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Gastrulação humana

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Gastrulação
	A gastrulação objetiva formar os três folhetos embrionários: endoderma, mesoderma e ectoderma. Ao final da implantação, o embrião já é um disco germinativo bilaminar, formado de epiblasto e hipoblasto, âmnio, saco vitelino, cavidade celomática e córion. Os três folhetos embrionários são derivados de diferenciações celulares do epiblasto, que corresponde à região dorsal do embrião.
	Ocorre, então, por volta da 3ª semana, uma intensa proliferação de células no epiblasto e se movimentam, de forma a se estabelecerem em posições apropriadas em relação ao mapa corporal. Essas células migram em sentido médio caudal, formando um espessamento nesta região, resultando na linha primitiva. A região final da linha primitiva é mais saliente, corresponde ao nó primitiva. A formação dessa linha primitiva é um indicativo do início da gastrulação e, a partir dela, é possível saber o posicionamento e determinar os eixos do embrião. O processo de migração das células para um ponto comum, formando a linha primitiva, é chamado de extensão convergente.
	No interior da linha e do nó primitivo iram aparecer depressões chamado sulco e fosseta primitiva. É através dessas estruturas que as células que estão migrando para essa região iram migrar para dentro do hipoblasto.
	A gastrulação é marcada por intensas modificações celulares. Células vão se movimentar e se modificar. As células que formam o epiblasto tem características de células epiteliais (justapostas, cúbicas ou colunares); portanto, para serem capazes de migrar, elas passam pela transformação epitélio-mesenquimal (EMT), adquirindo características de mesênquima, como: maior espaço entre as células, grande quantidade de matriz extracelular, formato irregular (célula em garrafa) e capacidade de emitir pseudopodes.
	A movimentação celular que acontece nessas células é individual. Ocorre uma modificação na expressão gênica dessas células e elas começam a expressar algumas proteínas específicas que vão regular (diminuir) a expressão de caderinas específicas, diminuindo a adesão entre as células.
	Com a migração dessas células, elas irão se interpor entre as células do hipoblasto, que, por sua vez, sofreram apoptose e serão, portanto substituídas pelas do epiblasto. Essa camada de epiblasto que substitui o hipoblasto é o endoderma. As células que continuam migrando pelo suco primitivo após a formação do endoderma, e, portanto, ficam entre o epiblasto e o endoderma, formam o mesoderma.
	As células são pré-programadas para migrar exatamente pelos locais corretos. As células que migram pela fosseta primitiva se dirigem para a direção cefálica do embrião e substituem o hipoblasto dessa região formando o endoderma do intestino primitivo anterior. Posteriormente, outras células migram pela fosseta e formam o mesenquima cefálico e a notocorda.
	Já a primeira “leva” de células que migram pelo sulco primitivo deslocam o hipoblasto e formam o restante do endoderma do corpo do embrião e a segunda “leva” forma o mesoderma do restante do embrião também.
	Após a migração das células que formam endoderma e mesoderma, as células restantes é que formam o ectoderma (não migram pela linha ou nó primitivo). Formando, então, um embrião trilaminar. Ocorre também o desaparecimento da linha primitiva. As membranas bucofaríngea e a cloacal são formadas apenas por ectoderma e endoderma; a falta do mesoderma facilita que, ao longo do desenvolvimento, essas membranas se rompam para formar cavidade da boca e do ânus. Na notocorda também não há mesoderma entre endoderma e ectoderma. 
	O mapa presuntivo foi desenvolvido através de marcações de corante vital em células de determinadas regiões do epiblasto e observação do tecido o qual elas iriam formar. Portanto é um mapa que presume a posição das células antes delas se diferenciarem. Antes da gastrulação, as células do epiblasto são pluripotentes e se diferenciam durante o processo de migração ou logo após a sua chegada no destino final.
	As primeiras células a migrarem estão próximas à região do nó e formam o endoderma. Depois, uma segunda leva de células irá formar o mesoderma cardiogênico, que ao migrarem vão para a região cefálica, próximo à membrana bucofaringea. Então, depois disso, as demais células migram para originar os demais tecidos derivados do mesoderma, como os somitos e a notocorda. Em um quarto momento, o epiblasto se diferencia em ectoderma.
	As células que migram pela fosseta do nó primitivo formam um cordão celular mediano entre ectoderma e endoderma, estendendo-se até próximo à membrana bucofaríngea, o processo notocordal. Esse processo notocordal passa por algumas modificações para então formar a notocorda propriamente dita. Primeiro, a luz da fosseta primitiva invade o processo notocordal, que passa a ter uma estrutura de canal, o canal notocordal, Parte desse canal faz contato com o endoderma e parte com o ectoderma; a região em contato com o endoderma sofre apoptose, se degenera e o canal notocordal perde seu assoalho, o que faz com que a fosseta primitiva permita o contato entre amnio e saco vitelino, o que é chamado de canal neuroentérico, que é temporário. Nesse momento, o âmnio forma o sistema nervoso e a região ventral forma o intestino. Depois disso, as células da placa neural sofrem proliferação e a placa se fecha e se dobra, formando a notocorda, uma estrutura maciça, cilíndrica e comprida e o endoderma adjacente à placa se encontra e fecha o canal neuroentérico.
	A notocorda é o indutor primário do embrião, ou seja, através de produção de substâncias específicas, ela induz a diferenciação de células ao seu redor. Persiste no adulto como núcleo pulposo de cada disco intervertebral, mas perde o papel de indução. Por ser uma estrutura maciça e ser formada no centro do embrião, ela define o eixo do embrião e o proporciona certa rigidez. Induz o desenvolvimento do esqueleto axial, do SNC, diferenciação do mesoderma subjacente e formação de estruturas relacionadas com o sistema digestivo.
	Em relação ao estabelecimento dos eixos, ainda na etapa de disco bilaminar, existe o EVA (endoderma visceral anterior) na extremidade cranial do hipoblasto que secreta alguns fatores de transcrição e proteínas que sinalizam que essa é a região cranial do embrião, inibindo a formação da linha primitiva. Em contrapartida, outras proteínas que são expressas na parte posterior do embrião estimulam a formação e mantém a linha primitiva, como a NODAL e a FOXA-2.
	Ao final da gastrulação, temos o estabelecimento dos eixos corpóreos, formação dos três folhetos embrionários e posicionamento topográfico dos tecidos.
**Dobramentos:
	O embrião trilaminar é plano, e para se transformar em cilindro, ele realiza dobras de forma concomitante, uma cefálica e outra caudal, na direção ventral. Nesse processo, ele “puxa” o âmnio, de forma que ele envolva todo o embrião após os dobramentos.
	Com a dobra cefálica, a membrana bucofaríngea e o coração, que antes eram craniais, passam a se posicionar corretamente. As pregas laterais “fecham” o corpo do embrião, formando um cilindro revestido de endoderma, que é o intestino primitivo.

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