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Bases Neurais da Emoção e da Razão Emoção e Razão • Razão e emoção são operações mentais acompanhadas de uma experiência interior característica, capazes de orientar o comportamento e realizar os ajustes fisiológicos necessários. 2 Emoção e Razão • No extremo racional, operações como o pensamento lógico, o cálculo mental e a resolução de problemas; 3 Emoção e Razão • No extremo emocional, o medo, a agressividade e o prazer. 4 Emoção e Razão • No meio: o comportamento socialmente determinado, a criação artística, a tomada de decisões, o planejamento de ações futuras. 5 Mentes emocionais • Em humanos, a descrição do componente subjetivo de uma emoção é de difícil controle, no entanto, é possível analisar uma emoção acompanhando suas manifestações orgânicas e comportamentais, além de registrar a atividade cerebral por meio de imagem. 6 Mentes emocionais • Podem-se admitir três grandes "utilidades“ para as emoções: • (1) sobrevivência do indivíduo; • (2) sobrevivência da espécie; • (3) comunicação social. 7 Mentes emocionais • Sobrevivência do indivíduo: • A sobrevivência do indivíduo é um caso de vida ou morte: um animal predador só sobrevive se exercer com competência os comportamentos de agressão para dominar e matar a presa. 8 Mentes emocionais • Sobrevivência da espécie: • Reprodução - para isso exibem os comportamentos emocionais apropriados. Os machos disputam as fêmeas, criando uma hierarquia de dominância e submissão entre indivíduos da mesma espécie e delimitando territórios restritos para as fêmeas e os filhotes, em ambos os casos com exibições explícitas de agressividade. 9 Mentes emocionais • Comunicação social: • A expressão emocional como forma de comunicação social adquiriu grande importância nos seres humanos, cujo repertório comportamental ultrapassou em muito o estreito vínculo com as atividades de sobrevivência. 10 Quais Emoções? • Podemos identificar pares de emoções opostas: • Alegria e tristeza, amor e ódio, • E experiências únicas: • Encantamento, agonia, desprezo, desespero, pânico, inveja e tantas outras. 11 Quais Emoções? • Valor positivo – comportamentos que tendem a ser repetidos. • Valor negativo - comportamentos que visam a eliminá-las. 12 Quais Emoções? • Pode-se classificar as emoções humanas em três grupos: • As primárias ou básicas; • As secundárias; • As emoções de fundo. 13 Quais Emoções? • As primárias ou básicas: • São inatas e existem em todas as pessoas, independentemente de fatores sociais ou culturais. Possui valor adaptativo, e portanto evolutivo: alegria, tristeza, medo, nojo, raiva, surpresa. 14 Quais Emoções? • As secundárias: • São influenciadas pelo contexto social e cultural: são portanto aprendidas, e não inatas: culpa, vergonha, orgulho (emoções morais). 15 Quais Emoções? • As emoções de fundo: • Categoria definida por António Damásio, e referem- se a estados gerais de bem-estar ou mal-estar, de ansiedade ou apreensão, de calma ou tensão. 16 A expressão das emoções • Manifestações ou correlatos fisiológicos das emoções são respostas autonômicas (comandadas pelo sistema nervoso autônomo, SNA). – Luta ou fuga. – Paralisia por medo. 17 A expressão das emoções • Quando você troca um olhar com alguém que lhe atrai - coração bate mais rápido, sua respiração acelera-se e talvez você core. 18 A expressão das emoções • Se você fixar o olhar em alguém que lhe ameaça - frequência cardíaca e respiratória se aceleram. Sua pele empalidece e você sua frio. 19 A expressão das emoções • Emoções provocam manifestações comportamentais (respostas motoras). • Forte emoção: grita, sorri, gesticula, chora, correr. 20 A expressão das emoções • As respostas autonômicas e comportamentais que ocorrem logo no início de uma emoção, são respostas emocionais imediatas. • Mas as emoções podem durar mais - respostas prolongadas, geralmente mantidas com o envolvimento de hormônios e do sistema imunitário. 21 Teoria das Emoções 22 Sistema Límbico • O circuito de Papez original incluía: (1) o córtex cingulado; (2) o hipocampo; (3) o hipotálamo; e (4) os núcleos anteriores do tálamo. 23 Indivíduo com Medo • Medo, a maioria, são condicionados (aprendidos). • Medos "implícitos", isto é, aqueles cuja causa não podem descrever com precisão. 24 Indivíduo com Medo • Quando o estímulo não está presente, mas estamos com medo, com o passar do tempo, se transforma em um estado de tensão ou estresse, uma emoção chamada ansiedade. 25 Indivíduo com Medo • A ansiedade patológica que causa uma sensação de desastre e morte iminente, sem que haja qualquer causa externa identificável: é a síndrome do pânico. 26 Ansiedade e Estresse 27 • Na ansiedade e no estresse - ajustes fisiológicos no sistema nervoso autônomo, sistema endócrino e imunitário. Essa ativação causa taquicardia, sudorese e outras manifestações. Neurobiologia da Emoção 28 • Hipotálamo é uma estrutura-chave na expressão comportamental e fisiológica dessas emoções (raiva e agressão). Neurobiologia do Medo 29 • Complexo amigdaloide (reações de medo): – Manifestações fisiológicas, – Reações comportamentais, – Memória. Neurobiologia da emoção 30 • A amígdala modula a memória explícita segundo a influência de estímulos emocionais relevantes. Emoção 31 • A tomada de decisões - depende da avaliação emocional. Emoção 32 • Razão (córtex pré-frontal) pode interferir nas emoções - controlando-as e modulando o comportamento em função das necessidades. Córtex pré-frontal 33 • Córtex pré-frontal - modulador (inibidor) da amígdala. Controla a sua influência sobre áreas que influenciam nas manifestações fisiológicas e nos comportamentos emocionais. Agressão 34 • Os meninos são mais agressivos do que as meninas? Neurobiologia da Agressão 35 • A agressividade em camundongo machos depende de pelo menos um gene situado no Y, e nas fêmeas, do gene, localizado no X. • Esses genes ativam mecanismos celulares que atuam na serotonina. Neurobiologia da Agressão 36 • A serotonina é sintetizada por neurônios do tronco encefálico (núcleos da rafe). • Na transmissão sináptica serotonérgica, o córtex bloqueia os comportamentos agressivos que seriam disparados. Neurobiologia da Agressão 37 • Pessoas violentas - baixos teores de serotonina no cérebro. • Psicopatas e pessoas agressivas – tratamento: medicamentos agonistas da serotonina. Neurobiologia da Agressão 38 • Indivíduos transgressores que sofreram maus-tratos tinham uma configuração genética que produzia baixas taxas das enzimas cerebrais (serotonina). Neurobiologia da Agressão 39 • A exposição a filmes violentos na TV influi negativamente sobre a ativação do lobo frontal (que atua no controle de comportamentos agressivos). Experimento João Bobo 40 Mentes Racionais 41 Mentes Racionais 42 • Torre de Hanói • Uso da razão - exige o estabelecimento de um objetivo final e o planejamento e a execução de uma sequência de etapas lógicas para atingi-lo. Mentes Racionais 43 • Cognição ou razão é a capacidade que as pessoas têm de elevar seus pensamentos e ações a um nível acima das meras reações ao ambiente, tomando-os abstratos e proativos. Mentes Racionais 44 • Envolve receber, processare interpretar uma infinidade de informações que entram pelos canais sensoriais simultaneamente e em vertiginosa sucessão temporal. Mentes Racionais 45 • Os comportamentos automáticos dependem apenas de informações ascendentes. • Comportamentos inteligentes, acrescentam informações descendentes (top-down). Essas informações é que expressam a nossa vontade, os nossos pensamentos e as nossas emoções. Mentes Racionais 46 • Córtex pré-frontal e considerado o responsável pelo nosso comportamento inteligente. • Ele comunica-se com diversos sistemas sensoriais e com sistemas motores. Mentes Racionais 47 • Córtex pré-frontal seleciona informações através da atenção; gerencia no tempo esse fluxo constante de informações (memória operacional) e realiza essas operações de modo flexível. • Phineas Gage - Acidente: perfuração do crânio com uma barra de ferro. 48 Córtex da Razão Science, 1994 Gage foi o início dos estudos das bases biológicas do comportamento - Antônio Damásio 49 Córtex da Razão 50 • Gage enxergava com o olho direito; • Caminhava; • Respondia a estímulos sensoriais; • Não apresentava problemas de percepção, compreensão ou linguagem. • Perturbação de conduta; • Gage tornou-se uma pessoa insolente; • Instável; • Não se importava com regras sociais; • Não se importava com princípios éticos. Córtex da Razão Córtex da Razão 51 • O córtex pré-frontal situa-se no lobo frontal, anteriormente às regiões motoras. Ocupa cerca de 1/4 do córtex humano, o que em termos relativos representa a maior proporção entre todos os animais. • Possui cinco grande regiões funcionais: Córtex da Razão 52 • Regiões ventromedial e orbitofrontal: • Envolvidas com o planejamento de ações e do raciocínio, com o ajuste social do comportamento e com aspectos do processamento emocional. Córtex da Razão 53 • Região ventrolateral: • Encarregada da memória operacional. • Região dorso lateral: • Envolvida com a manipulação cognitiva dos dados da memória operacional. Córtex da Razão 54 • Região cingulada anterior, envolvida com as emoções e a atenção. Córtex da Razão 55 • Córtex pré-frontal estabelece conexões recíprocas com praticamente todo o encéfalo: quase todas as áreas corticais, vários núcleos talâmicos e núcleos da base, o cerebelo, a amígdala, o hipocampo e o tronco encefálico. Córtex da Razão 56 • Região ventro-medial do córtex pré-frontal: • Planejamento e ordenação temporal dos atos, sua adaptação e ajuste às circunstâncias, e a seleção, das ações mais adequadas a cada momento e aos objetivos finais. Córtex da Razão 57 • Aspectos necessários para o processamento cognitivo (racional): (1) Sistema perceptual que informe sobre os mundos externo e interno; (2) Sistema mnemônico que forneça dados sobre o passado e permita vinculá-los ao presente; (3) Sistema atencional de supervisão. (4) Cognição seletiva, isto é, a supervisão atencional sobre os processos mentais. Novos Dados Obtidos 58 • Razão e emoção não constituem funções mentais independentes, mas sim altamente integradas e interrelacionadas; Novos Dados Obtidos 59 • A extensa integração entre essas duas funções extrapola elas próprias, e revela uma integração ainda mais extensa com os demais aspectos da atividade mental das pessoas: a linguagem, a atenção, a memória, e o comportamento. “Síndrome Desexecutiva". 60 • A síndrome disexecutiva é caracterizada pela incapacidade das funções executivas em processar e elaborar ações adaptadas (Baddeley e Wilson, 1988). • Essa disfunção pode se apresentar como comprometimento da atenção sustentada, dificuldade em iniciar tarefas, dificuldade de alternar de uma tarefa para outra, déficits no controle de impulsos, impaciência, problemas de planejamento, distração, inquietação, agressividade, problemas de inibição de resposta, entre outros.
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