Buscar

73417ResumoD AmbientalAula04

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Ambiental 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada 
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
jurisprudência dos Tribunais. 
 
1 
 
Sumário 
1. Responsabilidade Civil Por Danos Ambientais ..................................................... 2 
1.1 Desconsideração Da Personalidade Jurídica ...................................................... 2 
1.2 Nexo de Causalidade ......................................................................................... 2 
1.3 Teoria do risco .................................................................................................. 3 
1.4 Teoria do risco integral ..................................................................................... 3 
1.5 Imprescritibilidade Da Reparação Ambiental ..................................................... 4 
2. Dano Ambiental .................................................................................................. 5 
2.1 Tese Do Poluidor Coletivo ................................................................................. 6 
2.2 Questão ............................................................................................................ 9 
3. Processo ambiental e tutelas processuais .......................................................... 10 
3.1 Ação popular .................................................................................................. 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Ambiental 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada 
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
jurisprudência dos Tribunais. 
 
2 
 
1. Responsabilidade Civil Por Danos Ambientais 
1.1 Desconsideração Da Personalidade Jurídica 
Dando continuidade à aula anterior, o tema abordado a seguir será o da 
desconsideração da personalidade jurídica. 
O Código Civil no artigo 50 prevê a desconsideração da personalidade jurídica quando 
houver abuso por parte desta, confusão patrimonial e utilização da pessoa jurídica para 
cometer fraudes. 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de 
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou 
do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 
Como foi falado sobre direito ambiental, trabalhista e do consumidor, a 
desconsideração da personalidade jurídica, quando ocorrer danos ambientais, será 
abrangida pela teoria menor, diferente da prevista no artigo 50 do Código Civil, que é a 
teoria maior. Assim, basta que a pessoa jurídica não possua bens e valores pecuniários em 
seu nome que o Ministério Público terá legitimidade para requerer a sua responsabilização 
por danos ambientais. 
Em relação ao direito penal, apesar da Lei 9.605/98 trazer em seu artigo 4º a 
desconsideração da personalidade jurídica, a jurisprudência1 faz uma crítica no sentido dessa 
desconsideração atacar os sócios da pessoa jurídica que não tiveram participação no crime 
ambiental. Esse entendimento é justificado pelo Princípio da Intranscendência das Penas, e, 
também, pelo fato de que não há responsabilidade objetiva em matéria de crimes. Dessa 
forma, dizendo respeito ao direito penal, somente haverá responsabilidade subjetiva, 
enquanto que, para o direito civil, poderá ocorrer a responsabilidade objetiva em matéria 
ambiental. 
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for 
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 
 
1.2 Nexo de Causalidade 
Conceito: vínculo que une a conduta ao ato lesivo. 
Responsabilidade civil é propter rem. 
 
1
 Mais precisamente o professor da PUC-SP, Guilherme Mucci, desembargador TJ/SP. 
 
 
Direito Ambiental 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada 
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
jurisprudência dos Tribunais. 
 
3 
 
“(...) 1. A responsabilidade por danos ambientais é objetiva e, como tal, não exige a 
comprovação de culpa, bastando a constatação do dano e do nexo de causalidade. 
2. Excetuam-se à regra, dispensando a prova do nexo de causalidade, a de adquirente de 
imóvel já danificado porque, independentemente de ter sido ele ou o dono anterior o real 
causador dos estragos, imputa-se ao novo proprietário a responsabilidade pelos danos. 
Precedentes do STJ.” (REsp 1.056.540, de 25.08.2009) 
“Ambiental e processual civil. Área de preservação permanente. Possibilidade de 
reflorestamento por parte do poder público sem desapropriação. Transferência dos 
custos ao proprietário. Obrigação propter rem. Indenização do art. 18, § 1.º, do Código 
Florestal. Regra de transição. Cultivos após a criação da APP. Conduta ilícita não 
indenizável. Discussão sobre a prescrição prejudicada.” 
3. Tal obrigação, aliás, independe do fato de ter sido o proprietário o autor da 
degradação ambiental, mas decorre de obrigação propter rem, que adere ao título de 
domínio ou posse. Precedente” (AgRg no REsp 1206484/SP, Rel. Min. Humberto 
Martins, 2.ª T. j. 17.03.2011, DJe 29.03.2011). 
 
Novo Código Florestal – obrigação propter rem 
Art. 2º, § 2º: as obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas ao 
sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel 
rural 
 
1.3 Teoria do risco 
A responsabilidade, em matéria de direito civil ambiental, será sempre objetiva. 
Quando estudado a responsabilidade do Estado no direito administrativo, há uma teoria a 
esse respeito, a saber: a teoria do risco proveito ou teoria do risco administrativo/risco 
criado. 
Essa teoria possui a característica de considerar as excludentes de responsabilidade. 
Ocorrendo alguma excludente como a força maior, o caso fortuito e a culpa exclusiva da 
vítima, não há que se falar em responsabilidade do Estado. Com relação ao direito 
ambiental, uma doutrina minoritária segue o entendimento da teoria do risco, mas o que 
prevalece como uma teoria predominante é a do risco integral. 
 
1.4 Teoria do risco integral 
A teoria do risco integral não admite as excludentes de responsabilidade e, havendo 
força maior ou culpa exclusiva da vítima, não será excluída a responsabilidade. Nesse 
sentido, é a jurisprudência do STJ: 
 
 
Direito Ambiental 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada 
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
jurisprudência dos Tribunais. 
 
4 
 
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. CERCEAMENTO DE DEFESA. VALOR DA 
CONDENAÇÃO EM DANOS MATERIAIS. SÚMULA N. 7/STJ. HONORÁRIOS 
SUCUMBENCIAIS. RESPONSABILIDADE CIVIL. PETROBRÁS. ROMPIMENTO DO POLIDUTO 
"OLAPA" E VAZAMENTO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL. DANO AMBIENTAL. TEORIA DO RISCO 
INTEGRAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PRECEDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO, EM SEDE 
DE RECURSO REPETITIVO. ART. 543-C DO CPC. TERMO INICIAL. JUROS MORATÓRIOS. 
SÚMULA N. 54/STJ. DECISÃO MANTIDA. 
1. O Tribunal de origem afastou a alegação de cerceamento de defesa por entender 
comprovada a ocorrência e a extensão do dano ambiental,bem como a legitimidade do 
autor da ação. Alterar esse entendimento demandaria o reexame das provas produzidas 
nos autos, o que é vedado em recurso especial, a teor da Súmula n. 7/STJ. 2. O exame da 
pretensão recursal no tocante à diminuição do valor da condenação a título de danos 
materiais exigiria o reexame da extensão do prejuízo sofrido pelo recorrido, o que é 
inviável em recurso especial, ante o óbice da mesma súmula. 3. Aplica-se perfeitamente 
à espécie a tese contemplada no julgamento do REsp n. 1.114.398/PR (Relator Ministro 
SIDNEI BENETI, julgado em 8/2/2012, DJe 16/2/2012), sob o rito do art. 543-C do CPC, no 
tocante à teoria do risco integral e da responsabilidade objetiva ínsita ao dano 
ambiental (arts. 225, § 3º, da CF e 14, § 1º, da Lei n. 6.938/1981). É irrelevante, 
portanto, o questionamento sobre a diferença entre as excludentes de responsabilidade 
civil suscitadas na defesa de cada caso. Precedentes. 4. Agravo regimental desprovido. 
Mesmo se tratando de Administração Pública, será considerada a teoria do risco 
integral. 
 
1.5 Imprescritibilidade Da Reparação Ambiental 
O meio ambiente é um bem jurídico de terceira dimensão e de interesse da 
coletividade. Por causa disso, justifica-se o interesse público em sua manutenção e 
preservação. 
No ano de 2009, o STJ decidiu sobre a imprescritibilidade da reparação ambiental: 
“(...) 5. Tratando-se de direito difuso, a reparação civil assume grande amplitude, com 
profundas implicações na espécie de responsabilidade do degradador que é objetiva, 
fundada no simples risco ou no simples fato da atividade danosa, independentemente da 
culpa do agente causador do dano. 
6. O direito ao pedido de reparação de danos ambientais, dentro da logicidade 
hermenêutica, está protegido pelo manto da imprescritibilidade, por se tratar de 
direito inerente à vida, fundamental e essencial à afirmação dos povos, 
independentemente de não estar expresso em texto legal. 
 
 
Direito Ambiental 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada 
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
jurisprudência dos Tribunais. 
 
5 
 
Continua o STJ, juntamente com a doutrina, dizendo que o artigo 37 da CF deve ser 
utilizado no caso de reparação ambiental. Assim, não há prazo para pleitear a reparação 
ambiental e, também, não prescreve pelo decurso do tempo. O dano ambiental inclui-se 
dentre os direitos indisponíveis, e como tal, está dentre os poucos acobertados por 
proteção. Em matéria de prescrição, cumpre distinguir qual o bem jurídico tutelado: se 
eminentemente privado, seguem-se os prazos normais das ações indenizatórias; se o bem 
jurídico é indisponível, fundamental, antecedendo a todos os demais direitos, pois sem ele 
não há vida, nem saúde, nem trabalho, nem lazer, considera-se imprescritível o direito à 
reparação. 
Não pode confundir o prazo de prescrição para ação civil pública e da ação popular. 
Na Lei de Ação Popular, o prazo prescricional é quinquenal para sua preposição, enquanto 
que, na Lei da Ação Civil Pública há uma lacuna. Para solucionar a lacuna existente, a 
jurisprudência entende que o prazo para ajuizamento da Ação Civil Púbica também é 
quinquenal, a exemplo da Ação Popular. 
Estando prescrito o prazo para ajuizamento de ambas as ações, há outros 
mecanismos que podem garantir a reparação ambiental. Portanto, é distinta a matéria 
acerca da imprescritibilidade da reparação do dano ambiental com a prescrição do direito de 
ação para Ação Civil Pública e Ação Popular. 
 
2. Dano Ambiental 
Conceito: qualquer ação ou omissão humana, que resulta em prejuízo ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, tal como aos indivíduos que nele residam e as relações que 
nele desenvolvem. Porém, nem toda atividade humana será considerada dano 
ambiental, mas somente aquela que ultrapasse a capacidade natural de absorção 
ambiental, mesmo que esteja amparada por licença ambiental. 
De acordo com a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, o dano ambiental é 
proveniente de uma conduta humana que ultrapassa a capacidade natural de absorção 
ambiental e resulta em prejuízo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, mesmo que 
esteja amparado por licença ambiental. Por esse entendimento, pode-se concluir que, um 
dano ambiental seja lícito, e mesmo assim, estar obrigado a repará-lo. Para que ocorra o 
efetivo dano ambiental é necessário que haja uma incapacidade do meio ambiente em 
absorver o que foi prejudicado e não qualquer conduta em si. 
Primeiramente, em uma ação civil pública que visa a reparação do dano ambiental, 
um dos pedidos elencados na inicial é a viabilidade de restauração do status quo ante a 
degradação ambiental. Havendo necessidade, o indivíduo será obrigado a reparar e, caso 
contrário, sendo inexistente o status a quo ante, poderá ocorrer uma compensação através 
do reflorestamento ou indenização pecuniária para o Fundo Nacional do Meio Ambiente. O 
 
 
Direito Ambiental 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada 
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
jurisprudência dos Tribunais. 
 
6 
 
STJ entende que os pedidos na inicial da ação civil pública podem ser cumulados, com a 
possibilidade, ainda, de indenização moral. 
O princípio da reparação in integrum aplica-se ao dano ambiental. Com isso, a obrigação 
de recuperar o meio ambiente degradado é compatível com a indenização pecuniária 
por eventuais prejuízos, até sua restauração plena. Contudo, se quem degradou 
promoveu a restauração imediata e completa do bem lesado ao status quo ante, em 
regra, não se fala em indenização. Já os benefícios econômicos que aquele auferiu com a 
exploração ilegal do meio ambiente (bem de uso comum do povo, conforme o artigo 
225, caput, da CF/1988) devem reverter à coletividade, tal qual no caso, em que se 
explorou garimpo ilegal de ouro em área de preservação permanente sem qualquer 
licença ambiental de funcionamento ou autorização para desmatamento. Com esse 
entendimento, a Turma deu parcial provimento ao recurso para reconhecer, em tese, a 
possibilidade de cumulação de indenização pecuniária e obrigações de fazer voltadas à 
recomposição in natura do bem lesado, o que impõe a devolução dos autos ao tribunal 
de origem para que verifique existir dano indenizável e seu eventual quantum debeatur. 
Precedente citado: REsp 1.120.117-AC, DJe 19.11.2009” ( STJ, REsp 1.114.893-MG, Rel. 
Min. Herman Benjamin, j. 16.03.2010). 
 
2.1 Tese Do Poluidor Coletivo 
(...) 4. O dano moral coletivo ambiental atinge direitos de personalidade do grupo 
massificado, sendo desnecessária a demonstração de que a coletividade sinta a dor, a 
repulsa, a indignação, tal qual fosse um indivíduo isolado. 
5. Recurso especial provido, para reconhecer, em tese, a possibilidade de cumulação de 
indenização pecuniária com as obrigações de fazer, bem como a condenação em danos 
morais coletivos, com a devolução dos autos ao Tribunal de origem para que verifique se, 
no caso, há dano indenizável e fixação do eventual quantum debeatur” (STJ, REsp 
1.269.494, de 24.09.2013). 
 O dano moral coletivo somente pode ser pleiteado por meio de uma ação coletiva. 
Para reconhecer, em tese, a possibilidade de cumulação de indenização pecuniária 
com as obrigações de fazer, bem como a condenação em danos morais coletivos, proveu-se 
o recurso especial no âmbito do STJ. 
Há duas espécies de danos ambientais, o dano ao patrimônio e o dano 
extrapatrimonial. O dano ao patrimônio é aquele que acarreta significativas mudançasnegativas aos elementos que compõem o meio ambiente, tal qual, a inadequada utilização 
de uma praia para banho em decorrência de um derrame de óleo por parte de uma 
embarcação. Já o dano extrapatrimonial ocorre quando a alteração nos elementos 
ambientais geram significativas lesões ao estilo de vida social e à saúde das pessoas. No 
caso, devido ao derramamento de hidrocarbonetos no mar, muitos pescadores serão 
 
 
Direito Ambiental 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada 
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
jurisprudência dos Tribunais. 
 
7 
 
lesados, inviabilizando a atividade pesqueira, e consequentemente, resultando em danos 
econômicos aos mesmos. 
Além disso, o dano ambiental é multifacetário. Isso quer dizer que atinge diversas 
perspectivas do indivíduo, como a ética, o aspecto temporal, ecológico e patrimonialmente 
falando, sensível, ainda, à diversidade do vasto universo de vítimas, que vai desde o 
indivíduo isolado, como à coletividade presente e futura. 
(...) Essa posição jurisprudencial leva em conta que o dano ambiental é multifacetário 
(ética, temporal, ecológica e patrimonialmente falando, sensível ainda à diversidade do 
vasto universo de vítimas, que vão do indivíduo isolado à coletividade, às gerações 
futuras e aos próprios processos ecológicos em si mesmos considerados).(REsp 
1.198.727, de14.08.2012). 
 
Com relação ao valor do dano ambiental, a jurisprudência do STJ entende que não se 
deve, somente, estipular o numero em pecúnia a partir da quantidade de animais mortos, 
mas também a partir do grau de desequilíbrio ecológico causado. 
 
(...) Segundo a jurisprudência do STJ, a logicidade hermenêutica do art. 3º da Lei 
7.347/1985 permite a cumulação das condenações em obrigações de fazer ou não fazer 
e indenização pecuniária em sede de ação civil pública, a fim de possibilitar a concreta e 
cabal reparação do dano ambiental pretérito, já consumado. Microssistema de tutela 
coletiva. 
(...) 
4. O dano moral coletivo ambiental atinge direitos de personalidade do grupo 
massificado, sendo desnecessária a demonstração de que a coletividade sinta a dor, a 
repulsa, a indignação, tal qual fosse um indivíduo isolado. (...) 
(REsp 1269494/MG, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 24/09/2013) 
Isso significa que quem mora em regiões distantes da onde ocorreu o dano, também 
sofrem os prejuízos causados pelo dano ambiental, mas não há necessidade da 
demonstração da dor ou do dano causado a estas pessoas para que ocorra o dano moral 
coletivo. 
Danos sociais, segundo Antônio Junqueira de Azevedo, 
“são lesões à sociedade, no seu nível de vida, tanto por rebaixamento de seu patrimônio 
moral – principalmente a respeito da segurança – quanto por diminuição na qualidade 
de vida. Os danos sociais são causa, pois, de indenização punitiva por dolo ou culpa 
grave, especialmente, repetimos, se atos que reduzem as condições coletivas de 
 
 
Direito Ambiental 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada 
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
jurisprudência dos Tribunais. 
 
8 
 
segurança, e de indenização dissuasória, se atos em geral da pessoa jurídica, que trazem 
uma diminuição do índice de qualidade de vida da população.” (p. 376) 
FONTE: DIZER O DIREITO 
 
(...) 1. Não há que se falar em perda de uma chance, diante da remota possibilidade de 
ganho em um sistema de loterias. Danos materiais consistentes apenas no valor das 
cartelas comprovadamente adquiridas, sem reais chances de êxito. 
2. Ausência de danos morais puros, que se caracterizam pela presença da dor física ou 
sofrimento moral, situações de angústia, forte estresse, grave desconforto, exposição à 
situação de vexame, vulnerabilidade ou outra ofensa a direitos da personalidade. 
3. Presença de fraude, porém, que não pode passar em branco. Além de possíveis 
respostas na esfera do direito penal e administrativo, o direito civil também pode 
contribuir para orientar os atores sociais no sentido de evitar determinadas condutas, 
mediante a punição econômica de quem age em desacordo com padrões mínimos 
exigidos pela ética das relações sociais e econômicas. Trata-se da função punitiva e 
dissuasória que a responsabilidade civil pode, excepcionalmente, assumir, ao lado de sua 
clássica função reparatória/compensatória. “O Direito deve ser mais esperto do que o 
torto”, frustrando as indevidas expectativas de lucro ilícito, à custa dos consumidores de 
boa fé. 
4. Considerando, porém, que os danos verificados são mais sociais do que propriamente 
individuais, não é razoável que haja uma apropriação particular de tais valores, 
evitando-se a disfunção alhures denominada de overcompensantion. Nesse caso, cabível 
a destinação do numerário para o Fundo de Defesa de Direitos Difusos, criado pela Lei 
7.347/85, e aplicável também aos danos coletivos de consumo, nos termos do art. 100, 
parágrafo único, do CDC. Tratando-se de dano social ocorrido no âmbito do Estado do 
Rio Grande do Sul, a condenação deverá reverter para o fundo gaúcho de defesa do 
consumidor. (...) 
(TJRS – Recurso Cível 71001281054 – Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais – 
Rel. Des. Ricardo Torres Hermann – j. 12.07.2007). 
 
Havendo dano moral coletivo e danos sociais, necessariamente, haverá uma ação 
coletiva pleiteando a condenação do causador do dano. Com isso, a V Jornada de Direito 
Civil do CJF/STJ propôs o enunciado de nº 455. 
A expressão “dano” no artigo 944 do Código Civil abrange não só os danos individuais, 
materiais ou imateriais, mas também os danos sociais, difusos, coletivos e individuais 
homogêneos a serem reclamados pelos legitimados para propor ações coletivas. 
 
 
 
Direito Ambiental 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada 
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
jurisprudência dos Tribunais. 
 
9 
 
Importante: 
Em relação ao desmatamento em unidades de conservação, após realizada a 
compensação prevista no art.36, Lei n. 9.985/ 2000 com base na solicitação contida no 
EIA/RIMA, por compreender o significativo impacto ambiental e avaliação do dano 
previsível, precedente jurisprudencial adota a possibilidade de indenização por dano 
ambiental, desde que nela não compreenda a compensação anteriormente realizada, 
assim, não configurando bis in idem, já que trata de institutos diversos (STJ, REsp 
896.863, j. 19.05.2011) 
 
2.2 Questão 
(FCC – Analista Judiciário – Área Judiciária/TRF 5ª Região 2012) Sobre a responsabilidade 
pelo dano ambiental, é correto afirmar: 
a) A responsabilidade penal está condicionada à comprovação de responsabilidade 
administrativa do infrator. 
b) As pessoas jurídicas não podem ser responsabilizadas penalmente, mas tão somente 
seus sócios e administradores, no caso de infração praticada no interesse ou benefício 
da empresa. 
c) A Lei no 6.938/1981 estabelece a responsabilidade civil objetiva em tema de dano 
ambiental, o que significa o afastamento da investigação e discussão da culpa. 
d) A Constituição Federal prevê, em matéria ambiental, que um mesmo ato danoso 
sobre o ambiente pode deflagrar a imposição de sanções criminais e administrativas, 
mas não pode impor sanções civis. 
e) A sanção penal não pode ser aplicada ao infrator que houver reparado o dano 
ambiental causado. 
Gabarito: Letra C. 
Letra A: As responsabilidades, sejam penais, civis ou administrativas,são 
interdependentes e a mesma conduta praticada pode gerar apenas uma ou as três espécies 
de esferas. 
Letra B: A lei de crimes ambientais prevê no artigo 3º que a responsabilidade é 
atribuída tanto à pessoa jurídica quanto à física. Há a tese da dupla imputação paralela ou 
responsabilidade penal ricochete que, tanto o STF e o STJ não adotam mais, mas referido 
artigo dispõe que a pessoa jurídica pode ser responsabilizada por crime ambiental. Não 
incide, aqui, a tese de ficção da pessoa jurídica, uma vez que possui um objetivo socialmente 
definido. 
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente 
conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de 
 
 
Direito Ambiental 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada 
pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na 
jurisprudência dos Tribunais. 
 
10 
 
seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou 
benefício da sua entidade. 
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas 
físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. 
Lera C: A responsabilidade é objetiva e não se discute o dolo ou culpa. A alternativa C 
está correta. 
Letra D: A responsabilidade pode ser demandada nas três esferas, todas de modo 
independentes. 
Letra E: Há possibilidade de aplicar a sanção penal. Os termos de ajustamento de 
conduta – TAC por danos ambientais, em que pese o seu cumprimento pelo interessado, não 
obsta a aplicação de pena e ser condenado. 
 
3. Processo ambiental e tutelas processuais 
3.1 Ação popular 
A ação popular foi inicialmente introduzia na Constituição de 1934 e, posteriormente, 
regulamentada pela Lei 4.717/65. A princípio, era cabível para tutelar o interesse público e 
após o advento da Constituição Federal, a ação popular passou a tutelar o meio ambiente e 
a moralidade administrativa, atribuindo, dessa forma, o exercício da soberania do povo, que 
é o seu legitimado principal. 
Apesar de haver o cidadão devidamente regular com seus direitos políticos e 
competentes para o ajuizamento da ação popular, este mecanismo judicial afetará toda a 
coletividade, e por isso, é denominada como uma tutela coletiva. No entanto, há disposições 
doutrinárias em sentido contrário, que considera o estrangeiro não portador de título 
eleitoral à legitimação de propor ação popular. Tal entendimento não é o disposto na Lei de 
Ação Popular que exige a apresentação do título nos autos da ação como condição de 
procedibilidade, além da previsão constitucional do artigo 5º, inciso LXXIII. 
Art. 5º, LXXIII, CF/88: (...) qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular 
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e 
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus 
da sucumbência 
Comprovada má-fé do autor da inicial de ação popular, será obrigado a pagar a custa 
judicial e o ônus da sucumbência.

Outros materiais