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Pigmentos: Origem, Composição e Significado

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PIGMENTOS
Chama-se pigmento a toda substância com cor própria. Deste modo, constituem este grupo substâncias com origem, composição química e significado fisiológico e patológico. Os pigmentos são divididos, de acordo se originem ou não no próprio organismo, em endógenos e exógenos. 
Pigmentos endógenos - São os pigmentos sintetizados no organismo, e constituem três grupos: melanina, derivados da hemoglobina ou hemoglobinógenos, e lipocromos.
MELANINA - A melanina é o pigmento responsável pela coloração da pele, pelos e olhos. Pode também ser encontrados na leptomeninge, neurônios da substantia nigra e locus coeruleus e na medula adrenal. É um pigmento castanho-amarelado, tanto mais escuro quanto mais concentrado, sintetizado em células especializadas, os melanócitos, que se concentram na camada basal da epiderme. Os melanócitos possuem a enzima tirosinase, que atua sobre a tirosina resultando, como produto final, a melanina, o defeito genético caracterizado pela ausência de coloração da pele e da conjuntiva (albinismo) se deve à falta de tirosinase. 
PIGMENTOS HEMOGLOBINÓGENOS – A hemoglobina é o pigmento que cora as hemácias, sendo responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos e do gás carbônico em sentido inverso. A molécula de hemoglobina está formada pela globina, uma proteína, contendo ferro. Com a morte e destruição das hemácias no baço (função marcial), a hemoglobina se libera e a sua molécula é dividida em três partes: a globina, proteína que é reaproveitada no metabolismo, a biliverdina, que constitui um dos pigmentos biliares, e o íon ferro.
HEMOSSIDERINA - É um pigmento granular de cor amarelo-dourado a castanho (Acastanhado). É um composto complexo, heterogêneo, insolúvel em água, constituído por carboidratos, proteínas, lipídios. Ácido siálico e ferro (Fe3 ). O pigmento aparece, normalmente em forma de grânulos castanhos grosseiros no interior de citoplasma dos macrófagos. Quando em quantidade excessiva, a hemossiderina se acumula nos hepatócitos, células dos túbulos renais, pâncreas e fibras cardíacas. A hemossiderina localizada, é encontrada no interior de macrófagos cerca de 24-48 horas após o início do sangramento.
Pigmentos Biliares (BILIRRUBINA) – A biliverdina e a bilirrubina constituem os chamados pigmentos biliares. A bilirrubina, assim originada, é acoplada à albumina, sendo transportada pela circulação até o fígado. Uma vez no interior do hepatócito, a bilirrubina é conjugada com o ácido glicurônico no retículo endoplasmático, transformando-se em glucoronato de bilirrubina. Após a conjugação, a bilirrubina se torna hidrossolúvel, sendo excretada na bile. As causas pré-hepáticas são aquelas que resultam em aumento excessivo da formação de bilirrubina: hemólise, hemorragia, anemias hemolíticas, etc., com aumento da bilirrubina não conjugada ou indireta.
HEMATOIDINA – É constituído por uma mistura de lipídeos e um pigmento semelhante a Bb, desprovido de ferro, que se forma em focos hemorrágicos após degradação, pelos macrófagos locais de hemácias atravessadas. O pigmento aparece a partir do final da 2ª ou 3ª semana após o sangramento, sob forma de cristais de cor que varia do Amarelo-ouro e amarelo alaranjado. 
HEMATINA – É um derivado do hemi que contém ferro, resultante da ação de um ácido forte sobre a hemoglobina. Aparece como grânulos negros ou negro-azulado no interstício ou dentro dos macrófagos. 
LIPOCROMOS – Os lipocromos são derivados lipídicos, resultantes da oxidação e polimerização das gorduras não-saturadas. Somente será considerada a lipofuscina (fuscus = marrom). É um pigmento granular, intracitoplasmático, de cor pardo-amarelada. Representa o conteúdo de vacúolos autofágicos, que contêm lipídios parcialmente metabolizados. Sua presença está asociada a alterações regresivas, que ocorrem no envelhecimento, nas atrofias e nas lesões crónicas. 
Pigmentos eXógenos - São pigmentos que penetram no organismo pelas vias naturais, junto com o ar que respiramos ou com os alimentos ingeridos, ou por via parenteral, seja de forma acidental ou proposital (p.ex. tatuagens). Assim, são numerosos os pigmentos exógenos que podem ser encontrados no organismo. Não entanto, pela sua importância ou pela freqüência só será considerado o carvão, ferro, chumbo, prata, as tatuagens e a medicamentosa.
ANTRACOSE – O mais abundante dos pigmentos exógenos é o carvão, que se encontra como poluente no ar atmosférico das grandes cidades e minas de carvão, assim como no ar aspirado pelos fumantes e vizinhos (fumantes passivos). Quando respiramos, o carvão presente no ar é introduzido nas vias respiratórias em forma de pequenas partículas atingindo os alvéolos pulmonares. Parte das partículas é retidas no muco e eliminadas pelos movimentos ciliares e pela tosse. 
SATURNISMO – A intoxicação pelo chumbo pode ocorrer em operários que trabalham nas indústrias de baterias elétricas, tintas, tipografias, etc. O chumbo se deposita caracteristicamente na gengiva, na margem dental (linha de chumbo), depositando-se como albuminato de chumbo. Também pode ocorrer deposição de chumbo nas extremidades epifisárias dos ossos longos, visível radiograficamente.
ARGIRISMO – Na intoxicação pela prata ocorre a coloração acinzentada da pele, devido à formação de complexos de sais de prata com proteínas, principalmente ao nível da membrana basal do epitélio. Esta intoxicação pode ocorrer em indivíduos que trabalham na indústria fotográfica e radiográfica.
TATUAGENS – As tatuagens representam exemplo de pigmentação exógena em que os pigmentos são introduzidos propositalmente sob a pele. Ali, esses pigmentos são fagocitados pelos macrófagos, sendo uma parte drenada pelos linfáticos, porém, a maior parte permanece depositada no local.
CALCIFICAÇÕES - As calcificações patológicas se referem à deposição de sais de cálcio nos tecidos moles e não à formação de tecido ósseo. Isto ocorre numa série grande de circunstâncias e necessita de uma interpretação apropriada para cada caso, inclusive mediante utilização de colorações especiais podem identificar o cálcio nos tecidos. 
CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA – A calcificação distrófica ou discrásica implica na existência prévia de dano tecidual, degeneração ou necrose celular, o que favorece a deposição dos sais de cálcio. A calcificação distrófica pode ser achada principalmente em tecidos com necrose caseosa, gordurosa e, em menor freqüência, liquefativa, trombos, tecido de granulação, etc.
CALCIFICAÇÃO METÁSTICA – A calcificação metastática ocorre devido ao aumento dos níveis de cálcio circulante (hipercalcemia), sobre tecidos normais ou alterados. Ocorre, portanto, em situações onde há hipercalcemia: hiperparatireoidismo, hipervitaminose D, tumores ósseos, doenças renais crônicas com retenção de fosfatos, etc. O cálcio circulante aumentado, neste tipo de calcificação, se deposita naqueles tecidos com meio ácido, como alvéolos pulmonares, parede gástrica, túbulos e interstício renais.

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