Acesso em: 29 set. 2011. UNIDADE 3TÓPICO 2148 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O O Demonstrativo VIII deve evidenciar as despesas que estão previstas na LRF (BRASIL, 2000) em seu art. 17, chamadas despesas obrigatórias de caráter continuado. Para Andrade et al. (2008, p. 124) esclarecem o surgimento e a natureza das despesas que devem ser evidenciadas no Demonstrativo VIII: [...] as despesas obrigatórias de caráter continuado são aquelas que têm natu- reza corrente, ou seja, destinam-se à manutenção das ações governamentais, decorrem de ato normativo ou de lei específica que fixem para o ente a obri- gatoriedade legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. <ENTE DA FEDERAÇÃO> LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO DE METAS FISCAIS MARgEM DE EXPANSÃO DAS DESPESAS OBRIgATÓRIAS DE CARÁTER CONTINUADO <ANO DE REFERÊNCIA> AMF - DemonstrativoVIII (LRF, art. 4°, § 2°, inciso V) R$ 1,00 EvENTOS Valor Previsto para <Ano de Referência> Aumento Permanente da Receita (-) Transferências Constitucionais (-) Transferências ao FUNDEB Saldo Final do Aumento Permanente de Receita (I) Redução Permanente de Despesa (II) Margem Bruta (III) = (I+II) Saldo Utilizado da Margem Bruta (IV) Novas DOCC Novas DOCC geradas por PPP Margem Líquida de Expansão de DOCC (V) = (III-IV) FONTE: Sistema <Nome>, Unidade Responsável <Nome>, Data da emissão <dd/mmm/aaaa> e hora de emissão <hhh e mmm> QUADRO 17 – DEMONSTRATIVO VIII – MARGEM DE EXPANSÃO DAS DESPESAS OBRIGATÓRIAS DE CARÁTER CONTINUADO FONTE: Disponível em: <www.stn.gov.br/legislacao/download/contabilidade/MDF_4edicao.pdf >. Acesso em: 29 set. 2011. Em relação à forma de avaliação e apresentação dos resultados das metas fiscais, os autores Gomes, Salum e Garttringer (2005, p. 110-111) ressaltam: A avaliação do cumprimento das metas de resultado estabelecidas na LDO deverá ser apresentada à sociedade, comparando a meta fixada e o resultado obtido. Igualmente, deverão acompanhar este demonstrativo os principais fatores que contribuíram para o alcance ou não da meta. A comparação virá acompanhada das justificativas que levaram a entidade a ter o desempenho financeiro demonstrado para o ano em questão. 4.3 ANEXO DE PRIORIDADES E METAS O Anexo de Prioridades e Metas é o resultado da escolha, dentre os programas de governo do PPA, do que deve ser executado na LOA. Explicam Andrade et al. (2008, p. 28): UNIDADE 3 TÓPICO 2 149 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O Para a inclusão das metas e prioridades do governo no “Anexo de Metas e Prioridades da Administração”, é necessário reportar-se ao PPA, com a inten- ção de orientar as escolhas dos programas e ações para a elaboração da lei orçamentária. A Lei de Diretrizes Orçamentárias discriminará as prioridades do PPA para o ano seguinte e terá de apresentar compatibilidade com o que foi estabelecido no PPA, é o que prescreve o § 4º, do art. 166, da Constituição Federal de 1988. (BRASIL, 2010). Apresenta-se modelo de Anexo de Prioridades e Metas, que representa a seleção do que é prioridade para desenvolver dois programas (Saúde e Educação) na LOA, segundo os autores Andrade et al. (2008, p. 106): Anexo I – Metas e Prioridades da Administração Programa 0002 – Universalização da Saúde Pública Ação/produto/unidade de medida Meta 1.005 – Reforma dos postos de saúde Postos de saúde reformados (postos) 2 Programa 0001 – Universalização do Ensino Fundamental Ação/produto/unidade de medida Meta 1.001– Construção de prédios escolares p/ o Ensino Fundamental Escola construída (escola) 1 1.002 – Reforma de prédios escolares do Ensino Fundamental Escolas reformadas (percentagem) 50% 1.003 – Aquisição de veículos para o transporte escolar Veículos adquiridos (unidade) 2 1.004 – Aquisição de equipamentos e mobiliário para as escolas de Ensino Fundamental Escolas equipadas (escolas) 3 2.050 – Capacitação e treinamento de professores Professores treinados e capacitados (professores) 12 QUADRO 18 – MODELO ANEXO PRIORIDADE E METAS FONTE: Andrade et al. (2008, p. 106) Fica evidente que a LDO atua como intermediadora entre os instrumentos, pois, além de priorizar as metas do PPA, ela também determina a forma de apresentação da LOA. “Para comprovar que o projeto de LOA foi elaborado atendendo a todas as metas e prioridades da LDO, o mesmo deverá ser acompanhado de um demonstrativo que comprove a observância da compatibilidade”. (ANDRADE et al., 2008, p. 106). UNIDADE 3TÓPICO 2150 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O Neste tópico vimos que: • A Lei de Diretrizes Orçamentárias tem a finalidade de nortear a elaboração do orçamento anual onde estão compreendidos o orçamento fiscal, o orçamento de investimento em empresas de capital aberto e o orçamento da seguridade social. • O prazo para seu encaminhamento ao Poder Legislativo, segundo a Constituição, é 15 de abril de cada ano. • O conteúdo da LDO é amplo, inicia com a definição dos investimentos e as despesas deles decorrentes para o próximo exercício, bem como orienta a construção da LOA, trata de possíveis alterações na legislação tributária, sobre política de pessoal, equilíbrio entre receitas e despesas. • A STN é o órgão federal competente para editar normas gerais sobre os Anexos de Riscos e Metas Fiscais. • O Anexo de Riscos Fiscais é composto por um demonstrativo que identifica os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas e, por consequência, as formas de utilização e o comprometimento da reserva de contingência para solucionar a questão. • O Anexo de Metas Fiscais deve ser composto pelos seguintes demonstrativos: Demonstrativo I – Metas Anuais; Demonstrativo II – Avaliação do Cumprimento das Metas Fiscais do Exercício Anterior; Demonstrativo III – Metas Fiscais Atuais Comparadas com as Metas Fiscais Fixadas nos Três Exercícios Anteriores; Demonstrativo IV – Evolução do Patrimônio Líquido; Demonstrativo V – Origem e Aplicação dos Recursos Obtidos com a Alienação de Ativos; Demonstrativo VI – Avaliação da Situação Financeira e Atuarial do RPPS; Demonstrativo VII – Estimativa e Compensação da Renúncia de Receita; Demonstrativo VIII – Margem de Expansão das Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado. • A avaliação das metas fixadas na LDO deve ser apresentada a cada quadrimestre, em audiências públicas promovidas pelo Poder Legislativo. RESUMO DO TÓPICO 2 IMP OR TAN TE! � A LDO é uma lei e qualquer mudança em seus dispositivos deve ser promovida por outra lei. UNIDADE 3 TÓPICO 2 151 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O 1 Uma das principais funções da Lei de Diretrizes Orçamentárias é orientar a organização e a estruturação do projeto e da Lei Orçamentária Quadrienal. Esta afirmação é: a) ( ) Verdadeira. b) ( ) Falsa. 2 Segundo a Constituição Federal de 88 (BRASIL, 2000), a Lei de Diretrizes Orçamentárias deverá ser acompanhada de determinados relatórios. Quais são esses relatórios? a) ( ) Anexo de Metas Fiscais. b) ( ) Anexo de Prioridades e Metas. c) ( ) Anexo de Normas Legais. d) ( ) Anexo de Riscos Fiscais. 3 O Anexo de Metas Fiscais é peça integrante da LDO. Caso este anexo esteja ausente da lei, será caracterizado como infração administrativa, de acordo com a: a) ( ) Lei 4.320/64 – Lei do Orçamento Público. b) ( ) Lei 8.666/93 – Lei de Crimes de Licitações. c) ( ) Lei 10.028/00 – Lei de Crimes Fiscais. d) ( ) Lei 8.429/92 – Lei de Imoralidade Administrativa. 4 Na administração pública, sempre que houver a venda de um bem de capital (prédio, terreno, móveis etc.), os recursos desta venda obrigatoriamente devem ser aplicados na compra de um novo bem de capital. Na LDO isto deve ser demonstrado em qual relatório? a) ( ) Demonstrativo IV – evolução do patrimônio líquido. b) ( ) Demonstrativo VIII – margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. c) ( ) Demonstrativo V – origem e aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos. d) ( ) DemonstrativoVII – estimativa e compensação da renúncia de receita. 5 No exemplo de LDO que estudamos do município de Modelópolis, relacione a descrição da ação ao seu respectivo produto. 1 - Caminho da Escola. ( ) Área. 2 - Construção, ampliação e reforma. ( ) Projeto. 3 - Projetos pedagógicos. ( ) Veículos. 4 - Transporte escolar. ( ) Alunos. AUT OAT IVID ADE � UNIDADE 3TÓPICO 2152 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 3 UNIDADE 3 O terceiro e último instrumento de planejamento orçamentário público no Brasil é a Lei Orçamentária Anual - LOA. “Nela serão detalhados objetivamente todos os programas e metas estabelecidos no Plano Plurianual – PPA e na LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias”. (GOMES, SALUM; GARTTRINGER, 2005, p. 116). Nesta peça orçamentária, os objetivos, que estão determinados nas metas, possuem a possibilidade de serem concretizados, é o que afirmam Silva e Vasconcelos (1997, p.25): “[...] o Estado utiliza-se do Orçamento Público para atingir seus objetivos”. A LOA, ao obedecer aos critérios de elaboração impostos pela Lei de Diretrizes Orçamentárias, terá como objetivo disponibilizar orçamento para as obras, investimentos e despesas para a manutenção das atividades priorizadas na LDO e estabelecidas no PPA. De acordo com Silva e Vasconcelos (1997, p. 25), a LOA ou o orçamento público representa “[...] as autênticas aspirações da população, vez que é elaborado pelo Poder Executivo e aprovado pelo Poder Legislativo, refletindo, dessa forma, ampla participação da comunidade, por intermédio de seus legítimos representantes”. Para evidenciar todo o processo que ocorre na concretização das políticas públicas por intermédio da execução da LOA há necessidade de apresentar a estrutura conceitual desta lei, seu conteúdo e a execução orçamentária. UNIDADE 3TÓPICO 3154 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O 2 ESTRUTURA CONCEITUAL A Lei Orçamentária Anual, válida para um ano, terá como finalidade a apresentação da previsão das receitas do próximo ano, bem como promoverá a liberação das despesas presumidas para as ações definidas para aplicação no ano seguinte. O autor Carvalho (2008, p. 43) esclarece a definição de LOA como: [...] é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê a arrecadação de receitas e fixa a realização de despesas para o período de um ano e o Poder Legislativo lhe autoriza, através de LEI, a execução das despesas destinadas ao funciona- mento da “máquina administrativa”. A LOA pode ser denominada de orçamento. É o que afirmam Lima e Castro (2007, p. 22): “A Lei Orçamentária Anual é o orçamento propriamente dito. Possui essa denominação por ser a consignada pela Constituição Federal”. De caráter significativo, sem a LOA os atos programados no PPA e na LDO não poderiam ser concretizados, uma vez que permite a realização de todo o orçamento necessário à materialização das ações. A LOA deverá, a princípio, seguir a parametrização estipulada pela LDO com relação ao seu conteúdo, que estabelece as ações mais importantes dela constantes (com base no PPA), e a LOA proverá os recursos necessários para cada ação constante da LDO. (REZENDE, 2005). Essa vinculação entre LDO e LOA não exime a Lei Orçamentária Anual da efetivação de outros programas que não se encontrem na LDO. De acordo com Andrade et al. (2008, p. 75): [...] as metas definidas como prioritárias na LDO não constituem limite à pro- gramação das despesas, ou seja, poderão ser incluídas na LOA e ser realiza- das durante a sua execução diversas outras ações governamentais que não estejam contempladas dentre as definidas como prioritárias. Porém, os autores Andrade et al. (2008, p. 75) advertem: [...] entre incluir na LOA ou executar uma ação governamental que se encon- tra definida na LDO como prioritária e outra que não se encontra, certamente que a administração será obrigada a inserir ou executar aquela definida como prioritária, sob pena da inclusão ou execução da ação governamental tornar-se incompatível com a LDO. Os orçamentos que deverão constar na Lei Orçamentária Anual apresentam-se regulamentados na Constituição Federal, art. 165, § 5º (BRASIL, 2010): UNIDADE 3 TÓPICO 3 155 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O Art. 165. [...] § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo poder público. Assim como ocorre com a Constituição Federal de 1988, a Lei Orçamentária Anual prestará observância também a outras leis e portarias que definiram regras e normas ao orçamento público e enriquecerá a clareza do seu conteúdo. Em conformidade com o autor Viana (2009, p. 42): [...] A Lei Orçamentária Anual deverá ser elaborada considerando os anexos da Lei no 4.320/64, bem como regulamentações posteriores, em especial quanto à classificação da receita e da despesa, conforme Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 04 de maio de 2001 e a Portaria Conjunta nº 3, de 14 de outubro de 2008. Além disto, com a vinda da Lei de Responsabilidade Fiscal (BRASIL, 2000), arts. 5º ao 7º, o quadro de determinações para a LOA ampliou-se. Conforme disposto no artigo 5º, Incisos I a III, da LRF: Art. 5°. O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o Plano Plurianual, com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar: I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1o do art. 4o; II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado; III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, destinada ao: a) (VETADO) b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos. A compatibilidade entre os instrumentos de planejamento está determinada no art. 166, no § 3º, da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2010), onde esclarece que a elaboração e as emendas da LOA devem atender à compatibilidade com o PPA e a LDO. De forma clara, o Inciso I do art. 5º (BRASIL, 2010) tem como objetivo assegurar que os orçamentos previstos na Lei Orçamentária Anual estejam ajustados aos objetivos e metas estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias. UNIDADE 3TÓPICO 3156 G E S T Ã O D E O R Ç A M E N T O P Ú B L I C O O documento que faz referência o § 6°, do art. 165, deverá acompanhar a LOA conforme citado no art. 5º, do Inciso II, da LRF (BRASIL, 2000) é: Art. 165. [...] [...] demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, de- corrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. Já a reserva de contingência, voltada para o atendimento
Compartilhar