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História do Direito Penal fichamento penal I, unidade 1

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História do Direito Penal 
Referência
Greco, Rogério. Curso de Direito Penal Parte Geral. Volume 1. Edição 17. Editora Impetus. Capítulo 2. Pag 15. Professor Cristiano Lázaro 
Com base no autor, este faz uma analogia às histórias bíblicas de Deus a fim de explicar como surgiram as punições. A partir da criação do mundo foi que o homem teve seu conhecimento a respeito do bem e do mal e conseqüentemente das punições mediante seus atos, como o exemplo da expulsão do primeiro casal do paraíso. Ainda afirma que a história do Direito Penal esta ligada aos primórdios da humanidade, a qual a desobediência, a pratica de atos graves contra o outro remete exatamente ao que tem hoje nas infrações penais e nos delitos. Pois todo grupo social possui regras a serem seguidas, mesmo que antigamente eram costumeiras, “o homem dotado de consciência moral sempre teve as noções de delito e pena”. 
Mas já que as regras no inicio foram consuetudinárias, ou seja, não havia leis formais, vale lembrar que as penas eram tidas como desproporcionais ao crime, a retribuição pelo mal sofrido era carregada de vingança, e por isso houve varias fases que descreve a história da pena, como a fase da vingança privada, vingança divina, vingança pública e período humanitário.
A fase da Vingança Privada mostra a pena com a finalidade retributiva, onde era aplicado pelo próprio ofendido, por seus parentes ou pelo próprio grupo social que estivesse inserido na forma desproporcional ao mal cometido. Diante disso, Greco afirma que a Lei do Talião, mesmo que atrelada a vingança privada, havia uma noção de justiça e de proporcionalidade no que se remete ao “Olho por olho” “Dente por dente”. 
Na fase da Vingança Divina possuía um direito penal teológico, teocrático, religioso ou sacerdotal, onde o crime era uma ofensa aos deuses com punição ao autor do crime muitas vezes desumano e com atrocidades, pois devido às crenças e misticismo havia um poder punitivo onde a conduta oposta às normas resultava em castigo ou penitencia. Como exemplo dessa fase tinha-se o código de Manu na Índia, e o de Hamurabi na Mesopotâmia.
Já a fase da Vingança Pública surge na fase da evolução histórica do Direito Penal, deixando de ser privado ou divino para ser aplicado por uma autoridade pública, ou melhor, o Estado, mas ainda com finalidade retributiva, ou seja, com penas desumanas e cruéis. Porém, ao perceber que as mutilações eram praticadas com muita freqüência, a lei do talião foi substituída pela compositio (composição), onde o ofensor compra a sua impunidade pagando a vítima com algo material o que era chamado de “tarifa da composição”. 
Diante das fases da vingança sobre as penas, o direito penal, em uma terceira época a pena deixou de lado o misticismo e a religião para ter um fundamento moral e civil, ou melhor, houve uma mudança no que toca à responsabilidade da pena, pois na Grécia antiga por exemplo, só se castigava o autor do crime mediante delitos comuns, já ofensas de caráter religioso e político, tinha-se uma sanção coletiva, ou seja, o autor e toda sua família era punida, sendo esta punição denominada pelos gregos de atimia.
No Direito Romano, Rogério Greco mostra a importância das leis serem conhecidas e aplicadas como na atualidade. Assim, houve naquela época um decenvirato (um grupo de dez homens) organizado para criar a Lei das XII Tabuas para que todos conhecessem e pudessem fazer a sua leitura, foram escritos em doze tabletes de madeira e fixados em frente ao fórum romano. Tendo ainda a grande distinção entre direito público e direito privado, onde as ofensas ao direito público (traição, conspiração política contra o Estado, e o assassinato) era julgadas pelo magistrado e dada pena de morte. Já os demais crimes eram de direito privado onde o ofendido estipulava a sanção. 
No que diz respeito ao Direito Penal Germânico, este possuía normas consuetudinárias onde os problemas penais eram resolvidos pela vingança ou perda de paz, ou seja, o direito era de acordo com cada grupo pertencente assim como suas penas, onde o infrator era posto pra fora do grupo onde qualquer pessoa poderia persegui-lo e matá-lo. Dessa forma, o direito germânico foi se modificando a partir do contato com o direito romano, o qual suas normas eram escritas. Mas ainda havia a predominância das ordálias, que eram os chamados juízos de Deus utilizados para determinar a culpa ou a inocência do agente. 
Já no Direito Penal Canônico, é o ordenamento baseado no cristianismo, onde tinha o objetivo de recuperação dos criminosos através do arrependimento sob a pena de penitência onde se distinguiam por espiritualesi e temporales, assim como os delitos que eram divididos em delicta eclesiástica , delicta mere secularia, e delicta mixta diferenciando-se pelos tribunais que os julgavam. 
Diante das varias fases e evoluções no direito as penas também foram variando ao longo dos anos, por isso, a pena de privação de liberdade que é comum atualmente, surgiu no século XVIII, no período iluminista, sendo usada como medida cautelar onde o condenado esperava, preso, a aplicação de sua pena corporal inviabilizando a possibilidade de fugir com a finalidade de obter a confissão do crime, onde o condenado tinha sentença de morte ou era libertado, fazendo, com o passar dos anos, a pena de privação de liberdade substituir as corporais. Porém, após o século XVIII e depois da Revolução Francesa, a pena de privação de liberdade tomou conta através do princípio da dignidade humana, o homem passou a ser tratado como humano e não como objeto, fazendo as punições serem justificadas, ou seja, sendo necessária prova para ser realizada. 
Esse período de reflexão ficou conhecido como humanitário, o qual as penas no direito penal tiveram grande evolução, passando a reconhecer o homem como um ser digno e que deve ser tratado igualmente perante as leis, com penas proporcionais baseado na adoção do principio da anterioridade da lei mediante concepção jusnaturalista.
 Vale ainda ressaltar, da grande importância de Casare Beccaria, um Marquês que teve grande influência nesse período iluminista ao escrever seu livro “Dos delitos e das penas”, a fim de valorizar a dignidade do ser humano e mostrar que punição se diferencia de crueldade, desigualdade e desproporcionalidade.
No século XIX, após o período humanitário, surge o período criminológico que está ligado à criminologia, sendo a ciência interdisciplinar preocupada com o comportamento delitivo e a reação social tendo como objeto de estudo os motivos que levam o ser humano a delinqüir, a sua punição e quais as soluções pra diminuir as infrações penais, ou seja, estuda o crime, o delinqüente, a vítima e o controle social. Com isso, Cesár Lombroso assinalou o delito como fenômeno biológico e para estudá-lo usou do método experimental, considerando o crime como fator individual e o delinqüente em seu aspecto físico e psíquico, criando a antropologia criminal, ao lado de Enrico Ferri que foi presente na sociologia criminal e Rafael Garofalo na criminologia, grandes idealizadores da época. 
Diante desses três estudiosos influentes na História do Direito Penal, houve também as escolas penais, que relatam a respeito da pena, a qual surge desde a antiguidade, crida pelo homem a fim de pagar um mal feito para a vida em sociedade ou que ameaçasse o bem estar social, e limitar o arbítrio da aplicação desta, sendo esta chamada de pena retributiva, ou melhor, pena absoluta, pois predetermina a sanção prevista pelo estado. Tendo a finalidade de reduzir os delitos praticados, além de proporcionar uma ressocialização tem-se a pena preventiva para distinguir da retributiva, porém surge uma união da pena, com uma terceira teoria chamada de mista, a fim de unir as duas preventiva e retributiva. 
A escola clássica, que surge no século XVIII com idéias consideradas e utilizadas fundamentos de modernos sistemas jurídicos, foi influenciada por Beccaria e Bentham trazendo princípios importantes para a interpretação do direito e aplicação das penas. Como o da proporcionalidade,prevenção geral e especial, culpabilidade, publicidade dos julgamentos e o mais importante o principio e a valorização da dignidade da pessoa humana, diante de tantas penas desumanas e aflitivas começaram a evoluir e substituí-la pela pena de privação de liberdade. 
Havendo vários adeptos em todo o mundo, essa corrente jusnaturalista era baseada na teoria mista da pena e no livre arbítrio entendendo como o poder de decisão do agente entre a prática de um comportamento lícito ou ilícito atinge a moral, responsável pela escolha de cada ato, fruto de uma vontade e guia de conduta.
A escola positiva é oposta a clássica porque carrega em si a corrente juspositivista, trazendo Cesar Lombroso, criador da antropologia criminal, e Enrico Ferri, criador da sociologia criminal, como influenciadores deste período. Utilizando de aspectos biológicos e afirmando que o delinqüente delinqüe por fatores genéticos e sociais. Por isso foi criada uma terceira escola a fim de conciliar os dois pensamentos opostos, porém, com ideais baseados no positivismo crítico.
Já a escola moderna alemã ou escola sociológica tendo como percussor Von Listz com uma corrente denominada causal-naturalista na teoria do delito, tendo como características o método lógico-jurídico para o direito penal e experimental para as ciências penais, a distinção entre imputável e inimputável, o crime como fato jurídico, mas também como fenômeno natural entre outros. 
A escola técnico-jurídica baseada no positivismo e representada por Arturo Rocco e Vicenzo Manzini, afirma-se que o tecnicismo é um aprofundamento uma metodologia do estudo sistemático do direito penal. Já na escola correcionalista, abordava-se sobre a temporalidade da pena e de como o estado deveria aplicar aos delinqüentes, não sendo muito acolhida, teve como percursor Augusto Roeder, Carlos Davi e outros. E na escola da nova defesa social, tinha-se uma concepção humanística, pois após a segunda grande guerra diante das atrocidades dos nazistas, por Filippo Gramatica houve a preocupação de uma escola baseada na defesa social como garantia a ordem social mediante o Estado.

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