Buscar

Apostila OAB XXII Constitucional

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 91 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 91 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 91 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
1 
 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
2 
 
ÍNDICE 
 
1. Teoria Geral 3 
2. Constitucionalismo 7 
3. Controle de Constitucionalidade 10 
4. Poder Constituinte 30 
5. Normas Constitucionais no tempo 35 
6. Direitos Fundamentais 37 
7. Organização do Estado 65 
8. Separação dos Poderes 69 
 
 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
3 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Professora: Carolinne Brasil 
 
 
TEORIA GERAL 
 
NATUREZA: Ramo do Direito Público. 
 
CONCEITO: Direito Público fundamental que se diferencia dos demais ramos do direito 
pela natureza do seu objeto e pelos princípios peculiares que o informam. Destaca-se 
como ramo do direito público por ser fundamental à organização e funcionamento do 
Estado, à articulação dos elementos básicos do mesmo e ao estabelecimento das bases 
da estrutura política. Sendo assim, aponta, interpreta e sistematiza os princípios e 
normas fundamentais do Estado. 
SENTIDOS: 
1º) Sentido Sociológico: Ferdinand Lassale. A Constituição deve refletir os fatores reais 
de poder de uma determinada sociedade (em toda a sociedade há um conflito de 
interesses, de forças e a Constituição deve refletir quem comanda, o que o povo é, o 
que é a sociedade – se a Constituição refletir os fatores reais de poder, aí nós poderemos 
dar a ela o verdadeiro status de Constituição). 
2º) Sentido Político: Carl Schmitt. A Constituição é a decisão política fundamental de um 
povo. Constituição é a norma que estrutura o Estado e garante o rol de direitos 
fundamentais. Constituição é diferente de lei constitucional. Constituição são normas 
que envolvem a decisão política fundamental de um povo. As outras normas que estão 
na Constituição, mas não são essencialmente leis constitucionais, não são Constituição. 
3º) Sentido Jurídico: Hans Kelsen. Direito está contido dentro de uma pirâmide: quanto 
mais em cima a norma estiver, mais ela vale. Constituição é a norma jurídica do mais 
alto grau hierárquico. Temos a CF, as leis (LO, LC, LD, MP, Res., Decreto Legislativo), 
Regulamentos (valem menos que a lei – Decreto, Portaria, Circular, Instrução Normativa, 
Ordem de Serviço, etc.). 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
4 
 
 
CONSTITUIÇÃO: 
 
CONCEITO: Constituição, juridicamente, significa a Lei Suprema e Fundamental do 
Estado, responsável por estabelecer o conteúdo das normas sobre a estruturação do 
Estado, a formação dos poderes políticos, a forma de governo e aquisição do poder de 
governar, a distribuição de competências, os direitos, deveres e garantias dos cidadãos. 
 
OBJETO: estabelecer a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos, modo de 
aquisição e exercício do poder, limites da sua atuação, assegurar direitos e garantias 
individuais, fixar o regime político, disciplinar os fins sócio-econômicos do Estado. 
CLASSIFICAÇÃO: 
1- Quanto à origem 
a) Outorgadas: é uma Constituição imposta. Não é discutida, não é debatida. 
Exemplos: Constituição da China, de Cuba, da República Islâmica do Irã. 
b) Promulgadas: é uma Constituição fruto de debate de discussão. Exemplo: CF/88 
(teve dois anos de debates). 
c) Cesaristas ou Plebiscitárias: é uma Constituição aprovada diretamente pelo povo 
por meio de um referendo. 
2- Quanto à mutabilidade/alterabilidade/estabilidade/flexibilidade (grau de dificuldade 
para mudar o texto constitucional) 
a) Rígidas: a mudança do texto constitucional exige procedimento mais rigoroso que o 
das leis. 
b) Flexíveis: o procedimento para mudança da Constituição é igual ao das leis. 
c) Semirrígidas/Semiflexíveis: há uma parte rígida e uma parte flexível. 
d) Imutáveis 
e) Superrígida: há uma parte que não pode ser alterada e uma parte que necessita de 
procedimento mais rigoroso para mudança do texto. 
Constituição Plástica: há duas definições. 
Para o professor Pinto Ferreira, constituição plástica é a Constituição flexível. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
5 
 
Para o professor Raul Machado Horta, Constituição plástica é aquela que tem 
capacidade de se adaptar ao futuro sem necessidade de emenda constitucional. É uma 
Constituição Principiológica. Esse conceito é o preferido pelas Bancas Examinadoras. 
Exemplo: Constituição norte-americana. 
3- Quanto à forma (escrita/não escrita) 
a) Escritas: é um pacote fechado, editada em um determinado momento. 
b) Não-escritas: é formada pelos costumes, pela história do país. Tudo começou com a 
Magna Carta, de 1.215, feita pelo Rei João Sem Terra. Até hoje os direitos previstos 
nesse documento são reconhecidos como constitucionais pela Inglaterra. Também é 
conhecida como Constituição histórica, costumeira ou consuetudinária. 
3- Quanto ao modo de elaboração (dogmática/histórica) 
a) Constituição dogmática: são escritas, elaboradas por um órgão constituinte em um 
dado momento segundo idéias fundamentais da teoria política reinantes nesse 
momento. São momentâneas e, portanto, mais instáveis. 
b) Constituição histórica (costumeira ou consuetudinária): surge da lenta e contínua 
produção histórica. Resulta do amadurecimento e consolidação de valores da sociedade 
e, portanto, são mais estáveis. 
4- Quanto ao conteúdo: material e formal 
a) Constituição material (substancial): são constitucionais as normas essencialmente 
constitucionais, não importa se integram ou não o texto da Constituição escrita. 
b) Constituição formal: leva em conta o processo de elaboração da norma, ou seja, são 
constitucionais todas as normas que estejam na Constituição escrita e que tenham sido 
elaboradas por um processo legislativo especial, independente do assunto tratado. 
 
5- Quanto à extensão: analíticas e sintéticas 
a) Constituição analítica: regulamentam todos os assuntos relevantes à formação, 
funcionamento e destinação do Estado. (Ex: Constituição de 1988). 
b) Constituição sintética: estabelecem apenas os princípios e normas gerais de regência 
do Estado. (Ex: Constituição Americana). 
 
6- Quanto à finalidade: constituição-dirigente e constituição-garantia 
a) Constituição-dirigente: é analítica, regulamenta em seu texto programas, planos e 
diretrizes para a atuação futura dos órgãos estatais. Sendo assim, o legislador dirige a 
atuação futura dos órgãos estatais através de normas programáticas. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
6 
 
OBS.: A norma programática, mesmo quando não complementada por legislação 
infraconstitucional para que tenha eficácia plena, possui eficácia negativa, pois: 
a) revoga as normas anteriores em sentido contrário. 
b) veda a edição de leis posteriores em sentido contrário. 
c) fonte de interpretação. 
 
b) Constituição-garantia (negativa): é sintética, construtora de liberdade-negativa ou 
liberdade-impedimento imposta ao Estado. Preocupação com a limitação dos poderes 
estatais por meio da fixação de garantias individuais perante o Estado. 
 
8- Quanto à correspondência com a realidade: normativas, nominativas e semânticas 
(elaborada por Karl Loewenstein) 
a) Constituições normativas: estão em consonância com a vida do Estado. Conseguem 
efetivamente regular a vida política do Estado. 
b) Constituições nominativas: não conseguem efetivamente cumprir o papel de regular 
a vida política do Estado, apesar de elaboradas com este intuito. 
c) Constituiçõessemânticas: desde a sua elaboração não têm o objetivo de regular a 
vida política do Estado. Limitam-se a dar legitimidade formal aos atuais detentores do 
poder. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: 
 
A Constituição Federal de 1988 é classificada como: escrita, promulgada, dogmática, 
rígida (ou superrígida), formal, analítica, dirigente e nominativa. 
EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS 
CONSTITUCIONAIS (Professor José Afonso da Silva) 
 
a) NORMAS DE EFICÁCIA PLENA: Desde a sua entrada em vigor, a CF produz ou tem 
possibilidade de produzir todos os seus efeitos essenciais. São autoaplicáveis e de 
incidência imediata e direta. Ex: Art. 1º e 2º, Remédios Constitucionais. 
 
b) NORMAS DE EFICÁCIA CONTIDA: A CF regulou suficientemente a matéria, mas deixou 
margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público, 
nos termos em que a lei estabelecer. Ex: Art. 5º, XIII, Art. 93, IX. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
7 
 
 
c) NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA: Carecem de regulamentação para efetivamente 
tornarem-se aplicáveis. Somente incidem totalmente sobre os interesses regulados após 
a normatividade posterior que lhes dê aplicabilidade. Dividem-se em: 
- Programáticas: traçam preceitos a serem cumpridos pelo Poder Público, como 
programa de atividades a serem por ele desenvolvidas. Ex: Art. 21, IX, 23, 205, 211, 215. 
- Institutivas ou Organizatórias: normas que visam organizar determinadas funções, 
estabelecidas pelo Poder Público. Ex: Art. 134, § 1°. 
 
 
CONSTITUCIONALISMO 
 
CONCEITO: 
1º Sentido (sentido amplo): está associado à existência de uma Constituição em um 
Estado. 
Segundo este conceito, não existe Estado sem Constituição. 
Este conceito não é o mais utilizado. 
2º Sentido (sentido estrito): está relacionado a duas ideias básicas: 
 Garantia dos direitos 
 Limitação do poder 
Neste sentido o constitucionalismo se contrapõe ao absolutismo. 
 
FASES DE EVOLUÇÃO: 
 
1º Fase - CONSTITUCIONALISMO ANTIGO 
Começa na antiguidade e vai até aproximadamente ao final do século XVIII. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
8 
 
Característica: Constituições consuetudinárias (baseadas essencialmente nos costumes, 
não eram escritas). Existiam documentos escritos, mas não formalizados como 
conhecemos hoje. 
Segundo a doutrina, a 1ª experiência constitucional foi o Estado dos hebreus. Embora 
não tivessem uma constituição escrita, seus dogmas religiosos limitavam não apenas os 
súditos, mas também os soberanos (limitação do poder). 
Grécia, Roma e Inglaterra foram os seguintes Estados a terem experiências 
constitucionais. 
 
2ª Fase – CONSTITUCIONALISMO MODERNO 
Começa no século XVII e vai até o fim da 2ª Guerra Mundial. 
Característica: surgem as Constituições escritas e formais. 
As revoluções liberais foram as responsáveis por essa mudança de paradigma 
(Revolução Francesca, Revolução Inglesa). 
 
Constitucionalismo Clássico ou Liberal: começa com as revoluções liberais e vai até o fim 
da 1ª Guerra Mundial. 
Foi marcado pela experiência norte-americana (EUA), que trouxe grandes contribuições 
para o Direito Constitucional, dentre elas: 
- Criação da 1ª Constituição escrita, formal, rígida, e dotada de supremacia formal (ano 
de 1787); 
- Surge também o controle judicial de constitucionalidade (ano de 1803), tendo como 
parâmetro uma Constituição escrita; 
- Consagração da separação de poderes, do federalismo e criação do sistema 
presidencialista. 
Foi marcada também pela experiência francesa (1789), como: 
- 1ª Constituição escrita da Europa; 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
9 
 
- Constituição prolixa. 
 
- 1ª dimensão dos direitos fundamentais (liberdade) Direitos Civis 
 Direitos Políticos 
 
 
Constitucionalismo Social: fim da 1ª Guerra Mundial até o fim da 2ª (período entre 
guerras). 
Marcado pela Constituição mexicana (1917) e pela Constituição de Weimar (Alemanha 
- 1919). 
Além dos direitos de dimensão ligados à liberdade, passaram a incorporar também 
direitos ligados à igualdade material. 
Igualdade Material: voltados à redução das desigualdades fáticas existentes. 
- 2ª dimensão dos direitos fundamentais (igualdade) Direito Sociais 
D. Econômicos 
D. Culturais 
São direitos prestacionais, que exigem do Estado prestações positivas (status positivo). 
 
3ª fase – CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO 
Começa a partir da 2ª Guerra Mundial e dura até os dias de hoje. 
Esta fase também é denominada de Neoconstitucionalismo. 
Características: 
- Reconhecimento definitivo da força normativa da Constituição (influência da 
experiência inglesa); 
- Rematerialização das Constituições (influência da experiência francesa); 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
10 
 
- Centralidade das Constituições e dos direitos fundamentais, está relacionado ao 
fenômeno da “Constitucionalização do Direito”, que pode ser especificado em 3 
aspectos: consagração de normas de outros ramos na Constituição, eficácia horizontal 
dos direitos fundamentais e interpretação conforme a Constituição (filtragem 
constitucional); 
- Fortalecimento da jurisdição constitucional e do Poder Judiciário (judicialização da 
política e das relações sociais). 
 
3ª dimensão: (fraternidade ou solidariedade) 
ao meio ambiente; 
de autodeterminação dos povos; 
de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade; 
de comunicação. 
 
Outros autores elencam também outros direitos, como por exemplo, direito do 
consumidor, direito de idosos e direito de crianças. 
 
4ª dimensão Direito à Democracia (direta) 
Direito à Informação 
Pluralismo 
 
Democracia Direta é caracterizada pelo plebiscito, referendo e iniciativa popular. O 
sufrágio universal também passa a ser contemplado pelas Constituições de uma forma 
mais ampla. 
Direito à informação: engloba o direito a informar (art. 200 a 224), direito a SE informar 
(art. 5º, inciso XIV), e direito a ser informado (art. 5º, inciso XXXIII e Lei 12.527/11). 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
11 
 
Pluralismo: Art. 1º, inciso V, é um dos fundamentos do Estado brasileiro. Não é só 
pluralismo político partidário, mas também as concepções religiosas, a pluralidade 
artística, cultural, de orientação sexual e todas as demais. 
Alguns autores incluem nos Direitos de 4ª dimensão os direitos relacionados à 
Biotecnologia, a Bioengenharia, e o direito à identificação genética do indivíduo. 
- 5ª dimensão direito à paz 
A paz é um axioma da democracia participativa, o supremo direito da humanidade. 
Era considerado de 3ª dimensão, porém, alguns doutrinadores o colocam como 5ª 
dimensão por ser um objetivo ainda não alcançado, e assim incentivar sua busca. 
 
TEORIA GERAL DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
1- SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO Material 
 Formal 
 
Supremacia MATERIAL: Consiste em uma superioridade inerente aos conteúdos 
tradicionalmente consagrados nos textos constitucionais. 
 
 
 
Temas típicos de uma CF - Direitos fundamentais- Estrutura do Estado 
 - Organização dos Poderes 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
12 
 
É um atributo presente em todas as Constituições. Qualquer Constituição, para assim o 
ser, precisa ter esses temas. Por isso ela tem supremacia material, pois estes assuntos a 
fazem superior às demais leis. 
 
Supremacia FORMAL: É a supremacia mais importante para o Controle de 
Constitucionalidade. Não está presente em todas as Constituições. A supremacia formal 
é um atributo exclusivo das Constituições rígidas. 
O que caracteriza uma Constituição rígida é o processo mais solene para alteração de 
suas normas. 
2- PARÂMETRO PARA O CONTROLE (Normas de Referência) 
 
A CF/88 é dividida em 3 partes Preâmbulo 
Parte permanente 
ADCT 
 
Das 3 partes, a única que não tem caráter normativo é o Preâmbulo. 
Também servem como parâmetro os Princípios implícitos. 
Após a EC nº45/04, passou-se a admitir os Tratados e Convenções Internacionais de 
Direitos Humanos como parâmetro também, desde que seja aprovado por 3/5 e em 
dois turnos de votação. 
BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE: expressão cunhada por Louis Favoreu para fazer 
referência às normas com status constitucional. 
 
3- FORMAS DE INSCONSTITUCIONALIDADE 
 
3.1 - Quanto ao tipo de conduta praticada pelo Poder Público: 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
13 
 
-Ação 
-Omissão 
 
Inconstitucionalidade POR AÇÃO: ocorre quando são praticadas condutas incompatíveis 
com o parâmetro constitucional. 
 
Inconstitucionalidade POR OMISSÃO: ocorre quando os poderes públicos deixam de 
praticar uma conduta exigida pela CF. 
3.2- Quanto à norma constitucional ofendida: 
 
- Inconstitucionalidade Formal Propriamente Dita (subj. e obj.) 
 (ou Nomodinâmica) Orgânica 
 Violação a pressupostos objetivos 
 
- Inconstitucionalidade Material 
(ou Nomoestática) 
 
 
Inconstitucionalidade FORMAL PROPRIAMENTE DITA: ocorre quando há violação de 
norma constitucional referente ao processo legislativo. 
Pode ser subjetiva ou objetiva. 
A inconstitucionalidade formal propriamente dita SUBJETIVA é relacionada ao sujeito 
competente para iniciar o processo legislativo. 
A inconstitucionalidade formal propriamente dita OBJETIVA se refere às demais fases do 
processo legislativo. 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
14 
 
Inconstitucionalidade FORMAL ORGÂNICA: Relacionada ao órgão competente. É aquela 
que ocorre quando há violação de norma que estabelece o órgão com competência para 
legislar sobre a matéria. 
 
Inconstitucionalidade FORMAL POR VIOLAÇÃO A PRESSUPOSTOS OBJETIVOS: é quando 
há violação a pressuposto objetivo descrito na Constituição. 
 
Inconstitucionalidade MATERIAL: é aquela que ocorre quando há violação de uma 
norma constitucional de fundo (norma que estabelece direitos e deveres). 
 
3.3- Quanto à extensão: 
- Total 
- Parcial 
Inconstitucionalidade TOTAL: é aquela que ocorre quando o vício atinge toda a lei ou 
todo o dispositivo. 
Inconstitucionalidade PARCIAL: é aquela que atinge apenas uma parte de determinada 
lei ou dispositivo. 
 
Veto Parcial ≠ Declaração de inconstitucionalidade parcial 
 
Veto Parcial: só pode incidir sobre texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea, 
não pode vetar apenas uma palavra ou expressão. 
 
Declaração de Inconstitucionalidade Parcial: pode atingir uma palavra ou expressão. 
Porém, a palavra ou expressão atingida deve ser autônoma, para que não se altere o 
sentido da norma. 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
15 
 
4- FORMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
4.1 – Quanto à natureza do órgão: 
- Jurisdicional 
- Político 
Controle JURISDICIONAL: É o controle feito por órgãos do Poder Judiciário. 
Controle POLÍTICO: É aquele feito por órgãos sem poder jurisdicional. 
 
 Jurisdicional 
 Sistemas Político 
 Misto 
 
Sistema Jurisdicional: aquele em que o controle de constitucionalidade é feito 
precipuamente pelo Poder Judiciário. 
Sistema Político: é aquele em que o controle de constitucionalidade não é feito pelo 
Poder Judiciário. 
Sistema Misto: tem tanto o controle jurisdicional quanto o controle político; os dois tipos 
de controle são conjugados. 
 
4.2- Quanto ao momento em que ocorre o controle 
- Preventivo 
- Repressivo 
Controle PREVENTIVO: é feito durante o processo legislativo (antes da promulgação de 
uma lei ou emenda) com a função de evitar uma lesão à CF. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
16 
 
Controle REPRESSIVO: é aquele que acontece depois que o projeto de lei se transformou 
em lei. 
 
4.3 – Quanto à competência jurisdicional 
- Difuso 
- Concentrado 
Controle DIFUSO (sistema norte-americano de controle): é aquele que pode ser 
exercido por qualquer juiz ou tribunal. 
Controle CONCENTRADO (controle reservado ou sistema austríaco ou sistema 
europeu): é aquele cuja competência para o seu exercício é atribuída apenas a um órgão 
do Poder Judiciário. 
 
4.4 – Quanto à finalidade do controle jurisdicional 
- Concreto / Incidental / Por via de defesa/ Por via de exceção 
-Abstrato / Em tese / Principal / Por via de ação / Por via direta 
 
Controle CONCRETO: Aquele que tem por objetivo principal a proteção de direitos 
subjetivos. A inconstitucionalidade é uma questão discutida apenas de forma incidental. 
O juiz afasta incidentalmente a lei. 
Controle ABSTRATO: é aquele que tem por objetivo principal assegurar a supremacia da 
CF e proteger a ordem constitucional objetiva. É abstrato porque a analise que é feita 
pelo tribunal nesses casos, é uma análise “em tese”, e não no caso concreto. O Tribunal 
vai analisar se a lei ou ato normativo é compatível ou não com a CF, não vai analisar o 
caso concreto. 
Ações de controle abstrato (no Brasil): ADI, ADC, ADPF, ADO. 
 
Aqui, a pretensão é deduzida em juízo da seguinte forma: 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
17 
 
Controle Concreto: Processo Constitucional Subjetivo (protege os direitos subjetivos); 
Controle Abstrato: Processo Constitucional Objetivo (protege a ordem constitucional 
objetiva). 
 
5- CONTROLE CONCENTRADO 
 
O controle concentrado é assim denominado pelo fato de a sua legitimidade se 
concentrar no STF. 
 
5.1 – INTRODUÇÃO 
 
ADI/ADC 
Tanto a ADI quanto a ADC estão previstas no art. 102, I, a. 
 
Estas ações tem caráter dúplice ou ambivalente (art. 24, Lei 9868/99). 
 
Pressuposto da ADC: existência de controvérsia judicial relevante (art. 14, III). 
 
ADPF 
 
É regulamentada pela Lei 9882/99. 
Pressuposto da ADPF: é de caráter subsidiário (art. 4, §1º, Lei 9882/99). 
 
5.2 - FUNGIBILIDADE 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
18 
 
ADI x ADO 
ADPF x ADI 
 
5.3 – ASPECTOS COMUNS 
 
 Não admitem desistência (Lei 9868/99, art. 5º), assistência (regimento interno do STF) 
e nem intervenção de terceiros (Lei 9868/99, art. 7º). 
Não se admite desistência e assistência porque a ação se refere à proteção da 
supremacia da CF, e não de direito particular. 
No caso da intervenção de terceiros,alguns autores entendem que a figura do “amicus 
curia” seria uma exceção à inadmissibilidade de intervenção de terceiros (Lei 9868/99, 
art. 7º, §2º). 
 A causa de pedir é aberta, ou seja, abrange qualquer norma formalmente 
constitucional, independentemente da que tenha sido invocada como parâmetro pelo 
legitimado que propôs a ação. 
 
EXCEÇÃO: quando o pedido versa apenas sobre a inconstitucionalidade formal, o STF 
fica impossibilitado de analisar a inconstitucionalidade material. Ou seja, não pode dizer 
que o conteúdo da lei é incompatível com o conteúdo da CF. Este caso é uma exceção à 
“causa de pedir aberta” (este entendimento do STF está na ADI 2182). 
 
 Só haverá conexão entre as ações quando o objeto for o mesmo. 
 
 É necessário que ocorra provocação em relação ao objeto, salvo nos casos de 
inconstitucionalidade por arrastamento ou por atração. Pois na ADI e ADC aplica-se o 
Princípio da adstrição ao pedido – constitucionalidade/inconstitucionalidade. Já na 
ADPF será diferente, pois nela se requer a argüição de descumprimento de preceito 
fundamental, e não da CF. 
PRECEITO FUNDAMENTAL: (José Afonso da Silva) são aquelas normas imprescindíveis à 
identidade e ao regime adotada pela Constituição. 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
19 
 
OBS.: a inconstitucionalidade por arrastamento ou por atração é uma técnica de decisão 
judicial que pode ser utilizada quando há uma relação de interdependência entre o 
dispositivo impugnado e um outro dispositivo do mesmo diploma legal (ADI 4451-MC-
Ref.). 
 
OBS.: a inconstitucionalidade por arrastamento pode ser utilizada também entre 
diplomas normativos diversos, desde que haja uma interdependência entre eles (Ex.: 
uma lei e o decreto que regulamente essa lei). ( 1-F - ADIN declara incons § 12 art. 100 
precatorios) 
 
 A decisão de mérito é irrecorrível, salvo Embargos de Declaração. Não cabe, também, 
Ação Rescisória (Lei 9868/99, art. 26 e Lei 9882/99, art. 12). 
 
5.4 – LEGITIMIDADE ATIVA 
A legitimidade é a mesma para ADI/ADC/ADPF (art. 103 CF) 
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação 
declaratória de constitucionalidade: 
 I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do 
Distrito Federal; 
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
 
 
Legitimados ATIVOS UNIVERSAIS 
ESPECIAIS (são aqueles que precisam demonstrar a 
existência de pertinência temática entre o objeto 
impugnado e o interesse que eles representam) 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
20 
 
 
Numerus clausus (rol fechado). 
 
 
Poder 
Executivo 
Poder Legislativo MP OUTROS 
Legitimados 
ATIVOS 
UNIVERSAIS 
(União) 
Presidente da 
República 
Mesa da CD e SF PGR 
OAB (Conselho 
Federal) 
Partido político 
(CN) 
Legitimados 
ATIVOS ESPECIAIS 
(Estado) 
Governador 
(estadual e DF) 
 
 
Mesa da AL e CL 
 
 
 
 
 
E.C. (a. n.) e CS. 
 
 
Governador: vice-governador não pode. 
 
Partido Político: A representação no CN deve ser no momento da propositura da ação. 
 
Entidade de Classe: a entidade de classe deve ser representativa de apenas uma 
determinada atividade ou categoria social, profissional ou econômica. 
 
ÂMBITO NACIONAL: as entidades de classe devem estar presentes em pelo menos 1/3 
dos Estados brasileiros (9 Estados ). 
Exceção: quando houver uma relevância nacional na atividade exercida pelos 
associados. 
STF: admite a legitimidade de associações formadas por pessoas jurídicas (“associação 
de associações”). 
 
Não tem capacidade postulatória: Partido Político, Entidades de Classe de âmbito 
nacional e Confederações Sindicais. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
21 
 
São os únicos legitimados que precisam de advogado para propor a ação. 
 
5.5 – PARÂMETRO (ou norma de referência) 
ADI e ADC: qualquer norma formalmente constitucional, inclusive os atos decorrentes 
do art. 5º, § 3º, CF (preâmbulo não conta, pois não tem caráter normativo). 
ADPF: Só preceitos fundamentais da CF servem como parâmetro. 
 PRECEITO FUNDAMENTAL: são aquelas normas imprescindíveis à identidade e ao 
regime adotado pela CF. 
 
5.6 – OBJETO 
 
NATUREZA DO OBJETO 
Natureza do objeto da ADI/ADC: 
Lei ou ato normativo (Art. 102, I, a CF). 
Qualquer lei, inclusive de efeito concreto. 
O ato normativo tem que ser geral e abstrato (se ele não for geral e abstrato, ele não 
teria a natureza de ato normativo, mas sim de ato administrativo, que tem destinatário 
certo e objeto determinado). 
OBS.: a violação da CF tem que ser direta. 
 
Não se admite como objeto de ADI/ADC: 
1 - Atos tipicamente regulamentares; 
2 – Normas constitucionais originárias (pois é afastada pelo Principio da Unidade da CF); 
3 – Lei ou norma de efeitos concretos já exauridos; 
4 – Lei com eficácia suspensa pelo Senado; 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
22 
 
5 – Leis ou atos normativos já revogados; 
Exceção: quando houver fraude processual. 
6 – Leis temporárias após o exaurimento de seus efeitos. 
 
Natureza do objeto da ADPF: 
Qualquer ato do Poder Público (art. 1 Lei 8982/99) 
 
Não podem ser objeto de ADPF: 
1 - Atos tipicamente regulamentares: não esta violando diretamente a CF, mas sim uma 
lei. Isso seria uma violação indireta da CF, e, portanto, não é objeto admitido em 
ADI/ADC/ADPF. 
2 – Súmulas comuns: a súmula não vinculante é apenas um entendimento sintetizado 
do que vem sendo adotado por um Tribunal. Então, se o Tribunal passa a modificar seu 
entendimento, ele não precisa de uma ADPF para derrubá-la, basta simplesmente 
revogar a súmula. 
3 – Súmulas vinculantes: existe na Lei um procedimento especifico para cancelamento 
ou revisão de sumula vinculante, com isso o caráter subsidiário da ADP (outro meio 
igualmente eficaz) não é atendido. 
4 – PEC: não é admitida a PROPOSTA de emenda constitucional como objeto de ADPF, 
pois a proposta não é um ato pronto e acabado, é um ato em formação. É um ato que 
só irá se completar se, e, quando aprovado. Então não é considerado ato público. 
 
 Leis já revogadas: 
ADPF 33 – Gilmar Mendes admitiu como objeto de ADPF leis já revogadas. 
ADPF 49 – Menezes Direito não admitiu. 
O CESPE considerou que leis revogadas podem ser objeto de ADPF. 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
23 
 
5.7 ASPECTO TEMPORAL DO OBJETO 
 
ADC/ADI: o objeto sempre tem que ter sido produzido após o parâmetro constitucional. 
Não são admitidos atos normativos ou leis anteriores à CF/88. 
ADPF: a lei admite ato do poder público, inclusive leis e atos normativos, anteriores ou 
posteriores ao parâmetro. 
 O descumprimento é mais amplo que a inconstitucionalidade. 
 
5.8 ASPECTO ESPACIAL DO OBJETO 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo 
federal ou estadual e a ação declaratóriade constitucionalidade de 
lei ou ato normativo federal; 
(...). 
 
 
Art. 1º. Parágrafo único. Caberá também argüição de 
descumprimento de preceito fundamental: 
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional 
sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos 
os anteriores à Constituição; 
(...). 
 
 
 LEIS E ATOS NORMATIVOS DO DF: Nem a lei e nem a CF tratam do tema. As leis e 
atos normativos do DF têm dupla competência, pois o DF exerce competência de Estado 
e de Município. No caso da ADC, não pode. No caso da ADPF, pode, já que trata de atos 
de competência estadual e municipal. A grande questão é em relação a ADI. Lei ou ato 
normativo do Distrito Federal só pode ser impugnado através de ADI se tratarem de 
matéria de competência dos Estados. 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
24 
 
Súmula 642 do STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalidade de 
lei do distrito federal derivada da sua competência legislativa 
municipal. 
 
 
5.9 - DECISÃO DE MÉRITO 
QUÓRUM 
A Lei prevê 2 quóruns diferentes: 
PRESENÇA: pelo menos 8 ministros (2/3 dos membros do tribunal); 
DECLARAÇÃO: Para ocorrer a declaração de constitucionalidade ou 
inconstitucionalidade precisa do voto de pelo menos 6 ministros (ADI ou ADC). 
 
EFEITOS DA DECLARAÇÃO: 
Os efeitos da declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade em ADI, ADC 
ou ADPF encontram-se previstos em: Lei 9868, art. 28, § único; Lei 9882, art. 10, § 3º e 
art. 102, §2º, CF. 
Diferenças entre os efeitos ERGA OMNES e VINCULANTE: 
1ª – aspecto subjetivo: o efeito erga omnes atinge a todos (poderes públicos e 
particulares); já o efeito vinculante atinge apenas determinados órgãos do Poder 
Público. O chefe do Poder Executivo só não fica vinculado às decisão do STF em suas 
atribuições relacionadas ao processo legislativo. O Legislativo não fica vinculado apenas 
na sua função típica de legislar. 
 
2ª – aspecto objetivo: 
A declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade é formada sempre por 3 
partes: relatório, fundamentos e dispositivo. 
Teoria Extensiva: Existe uma corrente doutrinária, chamada de Teoria Exensiva, 
defendida por Gilmar Mendes, que diz que o efeito vinculante atinge não só o dispositivo 
da decisão, mas também os motivos determinantes contidos na fundamentação. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
25 
 
Os motivos determinantes formam a “ratio decidendi” (decisões determinantes para 
aquele julgamento). Para quem adota a Teoria Extensiva, diz que esses motivos também 
são vinculantes. O que não seria vinculante seriam apenas as questões “obter dicta” 
(ditas de passagem, questões acessórias do julgado). 
Esta Teoria foi adotada no STF com o nome de “Transcendências dos Motivos” ou 
“efeito transcendente dos motivos determinantes” durante algum tempo. Mas passou 
a não mais adotar este entendimento: Rec. 30.14, Rec. 2990-AgR. 
 
EFICÁCIA TEMPORAL: 
OBS.: No controle abstrato, as decisões só se tornam obrigatórias a partir de sua 
publicação (parte dispositiva no Diário da Justiça e no Diário Oficial da União). Não é do 
trânsito em julgado! 
 
Uma lei inconstitucional, se for um ato nulo, será ex tunc; mas se for um ato anulável, 
ela só terá o vicio reconhecido a partir da publicação, será então ex nunc. 
O STF vem adotando entendimento da doutrina norte-americana, de que a lei 
inconstitucional é um ato NULO. Então, em regra, terá efeito retroativo, efeito “ex tunc”. 
A decisão valerá desde o momento em que a lei foi criada. 
 
Modulação Temporal: existe no Direito brasileiro a possibilidade do STF modular os 
efeitos da decisão, fixando um momento diferente para sua eficácia. Podendo, além de 
ser ex tunc, ser também ex nunc (ou pro futuro). Artigo 27 da Lei 9868/99 e artigo 11 da 
Lei 9882/99. 
 
5.10 – TUTELA DE URGÊNCIA 
 
QUÓRUM 
PRESENÇA: 8 ministros; 
DECISÃO: em regra, por pelo menos 6 ministros. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
26 
 
Lei 9868 art. 10, 21 e 22. 
Lei 9882 art. 5º, §1º. 
Exceções: na ADI e na ADPF, como a situação pode ser de maior urgência, existe a 
possibilidade de concessão monocrática pelo relator ou pelo presidente do Tribunal. A 
ADI pode ocorrer no período de recesso. ADI 4638. E na ADPF existem 3 exceções 
previstas: extrema urgência, perigo de lesão grave ou durante o recesso. A ADC não há 
exceção, pois aqui a lei já tem presunção de legitimidade, ou seja, não pode ser algo tão 
urgente a ponto de não puder esperar 6 ministros para decidir. 
 
EFEITOS SUBJETIVOS/OBJETIVOS DA LIMINAR 
Erga omnes; 
Vinculante; 
ADC: o efeito da liminar em ADC é suspender o julgamento de processos, por no máximo 
180 dias para que haja decisão definitiva de mérito do STF. 
ADI: não existe a previsão na lei de suspensão dos processos em liminar na ADI, todavia 
o STF entende que por analogia aplica-se o artigo 21 da Lei 9868/99. 
ADPF: 
Lei 9882/99. Art. 5o. § 3o A liminar poderá consistir na 
determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento 
de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer 
outra medida que apresente relação com a matéria objeto da 
arguição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se 
decorrentes da coisa julgada. 
 
EFEITOS TEMPORAIS 
Na liminar, por ser uma decisão precária (apenas suspende a eficácia/vigência da lei 
temporariamente, não a declara inconstitucional), o efeito temporal será: 
ADI: em regra, é ex nunc. 
Exceção: o STF, se quiser, pode expressamente modular também os efeitos da liminar. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
27 
 
 
Efeito Repristinatório Tácito: o STF ao suspender a lei B, faz automaticamente a lei A 
voltar a produzir efeitos. O STF não precisa dizer. É um efeito automático. 
 
ADPF: não tem previsão na lei, mas por analogia se entende que o efeito seria ex nunc. 
 ADC não tem efeito temporal porque a lei não é suspensa, apenas os processos. 
 
 
6. CONTROLE DIFUSO 
 
 
6.1 - ASPECTOS GERAIS 
 
 
1.1 – COMPETÊNCIA 
Qualquer juiz ou Tribunal. 
OBS.: No âmbito dos Tribunais, no exercício do controle difuso, tem que se observar a 
cláusula da reserva de plenário (art. 97 da CF). 
 
1.2 – FINALIDADE 
A finalidade principal é a proteção de direitos subjetivos. 
A pretensão é deduzida em juízo através de um Processo Constitucional Subjetivo. 
A inconstitucionalidade também pode ser reconhecida de ofício pelo juiz. 
 
1.3 – LEGITIMIDADE ATIVA 
Qualquer pessoa que tenha o seu direito supostamente violado por uma norma 
inconstitucional. 
 
1.4 - PARÂMETRO 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
28 
 
Qualquer norma formalmente constitucional, mesmo que revogada, desde que 
estivesse vigente na época da ocorrência do fato. 
Aqui vale o Princípio “tempus regit actum”. 
 
1.5 – OBJETO 
Qualquer ato do Poder Público que viole diretamente a CF. 
 
1.6 – EFEITOS DA DECISÃO 
A decisão reconhece o vício e afasta a aplicação da lei naquele caso específico. 
1.6.1 – ASPECTO SUBJETIVO 
O efeito da decisão será apenas “inter partes”. 
Mesmo se esta decisão for proferida pelo STF (Recl. 10.403/10). 
1.6.2 – ASPECTO OBJETIVO 
É na fundamentação de uma decisão que o juiz vai analisar a inconstitucionalidade da 
lei. 
1.6.3 – ASPECTO TEMPORAL 
Com relação à eficácia temporal, a regra será o efeito ex tunc.O STF admite a modulação temporal dos efeitos da decisão (RE 586.453). 
Ex.: RE 556.664/RS – efeito ex nunc; RE 197.917 - efeitos prospectivos ou pro futuro. 
 
6.2- CLÁUSULA DA RESERVA DE PLENÁRIO 
Conhecida também como regra da “full bench” (tribunal cheio, completo). 
 
1º aspecto: esta cláusula se aplica tanto ao controle difuso quanto ao controle 
concentrado. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
29 
 
2º aspecto: esta clausula só se aplica no âmbito dos tribunais. Não se aplica ao juiz 
singular. 
3º aspecto: só se aplica quando se tratar de inconstitucionalidade. Se o entendimento 
for pela constitucionalidade, não precisa respeitar a clausula de plenário. 
 
Súmula Vinculante nº 10 – Viola a clausula de reserva de plenário (CF, 
artigo 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal que, embora não 
declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em 
parte. 
 
 Como o Pleno não analisa o caso concreto (quem faz isso é o órgão fracionário), 
analisa apenas a constitucionalidade da lei “em tese” (faz uma analise em abstrato). Se 
futuramente outros casos chegarem no tribunal e tiverem a mesma lei questionada, os 
órgãos fracionários não precisam mandar todos esses processos para o Pleno analisar 
novamente. Então, a partir do momento em que o Pleno analisou uma vez, todos os 
demais processos podem se basear naquele entendimento. Isto está previsto no art. 
949, § único do CPC: 
O STF é guardião da CF, já adotou entendimento sobre o assunto, então o órgão 
fracionário pode se basear nesse entendimento. 
 
6.3 - SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DE LEI PELO SENADO 
Previsto no artigo 52, X, CF: 
 
 Esta suspensão da execução só pode ocorrer no controle difuso (art. 178 Regimento 
Interno STF). Ela não existe no controle concentrado porque nesta a decisão do STF já 
tem efeito erga omnes e vinculante (é como se fosse uma “revogação” da lei). 
 
6.4 – CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
30 
 
A polêmica da Ação Civil Pública é que, como ela tem efeito erga omnes, então, se ela 
for utilizada como instrumento de controle, ela estaria substituindo a ADI? 
A jurisprudência é pacifica no sentido de que a Ação Civil Pública pode ser utilizada como 
instrumento, desde que utilizada em controle incidental. 
Só se admite se a inconstitucionalidade for a causa de pedir, e não o pedido em si. 
Porque ela vai ser analisada como uma questão incidental, na fundamentação. Ela não 
será analisada no pedido. 
Portanto é admitido controle de constitucionalidade em Ação Civil Pública. Mas ela não 
pode ser o objeto do pedido, o pedido tem que ser algo concreto. Tem que ser apenas 
a causa de pedir. Ela será analisada como questão prejudicial do mérito. 
 
CONTROLE DE OMISSÕES INCONSTITUCIONAIS 
 
No ordenamento jurídico brasileiro existem dois instrumentos para controle de omissão 
de inconstitucionalidade: 
 
Mandado de Injunção (invenção do legislador brasileiro) 
Ação Direta por Omissão 
 
 
 
CRITÉRIOS ADO M.I. 
PREVISÃO LEGAL Art. 103, §2, CF e Lei 
12.073/09 
Art. 5, LVVI, CF e lei nº 13.330/16 
 
 
FINALIDADE 
 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
31 
 
Instrumento de controle 
abstrato (processo 
constitucional objetivo) 
 
Instrumento de controle concreto ou 
incidental (processo constitucional 
subjetivo) 
 
 
COMPETÊNCIA 
 
Controle concentrado, pois a 
competência para exercê-la 
é exclusiva do STF 
 
Controle difuso limitado, só tem 
competência para julgá-lo quem estiver 
previsto na CF: STF, STJ, TSE e TRE. Ou em 
lei federal: que não foi criada ainda. E 
por Constituição Estadual. 
 
 
 
 
LEGITIMIDADE 
ATIVA 
 
 
 
Art. 103 CF + art. 12 da Lei 
9868 (os mesmos da ADC e 
da ADI). 
 
MI Individual: qualquer pessoa que 
tenha o seu direito constitucional 
inviabilizado pela ausência de norma 
regulamentadora. 
 
MI Coletivo: os legitimados têm que 
estar previstos na lei. 
 
 
LEGITIMIDADE 
PASSIVA 
 
Autoridades ou órgãos 
responsáveis pela 
elaboração da medida ou da 
norma regulamentadora. 
 
 
 
 
IDEM 
 
 
PARÂMETRO 
 
(Na classificação do 
professor José 
Afonso da Silva, o 
parâmetro seria 
apenas as normas 
constitucionais de 
eficácia limitada) 
Normas formalmente 
constitucionais não auto-
aplicáveis 
Normas formalmente constitucionais 
não auto-aplicáveis. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
32 
 
 
 A legitimidade ativa da ADO é a mesmo da ADC e da ADI. Porém, não terá 
legitimidade a autoridade com competência para iniciar o processo legislativo, salvo 
quando se tratar de iniciativa privativa ou exclusiva. 
 
 Em se tratando de iniciativa privativa, deve figurar no polo passivo a autoridade ou 
órgão com legitimidade para iniciar o processo legislativo. 
 
 Para parte da doutrina, o MI só seria cabível para assegurar o exercício de direitos 
fundamentais (direitos e garantias individuais, sociais, de nacionalidade e políticos). 
 
 O STF, no entanto, não tem feito restrições em relação à matéria protegida por esta 
garantia. 
 
PODER CONSTITUINTE 
 
1 – PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
1.1 - NATUREZA: 
PODER POLÍTICO, pois está acima do ordenamento jurídico. 
 
PODER CONSTITUINTE 
 
 
CF
Leis
Decretos
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
33 
 
 Existe uma corrente minoritária, de viés jus naturalista, para a qual o poder 
constituinte originário é um Poder Jurídico (ou de Direito), por estar subordinado aos 
princípios do direito natural. 
 
1.2 – CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS: 
PODER INICIAL: não existe nenhum outro poder antes ou acima dele. 
PODER AUTÔNOMO: cabe apenas a ele definir a idéia de direito que irá prevalecer 
dentro do Estado. 
PODER INCONDICIONADO: por não estar submetido à observância de qualquer forma 
ou conteúdo preexistente. 
 
 
 Características do Poder Constituinte Originário segundo o doutrinador SIeyés: 
INCONDICIONADO JURIDICAMENTE: incondicionado pelo poder positivo, estando 
subordinado aos princípios do Direito Natural; 
PERMANENTE: é um poder que não se esgota com seu exercício. O poder constituinte 
não deixa existir, apenas fica em estado latente; 
INALIENÁVEL: não pode ser transferido e nem usurpado de seu verdadeiro titular (povo 
ou nação). 
 
1.3 - LIMITAÇÕES MATERIAIS OU EXTRAJURÍDICAS: 
Imperativos do Direito Natural: impedimentos naturais do ser humano; 
Valores Éticos e Sociais: ao estabelecer uma CF o PCO deve observar valores éticos e 
sociais. Os valores de uma sociedade (ético e morais) não podem ser ignorados. 
Direitos fundamentais conquistados por uma sociedade e sob os quais haja um consenso 
profundo: está relacionado à “Proibição do Retrocesso” ou “Efeito Cliquet” (termo 
Poder Autônomo + Poder Incondicionado = Poder ilimitado / soberano/ 
independente 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
34 
 
usado no alpinismo e trazido para o Direito, no sentido de impedir o retrocesso de 
valores já consagrados pelo PCO). 
Limitações estabelecidas por normas de Direito Internacional, sobretudo aquelas 
relacionadas aos Direitos Humanos: o PCO deveobservar os tratados internacionais dos 
quais o Estado é signatário, sobretudo os de D. Humanos. O PCO deveria e poderia 
respeitá-lo, porém não está obrigado. Assim, vai depender da tese adotada. Se adotar a 
tese de que o Direito Internacional tem prevalência sobre o Direito Interno, então o PCO 
deve respeitá-lo; se não, o PCO pode contrariá-lo. 
1.4 – LEGITIMIDADE: 
 
Legitimidade SUBJETIVA: ocorre quando há uma correspondência entre a titularidade 
(povo ou nação) e o exercício. 
 
Legitimidade OBJETIVA: o PCO deve consagrar um conteúdo normativo em 
conformidade com a idEia de justiça e com os valores radicados na comunidade. 
 
2 – PODER CONSTITUINTE DECORRENTE 
É aquele responsável por elaborar e modificar as Constituições dos estados membros 
(só existe em estados federativos e não em estados unitários). 
É um poder secundário, é um poder limitado juridicamente pela CF. Ou seja, quem o cria 
é a CF, então ele deve observar o que a CF impõe a ele. 
 
Princípio de Simetria: o modelo estabelecido na CF deve ser observado pelas 
Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais (artigos 11 ADCT, 25 e 29 CF). 
 
3 – PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
35 
 
Poder Revisor 
Poder Reformador 
 
Poder REVISOR: a revisão é uma via extraordinária de alteração da CF (art. 3º, ADCT). 
Poder REFORMADOR: a reforma é a via ordinária (art. 60, CF). 
 
De acordo com o entendimento amplamente majoritário, a CF/88 não estabeleceu 
limitação material para o Poder Reformador. Há, no entanto, quem considere a 
limitação do artigo 60, § 5º, como limitação temporal. 
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida 
por prejudicada não por ser objeto de nova proposta na mesma sessão 
legislativa. 
 
 
Limitações Circunstanciais: são aquelas que impedem a alteração da CF durante 
períodos excepcionais dos quais a livre manifestação do Poder Derivado esteja 
ameaçada. 
Estado de Legalidade Extraordinária Intervenção federal 
 Estado de Defesa 
 Estado de Sítio 
 
 
Limitações Formais: estabelecem determinados procedimentos a serem observados no 
caso de alteração da CF. 
 
 Subjetiva (art. 60, I a III) 
Objetiva (art. 60 §§ 2º, 3 º e 5º) 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
36 
 
Limitações Formais SUBJETIVAS: estão relacionadas aos sujeitos competentes para 
iniciar o processo legislativo de reforma. 
 
Limitações Formais OBJETIVAS: são aquelas relacionadas ao processo de discussão e 
votação das emendas. 
 
 Atenção! A ADI 4357/DF discutiu a constitucionalidade formal da emenda 62/09. 
Segundo o STF, a expressão “dois turnos” não exige que seja observado um período 
mínimo de tempo entre eles. 
 
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número 
de ordem. 
Atenção! A única participação que o Presidente pode ter no processo de elaboração de 
emenda é a iniciativa. Não há sanção ou veto em proposta de emenda. 
 
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida 
por prejudicada não por ser objeto de nova proposta na mesma sessão 
legislativa. 
 
O §5º também é de limitação temporal objetiva. 
 
Limitações Materiais: são aquelas que impedem a modificação de determinados 
conteúdos consagrados na CF. São as denominadas Cláusulas Pétreas. Podem ser: 
 
Expressas 
Implícitas 
 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
37 
 
Limitações Materiais EXPRESSAS: art. 60, §4º, CF. 
 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente 
a abolir: 
 
“TENDENTE A ABOLIR”: deve ser compreendida no sentido de proteger o núcleo 
essencial de princípios e institutos elencados no dispositivo, e não como uma 
intangibilidade literal. 
NORMAS CONSTITUCIONAIS NO TEMPO 
 
1 - DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO 
Quando do surgimento de uma nova Constituição ocorrem dois fenômenos distintos 
com as normas constitucionais anteriores: 
1 - a “constituição propriamente dita” (normas constitucionais materiais) fica 
inteiramente revogada; 
2 – as “leis constitucionais” (normas constitucionais formais) cujo conteúdo seja 
compatível com o da nova Constituição são recepcionadas como normas 
infraconstitucionais. 
 
CONSTITUIÇÃO PROPRIAMENTE DITA: Esmein e Carl Schimitt entendem que 
Constituição propriamente dita é apenas aquilo que decorre de uma decisão política 
fundamental, o que corresponde às denominadas normas materialmente 
constitucionais. 
 
Direitos fundamentais 
Matérias Constitucionais Estrutura do Estado 
Organização dos poderes 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
38 
 
 
LEIS CONSTITUCIONAIS: são aquelas outras normas consagradas no texto da 
Constituição que não decorrem de uma decisão política fundamental. 
Ex.: disposição sobre o Colégio Pedro II (art. 242, §2º). 
 
Atenção! O fenômeno da desconstitucionalização só é admitido pela maioria da 
doutrina se houver previsão expressa. Do contrário, ocorre uma revogação por 
normação geral. 
Pontes de Miranda e Manuel Gonçalves Ferreira Filho não concordam com esse 
posicionamento. 
 
2 - RECEPÇÃO 
Quando do surgimento de uma nova Constituição ocorrem dois fenômenos em relação 
às normas infraconstitucionais anteriores: 
1 – as que forem materialmente compatíveis são recepcionadas; 
2 – as demais, não são recepcionadas. 
Ex.: a Lei de Imprensa não foi recepcionada pela CF/88. 
 
INCOMPATIBILIDADE FORMAL SUPERVENIENTE: é o que ocorre no caso de uma lei 
originariamente feita de acordo com a Constituição da época. Mas, que, com o advento 
de uma nova Constituição, passa a ser incompatível. 
 
RECEPÇÃO MATERIAL DE NORMAS CONSTITUCIONAIS: embora uma nova Constituição 
geralmente revogue as normas da Constituição anterior (revogação por normação 
geral), nada impede que a nova Constituição expressamente recepcione normas da 
Constituição anterior. 
Ex.: art. 34, caput e §1º, ADCT. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
39 
 
 
3 - CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE 
Ocorre quando uma norma originariamente INconstitucional é constitucionalizada em 
razão do surgimento de uma nova Constituição ou de uma nova emenda. 
 
Atenção! Segundo o STF, o nosso ordenamento não admite a figura da 
constitucionalidade superveniente (ADI 2158 e ADI 2189). 
Isso se deve ao fato de o STF adotar o entendimento norte-americano, que considera a 
lei inconstitucional um ato nulo e não anulável. Então seria como se a lei sequer 
existisse. Portanto, não há que se falar em constitucionalidade superveniente. 
Diferentemente do entendimento de Kelsen, que considera anulável, ou seja, precisaria 
de decisão judicial. 
 
4 - REPRISTINAÇÃO 
Ocorre quando uma lei revogada volta a ter vigência em virtude da revogação da norma 
que a revogou. 
 
A repristinação expressa é admitida. A tácita não. 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
1 – INTRODUÇÃO 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
40 
 
Artigo 5º, § 1º: As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentaistêm aplicação imediata. SALVO SE O PODER 
CONSTITUINTE ORIGINÁRIO TROUXER UMA PREVISÃO EXPRESSA EM 
OUTRO SENTIDO. 
 
 
O § 1º, apesar de estar no artigo 5º (que trata de direitos individuais), se refere a TODOS 
os direitos e garantias fundamentais. 
Porém, normas sem uma lei regulamentadora dificilmente conseguem ter uma 
aplicação imediata. 
O artigo 5º, §1º, deve, então, ser aplicado como REGRA GERAL. SALVO, se o próprio 
dispositivo constitucional estabelecer expressamente a necessidade de lei 
regulamentadora. 
 
Ex.: inciso I, artigo 7º, CF. 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua condição social: 
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem 
justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá 
indenização compensatória, dentre outros direitos; 
(...). 
 
Art. 5º, §2º: Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. 
 
Art. 5º, §3º: Os tratados e convenções internacionais sobre direitos 
humanos (Requisito MATERIAL) que forem aprovados, em cada Casa 
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos 
(Requisito FORMAL) dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
41 
 
 
Surgiu por causa da controvérsia sobre a hierarquia dos Tratados e Convenções de 
Direitos Humanos. 
Estabeleceu-se, então, 2 requisitos para serem equivalentes às EC’s. 
 
Histórico da hierarquia dos Tratados no STF: 
1977-2008: qualquer Tratado Internacional tinha status de Lei Ordinária. 
2000: o ex-ministro Sepúlveda Pertence sustentou a tese de que os Tratados de Direitos 
Humanos deveriam ter status supralegal. 
2008: no RE 464.343, o relator Gilmar Mendes ressuscitou a tese de Sepúlveda Pertence, 
e hoje é a tese que prevalece. 
 
Direitos humanos e direitos fundamentais possuem basicamente o mesmo conteúdo, 
ou seja, direitos relacionados à vida, liberdade, igualdade, voltados à proteção e 
promoção da dignidade humana. A diferença é o plano no qual estão consagrados: 
Direitos Humanos – plano internacional; 
Direitos Fundamentais – plano interno. 
 
CF e Tratados e 
Convenções 
Internacionais de 
Direitos Humanos
Tratados Internacionais de 
Direitos Humanos que não foram 
aprovados por 3/5 e 2 turnos. Ex.: 
Pacto de São José da Costa Rica.
LEIS e Tratados Internacionais (que não são 
de Direitos Humanos)
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
42 
 
2 – CLASSIFICAÇÕES 
 
Classificação da CF/88: 
 
 Direitos Individuais 
 DGF Direitos Coletivos 
(gênero) Direitos Sociais (espécies) 
Direitos de Nacionalidade 
Direitos Políticos (com um capítulo só para Partidos Políticos) 
 
3 – CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
3.1 – UNIVERSALIDADE 
A vinculação desses direitos à liberdade e à dignidade conduz à sua universalidade. 
Nesse sentido, deve haver um núcleo mínimo de proteção à dignidade da pessoa 
humana, presente em qualquer época e em qualquer sociedade. 
3.2 - HISTORICIDADE 
Os Direitos Fundamentais são históricos por terem surgido em épocas distintas por se 
modificarem com o passar do tempo. Ou seja, são conquistados, com o passar do tempo, 
pela sociedade. 
3.3 – INALIENABILIDADE 
4 – IMPRESCRITIBILIDADE 
5 - IRRENUNCIABILIDADE 
Por não possuírem conteúdo patrimonial, os Direitos Fundamentais são intransferíveis, 
inegociáveis e indisponíveis. 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
43 
 
Essas características se referem à titularidade, e não ao exercício. 
Essas características são apenas “prima facie” (José Afonso), ou seja, em um primeiro 
momento elas não podem ser alienados/prescrever/renunciar. Mas, se a pessoa quiser, 
ela pode. 
 
6 – RELATIVIDADE ou Limitabilidade 
Não existem direitos absolutos, pois todos encontram limites em outros direitos e em 
interesses coletivos também consagrados na Constituição. 
Só existe liberdade onde há restrição da liberdade. Se ninguém tiver que respeitar limite, 
a lei do mais forte sempre vai prevalecer. 
 
4 – EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
Eficácia VERTICAL: Consiste na aplicação dos direitos fundamentais às relações entre 
Estado e particulares. Relação de subordinação que o particular tem com o Estado. 
Quando os direitos fundamentais foram criados, eles eram aplicados somente a essa 
relação, para proteger os particulares do arbítrio do Estado. 
Eficácia HORIZONTAL: Posteriormente, surgiu a eficácia horizontal, também 
denominada de “Eficácia Externa” ou “Eficácia em Relação a Terceiros”, ou “Eficácia 
Privada”. Consiste na aplicação dos direitos fundamentais às relações entre os próprios 
particulares. 
Eficácia DIAGONAL: uma eficácia que é um meio termo. É uma relação entre 
particulares, mas onde não há uma igualdade fática. Consiste na aplicação dos direitos 
fundamentais às relações entre particulares, nas quais há uma situação de flagrante 
desigualdade fática. Ex.: relações trabalhistas. 
 
5 – PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 
É um postulado normativo ou meta-norma ou máxima. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
44 
 
O STF trata razoabilidade e proporcionalidade como expressões sinônimas, embora 
sejam diferentes para alguns autores. 
O STF, à luz da doutrina norte-americana, trata a proporcionalidade como Cláusula do 
Devido Processo Legal, em seu caráter substantivo (artigo 5º, incisos LIV e LV, CF). 
 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; 
 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, 
com os meios e recursos a ela inerentes; 
 
 
Porém, para os alemães, a proporcionalidade decorreria do Princípio do Estado de 
Direito. 
 
Máximas Parciais ou Sub-princípios ou Regras: 
 
1 – Adequação; 
2 - Necessidade ou Exigibilidade ou P. da menor ingerência possível; 
3 - Proporcionalidade em sentindo estrito. 
 
 
OBS.: o princípio da proporcionalidade deve ser utilizado para análise de medidas 
estatais que restrinjam direitos fundamentais. 
ADEQUAÇÃO: as medidas adotadas devem ser aptas para fomentar o fim desejado. 
Uma lei pode restringir um princípio constitucional e, ainda assim, não ter caráter 
inconstitucional, desde que seja para fomentar outro princípio mais importante. 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
45 
 
NECESSIDADE: havendo dois ou mais meios similarmente eficazes, deve-se optar por 
aquele que seja o menos oneroso possível. 
Às vezes, existe mais de uma medida para promover o principio B. Porém, uma delas 
restringe menos o princípio A. Portanto, esta que deve ser a escolhida. 
 
PROPORCIONALIDADE EM SENTINDO ESTRITO: consiste na utilização da técnica da 
ponderação com o objetivo de analisar se o grau de realização do princípio 
constitucional promovido (fomentado) é suficiente para justificar a restrição ao 
princípio constitucional afetado. 
 
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DE PROTEÇÃO DEFICIENTE (ou insuficiente) 
Exige dos órgãos estatais o dever de tutelar e promover de formaadequada e suficiente 
determinados direitos fundamentais consagrados na CF. 
Em relação aos direitos prestacionais: quando um Direito Fundamental impõe ao 
Estado o dever de fornecer prestações materiais ou jurídicas, o Estado deve tutelar esse 
direito de uma forma proporcional, suficiente, adequada. O Estado não pode proteger 
esse direito fundamental de forma insuficiente. 
 
6 - DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DIREITOS FUNDAMENTAIS 
A dignidade não deve ser considerada um direito uma vez que ela não é atribuída pelo 
ordenamento jurídico, mas apenas protegida e promovida por ele. A rigor, trata-se de 
uma qualidade intrínseca a todo e qualquer ser humano, independentemente de 
qualquer condição. 
Para alguns doutrinadores a dignidade é considerada o valor constitucional supremo. 
Para outros, a dignidade é algo absoluto, ou seja, não comporta gradações (não se trata 
de direito absoluto, pois todo direito encontra limites em outros direitos). Não existe 
pessoas com mais dignidade do que outras. 
 
DIREITOS INDIVIDUAIS 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
46 
 
 
DESTINATÁRIOS: 
As pessoas que podem invocar os direitos individuais estão expressamente previstas no 
artigo 5º, caput, CF: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança (ESTA SEGURANÇA AQUI PREVISTA É A SEGURANÇA 
JURÍDICA – A SEGURANÇA PÚBLICA ESTÁ NO ARTIGO 6º) e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
(...). 
 
 BRASILEIROS (pessoas físicas e jurídicas) 
 ESTRANGEIROS residentes no país 
 não-residentes no país (turistas em territ. brasil.) 
 
No caso dos estrangeiros não residentes, para o professor José Afonso da Silva, eles só 
podem ser amparados pela lei caso estejam amparados por Tratados Internacionais 
(Corrente MINORITÁRIA) 
Interpretação EXTENSIVA: a interpretação extensiva dos destinatários dos direitos 
individuais é feita com base na DPH e na primazia dos Direitos Humanos nas relações 
internacionais (art. 4º, II, CF). 
Fundamentos para inclusão das Pessoas Jurídicas: em um Estado de Direito não podem 
ser admitidos atos arbitrários ou abusivos de qualquer natureza, sendo certo que os DF 
são instrumentos de contenção do arbítrio. 
 As pessoas jurídicas internacionais, mas com sede no país, também podem invocar 
os direitos individuais. 
 
 
1 – DIREITO À VIDA 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
47 
 
 
PROTEÇÃO: 
O âmbito de proteção do direito à vida, ou seja, o bem jurídico aqui protegido é a vida 
humana em seu sentido biológico. 
 
RESTRIÇÕES: 
As restrições que podem ser impostas ao direito à vida são intervenções 
constitucionalmente fundamentadas. 
1ª RESTRIÇÃO: Pena de morte no caso de guerra declarada. 
Art. 5º, XLVII, “a”, CF, e art. 56, CPM. 
2ª RESTRIÇÃO: Aborto 
Artigo 128 CP – aborto necessário; 
Artigo 128 CP – aborto sentimental (gravidez resultante de estupro); 
ADPF 54 – aborto de anencéfalos. 
3ª RESTRIÇÃO: permissão de pesquisa com células-tronco embrionárias. 
Lei 11.105/05 (Lei de Biossegurança) 
4ª RESTRIÇÃO: permissão de abatimento de aeronaves que desobedeçam a normas 
impostas. 
Lei 9614/98 (Lei do Tiro de Destruição – Lei do Abate). 
 
2 – DIREITO À IGUALDADE 
 
 Formal, ou Jurídica, ou Civil ou perante a lei 
Igualdade 
 Material, ou Fática, ou Real, ou perante os bens da vida. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
48 
 
2.1 - 
Igualdade perante a lei ≠ Igualdade na lei 
 
PERANTE A LEI: é aquela dirigida aos responsáveis pela aplicação da lei (Poder Judiciário 
e Poder Executivo). 
NA LEI: dirige-se não apenas aos aplicadores da lei, mas também ao legislador, no 
momento de sua elaboração. 
AI 360.461-AgR: apesar desta distinção é feita, a igualdade se dirige a todos poderes. 
 
2.2 - 
Paradoxo da Igualdade: quem quer promover a igualdade fática, tem que estar disposta 
a aceitar a desigualdade jurídica. Ou seja, para que seja promovida a igualdade no plano 
fático, as pessoas deverão ser tratadas de forma diferente. 
 
2.2.1 – P. DA IGUALDADE JURÍDICA: visa a impedir que sejam adotados tratamentos 
diferenciados para situações essencialmente iguais ou tratamentos iguais para situações 
essencialmente diferentes, sem que haja uma justificativa legítima para tal. 
O P. da Igualdade Jurídica atua como uma espécie de regulador das diferenças. Ele não 
impede que a lei estabeleça diferenças, mas sim diferenças arbitrárias, injustas, 
preconceituosas etc. 
 
2.2.2 - PRINCÍPIO DA IGUALDADE FÁTICA (ou material): impõe aos poderes públicos a 
adoção de medidas redutoras ou compensatórias de desigualdades de recursos ou que 
promovam o acesso a bens e utilidades. 
 
Ação Afirmativa: consistem em políticas públicas ou programas privados, geralmente 
de caráter temporário, desenvolvidas com a finalidade de reduzir as desigualdades 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
49 
 
fáticas decorrentes de discriminações ou hipossuficiência por meio da concessão de 
algum tipo de vantagem compensatória de tais condições. 
Ex.: ADC 19 e ADI 4424 - Lei Maria da Penha; ADPF 186 DF – Sistema de Cotas na UNB; 
ADI 3330 - PROUNI; RE 597.285 - Sistema de Cotas na UFRS. 
 
3 – DIREITO À PRIVACIDADE 
 
3.1 – DISTINÇÕES CONCEITUAIS 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou 
moral decorrente de sua violação; 
 
 Se houver violação de um desses 4 direitos, em princípio, será devido uma 
indenização. 
 
PRIMA FACE: Esta inviolabilidade é apenas “prima face”, pois é apenas provisório, não 
é definitiva. Ou seja, não significa que esses direitos não podem ser afetados. Eles 
podem sofrer intervenção do Estado, desde que tenham uma justificação legítima. 
 
INTERVENÇÃO: Existem dois tipos de intervenção no âmbito de proteção de um direito: 
Violação 
Restrição 
 
VIOLAÇÃO: a violação a um direito fundamental ocorre quando há uma intervenção do 
Estado ou de um particular no âmbito de proteção de um direito fundamental, sem que 
haja uma fundamentação constitucional. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
50 
 
RESTRIÇÃO: ocorre quando há uma intervenção do Estado ou de um particular no 
âmbito de proteção de um direito fundamental com base em uma fundamentação 
constitucional. 
Ex.: violação do direito à privacidade na divulgação das imagens de uma pessoa 
procurada pela polícia. Essa medida passa pelo teste da proporcionalidade (adequação, 
necessidade e proporcionalidade em sentido estrito). A justificação para esta medida é 
a de promover o Princípio da Segurança Pública. 
 
 A legitimidade da intervenção (restrição) depende da existência de uma 
justificativa constitucional para que os dados sejam obtidos e da competência da 
autoridade para adotar a medida restritiva. 
 
a) INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL: consiste na captação ambiental de uma conversa ou 
de uma imagem, feita por uma terceira pessoa sem o conhecimento de pelo menos um 
dos envolvidos. 
Haverá ilicitude na utilização dessas gravações quando houver violação: 
- da expectativa de privacidade; 
- e/ou de confiança decorrente de relações interpessoais ou profissionais. 
 
b)GRAVAÇÃO CLANDESTINA: consiste na captação de uma conversa pessoal ou 
telefônica sem que haja o conhecimento de um dos interlocutores. Esta gravação é feita 
por um dos interlocutores, e não por um terceiro. 
Haverá ilicitude quando: 
- for utilizada sem justa causa; ou 
- houver violação de causa legal específica de sigilo ou de reserva de conversação (STF 
AI 560.223 - AgR). 
 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
51 
 
c) QUEBRA DE SIGILO (bancário, fiscal, telefônico ou informático): consiste no acesso 
à informações particulares relativas a movimentações bancárias, ou referentes a 
declarações feitas à receita federal, ou constantes dos registros das operadoras de 
telefonia ou ainda contidas em arquivos eletrônicos. As autoridades competentes são: 
juízes e CPI’s (federais – art. 53, §3º, CF - e estaduais). 
 
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de 
investigação próprios das autoridades judiciais, (...). 
 
 
 
 
Interceptação telefônica ≠ Quebra de sigilo telefônico 
Interceptação é a escuta da conversa, enquanto que a quebra do sigilo telefônico é o 
rastreamento da localização do aparelho celular. 
 
d) INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES: consiste na intromissão ou interrupção de 
uma comunicação epistolar, telegráfica, de dados ou telefônica feita por uma terceira 
pessoa sem o conhecimento de pelo menos um dos interlocutores. 
 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no 
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei 
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal; 
 
O artigo 5º, inciso XII, segundo o STF, não diz respeito ao direito à privacidade, mas sim 
à liberdade de comunicação. 
 
SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA: pode ser suspensa durante o Estado de Defesa (art. 136, 
§1º, I, “b”) e Estado de Sítio (art. 139, III). 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
52 
 
SIGILO DE DADOS: muitos autores interpretam como sendo apenas dados informáticos. 
O STF quando interpreta esses dados, interpreta de uma forma restritiva. No MS 21.729, 
o Sepúlveda Pertence disse que o que o art. 5º, XII, protege não são os dados em si, mas 
apenas a sua comunicação. 
COMUNICAÇÃO TELEFÔNICA: ocorre por meio do grampo telefônico. 
Requisitos: 
1 – ordem judicial; 
2 – Somente poderá ser feito com base na Lei 9296/96 (matéria de processo penal). 
3 – Fins de investigação criminal ou instrução processual penal (HC 203.405 STJ). 
 
3.2 - INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO 
ÂMBITO DE PROTEÇÃO: CASA 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante 
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por 
determinação judicial; 
 
 
 Flagrante delito 
Situações emergenciais Desastre 
 Prestar socorro 
 
Situação não-emergencial: durante o dia, por determinação judicial 
 A palavra “casa” deve ser interpretada no sentido mais amplo possível a fim de 
compreender inclusive os espaços privados, não abertos ao público, onde alguém exerce 
determinada atividade profissional (HC 93.050). Inclusive, a definição de casa dada pelo 
Código Penal, é também utilizada para fins constitucionais: 
RESTRIÇÕES: no caso de determinação judicial (clausula da reserva de jurisdição), por 
não se caracterizar uma situação emergencial, só poderá ocorrer durante o dia. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
53 
 
Definição de “dia”: 
Critério CRONOLÓGICO: dia é o período entre 06h00min e 18h00min. 
Critério FÍSICO-ASTRONÔMICO: dia é o período entre a aurora e o crepúsculo. 
4 – DIREITOS DE LIBERDADE 
 
Liberdade Negativa ≠ Liberdade Positiva 
 
Classificação segundo Norberto Bobbio: 
Liberdade NEGATIVA: também chamada de “Liberdade Civil”, “Liberdade de Agir” ou 
“Liberdade dos Modernos”. É a situação na qual um sujeito tem a possibilidade de agir, 
sem ser impedido, ou, de não agir, sem ser obrigado por outros. 
 
Liberdade POSITIVA: também chamada de “Liberdade Política”, “Liberdade de querer” 
ou “Liberdade dos Antigos”. É a situação na qual um sujeito tem a possibilidade de 
orientar o seu próprio querer no sentido de uma finalidade sem ser determinado pelo 
querer dos outros. Consiste em uma autonomia publica ou autodeterminação 
(liberdade de fazer escolhas em matéria pública – liberdade política). 
 
4.1 – LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO 
Art. 5º - IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o 
anonimato; 
 
4.1.1 – ÂMBITO DE PROTEÇÃO 
Liberdade prima face (é provisória). 
 
LIBERDADE DE EXPRESSÃO: é como se fosse um gênero, um “direito mãe,” de onde 
derivam outros direitos, tais como: 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
54 
 
- Liberdade de Manifestação do Pensamento (art. 5, IV); 
- Liberdade de Comunicação (art. 5º, XII); 
- Liberdade de Imprensa (art. 220) 
etc. 
 STF ADPF 130: disse que a liberdade de expressão tem uma posição preferencial em 
relação às outras liberdades. 
 
4.1.2 – RESTRIÇÕES AO DIREITO DE LIBERDADE 
- Racismo 
- Vedação do anonimato; 
- Direito à privacidade (especialmente quando for ofensiva à honra de alguém, podendo 
gerar direito de resposta e direito de indenização); 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além 
da indenização por dano material, moral ou à imagem; 
 
4.2 – LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA, CRENÇA E DE CULTO 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo 
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma 
da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
 
4.2.1 – ÂMBITO DE PROTEÇÃO 
A liberdade de consciência é a mais ampla e consiste na adesão a certos valores morais 
ou espirituais, independentemente de qualquer aspecto religioso. 
O culto é uma exteriorização da crença. 
Atenção: 
 “Objeção de consciência”: (também conhecida como escusa de consciência ou 
imperativo de consciência) prevista no artigo 5º, VII, CF. 
 
 
Exame de Ordem 
Direito Constitucional 
 
 
 
redejuris.com 
 
55 
 
 
Tem que fazer parte de um pensamento estruturado, ser coerente e sincero. 
 
Ex. de objeção de consciência na CF: 
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. 
§ 1º - às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço 
alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem 
imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de 
crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem 
de atividades de caráter essencialmente militar. 
 
 
TRF 1 – AC 16.203: a obrigação de votar é meramente formal, então o individuo não 
pode invocar a objeção de consciência. A pessoa tem a liberdade de não votar em 
ninguém (de votar em branco ou nulo). A obrigação de votar é meramente formal. A 
pessoa tem apenas a obrigação de comparecer as votações, o que não violaria o direito 
à liberdade. 
STF - STA 389: alguns alunos judeus entraram com uma ação pedindo para a prova do 
ENEM ser feita em uma data alternativa (pois estava marcada no período do shabbat). 
No momento da inscrição foi assegurado às pessoas marcarem uma opção caso 
tivessem impossibilitados de fazerem

Outros materiais