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Doença de Parkinson, Alzheimer, Mobilização e transferência de pacientes, treino de marcha, avaliação e graduação de tônus e força muscular

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Curso de Fisioterapia
PARKINSON, ALZHEIMER, MOBILIZAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE PACIENTES, TREINO DE MARCHA, AVALIAÇÃO E GRADUAÇÃO DE TÔNUS E FORÇA MUSCULAR
Parkinson
 
2
Anatomia 
Definição 
A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa neurológica que pode causar tremores e lentidão. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 
O Mal de Parkinson foi descrito em 1817, pelo médico inglês James Parkinson, sendo caracterizado como um distúrbio neurológico causado pela degeneração das células nervosas da chamada “SUBSTÂNCIA NEGRA” localizada no cérebro. 
Fisiopatologia
Na doença de Parkinson o neurotransmissor Dopamina influencia o funcionamento da via direta ativada através da projeção córtico-estriatal, que é inibitória, ocorrendo uma pausa no globo pálido interno, que  libera o tálamo  excitando o córtex cerebral. Por sua vez, a ativação da via indireta inibe o globo pálito interno, resultando a inibição do tálamo com projeção tálamo cortical. Em conseqüência ao exposto, os dois sistemas, direto e indireto, apresentam efeitos antagônicos nas células do tálamo (o direto facilitando o movimento e o indireto suprimindo movimentos involuntários indesejados). A Dopamina influencia o funcionamento desse circuito, mas com o seu déficit  a via direta que facilita o movimento fica inibida e  a via indireta que é normalmente inibitória, encontra-se ativada (João Carlos P. Limongi, 2000).
Incidência 
Tem distribuição universal e atinge todos os grupos étnicos e classes socioeconômicas. Estima-se uma prevalência de 100 a 200 casos por 100.000 habitantes. Somente no Brasil, estima-se que cerca de 200 mil pessoas sofram com o problema
Fator de risco 
O Parkinsonismo tem causas idiopática (causa desconhecida) ou adquirida: infecções (pós-encefalite), trauma craniano repetitivo, isquemia cerebral (múltiplos acidentes vasculares cerebrais), drogas e toxinas.
Sinais e sintomas 
sintomas como tremor, rigidez muscular, acinesia e bradicinesia, depressão, distúrbios do sono, alterações cognitivas, dificuldades na fala e respiração, sialorréia, tontura, problemas gastro-intestinais, marcha festinante, movimentos desordenados com alterações posturais e micrografia.
Diagnostico
O diagnóstico da doença de Parkinson é basicamente clínico, baseado na correta valorização dos sinais e sintomas .Os exames complementares, como tomografia cerebral, ressonância magnética, entre outros, servem apenas para avaliação dos diagnósticos diferenciais.
Tratamento
Individualizado – de acordo com a idade e grau.
medicamentoso- - cardidopa e levidopa.
Cirúrgicos – estereotaxia ou estimulação cerebral profunda.
Equipe multidisciplinar.
Fisioterapia
Redução das limitações funcionais, causadas pela rigidez, lentidão dos movimentos e alterações posturais.
Manutenção ou aumento da ADM, prevenindo contraturas e deformidades
Melhora do equilíbrio, marcha e coordenação motora
Aumento da capacidade pulmonar
Prevenção a quedas
Incentivo ao auto cuidado
Melhora na qualidade de vida ou de morte.
ALZHEIMER
Definição
Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa que provoca o declínio das funções intelectuais. Reduzindo as capacidades funcionais, relação social, comportamento e pesonalidade.
Interfere diretamente com a memoria, capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem.
Fisiopatologia 
 Alzheimer é a acumulação de proteínas anormais chamadas de placas de beta-amiloide. alterações neuropatológicas que incluem: atrofia cerebral, placas cerebrais senis que contêm depósitos extracelulares de peptídeo β-amiloide, emaranhados neurofibrilares intracelulares que contêm proteína tau hiperfosforilada e perda de células neurais. 
Incidência 
Atualmente estima-se haver 15 milhões de pessoas com Alzheimer no planeta.
É a terceira maior causa de morte em idosos no mundo, perdendo apenas para o câncer e AVE.
FATOR DE RISCO
Idade
Histórico familiar
Pouca utilização cerebral – falta de leitura, aprender coisas novas, falta de interesse...
Estilo de vida – hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo.
Sinais e sintomas
perda de memória, confusão e desorientação
 ansiedade, agitação, alucinação, desconfiança
aceleração da personalidade e do senso crítico
 dificuldades com as atividades da vida diária como alimentar-se e banhar-se 
dificuldade em reconhecer familiares e amigos
dificuldade em tomar decisões
 perder-se em ambientes conhecidos
 inapetência, perda de peso, incontinência urinária e fecal
 dificuldades com a fala e a comunicação
 movimentos e fala repetitiva
 distúrbios do sono
 problemas com ações rotineiras
 dependência progressiva
 vagância
Tratamento 
Individualizado – de acordo com a idade e grau.
Medicamentoso – rivastigmina, donepezila, galantamina e memantina
Treinos cognitivos
Estimulação social
Estimulação física
Organização ambiental
Fisioterapia 
Diminuir a progressão e efeitos dos sintomas da doença
Evitar ou diminuir as deformidades e complicações
Manter capacidade do sistema cardiorrespiratório
Manter ou amentar a ADM FUNCIONAL
Evitar contraturas e encurtamento muscular
Evitar atrofia por fraqueza muscular
Promover funcionamento motor
Postura
Marcha
Manter ou recuperar a independência funcional nas AVD´S
MANIPULAÇÃO E TRANFERENCIA DE PACIENTES ACAMADOS
Procedimentos que envolvem a manipulação e transportes de pacientes são considerados mais penosos ou perigosos para profissionais da área da saúde. É obrigatório programas de prevenções de DORT. 
São responsáveis pelos maiores números de atestados e afastamentos nesse meio de trabalho.
AVALIAÇÃO E GRADUAÇÃO DE FORÇA E TÔNUS MUSCULAR
Tônus Muscular
É caracterizado pelo grau de resistência ao alongamento passivo, apresentando componentes distintos, tais como a inércia da extremidade, as propriedades mecânico-elásticas do tecido muscular e conjuntivo e o reflexo miotático.
Espasticidade
A espasticidade é definida como um aumento da resistência ao alongamento passivo dependente da velocidade do alongamento, está associada à exarcebção dos reflexos tendinosos, sendo uma das sequelas mais comuns presentes em lesões do sistema nervoso central. Sua presença na musculatura antagonista limita a força produzida pelo músculo agonista durante o movimento voluntário.
Clônus Muscular
A presença de clônus e do sinal de Babinski é também associada com hipertonia, sendo algumas vezes utilizada com o indicador de espasticidade. O clônus é caracterizado por uma alternância cíclica espasmódica de contração e relaxamento muscular em resposta ao alongamento mantido de um músculo espasmódico. O clônus é comum nos flexores plantares, mas pode ocorrer em outras áreas do corpo como a mandíbula ou o punho.
Avaliação 
 A espasticidade pode ser medida clinicamente pela estimativa do grau de resistência encontrado quando uma articulação é movida em seu arco de movimento, fazendo que grupos musculares específicos sejam alongados. 
Graduação
O tônus muscular é, em geral, graduado numa escala de 0 a 5, sendo 0 indicativo de flacidez e 5 indicativo de um aumento acentuado do tônus. 
 
Ashworth descreveu uma escala ordinal de 5 pontos para graduação da resistência encontrada durante o alongamento passivo, com 0 correspondendo a um tônus normal e 4 correspondendo a um aumento de tônus tão severo que a articulação se encontra rígida. 
Tabela: Escala de Ashworth modificada
0= Tônus muscular normal
1= Discreto aumento do tônus muscular, manifestado por contração e relaxamento ou por uma resistência mínima no final do movimento quando a articulação afetada é fletida ou estendida.
1+= Discreto aumento do tônus muscular, manifestada por contração associada a uma resistência mínima durante o restante (menos da metade) da ADM.
2= Aumento mais pronunciado do tônus muscular durante a maior parte da ADM, mas a movimentação passiva é facilmente realizada.
3= Aumento considerável do tônus muscular e a movimentação passiva é realizada com
dificuldade.
4= Articulação afetada rígida em flexão ou extensão.
Força Muscular
Nesse teste o indivíduo exerce uma força contra resistência imposta pelo fisioterapeuta. Para avaliar o grau de força foi criada então a Escala de força muscular.
Classificação
(REESE, 2000) classificou-a em: Grau zero: quando não há nenhuma evidência de contração através da visão ou palpação; 
Grau 01: Ocorre uma rápida contração, mas nenhum movimento; 
Grau 02: Há movimento através da amplitude completa na posição sem interferência da gravidade;
 Grau 03: Ocorre movimento através da amplitude completa contra a ação da gravidade; 
Grau 04: Há movimento através da amplitude completa contra a ação da gravidade sendo capaz de prosseguir contra uma resistência moderada imposta;
 Grau 05: Há movimento através da amplitude completa contra a ação da gravidade e capacidade de prosseguir contra uma resistência máxima imposta.
Avaliação da força muscular segundo a escala de Kendall
Grau 1: Esboça contração, mas não consegue produzir o movimento e vencer a gravidade.
Grau 2: Inicia o movimento, mas não completa sua amplitude.
Grau 3: Completa o movimento sem resistência da gravidade.
Grau 4: Completa a amplitude de movimento contra a gravidade.
Grau 5: Completa a amplitude de movimento contra a gravidade e resistência.
TREINO DE MARCHA
Um dos principais objetivos da reabilitação é ajudar os pacientes a atingir o mais elevado nível de independência funcional possível. A marcha é uma atividade complexa que envolve o sistema nervoso central e periférico, e todo o sistema musculoesquelético.
Ciclo da Marcha
Um ciclo de marcha normal pode ser definido como os eventos que ocorrem desde o primeiro toque do pé de um dos membros inferiores no solo até o próximo toque do mesmo pé mais adiante.
 FASE DE APOIO = 60% (0.6”’)
Primeiro apoio (contato inicial, toque ou golpe do calcanhar);
Resposta à carga (aplainamento do pé, contato total do pé);
Apoio Médio;
Calcanhar fora (retirada do calcanhar, elevação do retropé, fase terminal do apoio);
Dedos fora (impulsão, desprendimento dos dedos, pré-balanço).
FASE DE OSCILAÇÃO = 40% (0.4”’)
Balanço Inicial (oscilação inicial, aceleração);
Balanço Médio (oscilação média);
Balanço Final (oscilação terminal ou desaceleração);
Movimentos angulares no plano frontal = abdução/adução.
A marcha normal é uma sucessão de desequilíbrios controlados pelo corpo, que resultam em progressão. O objetivo fundamental é mover-se de um ponto a outro com segurança e economia de energia. Na marcha patológica, ocorre a perda destes princípios citados. 
 Marchas Patológicas
Marcha ceifante: O paciente adquire uma postura tônica em flexão do membro superior e em extensão do membro inferior acometido. Assim o paciente não consegue fazer a flexão da coxa, extensão do joelho e dorsiflexão do pé habituais e caminha fazendo um semicírculo a partir do quadril com o membro inferior estendido, o pé em inversão e o braço flexionado e rígido.
Marcha escarvante: O paciente por fraqueza na dorsiflexão do pé, caminha arrastando a ponta do pé no solo. É importante na avaliação dessa marcha observar a elevação anormal dos joelhos realizada com o objetivo de não arrastar a ponta dos pés no chão. É a marcha daqueles com lesões dos nervos periféricos, radiculites, polineurites ou poliomelite.
Marcha atáxica: O paciente caminha com a base alargada e as pernas são projetadas para frente e para os lados, com movimentos largos e imprecisos. Os pacientes com este tipo de marcha olham para o membros inferiores quando deambulam e apresentam perda do equilíbrio. É a marcha dos pacientes com lesão cerebelar.
Marcha Festinante: O paciente caminha em uma postura típica de flexão da cabeça, tronco, ombro, cotovelo, punhos, joelhos e tornozelos, com passos curtos de maneira lenta, rígida e arrastada. Esses pacientes também perdem o balanceio característico dos braços. Surge na doença de parkinson e na maioria de síndromes parkinsonianas ou naqueles com aterosclerose avançada.
Marcha anserina: Marcha característica das miopatias em que pela fraqueza da musculatura da cintura pélvica, principalmente dos músculos glúteos médios, o paciente caminha com rotação exagerada da pelve, arremessando ou rolando os quadris de um lado para o outro a cada passo, para deslocar o peso do corpo, assemelhando-se ao pato quando anda.
Marcha em tesoura: Ocorre em pacientes com espasticidade grave de ambos os membros inferiores principalmente os que têm diplegia espática congênita (paralisia cerebral, doença de Little). Há um enrijecimento dos músculos adutores do quadril, provocando adução das coxas, de modo que os joelhos podem cruzar-se, um à frente do outro, a cada passo, assemelhando-se a uma tesoura.
Treino de Marcha
O treino de marcha visa reestabelecer o padrão normal do ciclo da marcha ou alcançar índices próximos á normalidade. Através da avaliação da marcha o fisioterapeuta irá estabelecer suas metas terapêuticas. Alguns aparelhos podem ser utilizados para auxiliar ou facilitar a deambulação durante o treino de marcha, tais como: andador, barra paralela, escada progressiva, rampa, tábua eversora e inversora.
REFERÊNCIAS
ALEXANDRE, N. M. C.; ROGANTE, M. M. Movimentação e transferência de pacientes: aspectos posturais e ergonômicos. Rev.Esc.Enf.USP, v. 34, n. 2, p. 165-73, jun. 2000.
 
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DIAS, E.; RIEDER, C. R. M.; BORGES, V.; CORREIA NETO, Y. Doença de Parkinson: Recomendações. Academia Brasileira de Neurologia, São Paulo, 2010.
 
FERNANDES, J. H. M. Semiologia ortopédica pericial. São Paulo, 2010.
 
 MORAES, F. L. Etiopatogenia Da Doença De Alzheimer: Aspectos Genéticos E Inflamatórios. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte- MG, 2012.
NASCIMENTO, L. R.; RESENDE, R. A. Marcha Humana Normal Parte I. Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Minas Gerais, 2012.
OLIVEIRA, M. F.; RIBEIRO, M.; BORGES, R.; LUGINGER, S. Doença De Alzheimer: Perfil Neuropsicológico E Tratamento. Universidade Lusíada do Porto - Departamento de Psicologia, 2005.
RIBEIRO, C. F. Doença de Alzheimer: A principal causa de demência nos idosos e seus impactos na vida dos familiares e cuidadores. Universidade Federal de Minas Gerais. Curso de especialização em atenção básica em saúde da família. Belo Horizonte- MG, 2010.
SOUZA, C. F. M.; ALMEIDA, H. C. P.; SOUSA, J. B.; COSTA, P. H.; SILVEIRA, Y. S.; BEZERRA, J. C. A Doença de Parkinson e o Processo de Envelhecimento Motor: Uma Revisão de Literatura. Rev. Neurocienc.19(4):718-723. Mossoró- RN, 2011.
 
TEIXEIRA, L. F.; OLNEY, S. J.; BROUWER, B. Mecanismos e medidas de espasticidade. Rev. Fisioter. Univ. São Paulo, v.5, n.1, p.4-19, jan./jun., 1998.
FARIAS, L. M. Impacto do processo de internação em UTI na funcionalidade de pacientes adultos ventilados mecanicamente. Dissertação de Mestrado-Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013.
 
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