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UNIDADE 3
POLÍTICAS PÚBLICAS
OBjETIvOS DE APrENDIzAgEm
 A partir desta unidade você será capaz de:
	 conhecer e analisar as principais características das políticas 
públicas do Brasil;
	 refletir sobre a organização do sistema educacional brasileiro;
	 caracterizar os pilares de alicerce do desenvolvimento 
sustentável;
	 refletir sobre o contexto de desenvolvimento sustentável;
	 retratar sobre as ferramentas de gestão socioambiental para a 
sustentabilidade;
	 conhecer as ações nacionais de segurança e defesa pública;
	 refletir sobre como o aumento populacional e o avanço 
tecnológico impactam sobre os ecossistemas;
	 perceber a importância do sistema de transportes no 
desenvolvimento econômico do país;
	 conhecer as políticas nacionais para a habitação e o saneamento;
	 identificar os modos de vida urbano e rural, sua organização 
social, semelhanças e diferenças e sua interdependência;
	 destacar as características que identificam o meio urbano e o 
meio rural.
TÓPICO 1 - POLÍTICAS PÚBLICAS: EDUCAÇÃO
TÓPICO 2 - POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE
TÓPICO 3 - HABITAÇÃO E SANEAMENTO
TÓPICO 4 - TRANSPORTES E SEGURANÇA
 
TÓPICO 5 - POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA EM 
ÂMBITO NACIONAL
TÓPICO 6 - VIDA RURAL, URBANA E ECOLOGIA
TÓPICO 7 - MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em sete tópicos. No final de cada 
um deles você encontrará um resumo e atividades que reforçarão o 
seu aprendizado.
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POLÍTICAS PÚBLICAS: EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
Quando falamos em políticas públicas, estamos nos referindo aos direitos e deveres 
do Estado para com as pessoas que compõem a sociedade e, assim como o Estado, gozam 
de seus direitos civis e políticos. Estamos também sujeitos ao conjunto de normas jurídicas 
e sociais, formando assim um marco regulatório previamente fixado no que diz respeito à 
distribuição harmônica dos elementos que formam os direitos, deveres e responsabilidades 
em prol do desenvolvimento educacional, econômico e social. A vida em sociedade está ligada 
à política e não há ação social sem ação política, quer seja promovida pelo Estado ou pela 
sociedade (RAMOS; BREZINSKI, 2014).
2 POLÍTICA PÚBLICA ATUAL
O termo política possui várias definições, as quais denotam a organização e o estudo 
das ações a serem realizadas para o bem-estar da população. Percebemos que a política é 
algo complexo, mas que se bem administrado ou exercido poderá ter efeitos positivos junto à 
população. 
As primeiras reflexões sobre o que é política surgiram na Grécia antiga, com os 
filósofos, a quem eram atribuídos os dons do pensamento, das ideias e, consequentemente, 
do conhecimento. 
Pode-se citar Sócrates e dois de seus principais sucessores, Platão e Aristó-
teles, como sendo os primeiros a tratarem das questões da ética e da política. 
A Grécia era considerada o berço da democracia, ainda que nem todos os 
seus iluminados viam no modelo democrático a melhor maneira de conduzir 
o povo. Ao aproximar-se das leituras sobre a vida e obra desses pensadores, 
percebe-se, por conclusão, que para eles a solução para os problemas da 
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sociedade deve passar, necessariamente, pela educação. Passados mais 
de dois mil anos, continua-se lutando pelos mesmos direitos à igualdade e 
combatendo-se os mesmos problemas relacionados à ética e à moral, sem as 
quais não se exercita a verdadeira política. (RAMOS; BREZINSKI, 2014, p. 9)
Portanto, “o cotidiano (político) é construído por aqueles que interagem nesse contexto. 
Fazer política é interagir nos acontecimentos e participar criticamente da sua história” (RAMOS; 
BREZINSKI, 2014, p. 9).
A política sempre está ligada ao exercício do poder em sociedade, seja em 
nível individual, quando se trata das ações de comando, seja em nível coletivo, 
quando um grupo (ou toda sociedade) exerce o controle das relações de poder 
em uma sociedade (SANTOS, 2012, p. 2).
Assim, as políticas públicas são de responsabilidade do Estado, com base em 
organismos políticos e entidades da sociedade civil, que derivam de normatizações, ou seja, 
se estabelece um processo de tomada de decisões, nossa legislação. Ao iniciarmos nossos 
estudos sobre a organização da educação no Brasil, precisamos ter em mente que a educação 
é intencional, principalmente no que diz respeito ao sistema escolar. Os atores que permitem 
discussões sobre um determinado problema da sociedade são: a sociedade civil organizada; 
os servidores públicos e os políticos.
As etapas ou fases do processo da política distinguem-se de acordo com o entendimento 
de cada autor, mas comumente podem se classificar como: 
• Identificação do problema: é a primeira etapa e consiste na identificação, ou le-
vantamento do problema a ser considerado como foco da política pública.
• Agenda: é a etapa em que se definem os focos de atuação do governo. É o con-
junto de problemas e demandas que comporão o plano de ação. A formação da 
Agenda de Governo consiste numa fase tumultuada e competitiva, com os envol-
vidos dedicados na conquista de espaço para os interesses que defendem. 
• Tomada de decisão: adoção da política, em consenso (de comum acordo), as 
partes decidem sobre os diversos aspectos, ou focos, que a política abrangerá. 
• Implementação: é a etapa em que as decisões deixam de ser intenções e pas-
sam a ser intervenções na realidade. 
• Monitoramento, Avaliação, Ajustes: são etapas de acompanhamento do processo 
de formulação/elaboração da política, oferecendo informações para possíveis 
ajustes na direção dos resultados esperados. (RAMOS; BREZINSKI, 2014, p. 14-
15).
Com base nesses argumentos, a educação no contexto brasileiro está prevista, é regida 
(legislada) por normas jurídicas que compelem os cidadãos e o poder público a cumpri-las. De 
acordo com Motta (1997, p. 75), a educação é a:
[...] manifestação cultural que, de maneira sistemática e intencional, forma e 
desenvolve o ser humano. [...] A educação é a ação exercida pelas gerações 
adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a 
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vida social; tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança certo número 
de estados físicos, intelectuais e morais reclamados pela sociedade política no 
seu conjunto e pelo meio especial que a criança, particularmente, se destina.
 Estes princípios e fins aparecem no texto da Constituição Federal de 1988 e 
posteriormente são reafirmados na Lei de Diretrizes e Bases - LDB, Lei 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996, direcionando a educação brasileira, e que em seu Art. 2˚ trata “Dos Princípios e Fins 
da Educação Nacional” (BRASIL, 1996).
Desta forma, a LDB 9.394/96 regulamentou o que foi tratado sobre educação na 
Constituição Federal abordando a educação escolar. O Título V trata dos Níveis e das 
Modalidades de Educação e Ensino; em seu Capítulo I, demonstra a composição dos 
níveis escolares, formada pela Educação Básica; Educação de Jovens e Adultos; Educação 
Profissional; Educação Superior e Educação Especial.
Educação Básica é formada de três etapas: Educação Infantil, Ensino Funda-
mental e Ensino Médio. Conforme a LDB, são finalidades da Educação Básica 
‘[...] desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável 
para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho 
e em estudos posteriores’ (art. 22). 
As modalidades importam em atendimentos afeitos a peculiaridades que podem 
dizer respeito a uma população específicaou a objetivos de formação mais 
especializada ou complementar. No primeiro caso, encontramos a educação 
de jovens e adultos e a educação especial. No segundo caso, a educação 
profissional.
A educação de jovens e adultos (EJA) enseja a escolarização daqueles que 
não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental ou 
Médio. Contempla cursos de EJA e exames supletivos. Os cursos e os exames 
são acessíveis para estudantes maiores de 15 anos (Ensino Fundamental) e 
de 18 anos (Ensino Médio).
A educação especial destina-se aos educandos portadores de necessidades 
especiais e deve estar contemplada em todas as etapas da educação. A le-
gislação estabelece a sua oferta preferencial na rede regular de ensino e em 
classes comuns, embora possibilite a oferta desta modalidade em classes e 
escolas especiais.
Pode-se identificar a inserção da educação profissional na Educação Básica de 
três modos: ensino técnico - concomitante, integrado ou sequencial ao Ensino 
Médio, inclusive EJA; formação inicial e continuada de trabalhadores articulada 
ao Ensino Fundamental ou Médio, inclusive EJA; preparação básica para o 
trabalho no Ensino Fundamental e Médio, inclusive EJA (FARENZENA, 2010).
Como podemos ver, a preocupação em fortalecer a educação como um direito, um 
currículo integrado, é o ponto de partida para assegurar os direitos fundamentais da sociedade. 
Para que essa proposta ocorresse na educação brasileira tivemos mudanças significativas, 
principalmente a partir da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei no 9.394, de 1996, 
que marcou a educação e fez com que gerasse muito investimento, tanto no sentido intelectual 
como financeiro. Um dos princípios da LDB é a valorização do profissional da educação escolar, 
a qual defende que
A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especifici-
dades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes 
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etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos:
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos 
fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho;
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados 
e capacitação em serviço;
III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições 
de ensino e em outras atividades (BRASIL, 1996, art. 61).
A partir daí, muitos acordos e reformas foram realizados na educação, priorizando a 
qualidade da mesma. O Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020 indica algumas 
diretrizes que demonstram esse interesse, enfatizando a melhoria da qualidade de ensino, 
a formação para o trabalho, a valorização dos profissionais da educação, entre outras que 
indiretamente também enfocam a formação docente. Dentre as 20 metas traçadas do PNE 
para até 2020, seis (da 13 até a 18) pretendem aumentar a qualidade do ensino com base na 
formação inicial e principalmente continuada, em diferentes níveis.
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(IFRN – Concurso Público – Grupo Magistério – Políticas e Gestão 
Escolar 2012)
A concepção curricular que articula o Ensino Médio à formação 
técnica, além de estabelecer o diálogo entre os conhecimentos 
científicos, tecnológicos, sociais, humanísticos, habilidades 
relacionadas ao trabalho e de superar o conceito da escola dual 
e fragmentada, pode representar, em essência, a quebra da 
hierarquização de saberes e colaborar, de forma efetiva, para a 
educação brasileira como um todo, no desafio de construir uma 
nova identidade para essa última etapa da educação básica. A 
proposta curricular a que esse enunciado se refere é: 
a) Currículo integrado. 
b) Currículo tecnicista. 
c) Currículo tradicional. 
d) Currículo profissionalizante.
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Desafios não faltam para o novo governo do país
Conhecidos de quem atua na área, os problemas precisam ser 
enfrentados com seriedade para que o ensino avance
Bruno Mazzoco (bruno.mazzoco@fvc.org.br)
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 No último ciclo presidencial, a principal conquista no campo educacional foi 
a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE). Depois de quase quatro anos de 
idas e vindas nas duas casas legislativas, sucessivas alterações e a participação da 
sociedade civil no processo de discussão, temos finalmente um plano que norteia, 
com força de exigência constitucional, as políticas públicas da área para o próximo 
decênio. O documento, no entanto, não garante a implementação das metas. 
São necessárias leis específicas e medidas efetivas para que elas saiam do papel. 
Mesmo assim, é certo que a execução do PNE irá pautar o setor nos próximos anos. 
Resumimos a seguir os principais desafios a serem enfrentados pelo novo governo. 
 
 A promoção de uma educação pública de qualidade é uma tarefa que deve envolver, 
de forma articulada, União, estados e municípios, conforme previsto no artigo 211 da 
Constituição. Na situação atual, porém, secretarias estaduais e municipais de Educação 
atuam de maneira desconectada. Para diminuir as lacunas entre os diferentes sistemas 
de ensino, a lei do PNE estabelece a criação, até junho de 2016, do Sistema Nacional 
de Educação (SNE), que deve organizar e articular as metas estabelecidas no plano e 
as medidas complementares necessárias para a implementação. Cabe à Presidência da 
República enviar a proposta de lei ao Congresso Nacional e acompanhar a tramitação.
As questões relativas a financiamento dividem o debate público em duas correntes. 
De um lado estão os que defendem mais recursos para a educação pública. De outro, 
os que sustentam que o problema é apenas a má gestão do dinheiro. Se levarmos em 
conta que o gasto do Brasil por aluno é equivalente a um terço do investido pelos países 
desenvolvidos, conforme dados do relatório Education at Glance, divulgados este ano 
pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e que a 
infraestrutura das escolas, a formação e a valorização de professores ainda deixam a 
desejar, chegamos à conclusão de que melhorar a gestão é necessário, mas aumentar 
o aporte de recursos é fundamental.
FONTE: Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/desafios-nao-faltam-
novo-governo-pais-ensino-educacao-832920.shtml?page=0>. Acesso em:
Outro documento importante são os Parâmetros Curriculares Nacionais. Sua história 
começa a partir da década de 80, com as mudanças econômicas e sociais de nível mundial e 
a abertura da política nacional. A partir desse momento, as discussões políticas passaram a 
privilegiar o tema da democracia. Com base nesse tema, as reflexões propiciaram a instauração 
e consolidação de um governo e de um regime democrático.
Em decorrência dos debates e dada a importância da democracia, a Assembleia Nacional 
Constituinte, em 1988, institui o Estado Democrático de Direito, regulamentado pela Constituição 
da República Federativa do Brasil, denominada Constituição Cidadã. Ela estabelece como 
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princípios fundamentais: “I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político” (BRASIL, 1988, 
Título 1).
FIGURA 17 - CONSTITUIÇÃO CIDADÃ DE 1988
FONTE: Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com/upload/
conteudo_legenda/8e426990caf5533da936acd858c65f32.
jpg>. Acesso em
O artigo 5º dispõe sobre os direitos e deveres individuais e coletivos, segundo o qual 
“todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” (BRASIL, 1988, Título II - 
Dos Direitos e Garantias Fundamentais). Desse modo, no artigo 6º são indicados osdireitos dos 
cidadãos; constam como “direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, 
a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, 
na forma desta Constituição” (BRASIL, 1988, Capítulo II - Dos Direitos Sociais).
A defesa do exercício da cidadania na escolarização está deliberada no artigo 205: “a 
educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com 
a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para 
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (BRASIL, 1988)
Para a disseminação da educação cidadã, outros documentos são produzidos a partir 
de reuniões e pactos mundiais, como a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, 
ocorrida em Jomtien – Tailândia. 
Em 1990 reuniram-se representantes dos seguintes países: Indonésia, China, 
Bangladesh, Brasil, Egito, México, Nigéria, Paquistão e Índia, para discutir sobre a satisfação 
das necessidades básicas de aprendizagem, considerando que todo cidadão tem direito à 
educação, e ainda, que a educação favoreça “o progresso social, econômico e cultural, a 
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tolerância e cooperação internacional”. (UNESCO, 1998, s/p). Para suprimir os problemas da 
educação, melhorar a qualidade e disponibilidade, a Declaração traça objetivos como medidas 
necessárias à educação para todos. Assim, os países citados comprometeram-se em cooperar 
e responsabilizar-se com as metas construídas. A partir desse documento, cada país construiu 
planos e metas para alcançar os objetivos educacionais.
ATE
NÇÃ
O!
Você imagina quais foram as metas traçadas no encontro 
mundial que resultou na Declaração Mundial sobre Educação 
para Todos? 
As finalidades traçadas são: 1 Satisfazer as necessidades 
básicas de aprendizagem; 2 Expandir o enfoque; 3 
Universalizar o acesso à educação e promover a equidade; 
4 Concentrar a atenção na aprendizagem; 5 Ampliar os 
meios de e o raio de ação da educação básica; 6 Propiciar 
um ambiente adequado à aprendizagem; 7 Fortalecer as 
alianças; 8 Desenvolver uma política contextualizada de 
apoio; 9 Mobilizar os recursos; e 10 Fortalecer a solidariedade 
internacional (UNESCO, 1998).
Ao encontro desse documento, o governo brasileiro inicia discussões a respeito da 
educação nacional e a construção de políticas de educação, que discorrem sobre a atualização 
de processos formativos, processos de avaliação, a formação docente, a relação aluno-
professor, a gestão escolar, o currículo escolar e a criação de projetos, de reformas e de planos. 
O PCN é um documento norteador formulado a partir dessas políticas de educação.
Assim, em 1995, a elaboração dos PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais é iniciada, 
sendo concluída somente em 1997, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. 
Fique atento, acadêmico, ao estudo desse documento, pois as políticas de educação têm 
objetivos traçados, como toda a prática docente possui.
O objetivo dos PCN (BRASIL, 1997a) é estabelecer à equipe pedagógica uma referência 
curricular e apoio na elaboração do currículo e do projeto pedagógico. Conforme os PCN, 
esse documento é o resultado de um trabalho que contou com a participação de um grupo 
de especialistas ligado ao Ministério da Educação (MEC), produzido a partir de estudos e 
do contexto das discussões pedagógicas atuais, no decurso de seminários e debates com 
professores que atuam em diferentes graus de ensino.
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FIGURA 18 – CONSTRUÇÃO DOS PCN
O documento dos PCN consiste em uma referência nacional para o Ensino Fundamental 
e Médio. Sua elaboração é de primeiro nível de concretização curricular, seguido de propostas 
curriculares dos Estados e municípios, que poderão ser utilizados como recurso para adaptações 
ou elaborações curriculares realizadas pelas Secretarias de Educação (BRASIL, 1997a).
O texto dos PCN tem função definidora do currículo mínimo, orienta práticas pedagógicas 
e organiza a estrutura escolar. Estabelece o plano curricular indicando conteúdos, objetivos, 
práticas educativas e sugestões de avaliação. Como é um documento de nível nacional, tenta 
abranger e ter aplicabilidade em todo o território nacional, de maneira homogênea. (BARBOSA; 
FAVERE, 2013).
Os PCN do Ensino Fundamental, do primeiro ao nono ano, são compostos de módulos 
divididos em: Volume 1: Introdução; Volume 2: Língua Portuguesa; Volume 3: Matemática; 
Volume 4: Ciências Naturais; Volume 5: História e Geografia; Volume 6: Arte; Volume 7: 
Educação Física; Volume 8: Apresentação dos Temas Transversais e Ética; Volume 9: Meio 
Ambiente e Saúde; e Volume 10: Pluralidade Cultural e Orientação Sexual.
Já os PCN do Ensino Médio são assim distribuídos: Bases legais; Linguagens, Códigos 
e suas tecnologias; Ciências da natureza, Matemática e suas tecnologias; Ciências humanas 
e suas tecnologias.
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Caro acadêmico, a Educação Infantil também tem documentos 
norteadores do currículo, que são: Referencial Curricular Nacional 
para Educação Infantil – RECNEI e Parâmetros Nacionais de 
Qualidade para a Educação Infantil. O primeiro documento pretende 
orientar o professor, além de discutir conceitos importantes como 
educar e cuidar, entre outros. O RECNEI está dividido em unidades, 
que são: Introdução, Formação Pessoal e Social e Conhecimento de 
Mundo, Identidade e Autonomia das crianças e Movimento, Música, 
Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade 
e Matemática. Já o segundo documento está disponível em dois 
volumes e apresenta recomendações para promover a igualdade 
de oportunidades educacionais.
Para conhecer melhor os documentos, respectivamente, acesse: 
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Educinf/eduinfparqualvol1.pdf>
Uma das preocupações centrais dos PCN é o tema da cidadania, da formação cidadã. 
Mais do que o ensino de conteúdos básicos, hoje, na escola, a aprendizagem da cidadania 
é legitimada e indispensável. A disseminação dessa aprendizagem transita em documentos 
oficiais, em autores que escrevem sobre educação e em projetos pedagógicos das escolas. 
Os PCN defendem que o fundamento da sociedade democrática é reconhecer o sujeito de 
direito (BRASIL, 1997b). 
Com base na Constituição de 1988 e na LDB, os Parâmetros Curriculares Nacionais 
propõem uma educação comprometida com a cidadania, sendo pautados em princípios que 
devem orientar a educação escolar: dignidade da pessoa humana, igualdade de direitos, 
participação e corresponsabilidade pela vida social. Conforme os PCN, “a educação para a 
cidadania requer, portanto, que questões sociais sejam apresentadas para a aprendizagem e 
a reflexão dos alunos”. (BRASIL, 1997b, p. 25)
Os conteúdos dos PCN, de acordo com Barbosa (2000, p. 71), partem
do princípio de que os conteúdos de ordem cognitiva veiculados pela escola 
– de forma fragmentada, em razão da especialização do conhecimento de 
cada área – não seriam suficientes para atender às demandas da atualidade 
em relação ao perfil ideal do novo homem, para que este homem pudesse 
inserir-se no mundo do trabalho, exercer a sua cidadania e participar na cons-
trução do bem comum. A educação deveria voltar-se, a partir de então, para 
a formação integral dos alunos. Foi, assim, proposta a ampliação da concep-
ção de conteúdo escolar, que deveria agora incorporar o ensino de hábitos, 
atitudes, valores, normas e procedimentos que pudessem contribuir para o 
desenvolvimento e socialização dos alunos. 
A inclusãodos temas transversais é um assunto novo, possível na sociedade atual, 
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visando uma nova formação comparada a formações anteriores, trazendo assuntos de fora, 
da sociedade, para dentro da escola. Assim, além de objetivos cognitivos, os PCN traçam 
objetivos morais e atitudinais.
Os PCN foram elaborados com a contribuição de um professor espanhol, César Coll. A 
proposta brasileira pretendeu implantar uma reforma curricular, dar direcionamento ao trabalho 
do professor, bem como o que se deve esperar do aprendizado do aluno, ou seja, o que deve 
conter no currículo escolar. (BARBOSA; FAVERE, 2013)
Os PCN pretendem atender às deliberações da Constituição Federal de 1988 e assim 
fixar conteúdos mínimos para o ensino, construindo uma formação básica e respeitando as 
especificidades regionais.
Citando Barreto (2000, p. 35), “o governo federal passa pela primeira vez, em meados 
dos anos noventa, a fazer ele próprio prescrições sobre currículo, que vão muito além das 
normas e orientações gerais que caracterizaram a atuação dos órgãos centrais em períodos 
anteriores”.
Com o intuito de transformar a realidade educacional, o documento defende que “faz-
se necessária uma proposta educacional que tenha em vista a qualidade da formação a ser 
oferecida a todos os estudantes”. (BRASIL, 1997a, p. 27).
A intenção dos PCN é que o professor tenha um auxílio em sua ação de reflexão sobre 
o cotidiano da prática pedagógica, que continuamente esse cotidiano transforma-se e exige 
novas competências docentes. Nesse sentido, com esse documento se prevê que seja possível:
- rever objetivos, conteúdos, formas de encaminhamento das atividades, ex-
pectativas de aprendizagem e maneiras de avaliar;
- refletir sobre a prática pedagógica, tendo em vista uma coerência com os 
objetivos propostos;
- preparar um planejamento que possa de fato orientar o trabalho em sala de 
aula;
- discutir com a equipe de trabalho as razões que levam os alunos a terem 
maior ou menor participação nas atividades escolares;
- identificar, produzir ou solicitar novos materiais que possibilitem contextos 
mais significativos de aprendizagem;
- subsidiar as discussões de temas educacionais com os pais e responsáveis.
(BRASIL, 1997a, p. 12)
A proposta apresentada pelos PCN não tem uma concepção rígida de currículo; é 
flexível, com o objetivo de considerar a diversidade brasileira e respeitando a autonomia do 
professor e equipe pedagógica.
Acadêmico, apresentamos aqui uma imagem disponibilizada em outro documento 
importante do MEC, “Ensino Fundamental de Nove anos”, que contribui para percebermos a 
organização desse nível de ensino:
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QUADRO 10 - ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS
FONTE: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/noveanorienger.pdf>. 
Acesso em:
A figura acima nos indica uma organização que atualmente deve ser planejada em seu 
conjunto, ou seja, projetando essa prática para o trabalho do professor, em que “esta é uma 
oportunidade preciosa para uma nova práxis dos educadores, sendo primordial que ela aborde 
os saberes e seus tempos, bem como os métodos de trabalho, na perspectiva das reflexões 
antes tecidas”. (BRASIL, 2004, p. 18)
Assim, temos que dar continuidade na definição e redefinição das práticas e das ações, 
que devem ser realizadas com a mesma rapidez e complexidade com que ocorre o processo 
de transformação, não só no Brasil, mas em escala mundial. 
A importância que adquirem, nessa nova realidade mundial, a ciência e inova-
ção tecnológica tem levado os estudiosos a denominar a sociedade atual de 
sociedade do conhecimento, sociedade técnico-informacional ou sociedade 
tecnológica, o que significa que o conhecimento, o saber e a ciência assumem 
papel muito mais destacado do que anteriormente. Na atualidade, as pessoas 
aprendem na fábrica, na televisão, na rua, nos centros de informação, nos 
vídeos, no computador, e cada vez se ampliam os espaços de aprendizagem. 
(LIBÂNEO, 2012, p. 62-64, grifos do autor)
A instituição escolar, portanto, já não é considerada o único meio ou o meio mais 
eficiente e ágil de socialização dos conhecimentos técnico-científicos e de desenvolvimento 
de habilidades cognitivas e competências sociais requeridas para a vida prática.
A tensão em que a escola se encontra não significa, no entanto, seu fim como instituição 
socioeducativa ou o início de um processo de desescolarização da sociedade. Indica, antes, 
o início de um processo de reestruturação dos sistemas educativos e da instituição tal como a 
conhecemos. A escola hoje precisa não apenas conviver com outras modalidades de educação 
não formal, informal e profissional, mas também, articular-se e integrar-se a elas, a fim de 
formar cidadãos mais preparados e qualificados para um novo tempo. Para isso, o ensino 
escolar deve contribuir para:
a) Formar indivíduos capazes de pensar e aprender permanentemente (capacitação 
permanente) em um contexto de avanço das tecnologias de produção e de modificação da 
organização do trabalho, das relações contratuais capital/trabalho e dos tipos de empregos.
b) Prover formação global que constitua um patamar para atender à necessidade de 
maior e melhor qualificação profissional, de preparação tecnológica e de desenvolvimento de 
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atitudes e disposições para a vida numa sociedade técnico-informacional.
c) Formar cidadãos éticos e solidários.
Assim, pensar o papel da escola nos dias atuais sugere levar em conta questões 
relevantes. A primeira e, talvez, a mais importante é que as transformações mencionadas 
representam uma reavaliação que o sistema capitalista faz de seus objetivos.
No entanto, quando o autor Libâneo (2012) faz o alerta de que o ensino escolar deve 
contribuir para formar indivíduos capazes de pensar e aprender permanentemente dentro do 
contexto tecnológico e das relações capital/trabalho, poderia, aí, ser acrescentado o termo 
“harmonização das relações trabalhistas”. 
O que quer dizer que a educação pode e deve ter uma relação próxima e significativa 
com o capitalismo, uma vez que o desenvolvimento educacional deixou de ser estável, isto 
é, com hora e local predeterminado. Hoje, a informação e o conhecimento não têm fronteira, 
eles estão em toda parte, principalmente nas organizações produtoras de bens e serviços. 
Ainda segundo o autor, “a escola deixou de ser o único meio de socialização do conhecimento”, 
seguindo a mesma linha de raciocínio com relação ao capital/trabalho. Liedke (2002, p. 345-
346) afirma que: 
No limiar do século 21, os avanços da tecnologia microeletrônica e da racio-
nalização das técnicas organizacionais do processo de trabalho, orientados 
por conceitos como produção flexível, produção enxuta e especialização fle-
xível, em um contexto de competição capitalista global, colocam em xeque a 
centralidade do trabalho. Decorridos três séculos de predomínio da sociedade 
industrial, o trabalho passa a assumir um conteúdo crescentemente intelectual, 
em contraposição ao conceito de trabalho físico, manual. Aumenta a impor-
tância da informação, do trabalho imaterial, em contraposição ao conceito 
convencional de trabalho, centrado na ideia de transformação da natureza. 
Para alguns estudiosos, teria chegado o momento, na história da humanidade, 
de separarem-se, novamente, os conceitos de trabalho, emprego e identi-
dade social e individual. Outras formas de socialização, de construção das 
identidades sociais e individuais deverão voltar-se para atividades de cunho 
comunitário, como escolas, clínicas, clubes de bairro, manutenção de infraes-
truturanas cidades, envolvendo várias formas de trabalho voluntário (KUMAR, 
1985: CACCIAMALI, 1996). Estudos recentes apontam para a importância de 
políticas voltadas ao estímulo das atividades intensivas em mão de obra, ao 
mesmo tempo em que defendem a necessidade de diminuição da jornada de 
trabalho semanal (MATTOSO, 1996; ANTUNES, 1996). Mais do que simples 
especulação, os desafios são amplos e incertas as alternativas. Porém, pare-
ce certo que as formas precárias de ocupação da força de trabalho (trabalho 
temporário, desregulamentação do trabalho, rebaixamento dos salários) estão 
longe do conceito aristotélico de trabalho humano como obra criativa, livre da 
esfera da necessidade.
No entanto, a Revolução Tecnológica vai além do fenômeno relacionado com a dinâmica 
da informação e comunicação, pois ela é também o objeto de dinamização dos saberes, 
conceitos e dos valores individuais e sociais. Sendo assim, essas tecnologias têm se mostrado 
eficientes e flexíveis em todos os aspectos da vida cotidiana, seja no âmbito das relações sociais, 
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econômicas e educacionais, principalmente por oferecerem uma gama de alternativas que 
podem e devem ser utilizadas na busca de soluções e na melhoria dos métodos e das formas 
de ensinar e aprender. Isto porque, como sabemos, não existe uma homogeneidade regional, 
isto é, as políticas públicas não conseguem equacionar ou resolver os problemas relacionados 
à distribuição dos meios e recursos necessários ao desenvolvimento do indivíduo, do processo 
educativo e do desenvolvimento econômico, onde todos esses conceitos fazem parte da cadeia 
produtiva como um todo, pois um país só se desenvolve com educação, emprego e distribuição 
equitativa de renda, o que vai ao encontro dos princípios da igualdade. 
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RESUMO DO TÓPICO 1
•	 A vida em sociedade está ligada à política e não há ação social sem ação política, 
quer seja promovida pelo Estado ou pela sociedade.
•	 As políticas públicas são de responsabilidade do Estado, com base em organismos 
políticos e entidades da sociedade civil, que derivam de normatizações, ou seja, se 
estabelece um processo de tomada de decisões, nossa legislação.
•	 A criação de documentos nacionais norteadores foi possível a partir da década de 
80, com a abertura política e com a instituição de um Estado democrático, com a 
Constituição Federal de 1988, como é o caso dos Parâmetros Curriculares Nacio-
nais.
•	 A LDB 9.394/96 regulamentou o que foi tratado sobre educação na Constituição Fe-
deral, abordando a educação escolar. O objetivo dos PCN é estabelecer à equipe 
pedagógica uma referência curricular e apoio na elaboração do currículo e do projeto 
pedagógico.
•	 Os PCN têm função definidora do currículo mínimo, orientam práticas pedagógicas e 
organizam a estrutura escolar.
•	 Uma das preocupações centrais dos PCN é o tema da cidadania, que deve resultar 
em uma formação cidadã.
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1 Para retomar o que aprendemos até o momento, aponte as características principais 
e o contexto histórico no qual foram construídos os PCN:
2 (IFRN – Concurso Público – Grupo Magistério – Políticas e Gestão Escolar 2012)
A partir do que estabelece a Lei nº 9.394/1996, analise as afirmativas a seguir. 
I- A educação profissional técnica de nível médio articulada, segundo essa lei, será 
desenvolvida nas formas integrada e concomitante. 
II- A educação de jovens e adultos deverá ser oferecida, preferencialmente, articulada 
à educação profissional. 
III- As instituições de educação profissional e tecnológica oferecerão cursos regulares 
e cursos especiais, abertos à comunidade. 
IV- Na educação profissional técnica de nível médio, a preparação geral para o tra-
balho e, facultativamente, a habilitação profissional, poderão ser desenvolvidas nos 
próprios estabelecimentos de Ensino Médio ou em cooperação com instituições espe-
cializadas em educação profissional. 
V- A educação profissional técnica de nível médio, por ter total autonomia pedagógica, 
prescinde de organizar cursos seguindo as orientações contidas nas diretrizes curricu-
lares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação. 
Das afirmativas acima, estão corretas, apenas: 
a) ( ) I - II - III e IV. 
b) ( ) II - III - IV e V. 
c) ( ) I e V.
d) ( ) II e IV.
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POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
O acesso universal, integral e equânime à assistência em saúde é um direito 
de todos e um dever do Estado, garantido pela Constituição. Contudo, para 
além das obrigações do governo, a saúde também é uma responsabilidade 
coletiva, que implica na participação da população nos processos de melhoria 
e no progresso da qualidade de serviços. (SCHMIDT, 2015, p. 12) 
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao estudo que faremos sobre o Sistema de Saúde 
brasileiro. Este tema levará você a refletir sobre a realidade da saúde pública em nosso país e 
os seus desafios para assegurar o atendimento a todo cidadão com dignidade e em igualdade 
de condições. 
A gestão do sistema nacional de saúde é bastante complexa, se pensarmos em atingir 
de forma equânime todas as pessoas que dependem do serviço público num contexto com 
desigualdades e desafios sociais aos governos. Concorda Zetzsche (2014, p. 3) ao dizer que 
“Cuidar da saúde significa manter a nação em condições de progresso e trabalho, com uma 
população saudável e menores índices de adoecimento e transmissão de doenças”.
O sistema de saúde brasileiro engloba uma rede de serviços prestados por instituições 
públicas e privadas aos cidadãos que se utilizam de uma multiplicidade de atendimentos. 
Considerado exemplo de política pública pelo acesso universal à população, demanda ainda 
maior participação da sociedade nos conselhos e conferências municipais de saúde para o 
efetivo controle social na administração pública. 
O fortalecimento da política pública de saúde depende, sobretudo, de investimentos 
que assegurem as ações e programas que impulsionem os indicadores de saúde a um nível 
favorável; é fundamental a melhora da infraestrutura, com a ampliação e modernização dos 
locais de atendimento, qualidade dos serviços oferecidos e capacidade técnica dos profissionais 
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contratados para a gestão.
Competência administrativa, visão política e gerencial, profundo conhecimento 
da história do país e de sua dinâmica social, visão epidemiológica e crítica, e 
visão ontológica – visão de respeito e reconhecimento do ser humano – (alvo 
dos programas e políticas de saúde) são requisitos mais que necessários 
àquele ou àquela que vai trabalhar em gestão de saúde, quer seja de caráter 
público ou privado. (ZETZSCHE, 2014, p. 4)
A saúde para os brasileiros, segundo a pesquisa do Instituto de Pesquisas Datafolha 
(2014), é considerada o serviço público mais importante; mas diariamente o usuário se depara 
com problemas, como a falta de médicos, filas de espera nas emergências e nos hospitais, 
demora para realização de cirurgias e hospitais sem recursos financeiros. 
FIGURA 19 – AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS
FONTE: Disponível em: <http://portal.cfm.org.br/images/PDF/apresentao-integra-datafolha203.pdf>. 
Acesso em: 6 jun. 2015. 
A partir desta reflexão, podemos enfatizar a importância da política pública de saúde no 
contexto social brasileiro e a necessidade de gestão técnica com profissionais habilitados. A 
relevânciado tema foi abordada no Exame Nacional do Estudante – ENADE (2013) e propomos 
a você que leia e responda.
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A questão da saúde no Brasil é complexa e dependente da atuação 
dos vários agentes que a compõem. Cada um desses agentes, 
governo, organizações e sociedade, têm suas responsabilidades 
sobre a qualidade da saúde no Brasil. Ao governo cabe 
desenvolver políticas e realizar investimentos adequados, 
dentro de um planejamento ao longo do tempo; às organizações 
compete executar essas políticas, como também prestar serviços 
à população com qualidade; e a sociedade, por seu lado, deve 
aderir às ações preventivas promovidas pelo governo e pelas 
organizações, assim como deve ter uma postura ativa, autônoma 
e corresponsável, em relação à sua qualidade de vida. 
FONTE: Disponível em: <file:///C:/Users/Win8/Desktop/16_TEC_
GESTAO_HOSPITALAR.pdf>. Acesso em: 3 maio 2015.
FONTE: Disponível em: <http://www.ivancabral.com>. Acesso em: 23 
ago. 2013.
Considerando a figura e o trecho acima, redija um texto 
dissertativo sobre o papel e (ou) funções do gestor público no 
contexto da qualidade da saúde no Brasil. 
2 CONCEITO DE SAÚDE
Temos como conceito de saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde (USP, 2015): 
“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na 
ausência de doença ou de enfermidade”. 
Esta concepção de saúde induz a novas condutas quanto à promoção de saúde e 
prevenção de doenças. O indivíduo é inserido numa rede de cuidados permanentes, visando 
maior qualidade de vida, mesmo que aconteça a doença. A vida mais saudável demanda novos 
hábitos que incluem a alimentação adequada, lazer, convívio social, esportes e atividade física 
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como práticas diárias. 
Mesmo o doente crônico aprende a conviver melhor com a doença, tornando-se menos 
dependente da assistência médica, adquirindo hábitos que ajudam na melhora do estado de 
saúde. É o que Zetzsche (2014, p. 13) define como “comportamentos mais saudáveis e que 
desenvolva o seu autocuidado, possibilitando que, desta forma, este acabe vivendo mais e 
melhor depois de seu adoecimento, por mais incrível que isto pareça, à primeira vista”. Neste 
contexto, percebe-se que a população está adotando um estilo de vida mais saudável, com 
atitudes de prevenção para a saúde física e mental; este movimento se estende a outros 
ambientes, como exemplo, no trabalho e na educação, visto que a qualidade de vida está 
diretamente relacionada ao modo como as pessoas vivem. 
As cidades devem oferecer espaços coletivos, parques, praças, centros de convivência, 
para que a comunidade usufrua de qualidade de vida, o que comprovadamente vem reduzindo 
os custos em serviços médicos e assistenciais nos municípios. 
FIGURA 20 – ESPAÇO DE LAZER
FONTE: Disponível em: <http://brubrinq.com.br/noticias/parques-publicos-valorizam-espacos-nas-
cidades>. Acesso em: 
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Esta é uma realidade possível, de acordo com Zetzsche (2014, p. 9): 
[...] a amplitude do escopo de ações em saúde vai abranger intervenções e 
estratégias nos mais variáveis setores, como meio ambiente, sustentabilida-
de, manejo agrícola, controle de endemias e pandemias, definição dos níveis 
aceitáveis de desenvolvimento e qualidade de vida, saneamento básico, ma-
nejo de recursos hídricos e naturais, ambientes de trabalho, acesso ao lazer, 
educação, moradia, entre tantos outros, pois é nestas boas condições de vida 
que a saúde é mais fácil de se obter e de se conservar. 
A transformação social, a partir da saúde, busca incutir nas pessoas atitudes frente a 
fatores de influência negativa, como, por exemplo, a mídia com a demasiada publicidade de 
produtos alimentícios industrializados, que não trazem benefícios à saúde e contribuem para a 
obesidade e sobrepeso; ou ainda, o álcool e cigarro, que levam a problemas comportamentais 
e afetam a família. 
[...] a obesidade na população brasileira está se tornando bem mais frequente 
do que a própria desnutrição infantil, sinalizando um processo de transição 
epidemiológica que deve ser devidamente valorizado no plano da saúde co-
letiva. As doenças [...] estão relacionadas, em grande parte, com a obesidade 
e com práticas alimentares e estilos de vida inadequados. (BRASIL, 2008, p. 
14 apud ZETZSCHE, 2014, p. 265)
Além dos problemas decorrentes da vida moderna que afetam a saúde da população, 
temos ainda doenças epidemiológicas como dengue, malária e tuberculose, por exemplo, e 
que causam a morte de milhões de pessoas no mundo todo e são decorrentes da miséria, da 
precariedade no abastecimento de água potável, do saneamento básico e pela falta de acesso 
aos serviços públicos de saúde e educação. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 
a globalização fortaleceu esse processo de disseminação de doenças ao redor do mundo, 
principalmente pelo contingente de populações imigratórias. 
Frente a este conhecimento, trouxemos a questão do Exame Nacional do Estudante 
– ENADE (2013) que trata deste tema, para que possas refletir a partir destas considerações 
apresentadas, compreender as relações entre saúde pública e as desigualdades sociais e suas 
terríveis consequências para a humanidade. Leia e responda a questão que segue:
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) menciona o saneamento 
básico precário como uma grave ameaça à saúde humana. 
Apesar de disseminada no mundo, a falta de saneamento básico 
ainda é muito associada à pobreza, afetando, principalmente, 
a população de baixa renda, que é mais vulnerável devido 
à subnutrição e, muitas vezes, à higiene precária. Doenças 
relacionadas a sistemas de água e esgoto inadequados e a 
deficiências na higiene causam a morte de milhões de pessoas 
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todos os anos, com prevalência nos países de baixa renda (PIB per capita inferior a 
US$ 825,00). Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 88% das 
mortes por diarreia no mundo são causadas pela falta de saneamento básico. Dessas 
mortes, aproximadamente 84% são de crianças. Estima-se que 1,5 milhão de crianças 
morra a cada ano, sobretudo em países em desenvolvimento, em decorrência de 
doenças diarreicas. No Brasil, as doenças de transmissão feco-oral, especialmente 
as diarreias, representam, em média, mais de 80% das doenças relacionadas ao 
saneamento ambiental inadequado (IBGE, 2012). 
Com base nas informações e nos dados apresentados, redija um texto dissertativo 
acerca da abrangência, no Brasil, dos serviços de saneamento básico e seus impactos 
na saúde da população. Em seu texto, mencione as políticas públicas já implementadas 
e apresente uma proposta para a solução do problema apresentado no texto acima.
 
FONTE: Disponível em: <file:///C:/Users/Win8/Desktop/16_TEC_GESTAO_HOSPITALAR.pdf>. 
Acesso em: 6 maio 2015.
3 SAÚDE: DIREITO DE TODOSE DEVERDO ESTADO
 
A Constituição da República Federativa de 1988 dispõe em seu art. 196: “A saúde é 
direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que 
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às 
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. 
No Brasil temos um sistema de saúde garantido pela Constituição Federal, que se 
constitui no Sistema Único de Saúde – SUS. 
Para Campos et al. (2006, p. 531 apud ZETSZCHE, 2014, p. 87), o SUS é:
[...] o arranjo organizacional do Estado Brasileiro que dá suporte à efetivação 
da política de saúde no Brasil,e traduz em ação os princípios e diretrizes 
desta política. Compreende um conjunto organizado e articulado de serviços 
e ações de saúde, e aglutina o conjunto das organizações públicas de saúde 
existentes nos âmbitos estadual, municipal e nacional, e ainda os serviços 
privados de saúde que o integram funcionalmente para prestação de serviços 
aos usuários do sistema, de forma complementar, quando contratados ou 
conveniados para tal fim. O SUS foi instituído com o objetivo de coordenar e 
integrar as ações das três esferas de governo e pressupõe a articulação de 
subsistemas verticais (de vigilância e assistência à saúde) e subsistemas de 
base territorial – estaduais, regionais e municipais – para atender de maneira 
funcional às demandas por atenção à saúde. 
Historicamente, a população brasileira era desassistida de assistência médica e, 
quando acometida de doença, recorria às crenças e à medicina natural; o auxílio ao povo era 
feito pelas Santas Casas de Misericórdia. Somente a partir da industrialização no país e dos 
movimentos sindicalistas é que o Estado passa a atuar na área da saúde, com a criação das 
caixas de aposentadoria e pensão, mas que permitiam somente aos contribuintes o acesso 
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à assistência médica, enquanto a maior parcela da população ficou à margem deste direito. 
Durante o período militar, a iniciativa privada passa a ter participação no sistema com os 
convênios e planos de saúde.
Estas medidas contribuíram para a Reforma Sanitária que levou à criação do SUS, que, 
segundo Arouca (1998) apud Zetzsche (2014, p. 79), 
[...] nasceu na luta contra a ditadura, com o tema Saúde e Democracia, e 
estruturou-se nas universidades, no movimento sindical, em experiências 
regionais de organização de serviços. Esse movimento social consolidou-se 
na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, na qual, pela primeira vez, 
mais de cinco mil representantes de todos os segmentos da sociedade civil 
discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil. O resultado foi garantir 
na Constituição, por meio de emenda popular, que a saúde é um direito do 
cidadão e um dever do Estado.
 Posteriormente, em 1990, foi promulgada a Lei Orgânica do SUS, com as Leis nº 8.080 
e nº 8.142, que têm como base de sustentação os princípios norteadores do Sistema Único 
de Saúde brasileiro:
•	 Princípio da Universalidade: estabelece a todos o direito de atendimento pelo Sistema 
Único de Saúde. 
•	 Princípio da Integralidade: relaciona dois aspectos do SUS, o primeiro refere-se à 
compreensão do ser humano biopsicossocial que requer um atendimento em sua 
integralidade; e o segundo aspecto integra as ações do Sistema Único de Saúde para 
este atendimento integral entre os diferentes níveis de complexidade de atenção à saúde. 
•	 Princípio da Igualdade: possibilita as mesmas condições de acesso ao Sistema Único de 
Saúde neste país, onde ninguém pode solicitar um atendimento diferenciado, seja um 
pedido por apadrinhamento político, ou pelo nível social, raça, gênero. 
Na visão de Cony (2014), o SUS pode ser considerado como direito humano: “[...] é 
a maior conquista do povo brasileiro em política pública e é um sistema que é referência em 
saúde para o mundo, sob a ótica gravada na Constituição de que o SUS é um direito de todos 
e um dever do Estado e evoluindo para a compreensão de que é um direito humano”.
4 AS REDES DE ATENÇÃO EM SAÚDE
O funcionamento do Sistema Único de Saúde conjuga uma rede de serviços denominada 
Rede de Atenção à Saúde, que classifica os atendimentos em níveis de atenção primária, 
secundária e terciária, conforme a exigência do serviço que será prestado ao usuário. A rede 
compreende-se em âmbito estadual e regional, numa articulação interfederativa, onde serviços 
de saúde são executados em uma região de Saúde determinada por um espaço geográfico 
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de municípios limítrofes, que segundo o Decreto nº 7.508/2011, será “delimitado a partir de 
identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de 
transportes compartilhados [...]”. 
Trata-se de uma organização complexa, que identifica os diversos atendimentos por 
meio de um Mapa da Saúde, que segundo decreto, faz a distribuição “[...] de recursos humanos 
e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-
se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos 
indicadores de saúde do sistema”.
A Rede de Atenção à Saúde (RAS) atua a partir da Unidade Básica de Saúde ou USF 
– Unidade de Saúde da Família, onde inicia o trabalho junto à comunidade. As consultas são 
realizadas pelo médico generalista e, se for necessário, encaminha aos médicos especialistas 
que integram o setor de atenção secundária. 
A Unidade Básica de Saúde realiza os atendimentos em nível de atenção primária “[...] 
enfatizando a função resolutiva dos cuidados primários sobre os problemas mais comuns de 
saúde e a partir do qual se realiza e coordena o cuidado em todos os pontos de atenção”. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010, p. 4 apud ZETZSCHE, 2014, p. 32)
A pesquisa do Instituto Datafolha (2014) mostra que o usuário busca o atendimento na 
Unidade de Saúde. 
FIGURA 21 – SAÚDE PÚBLICA 
FONTE: Disponível em: <http://portal.cfm.org.br/images/PDF/apresentao-integradatafolha203.pdf>. 
Acesso em: 6 jun. 2015. 
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No setor de atenção secundária, adentramos em Policlínicas de especialidades, 
Ambulatórios e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Do setor terciário fazem parte 
os hospitais especializados, Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), Centros de Hemodiálise, 
entre outros. Os encaminhamentos feitos aos usuários são formais, por meio de referências 
e contrarreferências, que são os registros das consultas e procedimentos utilizados pelos 
médicos e agentes de saúde. 
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Pontos de atenção à saúde são entendidos como espaços onde se ofertam 
determinados serviços de saúde, por meio de uma produção singular. 
Os domicílios, as unidades básicas de saúde, as unidades ambulatoriais 
especializadas, os serviços de hemoterapia e hematologia, os centros de 
apoio psicossocial, as residências terapêuticas, entre outros. Os hospitais 
podem abrigar distintos pontos de atenção à saúde: o ambulatório de 
pronto atendimento, a unidade de cirurgia ambulatorial, o centro cirúrgico, a 
maternidade, a unidade de terapia intensiva, a unidade de hospital/dia, entre 
outros. Todos os pontos de atenção à saúde são igualmente importantes para 
que se cumpram os objetivos da rede de atenção à saúde e se diferenciam, 
apenas, pelas distintas densidades tecnológicas que os caracterizam. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010, p. 4 apud ZETSCHE, 2014, p. 32).
Vejamos um exemplo de atendimento em rede: 
O sr. José é portador de doença mental leve diagnosticada durante a infância, mas os 
pais não procuraram um tratamento na época; a partir da visita do agente comunitário a domicílio, 
o sr. José foi encaminhado para a Unidade Básica de Saúde (que faz seu acompanhamento 
clínico, e o reencaminhou também para o CAPS - Centro de Atenção Psicossocial). Foi feito o 
cadastro na ESF (Estratégia de Saúde Familiar) e no CAPS, e as crises puderam ser cuidadas 
sem internação. O sr. José também tem hipertensão e por isso é acompanhado pela Unidade 
de Saúde Básica e consulta-se com a médica deste, que prescreve os seus medicamentos. 
Como o sr. José é viúvo e mora sozinho, o agente comunitário tem feito visitas com frequência, 
para saber se está tomando a medicação corretamente. 
Neste exemplo, podemosverificar como um usuário pode ter o seu cuidado compartilhado 
entre uma equipe de atenção primária, a unidade de saúde da família, e uma equipe de atenção 
secundária, a equipe do CAPS. 
Para conhecer melhor os princípios que norteiam a legislação orgânica de saúde, 
trouxemos este tema, que também foi abordado no Exame Nacional do Estudante – ENADE 
(2013) e ajuda a entender o funcionamento da saúde pública e pensar sobre a qualidade de 
atendimento em saúde na sua cidade. 
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Mais de 20 anos após a criação do SUS, surge a necessidade 
de regulamentação de dispositivos da Lei Orgânica da Saúde, 
em face de lacunas legais quanto à organização do sistema, ao 
planejamento da saúde, à assistência à saúde e à articulação 
interfederativa. A regulamentação, pelo Poder Executivo Federal, 
da Lei nº 8.080/1990, por meio do Decreto nº 7.508/2011, 
surge no momento em que os gestores, profissionais de saúde 
e trabalhadores detêm maior compreensão sobre a organização 
constitucional e legal do SUS e o usuário sobre o seu direito à 
saúde. 
De acordo com o decreto citado acima, avalie as afirmações a 
seguir.
A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa 
na rede de atenção à saúde, mediante referenciamento do 
usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado 
nas comissões intergestoras. 
Mapa da Saúde é a descrição geográfica da distribuição de 
recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo 
SUS e pela iniciativa privada que será utilizada na identificação 
das necessidades de saúde e orientará o planejamento integrado 
dos entes federativos, contribuindo para o estabelecimento de 
metas de saúde. 
Região de Saúde é o espaço geográfico contínuo constituído 
por agrupamentos de municípios limítrofes, delimitado a partir 
de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de 
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, 
com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a 
execução de ações e serviços de saúde. 
É correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas. 
b) ( ) II, apenas. 
c) ( ) I e III, apenas. 
d) ( ) II e III, apenas. 
e) ( ) I, II e III. 
FONTE: Disponível em: <file:///C:/Users/Win8/Desktop/16_TEC_
GESTAO_HOSPITALAR.pdf>. Acesso em: 6 maio 2015.
5 DIVERSOS ATENDIMENTOS EM SAÚDE 
Para desenvolver a política pública de saúde é preciso, inicialmente, diagnosticar a 
condição de saúde da população brasileira. Segundo as informações divulgadas pelo Ministério 
da Saúde, a estimativa de vida do brasileiro aumentou para 72,7 anos em média, passando a 
viver mais tempo; em contrapartida, a taxa de natalidade decresceu de 6,2 filhos por mulher 
nos anos 60 para 1,8 filhos por mulher até 2009. 
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Nesta perspectiva, constatamos que a população no Brasil está envelhecendo, as 
pessoas vivem mais tempo e nascem menos crianças; e o índice de mortalidade aumentou 
devido a doenças crônicas que afetam 79,1% dos idosos de 65 anos ou mais, segundo Mendes 
(2012, p. 34-35 apud ZETSCHE, 2014, p. 21). “Ademais, 31,3% da população geral, em torno 
de 60 milhões de pessoas, têm doenças crônicas, e 5,9% dessa população total têm três ou 
mais dessas doenças crônicas”.
Diariamente, o SUS presta atendimento a milhares de usuários que furtivamente 
adoecem, necessitando de intervenção médica, realização de exames, cirurgias e internações 
em hospitais; são considerados atendimentos de problema agudo, pois quando solucionado, 
o paciente é liberado. Para o atendimento de gestantes ou usuários de drogas, álcool e/ou 
portadores de doenças sexualmente transmissíveis, que necessitam de acompanhamento, é 
requerido o agendamento da consulta. 
O atendimento a domicílio feito pelo médico da Unidade Básica de Saúde visa atender 
as pessoas impossibilitadas de deslocamento em virtude de graves acidentes, por exemplo. 
São realizados os procedimentos mais comuns de recuperação, por meio de curativos e 
fisioterapia; além destes, também se incluem aqui o atendimento a pacientes acometidos das 
doenças ocupacionais como LER e DORT, o que leva um grande número de trabalhadores à 
incapacidade funcional. 
No entanto, muitos atendimentos seguem uma inversão do modelo de atenção à saúde, 
“[...] demandado pela maioria das pessoas e denominado de queixa conduta”, como afirma 
Zetzsche (2014, p. 23). Após a consulta e a prescrição de exames, o paciente sente-se melhor 
e desiste dos exames. Os sintomas ressurgem e a doença se instala com gravidade, e o retorno 
ao médico é inevitável, o que representa um alto custo para o SUS, e maior ganho para a 
iniciativa privada pela quantidade de exames de alto custo, e para a indústria farmacêutica, 
pela quantidade de medicamentos. 
5.1 POLÍTICAS DE SAÚDE E PROGRAMAS ESPECÍFICOS 
Pela complexidade de atuação do SUS em todo o território nacional, criaram-se políticas 
nacionais para o combate de doenças e prevenção em saúde, coordenadas pelo Ministério da 
Saúde e operacionalizadas em programas específicos no combate a doenças. 
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O Brasil detém a tecnologia para a fabricação de muitas das vacinas 
utilizadas nas campanhas de saúde pública do país. A Fiocruz – Fundação 
Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e o Instituto Butantã, em São Paulo, são 
considerados centros de excelência para a fabricação de imunobiológicos. 
Ambas as instituições são órgãos públicos. (ZETZSCHE, 2014, p. 244) 
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No Brasil, temos a política de saúde operacionalizada por programas presentes em 
todo o país, vejamos alguns destes programas no quadro a seguir:
QUADRO 11 – DEMONSTRATIVO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E PROGRAMAS ESPECÍFICOS DE 
SAÚDE
POLÍTICA PÚBLICA/
PROGRAMA
OBJETIVO
PROVAB
Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica 
(PROVAB) - Estimular a formação do médico para a real 
necessidade da população brasileira e levar esse profissional 
para localidades com maior carência para este serviço.
PROGRAMA 
ACADEMIA DA 
SAÚDE
Desde 2011, o Ministério da Saúde vem promovendo a 
implantação e implementação de polos da Academia da Saúde 
nos municípios brasileiros. Os polos são espaços físicos dotados 
de equipamentos, estrutura e profissionais qualificados, com o 
objetivo de contribuir para a promoção da saúde e produção do 
cuidado e de modos de vida saudáveis da população.
MAIS MÉDICOS
O Programa Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de 
melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de 
Saúde, que prevê mais investimentos em infraestrutura dos 
hospitais e unidades de saúde, além de levar mais médicos para 
regiões onde há escassez e ausência de profissionais.
MELHOR EM CASA
Melhorar e ampliar a assistência no SUS a pacientes 
com agravos de saúde, que possam receber atendimento 
humanizado, em casa, e perto da família.
FARMÁCIA POPULAR
O Governo Federal criou o Programa Farmácia Popular do Brasil 
para ampliar o acesso aos medicamentos para as doenças mais 
comuns entre os cidadãos. O Programa possui uma rede própria 
de Farmácias Populares e a parceria com farmácias e drogarias 
da rede privada, chamada de "Aqui tem Farmácia Popular".
CARTÃO NACIONAL 
DE SAÚDE
Cartão Nacional de Saúde é um instrumento que possibilita a 
vinculação dos procedimentos executados no âmbito do Sistema 
Único de Saúde (SUS) ao usuário, ao profissional que os 
realizou e também à unidade de saúde onde foram realizados. 
Para tanto, é necessária a construção de cadastros de usuários, 
de profissionais de saúde e de unidades de saúde. A partir 
desses cadastros, os usuários do SUS e os profissionaisde 
saúde recebem um número nacional de identificação.
PRONTO 
ATENDIMENTO
UPA 24h
As Unidades de Pronto Atendimento - UPA 24h são estruturas 
de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de 
Saúde e as portas de urgência hospitalares, onde, em conjunto 
com estas, compõe uma rede organizada de Atenção às 
Urgências.
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HUMANIZASUS
A Política Nacional de Humanização existe desde 2003 para 
efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de 
atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil e 
incentivando trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e 
usuários.
DOAÇÃO DE 
ÓRGÃOS
O Sistema Nacional de Transplantes (SNT), instituído pelo 
Decreto n° 2.268, de 30 de junho de 1997, é a instância 
responsável pelo controle e pelo monitoramento dos 
transplantes de órgãos, de tecidos e de partes do corpo humano, 
realizados no Brasil.
PNAN – POLÍTICA 
NACIONAL DE 
ALIMENTAÇÃO E 
NUTRIÇÃO
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), aprovada 
no ano de 1999, integra os esforços do Estado brasileiro, que 
por meio de um conjunto de políticas públicas propõe respeitar, 
proteger, promover e prover os direitos humanos à saúde e à 
alimentação. A completar-se dez anos de publicação da PNAN, 
deu-se início ao processo de atualização e aprimoramento das 
suas bases e diretrizes, de forma a consolidar-se como uma 
referência para os novos desafios a serem enfrentados no 
campo da alimentação e nutrição no Sistema Único de Saúde 
(SUS).
SAMU
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192 tem 
como objetivo chegar precocemente à vítima após ter ocorrido 
alguma situação de urgência ou emergência de natureza clínica, 
cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, entre 
outras, que possa levar ao sofrimento, a sequelas ou mesmo à 
morte. Trata-se de um serviço pré-hospitalar, que visa conectar 
as vítimas aos recursos que elas necessitam e com a maior 
brevidade possível.
PROGRAMAS DE 
CONTROLE DE 
CÂNCER- 
POLÍTICA NACIONAL 
DE ATENÇÃO 
ONCOLÓGICA
O câncer de mama é o mais incidente na população feminina 
mundial e brasileira, excetuando-se os casos de câncer de 
pele não melanoma. Políticas públicas nessa área vêm sendo 
desenvolvidas no Brasil desde meados dos anos 80 e foram 
impulsionadas pelo Programa Viva Mulher em 1998. O controle 
do câncer de mama foi reafirmado como plano de fortalecimento 
da rede de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer, 
lançado pela presidente da República em 2011.
QualiSUS - REDE
QualiSUS - Rede é um projeto formalizado a partir de Acordo de 
Empréstimo com o Banco Mundial, com a finalidade de contribuir 
para a organização de redes regionalizadas de atenção à saúde 
no Brasil.
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CONTROLE DO 
TABAGISMO
O Programa tem como objetivo reduzir a prevalência de 
fumantes e a consequente morbimortalidade relacionada 
ao consumo de derivados do tabaco, seguindo um modelo 
no qual ações educativas, de comunicação, de atenção à 
saúde, associadas às medidas legislativas e econômicas, se 
potencializam para prevenir a iniciação do tabagismo, promover 
a cessação de fumar e proteger a população da exposição à 
fumaça ambiental do tabaco.
BANCOS DE LEITE 
HUMANO
A Rede BLH tem por missão a promoção da saúde da mulher e 
da criança mediante a integração e a construção de parcerias 
com órgãos federais, a iniciativa privada e a sociedade.
POLÍTICA DE 
PREVENÇÃO 
AO CÂNCER 
GINECOLÓGICO E 
DA PREVENÇÃO DA 
DST
Estratégia criada pelo INCA visando à ampliação da assistência 
oncológica no Brasil pela implantação de serviços que integram 
os diversos tipos de recursos necessários à atenção oncológica 
de alta complexidade em hospitais gerais.
FONTE: Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/profissional-e-gestor/gestao-da-
saude-publica>. Acesso em: 5 jun. 2015.
Neste cenário, o trabalho da Vigilância Epidemiológica é fundamental para prever as 
ações que o Estado deve realizar a partir da coleta de informações do perfil epidemiológico 
da população. A Vigilância Epidemiológica acompanha a evolução de determinadas doenças 
e adota medidas que impedem que as pessoas sejam expostas ao contágio de doenças 
transmissíveis.
Trouxemos para você, acadêmico, um pouco do contexto que foi construído durante 
longos anos por nosso sistema de saúde brasileiro. Ele ainda está em construção, adaptação, 
com novas propostas surgindo diariamente, afinal, é um grande desafio a concepção de saúde 
de qualidade para todos.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico vimos:
•	 O que é saúde e como promovê-la.
•	 A concepção de saúde pública a partir da promoção de saúde e prevenção a partir de 
condicionantes sociais.
•	 A interferência de ações de promoção de saúde nos diferentes meios sociais. 
•	 No Brasil a saúde é um direito constitucional e dever do Estado.
•	 O SUS é o sistema de saúde nacional que funciona em rede, norteado pelos princípios de 
universalidade, integralidade e igualdade determinados na Lei Orgânica da Saúde. 
 
•	 Como funciona o sistema de saúde e os diversos aspectos no atendimento ao usuário.
•	 A atenção básica nos níveis primário, secundário e terciário, conforme a exigência do 
atendimento. 
•	 A importância da Vigilância Epidemiológica como provedora de informações para políticas 
públicas e programas específicos de combate e prevenção de doenças. 
•	 Conhecemos algumas políticas públicas e programas desenvolvidos para o combate e 
prevenção de doenças. 
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1 Determinado pela Constituição Federal de 1988, a questão da saúde pública é 
dever do Estado, sendo operacionalizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). 
Sem dúvida, atender a esta demanda é um enorme desafio pelas dimensões e 
complexidades existentes em nosso país para garantir a todos qualidade nas 
políticas públicas de saúde. Neste contexto, analise as sentenças a seguir: 
 
I- O SUS (Sistema Único de Saúde) precisa estar em constante evolução, sendo um 
processo contínuo de construção.
II- O SUS é um dos maiores programas de saúde do mundo.
III- A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que o sistema de saúde 
não fosse estatizado, ou seja, deverá ser assegurado pela iniciativa privada. 
IV- A ESF (Estratégia de Saúde da Família) é considerada a porta de entrada no sistema 
SUS.
 
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença III está correta.
c) ( ) As sentenças III e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
2 No contexto do atendimento ao usuário do sistema de saúde, a estrutura para promover 
estes procedimentos está dividida em níveis de atenção. Considerando o assunto, 
analise as sentenças a seguir:
 
I- A atenção básica é caracterizada por ser a porta de entrada dos tratamentos do SUS.
II- O usuário que for atendido no nível de atenção básica não poderá receber tratamento 
nos demais níveis de atenção.
III- É considerada como atenção secundária os serviços realizados pelo SAMU (Serviço 
de Atendimento Móvel de Urgência) e UPAS (Unidades de Pronto-Atendimento). 
IV- Os serviços de atenção terciária são realizados nos consultórios médicos. 
 
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
b) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
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3 No contexto do modelo de saúde, existe a classificação de níveis de atenção, que 
estão divididos em primário, secundário e terciário. Sabemos que o maior número de 
atendimentos aos usuários do sistema de saúde concentra-se no nível de atenção 
primário. Desta forma, disserte sobre o que trata a Política Nacional de Atenção Básica.
4 O sistema de saúde pode ser definido como um conjunto de relações econômicas, 
políticas e institucionais, que refletem na condução das atividades que promovem a 
saúde, com serviços que visam a alcançar esses resultados. Como o Sistema de Saúde 
Brasileiro é considerado?
a) ( ) Universal.
b) ( ) Parcial.
c) ( ) Privado.
d) ( ) Público.
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HABITAÇÃO E SANEAMENTO
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 3
A grande concentração populacional nos centros urbanos exige o atendimento de 
necessidades básicas à dignidade humana. A moradia é um elemento essencial ao homem. 
Entretanto, a construção de aglomerados habitacionais é responsável por grandes impactos 
ambientais. Inicialmente, as áreas são desmatadas, os solos desprotegidos, dá-se lugar às 
construções e, caso não haja condições adequadas de saneamento, ocorre o acúmulo de lixo 
e a contaminação das fontes de água. Este é um panorama simplificado e didático, apenas, 
pois outras tantas alterações ocorrem simultaneamente.
A fim de garantir condições dignas para as moradias, a Organização Mundial da Saúde 
definiu parâmetros mínimos de qualidade das áreas destinadas às habitações:
• As habitações devem apresentar estrutura mínima para acomodar todos os 
moradores.
• Capacidade para fornecer proteção térmica e proporcionar a redução de ruídos e 
poeira.
• Possibilitar o acesso ao abastecimento de água e qualidade adequada ao consumo 
humano.
• Apresentar estrutura para a disposição e manejo adequado de resíduos sólidos e 
líquidos.
• Estar localizada em área adequada a moradia.
• Evitar a poluição no ambiente doméstico.
• Ser livre da presença de vetores e/ou hospedeiros intermediários de agentes 
etiológicos.
Conhecendo os parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde, 
observamos que nossas cidades ainda estão longe de atender a todos os requisitos necessários 
ao bem-estar social.
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2 DIREITO À MORADIA
Ainda dentro do contexto da habitação, são comuns os problemas ambientais advindos 
da concentração desordenada de construções, muitas vezes irregulares (clandestinas):
• A ocupação das encostas e a consequente destruição da vegetação que protege o 
solo são responsáveis pelas tragédias registradas nos períodos chuvosos.
• As construções à beira de córregos e rios causam, pelo menos, dois grandes 
problemas: as enchentes e a contaminação das águas por falta de saneamento 
básico.
Por tudo isso, é legítimo que o movimento pela reforma urbana foi incluído no texto 
constitucional, através da emenda popular da reforma urbana, encaminhada ao Congresso 
Nacional em 1988 e que inseriu o capítulo de Política Urbana da Constituição, prevista nos 
artigos 182 e 183 (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2007).
Apesar de não atender aos anseios de todos, a inclusão destes dispositivos significou 
um avanço, pois pela primeira vez uma política pública voltada à questão urbana foi garantida 
através de sua inserção no texto constitucional.
Com essa abertura e com a necessidade de regulamentar o capítulo da política pública 
urbana inserida na Constituição, foi editado o Projeto de Lei n° 5.788/90, que tramitou por 
cerca de uma década e somente foi aprovado pelo Congresso Nacional com a edição da Lei 
nº 10.257, de 10 de julho de 2001, conhecida como Estatuto da Cidade.
O direito à moradia passou a ser tratado constitucionalmente como um dos direitos 
do trabalhador. A Constituição de 1988, no seu artigo 7º, ao apresentar os direitos dos 
trabalhadores urbanos e rurais, estabelece em seu inciso IV que o salário mínimo deve atender 
às necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família, entre as quais se inclui o direito 
à moradia.
A Emenda Constitucional nº 26/2000, contudo, veio expandir esse direito, alterando a 
redação do artigo 6º da Constituição Federal, o qual originalmente tutelava o direito social, um 
tipo de direito fundamental. Nesta expansão, junto com a educação, a saúde, o trabalho, o 
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência 
aos desamparados, acresce-se o direito à moradia, incluindo-o dentre os direitos sociais a 
serem fomentados pelo Estado para a coletividade.
Vejamos na Tabela 1 o déficit habitacional do ano de 2007 a 2012, anos de pesquisa 
realizada pelo IBGE, que mostra pouco avanço percentual na diminuição desse grande problema 
que é a falta de moradia.
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TABELA 1 - DÉFICIT HABITACIONAL
FONTE: Disponível em: <http://www.cbicdados.com.br/menu/deficit-habitacional/deficit-habitacional-
no-brasil>. Acesso em: 21 maio 2015.
Sabemos que o acesso ao direito da moradia depende também da terra, do espaço 
físico, ou seja, do direito de propriedade (COSTA, 2007), e não só de políticas públicas. A 
propriedade resulta do trabalho e deve ser exclusiva do trabalhador.
Com a inclusão da Política Urbana, e com a aprovação da Lei nº 10.257, de 10 de julho 
de 2001, conhecida como Estatuto da Cidade, que instituiu as diretrizes e os instrumentos de 
cumprimento da função social da cidade, como também da propriedade urbana, descentralizaram-
se as políticas públicas de planejamento urbano, ficando estas a cargo dos municípios.
Entretanto, para a instituição desta política é preciso reunir todas as informações 
necessárias a subsidiar a elaboração do projeto de regularização, seja nas esferas municipal, 
estadual e federal, o que torna lento o andamento do processo. Nesse processo, outras 
dimensões devem ser consideradas. Direitos como a saúde, a educação, o saneamento básico 
e a segurança compõem, junto com a moradia, todo um contexto a ser considerado.
Quanto ao conceito de moradia, Costa (2007) a define como uma das principais 
necessidades básicas do ser humano e está ligada à disponibilidade de trabalho, lazer e livre 
circulação. A moradia representa o abrigo, o lar em família. Mesmo sendo um direito de todos, 
o direito à moradia se configura como um dos principais problemas da sociedade atual, visto 
que nem todos contam com uma moradia digna.
Costa (2007) complementa apontando que o aumento de concentração de pessoas no 
meio urbano pede por políticas voltadas à disponibilização de habitações dignas, de maneira 
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ampla e regular, para assim suprir as demandas encontradas em várias cidades do mundo, 
em especial, nas cidades brasileiras.
FIGURA 22 – MORADIA DIGNA?
FONTE: Disponível em: <://jopbj.blogspot.com.br/2012/05/moradia-direito-de-todos-dever-do.html>. 
Acesso em: 29 maio 2015.
O cenário atual se apresenta através do surgimento de núcleos habitacionais em 
reservas ambientais, agredindo o planeta e colocando em perigo a integridade física dos 
cidadãos. Em sua maioria, o problema habitacional acontece com a população de baixa renda, 
carente de moradia e de acesso a outros serviços essenciais.
O direito à moradia está intimamente ligado à dignidade do cidadão. Ireno Júnior (2008) 
enfatiza que o direito à moradia procede do direito à vida, e deve ter prioridade ao se planejar, 
elaborar e executar as políticas públicas.
Portanto, é responsabilidade do Estado

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