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TÉCNICAS DE ENTREVISTA E OBSERVAÇÃO Psicodiagnóstico: processo de avaliação investigativa com base científica. Objetivo: intervenção; análise dos pontos fortes e fracos para melhora do psiquismo. Parte de uma pergunta. A resposta se dá por hipóteses que podem ou não confirmar-se. Seu ponto inicial vem de uma queixa/encaminhamento. É dever do psicólogo compreender quais as decisões a serem tomaras pelo profissional que encaminhou p/ avaliação e quais os motivos pelos quais levaram ao encaminhamento. Não deve aceitar a falta de informações no documento de encaminhamento, por isso pode entrarem contato com o profissional a fim de esclarecer suas dúvidas. Local: Segundo Jurema, o psicodiagnóstico ocorre apenas no consultório/clínica. Para Hultz ele pode acontecer em outros campos (escolas, hospitais, etc). Entrevista inicial/contrato Planejamento Coleta de dados Integração e interpretação dos dados Devolutiva Etapas: Histórico médico Histórico de desenvolvimento social Histórico escolar/trabalhoEssas etapas devem acontecer necessariamente nessa ordem para que o processo avaliativo seja válido. Entrevista inicial/contrato: entrevista de anamnese : Entrevista estruturada: ocorre mais em pesquisa; o foco é maior na necessidade da informação do psicólogo e não do paciente. Possui uma estrutura de perguntas. Entrevista semi-estruturada: enfoque no sujeito, há um padrão de perguntas que pode variar; respostas não tão estruturadas (mais amplas) Entrevista não estruturada: roteiro mínimo, bem aberto. Ex: entrevista de emprego (fala abertamente sobre algo). No primeiro contato, o psicólogo deve lidar com a resistência do paciente ao processo, pois este pode apresentar sentimentos de ambivalência e fuga do problema por causar “dor”, preconceitos e estereótipos quanto a área da Ѱ e falta de conhecimento. Há um agravante: intolerância da família. O psicólogo deve manter uma postura de respeito ao paciente, sem preconceitos, e acolhê-lo. Responsabilidades do psicólogo e do cliente/paciente Duração do período avaliativo: crianças (8 – 12 sessões); adolescentes (6 – 10 sessões); adultos/idosos (4 – 8 sessões) Instrumentos utilizados e fontes a serem investigadas Valores É aqui que ocorre o entendimento da queixa/encaminhamento Contrato de trabalho: Elaboração de hipóteses: quanto > o número de hipóteses mais amplo o campo investigativo; investigar todas as áreas da vida do sujeito; cuidado com o tempo previsto para o processo. Definição de estratégias de trabalho: testes (mínimo 3 ); bateria de testes (WISC-IV, WAIS, figuras complexas de Ver. Winsconsin ); técnicas (dependem da abordagem)Planejamento: Crianças e adolescentes: bom Rapport (contato, vínculo); questionar motivo do processo (se está ciente); iniciar com técnicas mais agradáveis. * Não aplicar testes das duas primeiras sessões. Adultos e idosos: bom Rapport ; verificar disposição para passar pelo processo.Coleta de dados: Acervo do cpto do paciente; psicólogo capaz de entender o funcionamento psíquico com suas forças e fraquezas; reunir todos os dados observados das sessões; compreender a relação de queixa e cptos observados; objetivo: estabelecer um diagnóstico e prognóstico. Integração e interpretação dos dados: Crianças/adolescentes/idosos: responsável adulto e encaminhamento. Deve ser feito oralmente para os responsáveis adultos, crianças, adolescentes e idosos, mesclando pontos + e pontos a serem trabalhados. Via escrita para quem encaminhou: laudo, relatório.Devolutiva: deve ser feita para todos os envolvidos (família, paciente, profissional/instituição de encaminhamento) Witmer (1896): Ѱ clínica, tradição médica, Ѱ acadêmica, dificuldade de relacionamento interpessoal. Galton : Diferenças ∆s que explicam a melhor adaptação do ∆ na sociedade. Cattel : provas p/ avaliar melhor adaptação acadêmica , testes mentais. Binet e Simon: exame psicológico: medidas intelectuais, complementar a avaliação pedagógica.Origem do psicodiagnóstico: Século XIX Psicometria : foco no teste Psicodiagnóstico : foco na pessoa Correlação entre síndromes clínicas e alterações morfológicas observados em autópsia; correlação síndromes mentais e dados bacteriológicas; transtornos mentais ligados com o S.N.C; Mudança de status dos pacientes psiquiátricos: lunáticos=nervosos=neuróticos pois o problema agora é biológico e não espiritual, mudando assim o nome e o tratamento. Krapelin (1893): divisão dicotômica dos transtornos psiquiátricos → orgânicos (biológico/fisiológico) e → Funcionais (não orgânicos). Método de classificação por meio de reconhecimento de padrão e não agrupamento de sintomas como era antigamente. Freud e Krapelin: Diferença de estados neuróticos e psicóticos. Combinação de 5 aspectos psicopatológicos: Sintomas descritivos Causa presumida Psicodinâmica Justificação p/ hospitalização Recomendação sobre tratamento. Técnicas projetivas: teorias de Freud e Krapelin como base. 1906- teste de associação de palavras de Jung 1921- monografia de Rorschach e sua técnica 1940/50- período áureo das técnicas de personalidade : testes psicométricos (não úteis na avaliação de problemas da vida), valorização da técnica por psiquiatras. Criticas as técnicas projetivas: problemas metodológicos (interpretação intuitiva, associação com perspectiva teórica específica, esforço p/ o desenvolvimento de sistemas de pontuação (scores). As principais críticas: psicólogos comportamentais e profissionais que defendiam bases biológicas p/ as avaliações. Postura do Psicólogo: observar, perceber e escutar com tranqüilidade, não ser inquiridor e coercitivo, não assumir postura de dono da verdade ou moralista. Respeitar o silêncio do paciente. Dificuldades para o psicodiagnóstico: Conflito deslocado – comprometimento da investigação; O paciente projeta no ambiente do teste suas dificuldades; O paciente é a pessoa encaminhada, a família ou ambos?; Esclarecimento dos motivos aparentes e ocultos (objetivos do psicodiagnóstico, informação sobre a concretização das tarefas, sobre o vínculo); Atitudes: psicólogo c/ função de examinador, paciente com necessidade de ajuda e sintomatologia. Motivação: psicólogo e paciente: aspectos inconscientes, papéis de acordo com sentimentos primitivos e fantasiasRelacionamento paciente-psicólogo: interagem em 2 planos: atitude e motivacional. Transferência e Contrasferência. Relacionamento paciente- psicólogo: Transferência: Paciente → o psicólogo assume uma posição na interpretação do paciente de outra pessoa (mãe, pai, irmão, figura amorosa, etc). O paciente tende a querer agradar. Contratransferência: Psicólogo → assume papéis em sua tarefa de figuras de autoridade ou outros padrões de relacionamento. Depende do afeto do paciente, o psicólogo pode facilitar ou não horários de atendimento, protegê-lo contra seus sentimentos agressivos. Resistência: manipulação da situação de testagem, poder mágico atribuído ao psicólogo, extensos silêncios, faltas, atrasos, troca de horários, idas ao banheiro, paradas pra beber água, etc. Definição de problemas e necessidades do Psicólogo: Do paciente Do grupo familiar Do ambiente De quem encaminhou De si mesmo- Pressão: Franqueza do paciente Paciente comportado e mantendo-se em seu papel Paciente satisfaça suas necessidades internas e externas- Expectativas: Paciente não fornece os dados que o psicólogo espera Paciente não corresponde as expectativas do psicólogo Quando o paciente resistente apresenta condutas evasivas Quando se depara com essa resistência o psicólogo pode ter sentimentos de rancor e intolerância, muitas vezes inconsciente. - Frustração: Variáveis psicológicas do psicólogo: Schafer (1954) – necessidades inconscientes do psicólogo, sempre presentes independente das circunstâncias. Aspectos Voyeristas: examinacom vários olhos o paciente, mas se mantém neutro. Aspectos Autocráticos: pode dizer o que os pacientes tem que fazer, de que forma e quando. Aspectos Oculares: psicólogo assume papel de oráculo, de que tudo sabe tudo conhece. Aspecto Santificado: papel de salvador. Posicionamentos inconscientes do paciente: Sentimento de auto-exposição e vulnerabilidade Sentimento de perda de controle, adota uma postura defensiva por sentir-se a mercê do psicólogo Perigos de autoconfrontação: paciente quer ajuda e receia a confrontação de aspectos dolorosos Regressão: dificuldade de aceitação das próprias dificuldades, levando a regredir (como se não soubesse de seus problemas) Ambivalência diante da liberdade: pode enfrentar a testagem com liberdade relativa, tem de enfrentar os riscos de se expor. Dificuldade da Devolutiva: contaminação e distorção pelo psicólogo; psicólogo em aliança com aspectos psicopatológicos; adotar atitude ambígua do psicólogo; deixar claro somente aspectos tolerados pelo paciente e seu grupo familiar.
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