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CASO CONCRETO – AULA 1
Concurso de Pessoas
CARLOS, funcionário público de um determinado Ente Federativo, auxiliado por seu irmão SÉRGIO, vendedor autônomo, no dia 14 de janeiro de 2016, apropriou-se, em proveito de ambos, de alguns Notebooks pertencentes à repartição pública em que se achava lotado, os quais eram utilizados, diariamente, para a realização de suas tarefas administrativas. Levado o fato ao conhecimento da autoridade policial, instaurou-se o competente inquérito, restando indiciados CARLOS e SÉRGIO, sendo o primeiro como incurso no art. 312, caput, e o segundo no art. 168, ambos do Código Penal. Pergunta-se: Está correta tal classificação?
Resposta: Não está correta a classificação.
Explicação: Os dois são coautores do crime de peculato apropriação (art. 312 CP). Conforme vem decidindo o STF, há possibilidade particular receber este tipo de imputação, desde que tenha conhecimento da condição de funcionário público do outro coautor. 
Segue notícia de decisão em que tal posicionamento foi adotado: 
1ª Turma recebe denúncia contra deputada Jaqueline Roriz por peculato - Em sessão realizada na tarde desta terça-feira (2), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) no Inquérito 3113, contra a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), por suposta prática, em 1º de setembro de 2006, do crime de peculato (artigo 312 do Código Penal). A decisão ocorreu por maioria dos votos...O relator, ministro Luís Roberto Barroso, votou pelo recebimento da denúncia.? O crime de peculato tem natureza de delito funcional impróprio na medida em que se caracteriza não somente pelo atentado ao dever funcional, mas também pelos elementos característicos de apropriação indébita?, ressaltou. Portanto, o relator entendeu que a circunstância de a acusada, à época dos fatos, não ser funcionária pública, não impede que seja imputada a ela a prática de peculato se, aderindo conscientemente à ação dos demais autores e partícipes do crime, for beneficiada pela apropriação ou desvio.
1) A respeito do concurso de pessoas, assinale a opção correta. (TRE-PI 2016 ? CESPE)
a) As circunstâncias objetivas se comunicam, mesmo que o partícipe delas não tenha conhecimento. 
Errado : As circunstâncias objetivas só se comunicam caso o coautor ou participe tenha ciência das mesmas.
b) Em se tratando de peculato, crime próprio de funcionário público, não é possível a coautoria de um particular, dada a absoluta incomunicabilidade da circunstância elementar do crime. 
Errado: É possível a coautoria com o particular, tendo em vista tratar-se de elementar do delito – art. 30 do CP.
c) A determinação, o ajuste ou instigação e o auxílio não são puníveis. 
Errado: Artigo 31 do CP - Incompleto
d) Tratando-se de crimes contra a vida, se a participação for de menor importância, a pena aplicada poderá ser diminuída de um sexto a um terço. 
Certo: artigo 29, §1º do CP.
e) No caso de um dos concorrentes optar por participar de crime menos grave, a ele será aplicada a pena referente a este crime, que deverá ser aumentada mesmo na hipótese de não ter sido previsível o resultado mais grave. 
Errado : art. 29, §2º do CP
“a) As Circunstâncias subjetivas ou de caráter pessoal jamais se comunicam, sendo irrelevante se o co-autor ou participe delas tinha conhecimento (...) b) As circunstâncias objetivas comunicam-se, mas desde que o co-autor ou participe delas tenha conhecimento (...) 
 c) As elementares, sejam objetivas, sejam subjetivas, se comunicam, mas desde que o co-autor ou participe delas tenha conhecimento” (CAPEZ, 2004, p. 336).”
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2) Sobre a participação em sentido estrito, é correto afirmar que: (Polícia Civil ? PA /2016)
a) adota-se, no Brasil, a teoria da acessoriedade máxima. 
Comentário: ERRADO. No Brasil, adota-se a teoria da acessoriedade mínima.
b) o auxílio material é ato de participação em sentido estrito, ao passo em que a instigação é conduta de autor. 
Comentário: ERRADO. Consoante comentamos na nossa Aula-03, são espécies de participe: moral e material. A participação moral caracteriza-se pelas ações de induzir (fazer nascer a ideia) ou instigar (reforçar ideia já existente). NÃO se trata, portanto, de conduta de autor. Na participação material são características as ações de auxiliar, prestar assistência material.
c) assume a condição de participe aquele que executa o crime, salvo quando adotada a teoria subjetiva. 
Comentário: ERRADO. O participe não pratica o verbo núcleo do tipo, pois esta característica é do coautor do crime. Se confrontada a atuação do partícipe (seja induzindo, instigando ou auxiliando) com o tipo legal violado, para efeito de análise da tipicidade, será evidente a falta de adequação, pois o partícipe não realiza o ato nuclear. A adequação será possível graças à norma de extensão pessoal do art. 29 do CP (trata-se de hipótese de adequação típica indireta ou mediata). Segundo a teoria subjetiva, todos aqueles que, de alguma forma, colaboraram para a prática do fato, são considerados autores. Para essa teoria não há a figura do participe.
d) não há participação culposa em crime doloso. 
Comentário: CERTO. Essa é uma questão que envolve um dos requisitos do concurso de pessoas, qual seja, o vínculo subjetivo. A vontade dos agentes precisa ser homogênea (princípio da convergência), logo não há participação culposa em crime doloso e vice versa, pois isso caracteriza autoria colateral.
e) na teoria do domínio do fato, participa é a figura central do acontecer típico. 
Comentário: ERRADO. Para a teoria do domínio do fato autor é aquele quem dominou/controlou o fato e participe aquele que colabora sem ter poder de controle, sem ter poder decisório.

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