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Este material foi elaborado e desenvolvido por: Ft. Érika Cássia Barroso Batista Instrutora VOLL Pilates Group CREFITO-3: 167261-F PATOLOGIAS DA COLUNA VERTEBRAL Pilates nas SOBRE A AUTORA Érika Barroso Batista é Mestre em Ciências da Reabilitação e especialista em Fisioterapia traumato-ortopédica Professora dos cursos do VOLL Pilates e proprietária do FisioStudio Pilates & Treinamento Funcional. INSCREVA-SE AGORA - VAGAS LIMITADAS!INSCREVA-SE AGORA - VAGAS LIMITADAS! PILATES NAS PATOLOGIAS DA COLUNA VERTEBRAL 01 INTRODUÇÃO A postura ideal é definida como individual onde os critérios biomecânicos e fisiológicos determinam o mínimo de consumo energético e não origina sintoma de desconforto, por meio da sustentação máxima (Gardiner, 1995; Amandio, 1996). A postura é o arranjo relativo das partes do corpo para cumprir uma atividade específica. Postura e o movimento estão intimamente relacionados, de modo que alterações na postura provocam alterações de movimentos e vice-versa. Tribastone (2001) considera a postura como resultado da interação recíproca de um tripé formado pelos seguintes fatores: > Anátomo-mecânico; > Neuromusculoesquelético funcional; e > Psicomotor. Na avaliação postural nos casos de dor, é importante diferenciar a contribuição das estruturas inertes e dinâmicas. As estruturas inertes ou estáticas são: ligamentos, fáscias, ossos e articulações. Já as estruturas dinâmicas são os músculos e suas inserções tendíneas, que mantém o corpo em uma postura ou movem o corpo de uma postura à outra. A avaliação postural pode ter duas vertentes: a primeira com tendência mais tradicional que avalia a etiologia (causa primária) da disfunção vertebral e a segunda, uma tendência mais contemporânea, avalia as deficiências apresentadas pelo aluno independente da sua patologia (Deliberato, 2007). Por meio das técnicas orientais que visam o relaxamento, a respiração, a concentração, o controle e a flexibilidade, somadas à técnica ocidental, que enfatizam a força e resistência muscular, surgiu a essência do método Pilates. Centrado em seis os princípios: centralização, concentração, controle, respiração, precisão e fluidez (Di Lorenzo, 2011). Os exercícios do método envolvem as contrações isotônicas (concêntricas e excêntricas) e isométricas, com ênfase no que Joseph Pilates denominou de powerhouse ou casa de força, composta pelos músculos diafragma, transverso do abdome, multífidos e assoalho pélvico. Estes músculos são responsáveis pela estabilização do corpo, de modo que os exercícios são facilmente transferidos para as atividades do dia a dia, dando funcionalidade ao aluno. De acordo com Silva e Mannrich (2009), durante os exercícios do Pilates a expiração é associada à contração do powerhouse e, durante a inspiração ocorre a ativação do diafragma. O Pilates enfatiza a estabilidade lombopélvica, a precisão de movimento, a mobilidade segmentada da coluna, a coordenação, o equilíbrio e o alinhamento dos segmentos (Smith e Smith, 2005). Durante os exercícios do Pilates é primordial a estabilização estática através da manutenção da coluna neutra, principalmente para os alunos portadores de disfunções na coluna vertebral, não esquecer do crescimento axial que promove a ativação dos músculos multífidos. As curvaturas primárias (cifoses torácica e sacral) e secundárias (lordoses cervical e lombar) atuam como uma mola dissipando forças compressivas e absorvendo choques, rebendo uma carga 10 vezes maior se a coluna fosse reta com fio de prumo (Comerford e Mottram, 2001). Anatomia e biomecânica da coluna A coluna vertebral constitui um eixo ósseo que oferece resistência como um pilar de sustentação, favorecendo a eficiência estática, mas também a flexibilidade necessária para a movimentação do tronco. Joseph Pilates disse: “Se aos 30 anos você está sem flexibilidade e fora de forma, você é um velho. Se aos 60 anos você é flexível e forte, você é um jovem”. As estruturas ósseas dão estabilidade e mobilidade à coluna e protegem a medula espinal. A coluna vertebral é constituída de 33 ou 34 peças esqueléticas, sendo 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 5 vértebras sacrais (fundidas em uma peça única) e 4 ou 5 coccígenas (Figura 1). A porção anterior, composta pelos corpos vertebrais tem a função de suportar peso, aumentando de tamanho e volume distalmente. Figura 1: Coluna vertebral nos planos frontal e sagital com as curvaturas fisiológicas PILATES NAS PATOLOGIAS DA COLUNA VERTEBRAL 02 Uma vértebra típica é composta pelo corpo vertebral, forame vertebral, dois pedículos, dois processos transversos, duas articulações zigapofisárias superiores e duas inferiores, duas lâminas e processo espinhoso posteriormente. (Figura 2). Figuras 2: Vista superior e lateral de uma vértebra típica A articulação mais superior da coluna cervical é a atlanto occipital (CO-C1), seu principal movimento é a flexo- extensão de 15° a 20°. A vértebra C1 (Atlas) e C2 (Áxis) não possuem corpos vertebrais e são as articulações da cervical com maior movimento de rotação (aproximadamente 50°), o processo odontóide de C2 atua como pivô da rotação e a estabilidade é dada pelo ligamento transverso do atlas (C1). A maior amplitude de flexão e extensão das articulações facetárias ocorre entre C5-C6, C4-C5 e C6-C7, nestes níveis é mais comum a ocorrência de patologias degenerativas em função do aumento da mobilidade. É na coluna cervical e lombar que ocorrem com frequência as doenças degenerativas. Apesar de existirem 7 vértebras cervicais, há 8 raízes nervosas, isto porque uma raiz emerge entre C0-C1. A coluna torácica apresenta uma discreta cifose fisiológica. As vértebras torácicas se distinguem por possuírem facetas no corpo vertebral e processos transversos que se articulam com as costelas. A mobilidade da torácica é limitada pelas costelas, estas protegem órgãos como coração e pulmão. Durante a inspiração as costelas são tracionadas para cima e para frente, aumentando o diâmetro ântero-posterior do tórax e durante a expiração ocorre a depressão das costelas, mecanismo conhecido como alça de balde. Um distúrbio respiratório pode alterar a configuração anatômica do gradil costal pela tênue relação das costelas com as vértebras torácicas e provocar desalinhamento postural na região. Cabe ressaltar, que durante a infância as costelas são mais elásticas e, à medida que envelhecemos, elas se tornam calcificadas e osteoporóticas, por isso o instrutor de Pilates que realiza o feedback tátil na caixa torácica dos idosos deve ter cuidado para evitar o risco de fratura(s) de costela(s) durante as aulas. A coluna lombar provê suporte para a porção superior do corpo e transmite o peso desta área para a pelve e para os membros inferiores. Existe um importante ligamento na coluna lombar, o ligamento íliolombar, este conecta o processo transverso de L5 ao ílio posteriormente. Este ligamento estabiliza L5 com o ílio, limitando a deslocamento anterior de L5, caso o deslizamento aconteça, ocorre a espondilolistese, uma patologia descrita no último tópico. O segmento da lombar com maior incidência de lesões ocorre entre L5-S1, neste nível vertebral ocorre maior descarga de peso do que em qualquer outro nível, também ocorre a transição do segmento móvel (L5) para o segmento fixo (S1), o que aumenta o estresse/compressão nessa região. Nas patologias da coluna lombar, deve-se atentar também para a articulação sacroilíaca, pois se tornam rígida com a idade, ocorrendo em alguns casos até a anquilose. Embora os músculos pélvicos forneçam a estabilidade articulação sacroilíaca, esta não possui músculos que controlam diretamente seus movimentos. Em 2002, Richardson concluiu que a contração do transverso do abdome em co-contração com os multífidos diminui a frouxidão da articulação sacroilíaca, diminuindo a dor lombar. Quando há presença dedor nesta articulação, também ocorre a fraqueza do glúteo médio e mínimo, acarretando na marcha de Trendelenburg. Deve-se dar ênfase para o fortalecimento dos músculos abdutores e rotadores laterais do quadril. A inclinação anterior do sacro desloca a coluna lombar para trás, o que causa a hiperlordose lombar, os conteúdos abdominais e pélvicos pressionam com seu peso parede abdominal e o assoalho pélvico, podendo ocasionar incontinência urinária e prolapso genital (Souza, 2002). O contrário também ocorre quando o sacro se inclina posteriormente, causando a retificação lombar. A pelve posicionada adequadamente propicia o equilíbrio dos órgãos pélvicos dentro da cavidade abdominal, favorecendo suas funções (Matheus et al., 2006). Uma medida simples de avaliar a inclinação sacral, é através do ângulo sacral, sendo formado pela interseção de uma linha traçada superiormente à primeira vértebra sacra com uma linha horizontal. Seu valor normal é de aproximadamente 30º. Valores maiores que 30º indicam um sacro horizontalizado e inferiores a 30º, verticalizado (Figura 3). Figura 3: Ângulo sacral PILATES NAS PATOLOGIAS DA COLUNA VERTEBRAL 03 Entre os corpos vertebrais estão presentes os discos intervertebrais, exceto entre C0-C1(atlanto occipital) e C1- C2 (atlanto axial). Os discos são constituídos de fibrocartilagem, não inervados (a sensibilidade é dada pelo ligamento longitudinal anterior e posterior, pelo corpo vertebral, pela raiz nervosa e pela cartilagem articular facetária) e avasculares, exceto na sua porção mais periférica. A porção mais interna dos discos é nutrida por difusão. A porção externa apresenta o anel fibroso composto por aproximadamente 20 camadas concêntricas chamadas de lamelas (similar a fatia de cebola), constituído de colágeno tipo I e II, o colágeno tipo I é resistente às forças de tensão e, a porção mais interna composta pelo núcleo pulposo, que consiste de 70-88% de água, esta capacidade hidrofílica depende da idade do indivíduo, o núcleo é composto de colágeno tipo II e resiste às forças compressivas da coluna vertebral (Figura 4). Estima-se que durante um dia, podemos perder até 11% da altura dos discos intervertebrais lombares devido à desidratação e, a remoção da carga propicia o retorno ao seu tamanho original (Cox, 2002). Além da função de amortecer o impacto, o disco confere mobilidade às unidades funcionais da coluna. Figura 4: Disco intervertebral e unidade funcional da coluna O ligamento longitudinal anterior e o posterior se inserem nos discos intervertebrais. O ligamento longitudinal posterior e interespinhoso limitam a flexão excessiva da coluna. Já a extensão é limitada pelo ligamento longitudinal anterior e a flexão lateral ou inclinação é limitada pelo ligamento intertransversos do lado oposto (Oliver, 1999). Duas vértebras criam um forame intervertebral, dos quais saem nervos espinais para inervar músculos e dar a sensação cutânea, chamados respectivamente de miótomos e dermátomos, na espondilólise pode ocorrer a compressão do forame e interferir na função muscular e/ou cutânea e causar a dor. Bergmark (1989) afirma que há dois sistemas musculares atuando sobre a estabilidade da coluna: o sistema global, que inclui os músculos: reto do abdome, oblíquo externo e a parte torácica lombar do íliocostal, proporcionando a estabilidade geral do tronco, e o sistema local, composto pelos músculos: multífidos, transverso do abdome, diafragma, fibras posteriores dos oblíquos internos e quadrado lombar, este grupo muscular é responsável pela estabilidade segmentar da coluna. Pouca atividade muscular é necessária para manter a coluna ereta, mas o relaxamento muscular acentuado, tornam as curvaturas da coluna exageradas, ocorrendo os desvios posturais, tendo como característica o desequilíbrio de forças e alteração na elasticidade muscular. Músculos mantidos em uma posição alongada além da posição fisiológica de repouso, tendem a ser enfraquecidos, fenômeno chamado de fraqueza de alongamento. Assim também músculos encurtados tornam se fracos a medida que são alongados, fenômeno chamado de fraqueza de encurtamento. Maus hábitos posturais são vícios que alteram a função estática e a dinâmica do corpo (Tribastone, 2001), produzindo estresse mecânico sobre determinados pontos e diminuindo a capacidade de estabilização mecânica. Um exemplo crescente nos últimos anos é a postura de cabeça anteriorizada com as atividades diárias e de entretenimento, o que causa dores na coluna cervical e região de ombros e escápulas. A seguir serão apresentadas as patologias mais prevalentes da coluna vertebral no dia a dia do instrutor de Pilates e os exercícios indicados para este público. CERVICALGIA CRÔNICA A cervicalgia crônica é um dos problemas mais comum da vida moderna, sua incidência aumenta com a idade e tem prevalência de aproximadamente 23% da população (Bovim et al., 1994). O uso crescente de celular, computador, mochila com excesso de peso e postura prolongada com a anteriorização da cabeça favorecem o desenvolvimento de cervicalgia. A coluna cervical é uma área cuja avaliação deve despender tempo, garantindo que seja examinada a causa e/ou a disfunção associada à queixa do aluno, isto porque muitas das condições que afetam a coluna cervical podem ter origem em outras partes do corpo como a articulação temporomandibular (ATM), a cefaléia tensional é um dos sintomas frequentemente referido por quem apresenta queixa de dor relacionada à coluna cervical. A cervicalgia crônica é definida como dor ou desconforto intenso na região lateral ou posterior do pescoço persistente por um período maior ou igual a 12 semanas, quando a etiologia é desconhecida, classifica-se como cervicalgia inespecífica (Monticone et al., 2013). Embora 50% das vítimas de cervicalgia se recuperem entre três a seis meses, 30% a 40 % dos pacientes têm persistência moderada da dor e 10% a 20 % referem dor mais severa (Carroll et al., 2009). PILATES NAS PATOLOGIAS DA COLUNA VERTEBRAL 04 não envolvida no exercício. Os ombros devem estar relaxados durante os exercícios para evitar a hiperatividade do músculo trapézio superior (ou trapézio descendente). Os comandos verbais realizados pelos instrutores são pedir para que o aluno leve suas escápulas para trás e para baixo, afastando-as de suas orelhas ou imaginando que uma força puxa os braços do aluno em direção aos pés (distalmente), assim, o aluno é orientado a relaxar os músculos que não são utilizados durante o movimento, seja através do comando verbal e/ou tátil. Este retreinamento escapular também conhecido como estabilização escápulotorácica aumenta a ativação dos músculos serrátil anterior e trapézio inferior (ou trapézio ascendente). Um teste realizado para avaliar a fraqueza destes músculos é o teste de discinese escapular. Pede-se para o aluno realizar a elevação dos ombros no plano escapular com rotação interna da articulação glenoumeral. Quanto maior o alamento escapular, maior é a dicinese escapular (Graus I-III), classificando a fraqueza de serrátil anterior e trapézio inferior. Alguns estudos mostram a correlação entre a discinese escapular, hiperatividade do m. trapézio superior e cervicalgia (Zakharova-Luneva et al., 2012; Burkhart, Morgan e Kibler, 2003). EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS NAS CERVICALGIAS Andersen et al., (2014) avaliaram o efeito do treinamento da função escapular em 47 pacientes com cervicalgia crônica durante 10 semanas de tratamento (3x na semana por 20 minutos, foram realizados exercícios como press up e push up. Os autores concluíram que o fortalecimento de serrátil anterior e trapézio inferior foi efetivo na melhora da dor cervical e aumento da amplitude de movimento do ombro comparado ao grupo controle. A revisão sistemática de McCaskey et al., (2014) avaliaram o efeito dos exercícios proprioceptivos na dor cervical ou lombar, comparando-os comoutras formas de exercícios ou grupo controle (sem interveção) e concluíram que os exercícios proprioceptivos foram efetivos na redução do quadro álgico e no aumento da função dos pacientes. Os exercícios do método Pilates atuam com estímulos proprioceptivos através da instabilidade gerada por alguns acessórios como bola suíça, rolo, disco de equilíbrio, também pelo reformer, e a integração do controle neuromuscular e proprioceptivo é fundamental nas atividades de vida diária sem dor (Salathé e Elfering, 2013). Cuesta-Vargas e González-Sánchez avaliou 175 pacientes com dor cervical antes e após o tratamento com exercícios multimodal durante 30 minutos. Os exercícios multimodais foram compostos de mobilidade (alongamento de peitoral maior, trapézio superior, escalenos e músculos escapulares), controle motor (10 segundos de contração com a coluna neutra- sem perder a lordose cervical), fortalecimento e resistência muscular, associados com 30 minutos de exercícios de natação com a cervical neutra utilizando o snorkel em diferentes decúbitos, além da educação/orientação dos pacientes. Estes autores concluíram que o programa de exercícios multimodais foi efetivo na melhora clínica e na qualidade de vida dos pacientes com cervicalgia crônica após 8 semanas de tratamento. O estudo piloto de Mallin e Murphy (2012) avaliou o efeito dos exercícios do mat Pilates (repertório clássico) nos (Carroll et al., 2009). A coluna cervical suporta o crânio que pesa entre 4,5-5,5kg quando em coluna neutra. O estudo americano de Kenneth Hansraj, mostrou que quando utilizamos um smartphone, o peso do crânio aumenta proporcionalmente ao grau da flexão cervical. Com a coluna cervical em neutra, o peso do crânio é de 4kg, mas quando em flexão de 60° o peso do crânio chega a 27,2 kg, conforme a figura 5. Figura 5: Relação da flexão cervical e o aumento do peso craniano com o uso de celular. Os músculos multífidos têm grande relevância nas cervicalgias devido à sua ação estabilizadora no segmento vertebral, pacientes portadores de cervicalgias aguda e crônica apresentam atrofia destes músculos. Os multífidos são pequenos músculos localizados do áxis (C2) ao sacro e se dispõem bilateralmente aos processos espinhosos de todas as vértebras. Hides et al., (1996) concluíram que um deficitário controle neural dos multífidos, compromete a ação estabilizadora desses músculos profundos. PILATES NAS CERVICALGIAS O exercício físico é um tratamento indicado para quem sofre de cervicalgia crônica inespecífica, melhorando a função e reduzindo os sintomas de dor e a rigidez da coluna cervical (Damgaard e Bartels, 2013; Freburger e Carey, 2009; Bertozzi et al., 2013). O método Pilates é um excelente tratamento nas cervicalgias crônicas porque promove a estabilização da região com controle, além do reequilíbrio muscular (flexibilidade e força), os exercícios tem como objetivo restabelecer o alinhamento postural da região cervical e atenuar os episódios de dor. O crescimento axial dos alunos, é fundamental, porque através deste fundamento ocorre a ativação dos multífidos, tornando a coluna vertebral mais estável. É frequente a tensão em músculos da região cervical durante a prática do Pilates, principalmente os músculos esternocleidomastóideo (ECOM) e escalenos, por isso é importante o instrutor pedir para que o aluno relaxe a musculatura PILATES NAS PATOLOGIAS DA COLUNA VERTEBRAL 05 pacientes com cervicalgia crônica com idades entre 18 e 60 anos. Os 13 participantes realizaram os exercícios durante 6 semanas com ênfase nos princípios do método: respiração e ativação do powerhouse. Alguns exercícios realizados no estudo foram a shoulder bridge e o double leg stretch. O estudo avaliou o efeito do Pilates na dor e função dos pacientes e o resultado sugeriu que os exercícios de Pilates diminuíram a dor e melhoraram a função da coluna cervical mesmo após 12 semanas de intervenção. Segundo Falla et al., (2004) a redução na ativação dos músculos flexores cervicais profundos é comum nos pacientes com desordem cervical, por isso os instrutores devem incentivar à prática de exercícios que utilizem a flexão crânio cervical com controle, através da coluna neutra e do alongamento axial, como veremos nos exercícios a seguir indicados para cervicalgia. DOR LOMBAR CRÔNICA INESPECÍFICA A dor lombar crônica inespecífica é caracterizada pela dor com duração maior que 12 semanas e sem atribuição à uma etiologia/causa específica, representa 90% dos casos e muitas vezes está associada às lesões musculoesqueléticas, aos desequilíbrios na coluna lombar e à falta de estabilização dos músculos pélvicos. Estima-se que 80% a 90% das pessoas apresentam algum tipo de problema relacionado à coluna vertebral (Deyo e Phillips, 1996). Segundo Pereira (2001), a dor lombar é uma das 20 queixas mais frequentes no Brasil e é responsável por cerca de 15 em cada 100 consultas realizadas no nosso país. A prevalência aumenta significativamente com a idade e são fatores de risco para a lombalgia: a obesidade, o tabagismo e a inatividade física. Com o estilo de vida atual, as doenças não transmissíveis tendem a aumentar, isto porque induz o ciclo vicioso de inatividade física e dor (Hanson, Gluckman e Nutbeam, 2011). Nas pessoas sem relato de dor lombar a contração do músculo transverso do abdome ocorre antes de qualquer movimento - mecanismo conhecido como feedfoward ou pré ativação, esta contração ocorre aproximadamente 30 milissegundos antes de qualquer movimento (Hodges e Richardson, 1999), porém nos indivíduos com dor lombar, a contração do transverso do abdome está significativamente retardada, sendo necessária maior perturbação para iniciar sua ativação, resultando em um déficit de controle motor e estabilização muscular ineficiente da coluna vertebral (Hodges, 1999). Hides et al., (1994) demonstrou, por meio da ressonância magnética, que a contração do transverso do abdome melhora a estabilização da região lombopélvica. Como um dos principais fatores para dor lombar é a instabilidade lombopélvica, para manter a sua estabilidade é necessária a interação dos três subsistemas: > Passivo (vértebras, articulações, ligamentos e discos intervertebrais); > Ativo (músculos e tendões); e > Controle neural (receptores). PILATES NA DOR LOMBAR CRÔNICA A dor é um dos principais sintomas relacionados com os distúrbios músculoesquelético com difícil manejo clínico, pois é sentida individualmente (Bernaards et al., 2011), os exercícios físicos de flexibilidade e força são estratégias eficientes para o controle da dor lombar. Os exercícios que promovem a contração de músculos profundos, também conhecidos como estabilizadores primários do tronco, ou músculos locais — transverso do abdome e multífidos — têm demonstrado efeitos benéficos em indivíduos que sofrem de dor lombar inespecífica (Pereira et al., 2010). Por isso o método Pilates é comumente indicado para pessoas com dor lombar, onde o foco é a reativação de músculos estabilizadores do tronco de modo a aumentar a estabilidade da coluna, reduzindo a dor e a incapacidade desta população. Segundo Alice Becker, para melhorar a estabilidade lombosacral é preciso aumentar a mobilidade da coluna torácica em todos os planos (sagital, frontal e transversal) e também a mobilidade articulação do quadril (coxofemoral). Redmond et al., (2015) relataram que a dor na coluna lombar está intimamente conectada com as articulações sacroilíacas e dos quadris, tanto na função e anatomia, quanto na cinemática, por exemplo, uma inclinação lateral da coluna lombar, gera a abdução do quadril ipsilateral e adução do contralateral, estando estas articulações intimamente relacionadas. A frouxidão articular da sacroilíaca é uma causa de lombalgia e os exercícios de estabilização segmentar através da co-contração dos músculos transverso do abdome e multífidos, comumente ativos durante os exercíciosde Pilates têm mostrado um aumento da estabilidade lombopélvica desta articulação nos indivíduos com dor lombar crônica (Richardson et al., 2002). EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS NA DOR LOMBAR CRÔNICA O estudo de Rodrigues et al., publicado em 2014 avaliou os parâmetros do exercício físico na melhora das desordens musculoesqueléticas e concluiu que os exercícios de força com intensidade entre 70-85 % da resistência máxima (RM) realizados três vezes por semana, durante 20 minutos foram capazes de reduzir a dor musculoesquelética nos ombros, punhos, coluna cervical, torácica e lombar nos indivíduos com disfunção musculoesquelética, todavia, não houve consenso em relação a duração total do programa para melhorar os sintomas dolorosos. Patti et al., (2015) em sua revisão sistemática avaliaram os efeitos do método Pilates na dor lombar crônica inespecífica. Foram elegíveis 29 estudos e, estes concluíram que o Pilates reduziu a dor lombar, sendo mais efetivo quando comparado com os grupos controles. PILATES NAS PATOLOGIAS DA COLUNA VERTEBRAL 06 Natour et al., (2015) avaliaram o efeito dos exercícios de Pilates em 60 pacientes com dor lombar crônica inespecífica, após 45, 90 e 180 dias e concluíram que o Pilates melhorou a dor, a função e aumentou a qualidade de vida destes pacientes, além disso, este método não teve nenhum efeito prejudicial. O estudo de Lee et al., (2014), compararam o efeito do mat pilates e equipamentos na dor lombar crônica e no equilíbrio estático de 40 mulheres. Os exercícios foram realizados nos aparelhos de pilates (n=20) e no mat (n=20), 3x/semana, durante 50 minutos, pelo tempo total de 8 semanas. Os autores concluíram que o mat pilates foi mais efetivo na melhora da dor e no equilíbrio estático em comparação com os exercícios realizados com os equipamentos. A revisão sistemática com metanálise de Miyamoto et al., (2013) teve como objetivo avaliar a eficácia do método Pilates em indivíduos com dor lombar crônica não específica. Foram incluídos 8 artigos na revisão. Os autores sugeriram que o método Pilates foi mais eficaz do que a mínima intervenção para melhorar a dor e incapacidade a curto prazo. Na comparação dos exercícios do método Pilates com outros tipos de exercícios (Mckenzie, bicicleta ergométrica, alongamentos e exercícios resitidos) os resultados mostraram que são igualmente eficazes na melhora da dor. Outros estudos atuais listados abaixo também encontraram evidências de que Pilates foi efetivo na redução da dor lombar crônica e melhora da funcionalidade (Sullivan et al., 2012; La Touche, Escalante e Linares, 2008; Posadzki, Lizis e Hagner-Derengowska, 2011; Lim et al., 2011; Pereira, Obara e Dias, 2011; Aladro-Gonzalvo et al., 2013 e Wells et al., 2013). ESPONDILOLISTESE A espondilolistese é caracterizada pelo escorregamento anterior de um corpo vertebral sobre a vértebra subjacente, ocorre com maior frequência nos níveis vertebrais de L4-L5 e L5-S1, também pode ocorrer na coluna cervical com menor frequência. Suas causas podem ser má formação vertebral, traumática (mais rara) e a forma mais comum é a degenerativa, acometendo principalmente mulheres (6:1) acima de 40-50 anos. O grau de escorregamento é medido pela escala de Meyerding (Figura 6). Figura 6: Classificação da espondilolistese segundo de Meyerding > Grau I: 0-25% (acomete 75% dos pacientes) > Grau II: 25-50% (acomete 20% dos pacientes) > Grau III: 50-75% > Grau IV: 75-100% (Tratamento cirúrgico) Na espondilólise ocorre a fratura vertebral no istmo, esta lesão é comum durante os esportes que exigem a hiperextensão do tronco e rotação da coluna, causando o estresse por cisalhamento. Ambas patologias levam ao aumento da lordose lombar. A espondilólise pode ser evidenciada pelo RX oblíquo, conhecida também como fratura do cachorro Scottish Terrier (Figura 7). Figura 7: Fratura do istmo (espondilólise) O diagnóstico é realizado através do RX de perfil (plano sagital). Para evidenciar a fratura nos casos de espondilólise, é necessário o RX de perfil, ou exames mais complexos como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética (RM). A RM também avalia a compressão nervosa, onde a queixa comum do paciente é de dor lombar irradiada para os membros inferiores, similar ao padrão de discopatia irradiada. Nos casos mais graves de compressão da cauda equina, os sinais são de incontinência urinária e fecal e o sintoma de hipoestesia na região interna PILATES NAS PATOLOGIAS DA COLUNA VERTEBRAL 07 das coxas. Os pacientes acometidos com espondilolistese apresentam encurtamento da cadeia posterior. EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS NA ESPONDILOLISTESE O estudo de caso de Oliveira et al., (2013) avaliou os efeitos do método Pilates em um paciente com espondilolistese estável (grau II no segmento L4-L5). Foram mensuradas a força, a flexibilidade e a dor antes e após a intervenção com duração de 12 semanas e concluiu que o método Pilates foi eficiente no aumento da força da musculatura abdominal e de paravertebrais, melhorou a flexibilidade da cadeia posterior e diminuiu a dor na coluna lombar. O'Sullivan et al., (1997) demonstraram a diminuição dor e incapacidade em pacientes com o diagnóstico confirmado radiologicamente de espondilólise ou espondilolistese após a realização de exercícios de estabilização do sitema local. Assim os exercícios de Pilates são indicados para estes alunos, todavia, deve-se evitar o mecanismo de anteriorização e cisalhamento vertebral. O consenso publicado por Wells, Kolt, Marshall & Bialocerkowski, 2014 realizado com 30 fisioterapeutas australianos, teve 100% de consenso de que nas espondilolisteses instáveis deve ter precaução para realizar o método Pilates. Acrescento que na dúvida sobre a estabilidade da coluna do paciente, o instrutor de Pilates pode solicitar atestado médico autorizando a prática de exercício físico. OSTEOARTROSE (OA) NA COLUNA A osteoartrite, doença articular degenerativa, artrose ou osteoartrose (OA), é a doença reumática mais prevalente entre indivíduos com mais de 65 anos de idade. A OA uma doença articular crônico-degenerativa, multifatorial e que leva à incapacidade funcional. A OA se evidencia pelo desgaste da cartilagem das articulações sinoviais e é a doença que mais afeta as articulações que sustentam o peso corporal, estimasse que sua prevalência na coluna lombar seja de 40-85% da população. Estimasse que 33% das pessoas acima de 65 anos apresentam evidências radiológicas de OA, sua incidência aumenta com a idade e pelo excesso de peso corporal é mais predominante nas mulheres entre 40 e 50 anos e após a menopausa. No Brasil o número de pessoas acometidas com doenças articulares cresce 20% a cada ano. Cartilagem articular Embora a cartilagem articular contenha oito tipos de colágeno, o mais abundante é o colágeno tipo II. A cartilagem possui uma relativa capacidade de regeneração, todavia, extremamente baixa. A matriz extracelular é composta por 60% a 80% de água pela quantidade de proteoglicanos e 40% do seu peso seco é de colágeno tipo II. (Figuras 8 e 9) Figura 8: Propriedades da cartilagem articular Figura 9: Propriedades dos proteoglicanos Quando um peso é descarregado sobre a articulação, a força de compressão sobre a cartilagem articular libera água retida na matriz extracelular através dos proteoglicanos, composto de glicosaminoglicanas (GAGs): > Sulfato de condroitina > Sulfato de glicosamina > Sulfato de queratina > Ácido hialurônico Se a descarga de peso continua, as camadas inferiores da cartilagem com presença de colágeno asseguram a proteção contínua, conhecida como fase sólida da aceitação da carga. PILATES NAS PATOLOGIAS DA COLUNA VERTEBRAL 08 À medida que envelhecemos a cartilagem fica menos espessa e mais quebradiça, produzindo a degeneração da superfície articular. As alterações metabólicas são causadas pela síntese e secreção deenzimas que degradam a matriz e as células da cartilagem articular. A elevação das taxas enzimáticas leva à perda de proteoglicanos e colágeno tipo II, os proteoglicanos ativação de outras enzimas como a colagenase, que destrói o colágeno, sendo o principal fator de progressão da patologia (Figura 10). A cartilagem articular não apresenta inervação, mas o osso e ligamentos ao redor da articulação sim, por isso a dor aumenta conforme a progressão da doença. Figura 10: Etapas da degeneração da cartilagem articular A cicatrização da cartilagem articular depende da: > Profundidade da lesão > Maturidade da cartilagem e > Localização da lesão A OA é classificada de acordo com sua etiologia em primária ou secundária: > Primária ou Idiopática: em que a causa é inespecífica. Ela é a mais comum, têm forte relação com a obesidade e com o aumento da idade. > Secundária: é a artrose que ocorre após um trauma, lesão ligamentar ou meniscal do joelho, sequela de infecções ou outras doenças locais ou sistêmicas, como o lúpus, a artrite reumatóide, hemofilia e gota. Os sinais e sintomas da OA incluem dor articular profunda, limitação da amplitude de movimento, fraqueza e contratura muscular adjacente e perda da qualidade de vida, levando até a incapacidade física principalmente quando atinge articulações de descarga de peso. A crepitação pode ser palpável ou audivel a mobilização e pode acometer mais de uma articulação. Aumento de volume e de temperatura articular e hipotrofia muscular adjacente. No exame imaginológico é possível observar alteração da arquitetura articular, diminuição do espaço articular, formação de osteófitos, esclerose do osso subcondral (sensível ao desenvolvimento de microfraturas) e OA das articulações zigoapofisárias/facetas, nos exames de ressonância ou artroscopia evidencia a degradação da cartilagem e desgastes dos discos intervertebrais. A OA acomete as articulações vertebrais como o corpo vertebral e as zigoapofisárias ou facetas superiores e inferiores (Figura 11 e 12), geralmente incide em outras articulações como quadril e joelho. Figura 11: Deformidade da OA na coluna evidenciada no RX Figura 12: Articulação zigoapofisária com incidência de OA PILATES NAS PATOLOGIAS DA COLUNA VERTEBRAL 09 Durante os estágios iniciais da OA há maior mobilidade articular e instabilidade, à medida que surgem os osteófitos nas margens articulares dos corpos vertebrais e facetas ocorre a hipomobilidade. Quando o osteófito atinge o canal vertebral pode produzir sintomas neurológicos principalmente na extensão e inclinação de tronco. Os outros segmentos da coluna próximos a OA compensam com a hipermobilidade, a dor após longos períodos de repouso é o principal motivo de busca pelo movimento. Todavia em alguns pacientes o movimento em excesso também pode aumentar o sintoma doloroso. PILATES NA OA DA COLUNA A prática de exercícios físicos deve ser estimulada nos pacientes com OA, porém sob a orientação de um profissional habilitado. A avaliação pode ser feita através do questionário Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC). Os exercícios do Pilates é uma ferramenta essencial na gestão da dor e da rigidez articular da OA, o método atua no fortalecimento e alongamento muscular em torno da articulação da coluna diminuindo a compressão e o impacto nas vértebras. Na OA severa são contra-indicados exercícios de impacto como os saltos no reformer. Quando a doença estiver exacerbada, deve-se limitar os exercícios físicos a isometria e realizar o tratamento conservador com medidas analgésicas. Alunos iniciantes podem realizar exercícios isométricos em vários ângulos focado nos músculos estabilizadores e progredir para os exercícios isotônicos (concêntricos e excêntricos), realizados na amplitude livre de dor e atentar para moderada progressão tanto em carga quanto repetições, o feedback do aluno deve ser contínuo, para não exacerbar os sinais e sintomas. Alguns alunos sentirão dor se a velocidade for baixa, nestes casos, aumentar a velocidade e/ou diminuir a resistência. Exercícios de decoaptação articular devem ser realizados quando apropriados para o aluno. O instrutor de Pilates também pode realizar o aquecimento articular no mesmo exercício proposto diminuindo a carga nas primeiras repetições e em seguida aumentando-a. Na presença de dor articular e de edema ocorre inibição reflexa dos músculos estabilizadores e fraqueza por desuso levando ao suporte inadequado das articulações da coluna, aumentando a suscetibilidade aos traumas. Na OA o equilíbrio também fica comprometido em função dos impulsos sensoriais alterados ou diminuição dos fusos musculares. Treino de propriocepção deve ser realizado na amplitude livre de dor. Os pacientes devem ter consciência que a dor pode variar a cada dia, e costuma ser mais frequentes pela manhã. Caso os exercícios executados sejam inadequados para o aluno, este irá sentir aumento da dor entre 1-2h após o Pilates. O instrutor de Pilates pode orientar o aluno a fazer concomitante com o Pilates, a hidroterapia, isto porque a propriedade da água (empuxo) favorece a decoaptação articular e melhora a dor. EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS NA OA O estudo de Burr et al., (2012) ressaltou que a OA está relacionada às doenças cardiovasculares e que não há contraindicação absoluta para a prática de atividade física, contudo, há de se observar o estágio da doença, quando exacerbada evitar atividade intensa e saltos, nos diagnósticos recentes evitar atividades que exacebe o quadro e pacientes com a OA controlada e estável podem participar de uma variedade de atividade física. A revisão sistemática de Duarte et al., (2013) sobre OA e exercício físico selecionou 101 artigos no qual concluiu que o exercício é eficaz na melhora dos sintomas decorrentes da osteoartrose, porém, não há um consenso quanto aos parâmetros de aplicação, intensidade e duração de cada tipo de exercício. Todos os artigos selecionados relataram em seus resultados a melhora dos sintomas clínicos referentes à dor, à função e à mobilidade, isso possivelmente reflete na qualidade de vida dos indivíduos com OA. Goode, Carey & Jordan (2013) descreveram a fisiopatologia da OA da coluna, os autores encontraram correlação na diminuição do disco articular na OA associado com a dor lombar crônica e concluíram o estudo afirmando que os exercícios são indicados no tratamento na dor lombar causada por OA incluindo o alongamento e o yoga. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO NA OSTEOARTROSE Os suplementos condroprotetores orais como condroitina e glicosamina apresentam resultados na diminuição da dor, melhora da mobilidade e com poucos efeitos colaterais, mas não há consenso na literatura científica sobre a sua eficácia. Estas substâncias presentes na cartilagem articular saudável ajudam a manter a quantidade de água na matriz extracelular, à medida que a doença evolui, o paciente recorre a outros métodos para a analgesia. TRATAMENTO CIRÚRGICO DA OA DE COLUNA A cirurgia na osteoartrose da coluna só é indicada em último caso, quando as dores são incapacitantes, quando há comprometimento da parte neurológica e quando já foram tentados todos os tratamentos existentes sem sucesso. Cabe ressaltar que como qualquer outro procedimento cirúrgico os riscos de complicações como lesão nervosa ou medula, infecções e maior desgaste das vértebras adjacentes podem ocorrer. Artrodese: é feita uma fixação das vértebras que causam as dores através do uso de enxerto ósseo, hastes ou parafusos metálicos. Os movimentos no local serão limitados (Figura 13). PILATES NAS PATOLOGIAS DA COLUNA VERTEBRAL 10 Figura 13: Artrodese vertebral e RX com evidenciando a fixação vertebral. Laminectomia: Um procedimento no qual a lâmina da vértebra afetada é removida para alargar o canal espinal e criar mais espaço para os nervos da coluna vertebral (Figura 14). Figura14: Laminectomia OSTEOPOROSE NA COLUNA Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a osteoporose (OP) é uma doença caracterizada pela diminuição da massa óssea, deterioração da microarquitetura do tecido ósseo e aumento da fragilidade mecânica, tornando o osso suscetível a fraturas por traumas mínimos. Até a ocorrência de fraturas, esta doença é assintomática (Figura 15). O diagnóstico é determinado pela pontuação T de desintometria mineral óssea (DMO). A pontuação é um desvio- padrão acima ou abaixo de um valor de referência, conforme os critérios da OMS: > Normal: -1 ou acima > Osteopenia: -1,1 a -2,4 > Osteoporose: -2,5 ou menos A diminuição de um desvio-padrão representa uma perda de 10 a 12% da densidade mineral óssea. Figura 15: Tecido ósseo normal e com osteoporose A OP é classificada de acordo com a etiologia: Primária: os fatores de risco para a OP primária incluem pós-menopausa, história familiar, descendência caucasiana ou asiática, baixo peso corporal, inatividade física, dieta deficiente de cálcio e vitamina D e tabagismo. Secundária: é adquirida em decorrência de outras condições médicas como doenças gastrointestinais, hipertireoidismo, insuficiência renal crônica, consumo excessivo de álcool e medicamentos como corticóides. Os fatores de risco modifiáveis para a OP são: tabagismo, etilismo, baixa ingestão de cálcio e vitamina D, baixa exposição solar, sedentarismo, baixo índice de massa corpórea, corticoterapia e depressão. A OP pode também ser diagnosticada através do RX com achados de afinamento cortical, osteopenia, alterações nas trabéculas e fraturas (Figura 16). PILATES NAS PATOLOGIAS DA COLUNA VERTEBRAL 11 Figura 16: RX OP coluna O osso é um tecido em constante remodelamento, as células osteoclásticas são responsáveis pela reabsorção óssea e os osteoblastos pela síntese/formação óssea. Estas células normalmente estão em equilíbrio entre reabsorção e deposição, a partir da terceira década de vida há aumento da reabsorção óssea, principalmente nas mulheres após a menopausa causada pela diminuição do estrógeno. O estrogênio tem várias funções no tecido ósseo, como: aumentar a atividade dos osteoblastos, diminuir a ação dos osteoclastos e inibir a retirada de cálcio do organismo. Assim a terapia hormonal utilizando estrogênios tem sido utilizada para inibir a reabsorção óssea e prevenir a perda óssea em mulheres na pós-menopausa. Outros tratamentos medicamentosos serão abordados no tópico abaixo. As fraturas por osteoporose ocorrem com maior frequência no nível toracolombar no corpo vertebral anterior e ocorrem geralmente nas atividades de inclinação do tronco à frente. Ocorre o aumento da cifose torácica e lordose lombar em função do acunhamento das vértebras e fraqueza muscular (Figura 17). Os exercícios são baseados no limiar de dor do paciente ao movimento. Figura 17: Cifose torácica do idoso Indivíduos com OP apresentam redução da força e potência muscular, do equilíbrio estático, dinâmico e da coordenação, o que contribui para o aumento de quedas. O exercício físico é uma excelente estratégia de proteção à OP mantendo ou aumentando a densidade mineral óssea e, nos pacientes acometidos com a doença o exercício físico resitido reduz o efeito da perda da massa óssea. O treinamento muscular de resistência e de força induz a mudanças no metabolismo ósseo através da ativação dos osteoblastos, conhecido como efeito piezoelétrico*. Exercícios que visem aumentar a força muscular, melhorar a propriocepção e o equilíbrio corporal devem ser encorajados para a prevenção de quedas e fraturas nesta população. *Efeito piezoelétrico: propriedade de muitos materiais transformarem energia mecânica em corrente elétrica. Piezo no grego significa comprimir. A hidroxipatita é a porção inorgânica, sendo responsável pela piezeletricidade nos ossos. Essa atividade aumenta a deposição de cálcio local. As moléculas de colágeno, na porção orgânica, possuem condutores de carga que quando sofrem algum tipo de pressão acabam por se deslocar até a superfície, produzindo o efeito piezoelétrico no osso. Esse efeito atrai a ação osteoblástica, e aumenta a densidade mineral óssea, por ocorrer deposição de minerais na porção que está sofrendo pressão (Figura 18) Figura 18: Efeito piezoelétrico no tecido ósseo O estímulo mecânico do remodelamento ósseo pode ser adquirido mais frequentementes a partir de contrações da musculatura esquelética dos tipos concêntrica, excêntrica e isométrica, gerando tração no tecido ósseo ou compressão pelo impacto nas atividades como a caminhada. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA OP A combinação de cálcio e vitamina D é o tratamento básico para osteoporose. Estudos comprovam que a suplementação de vitamina D pode trazer benefícios adicionais, como o aumenta a força muscular, podendo assim, reduzir a chance de fraturas. Os bifosfonatos são os medicamentos mais comumente prescritos para o tratamento da osteoporose, fazem parte deste grupo o alendronato e risedronato, ambos ingeridos uma vez ao dia. Mais recentemente foi fabricado o bifosfanato PILATES NAS PATOLOGIAS DA COLUNA VERTEBRAL 12 injetável, o ácido zoledrônico. Foi comprovado que após 3 anos de uso destes medicamentos aumentam a DMO da coluna vertebral em 5%-8% e também reduzem as fraturas não vertebrais em 25% a 40%. Outro medicamento utilizado como spray nasal é a calcitonina, que atua como hormônio endógeno no receptor de calcitonina nos osteoclastos para diminuir sua atividade, a calcitonina tem pouco efeito na DMO da coluna vertebral (aumento de 1%-2%) e uma taxa de redução de 36% na incidência de fraturas vertebrais em mulheres com fraturas vertebrais pré-existentes. O uso do estrogênio no tratamento da osteoporose ainda é controverso, apesar da comprovação da diminuição de risco de fraturas, a longo prazo apresenta efeitos colaterais como o aumento do risco vascular e de câncer de mama. TRATAMENTO CIRÚRGICO NA OP DA COLUNA A vertebroplastia percutânea é um procedimento relativamente novo e minimamente invasivo para tratar as fraturas na coluna vertebral, cujo resultado melhora a dor e a capacidade funcional dos pacientes. É realizado a injeção do cimento acrílico (polimetilmetacrilato ou PMMA) no interior da vértebra, a cirurgia dura em torno de 2 a 3 horas, e o cimento ortopédico endurece em 30 minutos, o paciente recebe alta após algumas horas de repouso. A cirurgia não recupera a perda óssea decorrente da osteoporose, ela é realizada somente para estabilizar fraturas recentes e evitar o risco de fraturas adjacentes. Figura 19: Vertebroplastia PILATES NA OP Os idosos são frequentemente acometidos com a osteoporose, esta população procura o método Pilates por não se sentem inclusos na academias. O papel da atividade física nesta população, não é apenas de aumentar a massa óssea e muscular, mas também de melhorar fatores psicossociais, aumentar o bem-estar, a qualidade de vida e permirtir a independência. Apesar do método ser extremamente indicado para indivíduos com osteoporose, é muito importante que o instrutor evite exercícios que aumentem o risco de fraturas vertebrais e, dependendo do grau de osteoporose não realizar por exemplo, saltos no reformer. O repertório de exercícios deve ser adaptado para cada paciente e livre da amplitude de dor. A National Osteoporosis Foundation (NOF) recomenda exercícios com apoio de peso para prevenir a OP, porém não cita quais. Kisner & Colby recomendam que os exercícios devem ser de fortalecimento de 2 a 3x por semana com 8 a 10 repetições. Precauções devem ser tomadas com exercícios de flexão e rotação de tronco pois aumentam o risco de fraturas por compressão vertebral. Aumentar a intensidade dos exercícios resistidos progressivamente e na tolerância de dor do paciente. Exercícios de extensão e de estabilização da coluna podem ser feitos com segurança. Os pacientescom osteoporose podem executar com segurança uma variedade de atividades físicas aeróbicas e treinamento de resistência. Recomenda-se exercícios de apoio de peso, equilíbrio e fortalecimento para reduzir o risco de fraturas e quedas. EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS NA OP A revisão sistemática de Bonaiuti et al., 2002 com 18 ensaios clínicos randomizados com os descritores exercício físico e osteoporose em mulheres e concluíram que os exercícios resistidos e com apoio de peso, assim como a caminhada foram efetivos na melhora da densidade mineral óssea da coluna. Moura et al., (2012) compararam o efeito dos exercícios de força e mobilidade funcional (G1), alongamento, mobilidade articular e orientações (G2) em 36 participantes com baixa densidade mineral ássea e concluíram que ambas intervenções foram efetivas nos testes de sentar e levantar, caminhada de 6 minutos e teste do alcance funcional após 30 sessões de 50 minutos realizadas 2x por semana. Os autores também afirmam que programas de fortalecimento e estímulos proprioceptivos, bem como os alongamentos, são tidos como métodos comuns de intervenção, entretanto mais estudos necessitam comprovar os benefícios de formas de intervenção diversificadas. A revisão sistemática de Silva et al., (2014) sobre exercícios e aumento da DMO, concluíram com 15 artigos selecionados que há maior eficiência do protocolo de exercício com atividades de alto impacto e curto período de execução, com mais sessões durante a semana, para aumento da DMO do fêmur proximal (colo femoral e região intertrocantérica), sendo esses locais de grande incidência de fraturas por osteoporose. Em menor frequência, foi observado aumento da DMO na coluna lombar quando exercícios resistidos são incluídos ou cargas de impacto com maior intensidade são aplicadas. Portanto, para ganho generalizado da densidade mineral óssea parece que o ideal é associar o exercício de impacto aos exercícios resistidos, inclusive para maior proteção do tecido ósseo da coluna contra fraturas em idades mais avançadas. É importante que os exercícios sejam frequentes, variados, com direções diversificadas para maior exigência muscular e maior exposição de áreas de tecido ósseo às sobrecargas decorrentes de tensão muscular ou das forças de reação do solo. 13 Pilates nas Patologias da Coluna EXERCÍCIOS 14 Exercícios noMat EXERCÍCIOS NO MAT 15 Objetivos: Mobilizar e relaxar a coluna cervical. Instruções: Em sedestação com uma toalha enrolada ao redor da cervical, realizar rotações da cervical tocando uma maior área possível da toalha. Indicações: Cervicalgia. Dicas e cuidados especiais: A toalha deve ser grossa e dobrada na altura da coluna cervical. O aluno pode ser orientado a fazer em domicílio. 1. Mobilidade cervical EXERCÍCIOS NO MAT 16 Objetivos: Direcionar a expansão torácica e aumentar a mobilidade das costelas. Instruções: Em sedestação, MMII em flexão e rotação externa dos quadris, coluna neutra, inclinar o tronco, apoiar a mão ipsilateral na nuca e a outra mão apoiar nas últimas costelas do lado côncavo, realizar a respiração e progredir com o aumento do tempo respiratório. Indicações: Dor lombar crônica, alunos tensos, Padrão respiratório apical e Diferença de expansão entre o pulmão direito e esquerdo. Dicas e cuidados especiais: Permanecer com o crescimento axial durante os ciclos respiratórios e progredir com a resistência à medida que a capacidade respiratória aumentar. Erros mais comuns dos alunos: Inclinar apenas a coluna lombar ou cervical e perder a estabilidade escapular da mão que está na nuca. 2. Respiração direcionada no mermaid EXERCÍCIOS NO MAT 17 Objetivos: Aumentar a capacidade respiratória, melhorar a troca gasosa e ativar os músculos inspiratórios e expiratórios. Instruções: Em decúbito dorsal (DD) sobre o rolo com coluna neutra, com membros superiores (MMSS) e inferiores (MMII) apoiados no chão, flexão de joelhos a 90°, inspirar e expirar em diferentes tempos respiratórios e aumentar a progressão dos tempos, dando ênfase para a região costovertebral (bases pulmonares). Indicações: Alunos ansiosos, respiração superficial e alterações posturais. Contra-indicações: Alunos com disfunção de equilíbrio como labirintite. Dicas e cuidados especiais: Peça para o aluno sentar na borda mais próxima do rolo e deitar com apoios dos MMSS no chão. Progressões: Realizar alongamento de peitorais associado com a respiração; Círculos com os ombros e acrescentar acessório como a tonning ball; Mobilidade da coluna fragmentada: cervical, torácica e lombar. Erros mais comuns dos alunos: Hiperestender a cervical; Realizar a retroversão pélvica. Comentário do professor: Alunos que sentem desconforto ao deitar sobre o rolo, podem executar o exercício sobre o mat. 3. Respiração sobre o rolo 18 Exercícios na Step Chair EXERCÍCIOS NA CHAIR 19 Objetivos: Alongar o glúteo máximo e mobilizar o quadril e a coluna em flexão. Instruções: Em sedestação, atrás da chair, um MI apoiado no assento em flexão de joelho com rotação externa de quadril e mãos no pedal. Realizar a flexão do tronco com mobilização vertebral, descendo o pedal. Indicações: Dor lombar crônica e espondilolistese. Contra-indicações: Lesão como condromalácia patelar ou lesão meniscal. Dicas e cuidados especiais: Alinhar a pelve em neutra e flexionar o tronco a partir do crescimento axial. Erros mais comuns dos alunos: Flexionar o tronco em bloco e perder a estabilidade escapular. Comentário do professor: Pode ser realizado em ortostatismo e também no barrel. 1. Gluteus stretch EXERCÍCIOS NA CHAIR 20 Objetivos: Alongar a cadeia lateral e mobilizar a coluna em inclinação. Instruções: Ajoelhado de lado para a chair, com a mão no pedal, realizar a flexão lateral do tronco mantendo o alinhamento da coluna. Variação: Realizar a flexo-extensão de cotovelo que está no pedal. Indicações: Dor lombar crônica, osteoartrose e espondilolistese. Dicas e cuidados especiais: Pode colocar a faixa elástica sob os joelhos ou a tonning ball na mão oposta ao pedal. Erros mais comuns dos alunos: O aluno tende a flexionar os quadris durante a inclinação, solicitar contração de glúteos. 2. Mermaid ajoelhado EXERCÍCIOS NA CHAIR 21 Objetivos: Treinar a propriocepção e aumentar a força do powerhouse. Instruções: Ajoelhado sobre o assento da chair, com quadris alinhados com joelhos e mãos no pedal, realizar a descida do pedal mantendo a coluna neutra. Variação: na subida mobilizar a coluna em flexão ou extensão, atentar para as contra-indicações conforme as patologias da coluna. Indicações: Osteoartrose, dor lombar crônica e osteoporose. Erros mais comuns: Perder o alinhamento das cinturas pélvica e escapular. O aluno tende a flexionar os quadris. Comentário do professor:Atentar para a quantidade de molas, se muito forte o aluno não consegue descer o pedal e se muito leve, tende a se deslocar para frente. Para facilitar o exercício colocar a caixa de extensão da chair. 3. The cat EXERCÍCIOS NA CHAIR 22 Objetivos: Alongar a cadeia anterior e fortalecer a cadeia posterior. Instruções: Em decúbito ventral (DV) sobre o assento da chair, com as mãos no pedal, realizar a subida do pedal simultâneo com a extensão de tronco. Progressão: Realizar com o pedal dissociado. Indicações: Cervicalgia, osteoporose e osteartrose. Erros mais comuns dos alunos: Perder a estabilidade escapular; Diminuir a contração do powerhouse e sentir dor nos paravertebrais. Comentário do professor: Para facilitar o exercício colocar a caixa de extensão da chair ou bola suíça para apoiar os MMII. As mãos devem estar alinhadas com os ombros e pedal. 4. Swan 23 Exercícios no Ladder Barrel EXERCÍCIOS NO BARREL 24 1. Spine stretch Objetivos: Mobilizar a colunaem extensão e alongar a cadeia anterior. Instruções: Semi agachado de costas para o barrel, realizar a mobilização da coluna em extensão, apoiando toda a coluna sobre o barrel. Indicações: Dor lombar crônica e osteoporose. Dicas e cuidados especiais: Os alunos devem manter a ativação do powerhouse durante toda a execução do movimento, senão sentirão dor na lombar durante a execução. 25 2. Gluteos stretch Objetivos: Alongar o glúteo máximo. Instruções: Com o quadril em rotação externa e joelho flexionado a 90 graus sobre o barrel, disco de rotação sob o pé de apoio com um MI realizar rotação de tronco com o auxílio do disco de rotação. Indicações: Dor lombar crônica e espondilolistese. Dicas e cuidados especiais: Solicitar que o aluno rode o tronco com controle, mantendo o crescimento axial. Variações: A rotação pode ser realizada para os dois lados. Realizar a flexão de tronco com mobilização de coluna; Pode associar o alongamento de ísquiotibial e íliopsoas apenas rodando o disco. EXERCÍCIOS NO BARREL EXERCÍCIOS NO BARREL 26 3. Spine stretch Objetivos: Alongar a cadeia posterior e mobilizar a coluna em flexão. Instruções: Em sedestação sobre o barrel, segurando a tonning ball nas mãos com flexão de ombros a 90 graus e pés apoiados no espaldar mantendo a flexão de quadris a 90 graus, realizar a flexão do tronco levando os MMSS entre os MMII ou por fora. Indicações: Espondilolistese e dor lombar crônica. Dicas e cuidados especiais: Certifique-se que o aluno mobiliza a coluna em flexão. EXERCÍCIOS NO BARREL 27 4. Swan dive Objetivos: Mobilizar a coluna em extensão, alongar a cadeia anterior e fortalecer a cadeia posterior. Instruções: Em decúbito ventral apoiado sobre o barrel, com os ombros a 90 graus de flexão (MMSS voltados para o solo) e pés em rotação externa (V position ou first position) no primeiro degrau do espaldar, realizar a extensão de tronco com acompanhamento dos MMSS. Caso o aluno não sinta desconforto, realizar a hiperxtensão do tronco, flexionando os joelhos. Indicações: Cervicalgia, osteoporose e osteoartrose. Dicas e cuidados especiais: Solicite a ativação do powerhouse e glúteos neste decúbito. 28 Exercícios no Reformer EXERCÍCIOS NO REFORMER 29 1. Hamstring stretch Objetivos: Alongar a cadeia posterior em flexão e rotação de tronco e mobilizar a coluna em flexão. Instruções: Em pé de frente para o carrinho com a barra de pés abaixada, mãos na borda do carrinho, realizar a mobilização de tronco com flexão de quadris e retornar no cat. Variações: realizar a rotação de tronco com flexão, retirando um MS da borda do carrinho; Retornar no cat ou horse (mobilização da coluna em flexão ou extensão). Indicações: Espondilolistese, dor lombar crônica, osteoatrose e osteoporose. Contra-indicação: Lesão de ombros. Erros mais comuns dos alunos: Flexionar os joelhos, perder a estabilidade escapular e não mobilizar a coluna. EXERCÍCIOS NO REFORMER 30 2. Hamstring stretch com estabilidade de ombros Objetivos: Alongar a cadeia posterior. Mobilizar a coluna em torção e estabilizar a cintura escapular. Instruções: De lado do carrinho, com o MS mais próximo das ombreiras, empurrar o carrinho e puxar com o MS mais distal à ombreira, mantendo a estabilidade escapular, empurrar o carrinho realizando a torção de tronco. A coluna cervical pode permanecer em neutra ou rodar, acompanhando o movimento. Indicações: Cervicalgia, dor lombar crônica e espondilolistese. Erros mais comuns dos alunos: Perder a estabilidade pélvica. Comentário do professor: Pode ser realizado ajoelhado sobre a caixa do reformer. EXERCÍCIOS NO REFORMER 31 3. Gluteos stretch Objetivos: Alongar os glúteos e peitorais e manter a estabilidade escapular. Instruções: Sentado de frente para a barra de pés, apoiar o antepé na barra e apoiar o outro MI acima do joelho do que está na barra em flexão de joelho e quadril e rotação externa. Ombros em extensão com rotação externa com as mãos apoiadas no carrinho. Realizar a flexão e extensão de quadril e joelho para alongar o MI que está em rotação externa. Indicações: Espondilolistese e dor lombar crônica. Contra-indicações: Instabilidade de ombro acentuada e lesão de punhos. Erros mais comuns dos alunos: Perder o alinhamento pélvico e escapular Comentário do professor: Pode realizar a dorsiflexão de tornozelo enquanto o joelho está em extensão. Para alunos com lesão de punhos, apoiar os cotovelos. EXERCÍCIOS NO REFORMER 32 4. Running em sedestação Objetivos: Aumentar a estabilidade pélvica e de ombros; Fortalecer os MMII (tríceps sural, quadríceps e isquiotibiais). Instruções: Em sedestação com MMII apoiados na barra de pés, ombros em extensão com rotação externa com as mãos apoiadas no carrinho, realizar os footworks: running, toes e heels e V position. Indicações: Cervicalgia, espondilolistese, osteoartrose e osteoporose. Contra-indicações: Instabilidade de ombros e lesão de punhos. Erros mais comuns dos alunos: Perder a estabilidade pélvica e escapular. Comentário do professor: Pode associar o movimento com o stomach massage ou monkey. Alunos com lesão de punhos podem apoiar os cotovelos. Cuidado com movimento de báscula de pelve. EXERCÍCIOS NO REFORMER 33 5. Spine extension Objetivos: Mobilizar a coluna em extensão e alongar a cadeia anterior. Instruções: Em sedestação com os MMII em extensão, pés na barra de pés e mãos na nuca, ou em flexão de 90 graus de ombros, realizar a extensão de tronco com a overball ou meia lua na coluna torácica. Indicações: Dor lombar crônica, osteoporose e osteoartrose. Contra-indicações: Alunos com cervicalgia podem sentir desconforto na cervical durante a execução. Erros mais comuns dos alunos: Aproximar os cotovelos do tronco. Comentário do professor: Pode ser realizado sem as ombreiras, assim, o instrutor deverá elevar a cabeceira. 34 Exercícios no Cadillac EXERCÍCIOS NO CADILLAC 35 1. Abdominal com barra móvel Objetivos: Aumentar o crescimento axial através do feedback tátil e melhorar a força dos músculos abdominais sem dor na cervical. Instruções: Aluno em decúbito dorsal com barra móvel sob o occipital, cotovelos e ombros rodados externamente e MMMII apoiados no solo. Elevar suavemente a cervical do solo, inspirar em isometria e retornar à posição inicial. Depois realizar o abominal, mantendo o crescimento axial. Progredir retirando as molas da barra móvel. Indicações: Cervicalgia e alunos que referem dor durante os abdominais. Dicas e cuidados especiais: Para maior conforto do aluno, envolver a barra com toalha de rosto ou com antiderrapante. Orientar o aluno que a flexão parte do tronco, próximo ao osso esterno e não da cervical. Erros mais comuns: Não realizar o crescimento axial. EXERCÍCIOS NO CADILLAC 36 2. Teaser Objetivos: Fortalecer o powerhouse e os MMII. Instruções: Em sedestação de frente para a barra móvel com os pés apoiados no Cadillac, realizar a extensão de quadris em coluna neutra até o apoio da borda inferior das escápulas. Na subida do tronco, pode estender um joelho ou flexionar quadril com o joelho em extensão. Variações: Realizar com os MMII em cadeirinha/ table top (90 graus de quadris e joelhos), single leg stretch ou double leg stretch. As mãos podem ser supinadas ou pronadas. Indicações: Cervicalgia, dor lombar crônica, espondilolistese, osteoartrose e osteoporose. Dicas e cuidados especiais: Certifique-se que o aluno mantém a coluna neutra. Erros mais comuns: Elevar os ombros e tracionar a barra móvel em direção ao tronco. EXERCÍCIOS NO CADILLAC 37 3. Hamstring stretch with roller Objetivos: Alongar os ísquiotibiais e mobilizar a coluna em flexão. Instruções: Colocar o rolo sobre o Cadillac na posição transversal apoiado nas barras verticais, alunoem pé por fora do Cadillac, segura a barra móvel com punhos em pronação, MMII apoiados no rolo e realiza a flexão do tronco, mobilizando a coluna até a coluna neutra. Os ombros ficarão em flexão de 180°. Pode realizar a elevação e depressão escapular. Indicações: Dor lombar inespecífica e cervicalgia. Contra-indicações: Lesão do ombro como síndrome do impacto. Dicas e cuidados especiais: Observar se o aluno não compensa flexionando os joelhos. Para ficar com a pelve neutra, solicitar que afaste as tuberosidades isquiáticas. O professor pode ficar do mesmo lado da barra móvel, tracionando a barra móvel para aumentar o crescimento axial ou inclinando o tronco para alongar a cadeia lateral; Realizar em isometria. INSCREVA-SE AGORA - VAGAS LIMITADAS!INSCREVA-SE AGORA - VAGAS LIMITADAS! EXERCÍCIOS NO CADILLAC 38 4. Leg lowers Objetivos: Fortalecer os MMII e aumentar a ativação do powerhouse. Instruções: Em decúbito dorsal com o rolo sob a coluna, segurando as barras verticais, pode realizar flexo-extensão de MI em neutra, v position, bicycle, double leg e circles. Indicações: Osteoporose, osteoartrose, dor lombar crônica, espondilolistese e cervicalgia. Dicas e cuidados especiais: Peça para o aluno ativar o powerhouse ainda mais por causa da instabilidade do rolo. Erros mais comuns dos alunos: Perder a estabilidade pélvica. Comentários do professor: As mãos podem ficar apoiadas no Cadillac ou segurando as barras verticais. EXERCÍCIOS NO CADILLAC 39 5. Preparativo para o avião/airplane Objetivos: Mobilizar a coluna lombar em flexão e fortalecer os músculos flexores dos joelhos. Instruções: Aluno em decúbito dorsal sobre o Cadillac com MMSS ao lado do tronco (ou segurando nas barras verticais) e barra móvel na fossa poplítea, realizar a elevação da pelve até a coluna torácica, deixando as escápulas apoiadas no Cadillac ou as mãos apoiadas na barra fixa com os ombros em rotação externa. Indicações: Dor lombar crônica e espondiloliste. Contra-indicações: Cisto de Baker, lesão no joelho que impeça a flexão e cervicalgia. Dicas e cuidados especiais: Peça para o aluno ativar o powerhouse ainda mais por causa da instabilidade do rolo. Comentários do professor: Pedir para o aluno manter os joelhos flexionados durante todo o exercício. As molas precisam estar adequadas, se muito pesada, o aluno terá dificuldade de manter os joelhos em flexão, se muito leve, dificultará a elevação da pelve, lombar e torácica.
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