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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ SANDRA RODRIGUES BATATA A IMPORTÂNCIA DO MARKETING NA INTERNET: Um estudo no site Balnear.com Balneário Camboriú 2008 2 SANDRA RODRIGUES BATATA A IMPORTÂNCIA DO MARKETING NA INTERNET: Um estudo no site Balnear.com Balneário Camboriú 2008 Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Marketing, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Prof. Ricardo Boeing da Silveira. 3 SANDRA RODRIGUES BATATA A IMPORTÂNCIA DO MARKETING NA INTERNET: Um estudo no site Balnear.com Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Marketing da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú. Área de Concentração: Vendas e Marketing Balneário Camboriú, 02 de dezembro de 2008. _________________________________ Prof. MSc. Ricardo Boeing da Silveira Orientador ___________________________________ Prof. MSc. Roberto Hering Avaliador ___________________________________ Prof. MSc. Aloísio Vicente Salomon Avaliador 4 EQUIPE TÉCNICA Estagiário(a): Sandra Rodrigues Batata Área de Estágio: Administração de empresas Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa: Doracy Braun Corrêa Professor(a) orientador(a): Ricardo Boeing da Silveira 5 DADOS DA EMPRESA Razão Social: Balnear Internet Ltda Endereço: Av. Atlântica, 2114 sala 04 – Balneário Camboriú – Santa Catarina Setor de Desenvolvimento do Estágio: Comercial Duração do Estágio: 240 horas Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Doracy Braun Corrêa - Proprietária Carimbo do CNPJ da Empresa: 6 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA Balneário Camboriú, 14 de novembro de 2008. A Empresa Balnear Internet Ltda, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pela acadêmica Sandra Rodrigues Batata. ___________________________________ Doracy Braun Corrêa 7 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente a Deus, a minha família e a todos os colaboradores da empresa Balnear Internet Ltda, em especial Doracy Braun Corrêa e a Eloi Soter Corrêa. Dedico também ao meu namorado Tiago Braun Corrêa, a minha amiga Carolina Frantinel Zandonai e aos meus colegas de classe, por terem sido tão compreensivos nos momentos mais difíceis. Gostaria de lembrar também que dedico ao meu orientador que me proporcionou a base para a realização desta pesquisa. 8 RESUMO O Balnear.com é um portal de conteúdo na internet, o qual disponibiliza notícias e entretenimento para os internautas e divulgação para as empresas de Balneário Camboriú e região. Este trabalho tem como objetivo analisar o perfil dos clientes, concorrentes e internautas do Balnear e as atividades de marketing desempenhadas por este site e pelos seus concorrentes. Desta forma, vindo a conhecer as peculiaridades que envolvem o marketing na internet com o intuito de aperfeiçoar os serviços prestados pela empresa Balnear Internet Ltda. Sendo assim, para o alcance deste objetivo, esta pesquisa verificou a percepção e as expectativas dos clientes e internautas do Balnear.com com relação aos serviços oferecidos pelo mesmo, identificou as características dos principais concorrentes do Balnear, destacou na teoria as principais atividades de marketing eletrônico a serem desenvolvidas por um site como o Balnear e comparou as ações de marketing implementadas pelo Balnear, seus concorrentes e as encontradas na teoria. Para a conclusão deste trabalho a coleta dos dados foi realizada principalmente através da aplicação de questionário fechado junto aos clientes e internautas e de um roteiro estruturado para a pesquisa junto aos concorrentes e utilizou-se de métodos qualitativos, quantitativos, exploratórios e descritivos. A conclusão desta pesquisa além de beneficiar a própria empresa Balnear Internet Ltda, visto que esta nunca havia realizado uma pesquisa junto aos seus clientes, internautas e concorrentes, colaborou para identificar quais serviços prestados por empresas com um perfil similar ao Balnear os clientes e internautas mais valorizam. Palavras-chave: Marketing, internet, satisfação. 9 ABSTRACT Balnear.com is a content web-site in the Internet, which provides news and entertainment for internet users and promotion for the companies of Balneário Camboriú and region. This work has as objective to analyze the profile of the customers, competitors and internet surfers of the Balnear and the activities of marketing played by this site and its competitors. In such a way, come to know the peculiarities that involve the marketing in the Internet with intention to perfect the services given for the company Balnear Internet Ltda. Being thus, for the reach of this objective, this research verified the perception and the expectations of the customers and internet users of Balnear.com considering the services offered by the same, identified the characteristics of the main competitors of the Balnear, detached in the theory the main activities of electronic marketing to be developed for a site as the Balnear and compared the actions of marketing implemented by the Balnear, its competitors and the found ones in the theory. For the conclusion of this work the collection of the data was mainly carried through the application of closed questionnaire with the customers and internet surfers and of a script structuralized for the research with the competitors and was used qualitative, quantitative, exploratory and descriptive methods. The conclusion of this research beyond benefiting the proper company Balnear Internet Ltda, since this never had carried through a research with its customers, internet users and competitors, collaborated to identify which services provided by companies with a profile similar to Balnear the customers and internet surfers more values. Key-words: Marketing, internet, satisfaction. 10 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Idade dos clientes......................................................................... 81 Gráfico 2 Escolaridade dos clientes............................................................. 82 Gráfico 3 Sexo dos clientes......................................................................... 83 Gráfico 4 Posição em relação aos serviços prestados pelo Balnear.com de uma forma geral...................................................................... 84 Gráfico 5Grau de importância em relação à funcionalidade do site- padrão.......................................................................................... 85 Gráfico 6 Grau de satisfação em relação à funcionalidade do site- padrão.......................................................................................... 85 Gráfico 7 Grau de importância em relação às atualizações constantes do site-padrão.................................................................................... 86 Gráfico 8 Grau de satisfação em relação às atualizações constantes do site-padrão.................................................................................... 87 Gráfico 9 Grau de importância em relação ao envio de e-mails divulgando as empresas................................................................................. 88 Gráfico 10 Grau de satisfação em relação ao envio de e-mails divulgando as empresas................................................................................. 88 Gráfico 11 Grau de importância em relação à busca fácil das empresas no Google.......................................................................................... 90 Gráfico 12 Grau de satisfação em relação à busca fácil das empresas no Google.......................................................................................... 90 Gráfico 13 Grau de importância em relação ao cartão clube vip Balnear...... 91 Gráfico 14 Grau de satisfação em relação ao cartão clube vip Balnear........ 92 Gráfico 15 Grau de importância em relação ao relatório de acessos do Portal e das empresas................................................................. 93 Gráfico 16 Grau de satisfação em relação ao relatório de acessos do Portal e das empresas................................................................. 94 Gráfico 17 Grau de importância em relação à criação do site-padrão.......... 95 Gráfico 18 Grau de satisfação em relação à criação do site-padrão............. 95 Gráfico 19 Grau de importância em relação à pré-venda.............................. 96 Gráfico 20 Grau de satisfação em relação à pré-venda................................ 97 Gráfico 21 Grau de importância em relação à pós-venda............................. 98 Gráfico 22 Grau de satisfação em relação à pós-venda................................ 98 11 Gráfico 23 Grau de importância em relação à rapidez na execução de solicitações (criação de sites, atualizações, alterações e etc.).... 100 Gráfico 24 Grau de satisfação em relação à rapidez na execução de solicitações (criação de sites, atualizações, alterações e etc.).... 100 Gráfico 25 Grau de importância em relação às divulgações de promoções, eventos e do banner das empresas na página principal do portal Balnear.com....................................................................... 101 Gráfico 26 Grau de satisfação em relação às divulgações de promoções, eventos e do banner das empresas na página principal do portal Balnear.com....................................................................... 102 Gráfico 27 Grau de importância em relação ao fato de o portal Balnear focar-se na região de Balneário Camboriú................................... 103 Gráfico 28 Grau de satisfação em relação ao fato de o portal Balnear focar-se na região de Balneário Camboriú................................... 103 Gráfico 29 Grau de importância em relação ao serviço de tirar fotos de eventos promovidos pelas empresas e postar no Balnear (como grupo de amigos, pessoas presentes nas empresas, eventos e etc.).............................................................................................. 105 Gráfico 30 Grau de satisfação em relação ao serviço de tirar fotos de eventos promovidos pelas empresas e postar no Balnear (como grupo de amigos, pessoas presentes nas empresas, eventos e etc.)............................................................................................... 105 Gráfico 31 Grau de importância em relação ao atendimento da equipe Balnear......................................................................................... 107 Gráfico 32 Grau de satisfação em relação ao atendimento da equipe Balnear......................................................................................... 107 Gráfico 33 Preço da manutenção mensal do Balnear.com............................ 109 Gráfico 34 Impressão mais forte em relação à primeira vez que a proposta Balnear foi apresentada a empresa............................................. 110 Gráfico 35 Impressão mais forte em relação ao Balnear atualmente............ 110 Gráfico 36 O que as empresas mais esperam ao apostar num site como o Balnear.com como instrumento de marketing.............................. 111 Gráfico 37 Houve alguma melhora com relação à divulgação e vendas da sua empresa após escolher o site Balnear como instrumento de 12 marketing...................................................................................... 112 Gráfico 38 Idade dos internautas................................................................... 114 Gráfico 39 Sexo dos internautas.................................................................... 115 Gráfico 40 Escolaridade dos internautas....................................................... 116 Gráfico 41 Posição em relação ao site Balnear.com em um contexto geral.. 117 Gráfico 42 Grau de importância em relação às notícias globais.................... 117 Gráfico 43 Grau de satisfação em relação às notícias globais...................... 118 Gráfico 44 Grau de importância em relação às notícias regionais................ 119 Gráfico 45 Grau de satisfação em relação às notícias regionais................... 119 Gráfico 46 Grau de importância em relação às notícias de esportes............ 120 Gráfico 47 Grau de satisfação em relação às notícias de esportes............... 121 Gráfico 48 Grau de importância em relação à câmera.................................. 122 Gráfico 49 Grau de satisfação em relação à câmera..................................... 122 Gráfico 50 Grau de importância em relação às fotos do que está rolando.... 124 Gráfico 51 Grau de satisfação em relação às fotos do que está rolando...... 124 Gráfico 52 Grau de importância em relação ao quadro de fama e fofoca..... 126 Gráfico 53 Grau de satisfação em relação ao quadro de fama e fofoca........ 126 Gráfico 54 Grau de importância em relação à programação da TV.............. 127 Gráfico 55 Grau de satisfação em relação à programação da TV................. 127 Gráfico 56 Grau de importância em relação à agenda da cidade.................. 128 Gráfico 57 Grau de satisfação em relação à agenda da cidade.................... 129 Gráfico 58 Grau de importância em relação à programação do cinema....... 130 Gráfico 59 Grau de satisfação em relação à programação do cinema.......... 130 Gráfico 60 Grau de importância em relação ao quadro reservado para notícias de tecnologia................................................................... 131 Gráfico 61 Grau de satisfação em relação ao quadro reservado para notícias de tecnologia................................................................... 131 Gráfico 62 Grau de importância em relação aos "vídeos legais"................... 132 Gráfico 63 Grau de satisfação em relação aos "vídeos legais"..................... 133 Gráfico 64 Grau de importância em relação aos papéis de parede.............. 134 Gráfico 65 Grau de satisfação em relação aos papéis de parede................ 134 Gráfico 66 Grau de importância em relação ao quadro reservado parapesquisar no Google.................................................................... 135 13 Gráfico 67 Grau de satisfação em relação ao quadro reservado para pesquisar no Google.................................................................... 136 Gráfico 68 Grau de importância em relação ao quadro reservado para pesquisar no Wikipédia................................................................ 137 Gráfico 69 Grau de satisfação em relação ao quadro reservado para pesquisar no Wikipédia................................................................ 137 Gráfico 70 Grau de importância em relação ao Clube Vip Balnear............... 138 Gráfico 71 Grau de satisfação em relação ao Clube Vip Balnear.................. 139 Gráfico 72 Grau de importância em relação à aparência do portal Balnear.. 140 Gráfico 73 Grau de satisfação em relação à aparência do portal Balnear.... 141 Gráfico 74 Grau de importância em relação à busca fácil de informações.... 142 Gráfico 75 Grau de satisfação em relação à busca fácil de informações...... 142 Gráfico 76 Grau de importância em relação à freqüência de atualizações... 143 Gráfico 77 Grau de satisfação em relação à freqüência de atualizações...... 144 Gráfico 78 Grau de importância em relação ao entretenimento.................... 145 Gráfico 79 Grau de satisfação em relação ao entretenimento....................... 145 Gráfico 80 Grau de importância em relação às inovações no portal Balnear 146 Gráfico 81 Grau de satisfação em relação às inovações no portal Balnear.. 147 Gráfico 82 Grau de importância em relação ao tempo necessário para carregar o portal Balnear.............................................................. 148 Gráfico 83 Grau de satisfação em relação ao tempo necessário para carregar o portal Balnear.............................................................. 148 Gráfico 84 Grau de importância em relação à abertura para reclamações e sugestões.................................................................................. 149 Gráfico 85 Grau de satisfação em relação à abertura para reclamações e sugestões..................................................................................... 150 Gráfico 86 Assunto que mais interessa os internautas.................................. 151 Gráfico 87 Hábito de acesso às empresas que divulgam no Balnear........... 152 Gráfico 88 Como os internautas vieram a conhecer o Balnear.com.............. 153 Gráfico 89 Freqüência de acesso do Balnear................................................ 154 Gráfico 90 Conhece o Clube Vip Balnear...................................................... 155 Gráfico 91 Serviço que os internautas gostariam de agregar no Balnear..... 156 Gráfico 92 Índice de internautas que possui o Balnear como sua home 14 page.............................................................................................. 156 15 LISTA DE FIGURAS Figura 1 A estrutura dos quatro P’s............................................................ 31 Figura 2 Variáveis determinantes do preço do produto habitacional......... 33 Figura 3 O ciclo PDCA............................................................................... 49 Figura 4 Estrutura de um processo de administração e gerência de marketing....................................................................................... 56 Figura 5 RedeBC......................................................................................... 70 Figura 6 Balnear.......................................................................................... 73 Figura 7 Linha do tempo Balnear ............................................................... 74 Figura 8 Banner rotativo Balnear................................................................ 74 Figura 9 Página inicial do site padrão Balnear............................................ 75 Figura 10 Primeira página interna do site padrão Balnear............................ 77 Figura 11 Segunda página interna do site padrão Balnear........................... 77 Figura 12 Terceira página interna do site padrão Balnear............................ 78 Figura 13 Cartão clube vip Balnear............................................................... 79 Figura 14 Banner topo Balneário Virtual ...................................................... 158 Figura 15 Banner gigante Balneário Virtual ................................................. 158 Figura 16 Banner seção Balneário Virtual..................................................... 159 Figura 17 Banner rodapé Balneário Virtual .................................................. 160 Figura 18 Banner lateral Balneário Virtual.................................................... 160 Figura 19 Mini site Balneário Virtual ............................................................. 161 Figura 20 Plano tipo A Busca Camboriú....................................................... 165 Figura 21 Plano tipo B Busca Camboriú....................................................... 166 Figura 22 Plano tipo C Busca Camboriú....................................................... 167 Figura 23 Plano tipo D Busca Camboriú....................................................... 168 Figura 24 Plano gold Busca Camboriú.......................................................... 169 Figura 25 Topo das buscas Busca Camboriú............................................... 170 Figura 26 Banner mestre Busca Camboriú................................................... 171 Figura 27 Banner grande/Full Guia Camboriú.............................................. 176 Figura 28 Banner médio Guia Camboriú....................................................... 177 Figura 29 Anúncio master Guia Camboriú.................................................... 177 Figura 30 Anúncio grupo um Guia Camboriú................................................ 178 Figura 31 Hot site Guia Camboriú................................................................. 179 16 Figura 32 Destaque na capa e lista nos classificados do Hagah.................. 182 Figura 33 Destaque de lista nos classificados do Hagah.............................. 182 Figura 34 Destaque no Guia Local Hagah.................................................... 184 Figura 35 Fale Grátis Hagah......................................................................... 185 Figura 36 Hagah Bônus................................................................................ 186 Figura 37 Destaque Premium Hagah............................................................ 187 Figura 38 Guia cultura e diversão Hagah...................................................... 188 Figura 39 Mapas e Rotas Hagah.................................................................. 189 17 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Média de acessos mensal e velocidade máxima de download do Balnear.................................................................................... 80 Tabela 2 Média de acessos mensal e velocidade máxima de download do Balneário Virtual...................................................................... 162 Tabela 3 Média de acessos mensal e velocidade máxima de download do Busca Camboriú...................................................................... 171 Tabela 4 Média de acessos mensal e velocidade máxima de download do Guia Camboriú........................................................................180 Tabela 5 Tabela de preços do Hagah em Santa Catarina – Formatos por impressão (tabela válida até setembro de 2008)......................... 190 Tabela 6 Tabela de preços do Hagah em Santa Catarina – Formatos por período (tabela válida até setembro de 2008)............................. 190 Tabela 7 Média de acessos mensal e velocidade máxima de download do Hagah...................................................................................... 190 18 TABELA DE QUADROS Quadro 1 Diferenciais dos serviços prestados pelo Balnear.................. 80 Quadro 2 Diferenciais dos serviços prestados pelo Balneário Virtual...................................................................................... 162 Quadro 3 Diferenciais dos serviços prestados pelo Busca Camboriú................................................................................. 172 Quadro 4 Diferenciais dos serviços prestados pelo Guia Camboriú................................................................................. 180 Quadro 5 Diferenciais dos serviços prestados pelo Hagah.................... 191 Quadro 6 Comparativo das ações de marketing implementadas pelo Balnear, seus concorrentes e as encontradas na teoria........................................................................................ 195 19 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 21 1.1 Tema de estágio ...................................................................................... 22 1.2 Problema de pesquisa ............................................................................. 22 1.3 Objetivos da pesquisa ............................................................................. 22 1.4 Justificativa da pesquisa .......................................................................... 23 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................. 26 2.1 Marketing.................................................................................................. 26 2.2 Composto de Marketing (Mix de Marketing)............................................. 30 2.2.1 Produto..................................................................................................... 32 2.2.2 Preço........................................................................................................ 32 2.2.3 Praça........................................................................................................ 34 2.2.4 Promoção................................................................................................. 35 2.3 Segmentação............................................................................................ 37 2.4 Posicionamento........................................................................................ 42 2.5 Satisfação................................................................................................. 46 2.6 Marketing de Relacionamento.................................................................. 51 2.7 Marketing na Internet................................................................................ 58 3 METODOLOGIA CIENTÍFICA ................................................................. 65 3.1 Caracterização da pesquisa..................................................................... 65 3.2 Amostragem............................................................................................. 67 3.3 Instrumento de coleta de dados............................................................... 67 3.4 Análise de dados ..................................................................................... 69 3.5 Limitações de pesquisa............................................................................ 69 4 RESULTADOS......................................................................................... 70 4.1 Caracterização da empresa...................................................................... 70 4.2 Verificação da percepção e das expectativas dos clientes do balnear.com com relação aos serviços oferecidos pelo Balnear.com...... 81 4.3 Identificação da percepção e das expectativas dos internautas do balnear.com com relação aos serviços oferecidos pelo Balnear.com...... 114 20 4.4 Avaliação das características dos principais concorrentes do Balnear.com.............................................................................................. 157 4.5 Comparação das ações e marketing implementadas pelo Balnear.com, seus concorrentes e as encontradas na teoria......................................... 194 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 198 5.1 Conclusões............................................................................................... 198 5.2 Sugestões para próximos trabalhos......................................................... 203 REFERÊNCIAS........................................................................................ 204 APÊNDICE A............................................................................................ 211 APÊNDICE B............................................................................................ 215 APÊNDICE C............................................................................................ 218 21 1 INTRODUÇÃO A internet é a maior rede das redes de computadores do mundo, conectando dezenas de milhões de pessoas em mais de 160 países. Os internautas pertencem, virtualmente, a todas faixas etárias e todos os estilos de vida. Tanto quanto a telefonia colaborou para gerar uma comunidade mundial, a internet está ajudando a criar uma aldeia global virtual. Não só disponibilizando infra-estrutura de envio e recebimento de informações e alta velocidade, mas também para troca de imagens, sons (incluindo voz), clipes de vídeos, dados eletrônicos e aplicativos de computador (MACEDO, 2007). A internet vem sendo utilizada como instrumento pelas empresas para realizar diversas atividades mercadológicas e administrativas com a finalidade de alcançar objetivos traçados no planejamento estratégico. As mudanças ocorridas no mercado pós-internet têm forçado as empresas a reavaliar suas estratégias e principalmente, a forma de realizarem seus negócios e executarem ações de marketing (REINERT; COSTA; CARDOSO, 2005). O marketing on-line é o processo de promover bens e serviços através da internet e alcançar tanto os clientes existentes como os potenciais por meio de ferramentas baseadas na rede. Isto pode vir a envolver vendas, publicidade, gestão de marca, pesquisa de mercado e serviço ao consumidor (REINERT; TONIAL, 2006) Reconhecendo que a internet, como ferramenta de marketing, vem gerando intensas transformações e interesse por parte das organizações, este trabalho vem a levantar um estudo com relação à importância do marketing na internet. Assim, vindo a conhecer as peculiaridades que envolvem este amplo tema com o intuito de aperfeiçoar os serviços prestados pela empresa Balnear.com. 22 1.1 Tema A importância do marketing na internet: Um estudo no site Balnear.com 1.2 Problema Analisar o perfil dos clientes, concorrentes e internautasdo Balnear.com e as atividades de marketing desempenhadas por este site e pelos seus concorrentes, bem como vir a conhecer as peculiaridades que envolvem o marketing na internet com o intuito de aperfeiçoar os serviços prestados pela empresa Balnear Internet Ltda. A empresa Balnear nunca realizou uma pesquisa deste gênero. Sendo assim, não possui bases muito sólidas para a criação de suas estratégias empresariais. Portanto, torna-se de grande valor a realização desta pesquisa. 1.3 Objetivo Geral Analisar o perfil dos clientes, concorrentes e internautas do Balnear.com e as atividades de marketing desempenhadas por este site e pelos seus concorrentes. 1.3.1 Objetivos Específicos • Verificar a percepção e as expectativas dos clientes e internautas do Balnear.com com relação aos serviços oferecidos pelo Balnear.com; • Identificar as características dos principais concorrentes do Balnear.com; • Destacar na teoria as principais atividades de marketing eletrônico a serem desenvolvidas por um site como o Balnear.com; • Comparar as ações de marketing implementadas pelo Balnear.com, seus concorrentes e as encontradas na teoria. 23 1.4 Justificativa O rápido crescimento do número de internautas e do e-commerce fez com que a internet se transformasse em uma importante ferramenta para as estratégias de negócio das empresas. Após duas décadas de sua abertura comercial, a internet já é uma realidade na rotina de mais de um bilhão de pessoas. O século 21 fez com que houvesse uma democratização de oportunidades na web. Os preços acessíveis de equipamentos e serviços de acesso à internet fez com que ela atingisse todas as classes sociais. Sendo assim, teoricamente, o advento da internet está fazendo com que qualquer empresa, de qualquer porte, em qualquer lugar do mundo, possa competir comercialmente. O mundo do comércio está rapidamente mudando para o mundo do e-commerce (CURI; DIAS; FILHO, 2006; KOVACS; BARBOSA, 2005; MOREIRA, 2006; STIVAL; VOSER, 2002). De acordo com a 17ª edição do E-bit juntamente com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (2008), apesar de o ano de 2007 ter sido um ano bastante turbulento para a economia brasileira, com a desvalorização do dólar, o fim das reduções da taxa SELIC, as ameaças de crises na indústria de energia e o caos aéreo, o comércio eletrônico brasileiro não parou de crescer. Houve em 2007 um faturamento de R$ 6,3 bilhões em vendas de produtos pela internet, um crescimento de 43% em relação ao ano de 2006 e é provável que o ano de 2008 não seja diferente. Assim, criou-se a necessidade das organizações aperfeiçoarem as suas atuações on-line, tomando conhecimento da percepção dos clientes quanto à qualidade dos serviços oferecidos na Internet (CURI; DIAS; FILHO, 2006). Abrecht (1998 apud JESUS, 2005) afirma que os momentos iniciais e finais de um ciclo de serviço normalmente são considerados críticos. Os momentos iniciais é aonde o cliente percebe a qualidade do serviço e regula a sua expectativa em relação ao que virá. Caso tenha uma percepção inicial negativa, será complexo para a organização dissolver este conceito. Já os momentos finais costumam ser relevantes, pois são guardados na mente dos consumidores mais facilmente. De acordo com a percepção, ou seja, a forma como o individuo seleciona, organiza e interpreta as informações, ele cria uma imagem significativa do mundo, essencial no processo de avaliação do serviço. Desta forma, ele adquire um aprendizado baseado em experiências anteriores, o que irá influenciar nas suas 24 ações futuras. Os conceitos anteriores que os consumidores têm representam as suas convicções e atitudes (JESUS, 2005). Estes fatores comportamentais estabelecem como age e pensa cada indivíduo. Quando analisados, é possível adquirir um conhecimento maior das dimensões comportamentais de cada consumidor, suas expectativas e o seu grau de percepção com relação à qualidade dos produtos e serviços por ele adquiridos. Esta avaliação costuma acorrer para que se possibilite construir grupos de indivíduos com comportamentos similares, que apresentarão expectativas e nível de percepção relativamente semelhantes. Pois, a demanda não é uniforme, mas sim heterogênea, o que explica uma concentração dos esforços de marketing em determinadas fatias específicas do mercado caracterizando a segmentação (JESUS, 2005; RICHERS; LIMA, 1991). Faz sentido comercialmente diferenciar ofertas de marketing para diferentes grupos de fregueses. Quando as empresas de serviço usufruem da segmentação de mercado para atingir seu público alvo elas estão buscando trabalhar com pessoas que possuem características semelhantes dentro do universo do comportamento de compra, utilizando deste conhecimento (BAKER, 2005). A revolução da informação digital aprimorou a produtividade, reduzindo a barreira ao surgimento de milhares de empresas em condições de disponibilizar produtos e serviços para segmentos menores no mercado. Na internet, isso levará a escolha por um produto ou serviço chegar a milhões de itens, nos mais diversos locais espalhados pelo mundo (JESUS, 2005). Por esta razão, de continuar sobrevivendo a este nível de competitividade, existe nas empresas uma busca constante em aperfeiçoar os seus produtos e serviços para satisfazer os consumidores. As empresas existem porque os clientes permitem. A partir do momento em que qualquer empresa não atingir mais as expectativas dos clientes, ela está correndo sérios riscos de perder o negócio para a concorrência. E a internet não foge disso. Portanto, é necessário determinar o público-alvo, que na realidade vai ser o consumidor final. Aquele que vai usar o produto ou freqüentar a web (SILVA, 2003). Sendo do marketing a responsabilidade de enxergar as mudanças do mercado e fornecer retorno satisfatório a elas, cabe a ele buscar discorrer qual é o seu papel nessa nova era da internet. O marketing, como disciplina, função e 25 organização pode ser alterado para sempre com o aparecimento da internet (SHETH; ESHGHI; KRISHNAN, 2002; STIVIAL; VOSER, 2002). Examinando algumas facilidades de comunicação eletrônica, como o e-mail, discussões on-line em grupo e a World Wide Web e investigando alguns dos recursos mais esotéricos do marketing eletrônico conclui-se que os processos tradicionais de marketing podem ser melhorados ou simplificados (REEDY; SCHULLO; ZIMMERMAN, 2001). Para Laudon e Laudon (2004 apud TOLEDO; CAIGAWA; ROCHA, 2006), a internet é uma ferramenta muito importante para vendas e marketing, pois permite uma interação com os clientes e uma capacidade de personalização que não pode ser encontrado em outros canais. As empresas podem utilizar de e-mails, bate- papos e grupos de discussão eletrônica, por exemplo, para solidificar seus relacionamentos com os clientes. Além disso, a internet facilitou a compra e a negociação dos preços. Não é mais necessário ir a uma loja, todos os produtos estão disponíveis virtualmente. O consumidor tem disponibilidade de pesquisar preços, condições e especificações em várias lojas virtuais simultaneamente, realizar o pedido do produto através do seu computador, o pagamento pode ser realizado de forma eletrônica e a entrega pode ser até pela internet, como um software através de download, ou por empresas de entrega rápida (KOTLER, 1999; TOLEDO; CAIGAWA; ROCHA, 2006). Uma importante estratégia para as empresas poderem manter ou elevar as suas margens de lucro e que dificulta a comparação instantânea de preços, é propiciar aos consumidores produtos customizados, ou seja, oferecer ao consumidor condições de solicitar um produto elaborado especialmente para ele, respeitando as suas especificações de modo mais rápido. O consumidor torna-se cada vez mais uma vozativa no processo de compra pela internet. É o cliente definindo como deseja ser atendido, a que preço e de que forma (TOLEDO; CAIGAWA; ROCHA, 2006). Diante deste contexto, as empresas necessitam repensar as suas estratégias para atingirem os seus mercados. Sendo assim, o Balnear.com, portal de conteúdo na internet, disponibiliza serviços para as empresas para que elas possam desfrutar do marketing pela internet. O interesse evidente da empresa Balnear.com no desempenho que o segmento do marketing na internet vem tendo e nas suas limitações justifica esta pesquisa. 26 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo serão apresentados os embasamentos teóricos necessários para o alcance do objetivo deste trabalho, tais como: Marketing, composto de marketing, segmentação, posicionamento, satisfação, marketing de relacionamento e marketing na internet. 2.1 Marketing Historicamente, a origem do marketing é advinda da transformação que a economia mundial passou no final do século XIX e início do século XX. Essa transformação é diretamente resultante da Revolução Industrial, aonde foi imposto um controle capitalista sobre quase todos os ramos da atividade econômica. O rápido crescimento industrial juntamente com o aumento da demanda de mão-de- obra intensificou o fenômeno de aglomerações urbanas. Multiplicaram-se as transações. Os emergentes complexos industriais de então se colocaram diante do problema de fazer com que os mercados nacionais fossem abastecidos. A produção em massa fez com que houvesse uma distribuição da mesma forma (KEITH 1960, KOTLER; ANDREASEN 1996, PRIDE; FERRELL 2000 apud TORRES, 2004; GRISI; GRISI; SANTOS, 1983; OLIVEIRA; PEREIRA, 2003; TOLEDO; SANTOS, 1979). A era da produção foi marcada com o desenvolvimento do modelo fordista. Em 1908, o ano que foi lançado o modelo T da Ford, a montagem do automóvel demorava doze horas e vinte minutos. Na década de 20, uma hora e vinte minutos já eram suficientes. Produto de massa e barato, o modelo vendeu 15 milhões de unidades. Henry Ford, o pioneiro da indústria de automóvel, quis provar que é possível especializar as atividades e decompor o trabalho em gestos elementares, racionalizando a produção e aumentando o rendimento. A sua inspiração foi baseado em Frederick Winslow Taylor, um apaixonado do estudo do trabalho e um grande maníaco por cronômetro que inventou uma organização científica do trabalho que devia aumentar a produtividade reduzindo os funcionários (LALANE, 1998). A produção em larga escala, diminuiu os custos, fazendo com que os preços fossem reduzidos e conseqüentemente que o consumo aumentasse. Nasceram então os dilemas de como vender, a quem vender, a que preço, em quais condições. 27 Foi dado inicio a tentativa de fazer marketing, de tentar administrar os fenômenos que acontecem nas relações de troca (OLIVEIRA; PEREIRA, 2003). Com o desenvolvimento do modelo fordista de produção, ligado às teorizações de Frederick W. Taylor, se os produtos tivessem preços baixos o bastante, eles seriam vendidos (COOPER, 2001 apud DUARTE; CZAJKOWSKI, 2007). O trabalho e os métodos de grandes atacadistas há muito tempo passaram a ser familiares aos estudos de marketing da Inglaterra e da Irlanda (GRISI, GRISI; SANTOS, 1983). Possivelmente por esta razão que o marketing na sua primeira fase era visto basicamente como uma atividade de produção e distribuição de bens do produtor para o consumidor (KEITH 1960, KOTLER; ANDREASEN 1996, PRIDE; FERRELL 2000 apud TORRES, 2004; GRISI; GRISI; SANTOS, 1983). Já em uma outra etapa as atividades de marketing caracterizavam-se por uma intensificação do interesse para as vendas, sendo o volume de vendas a chave para a lucratividade, em conseqüência da economia de escala proporcionada pela produção em massa. Marketing deveria disponibilizar as ferramentas necessárias para vender ao máximo os produtos a um consumidor insaciável, fazendo com que vendas e publicidade fossem consideradas as atividades mais importantes de marketing (TOLEDO; SANTOS, 1979; TORRES, 2004). A partir dos anos cinqüenta a concepção de marketing sofreu alterações nos Estados Unidos, afinal, o mercado começou a exigir variedade (TOLEDO; SANTOS, 1979; NOBREGA, 1996 E KOTLER, 1988 apud OLIVEIRA; PEREIRA, 2003). Porém, ainda assim, até 1960 a idéia predominante de Taylor ainda aparece “tenha o produto certo e mantenha os custos baixos”. Os mercados e as mídias ainda eram de massa (NOBREGA, 1996 E KOTLER, 1988 apud OLIVEIRA; PEREIRA, 2003). No entanto, o conceito de marketing foi consolidado em 1960 quando o americano Theodore Levitt publicou Marketing Myopia: A diferença entre marketing e vendas é mais do que semântica. Vendas têm o seu foco voltado para as necessidades do vendedor; marketing nas do comprador. Vendas preocupam-se com as necessidades do vendedor em transformar seu produto em dinheiro; Marketing preocupa-se com a idéia de saciar as necessidades do consumidor com o produto. Kotler concordava com essa idéia em sua totalidade, ele afirmava também que as boas empresas vão de encontro às necessidades, e as ótimas criarão 28 mercado. A liderança pelo marketing conquista-se pela imaginação de produtos novos, serviços, estilos de vida e meios de aumentar padrões de vida (PORTAL EXAME, 2002; LALANE, 1998). Levitt alerta que o crescimento da empresa não deve considerar-se nunca como garantido, o crescimento não é em relação de estar em uma dada indústria, mas de ser suficientemente perspicaz para reparar aonde se irá registrar o crescimento futuro. Para isso, os gestores necessitam definir o seu negócio de uma forma ampla e evitarem ficar limitados aos seus produtos (comboios, cinema), deixando de ver os benefícios fundamentais que seus clientes buscam (transporte, entretenimento). Em uma época em que as empresas eram orientadas ao produto e acreditavam que baixos custos fabris era segurança de sucesso (desde Taylor), Levitt, muito adiantado do seu tempo, defendia que a preocupação principal da empresa deveria ser a satisfação dos clientes (LALANE, 1998). Levitt também ajudou a empurrar o marketing para o centro de vida empresarial, mas graças a Kotler que o marketing tornou-se uma disciplina com um corpo de conhecimento autônomo, devemos também a ele os conceitos de marketing mix, segmentação, ciclo de vida do produto e seu pioneirismo ao criar termos como demarketing e marketing social, mas há quem diga que a maior realização dele foi ter promovido tão bem o marketing. E isso faz dele o rei (LALANE, 1998) A partir das décadas de 1960 e 1970 as empresas norte-americanas estavam cientes do crescimento cada vez maior das pressões sociais e empresariais (COOPER, 2001 apud DUARTE; CZAJKOWSKI, 2007). Percebendo as barreiras do modelo fordista de produção, intensificadas pela recuperação européia e japonesa no período pós II Guerra Mundial, as empresas sentiram-se atraídas a desenvolver uma metodologia que as tornasse mais dinâmicas em face das demais (DUARTE; CZAJKOWSKI, 2007). Um grande marco em prol da criação da atual percepção do marketing teria sido em 1972, quando Al Ries juntamente com Jack Trout publicou um artigo na revista “Advertising Age”, que ressaltava a importância do conceito de posicionamento como base do pensamento estratégico (TAVARES, 2003 apud DUARTE; CZAJKOWSKI). As organizações notaram que seria muito mais proveitoso para todas elas desenvolver produtos dotados de algum diferencial competitivo marcante na mente 29 de poucos clientes (nicho de mercado) do que simplesmente comercializar os seus bens ou serviços pelo preço mais barato possível, tal como se fossem commodities, para as grandes massas. Assim, já passavam a considerar as necessidades e desejos de segmentos mais específicos, servindo para enquadraras pessoas com comportamentos semelhantes (DUARTE; CZAJKOWSKI, 2007; NOBREGA, 1996 E KOTLER, 1988 apud OLIVEIRA E PEREIRA, 2003). Mesmo assim, a percepção atual do marketing como Kotler (2000) prega, como um processo social do qual as pessoas e grupos obtêm aquilo que necessitam através da criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com os outros, só ganhou corpo a partir da década de 80. De acordo com Cooper (2001), somente a partir desse período se adotou uma abordagem orientada para o consumidor (DUARTE; CZAJKOWSKI, 2007). A nova percepção, a de que a satisfação do cliente, e não o volume de vendas deveria ser a chave para a lucratividade. Visto que os consumidores tornaram-se cada vez mais seletivos e exigentes, as empresas reconheceram que não poderiam mais continuar a produzir e depois tentar convencer os clientes a comprar os seus produtos, mas que primeiramente é necessário analisar quais as suas necessidades, desejos e preferências e só depois produzir. A orientação para o cliente foi a responsável por o marketing expandir-se, adquirir mais importância e prosperar, deixando de ser interpretado apenas como uma questão de anunciar e vender. Esta fase constitui um marco relevante na concepção atual do marketing (TOLEDO; SANTOS, 1979; TORRES, 2004). Segundo Kotler e Andreasen (1996 apud TORRES, 2004), esta fase representa a transição do marketing que parte da organização para o mercado para o marketing que parte do mercado para a organização. O cliente deixando de ser manipulado e passando a ser integrado pela empresa através da construção e sustentação de um relacionamento entre cliente empresa marcou o nascimento do marketing de relacionamento na década de 90 (NOBREGA, 1996 E KOTLER, 1988 apud OLIVEIRA; PEREIRA, 2003). Conclui-se que muitos anos se passaram para que um número considerável de empresas deixasse de pensar de “de dentro para fora” para fazê-lo de “fora para dentro”. Mesmo atualmente muitas empresas ainda operam com o foco na venda de produtos, em vez de no atendimento de necessidades (KOTLER, 1999). 30 À medida que o mundo foi girando rumo ao século XXI as empresas e os cidadãos não se preocupam somente com o fato de haver mudanças, mas a velocidade acelerada com que isso acontece (KOTLER, 1999). Para evitar surpresas com mudanças de comportamento dos clientes, as empresas devem entendê-los melhor do que eles próprios se entendem, ou seja, avaliar as necessidades não-declaradas de seus clientes e conhecer seus negócios e estios de vida de forma que vá além da utilização do seu produto/serviço atual (LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2004). Sendo assim, o marketing é utilizado como um sensor que visa identificar as necessidades e desejos a serem satisfeitos, buscando atendê-los através da criação, oferta e troca de produtos de valor com os outros (COBRA, 1993; KOTLER, 1998; KOTLER; ARMSTRONG, 2003). Muita coisa mudou na nossa forma de ver o marketing de serviços e o marketing de negócios, e o impacto será ainda maior à medida que as forças da tecnologia e da globalização se aceleram (KOTLER, 1999). Porém, há muitos anos surgiram ferramentas táticas e controláveis que auxiliam as empresas a produzir o retorno que deseja do mercado-alvo, estas ferramentas são muito conhecidas e utilizadas até hoje. Consiste em atividades que as empresas podem utilizar para influenciar os compradores, ou seja, a demanda de seu produto, usualmente chamadas de mix de marketing, composto de marketing ou composto mercadológico (DANTAS, 2000; KOTLER, 1999; KOTLER; ARMSTRONG, 2003; ROCHA; CHRISTENSEN, 1999; TOLEDO; CAIGAWA; ROCHA, 2006). 2.2 Composto de Marketing (Mix de Marketing) Há muito tempo, o professor Neil Borden, da Harvard Business School, identificou muitas atividades empresariais que podem influenciar o consumidor. Toda empresa necessita ser capaz de preparar sua própria lista de atividades. Borden sugeriu que todas estas atividades constituíssem um “mix de marketing” e necessitam ser planejadas coordenadamente para alcançar impacto máximo. Embora o mix de marketing seja constituído por muitas atividades, os estudiosos da área buscam uma classificação que torne mais fácil distingui-las. O professor Jerome McCarthy, no começo da década de 60, propôs um mix de marketing 31 conhecida como os “4P’s”: Produto, preço, praça e promoção. Cada P abrange várias atividades respectivamente (Figura 1) (KOTLER, 1999). Figura 1: A estrutura dos quatro P’s Fonte: Kotler (1999) Quando o administrador planeja todos os subitens dos 4Ps de acordo com o objeto de comercialização, ele terá um composto de marketing planejado. Justamente por exercer certo controle nestas ferramentas de marketing que estas variáveis são chamadas de controláveis (LAS CASAS, 1997). Uma estratégia de marketing para que alcance o sucesso necessita levar em consideração não só cada um dos elementos do marketing-mix, mas também o modo como eles se inter-relacionam. Por exemplo, um produto ou serviço extraordinário com um sistema de distribuição ruim provavelmente fracassará (LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2004; ROCHA; CHRISTENSEN, 1999; TORRES, 2004). Diante deste contexto, dada a importância do composto de marketing, a seguir cada “P” será detalhado para maiores esclarecimentos. Mix de Marketing Mercado – alvo Produto: Variedade de Produtos Qualidade Design Características Nome de marcas Embalagem Tamanhos Serviços Garantias Devoluções Preço: Preço nominal Descontos Concessões Prazo para pagamento Condições de crédito Promoção: Promoção de vendas Propaganda Força de vendas Relações públicas Marketing direto Praça: Canais Cobertura Variedade Pontos de venda Estoque Transporte 32 2.2.1 Produto O composto de marketing se inicia com a oferta do produto. É complexo pensar um sistema de distribuição ou estabelecer um preço sem conhecer o produto a ser vendido. Assim a essência do composto de marketing é a oferta de produtos da empresa (LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2004). Em marketing, a palavra produto expressa mais do que um bem, serviço ou idéia. Produto é um conceito amplo que também deve levar em consideração todas as necessidades do consumidor em relação a um bem, serviço ou idéia (BOONE; KUTZ, 1998). Assim, os profissionais de marketing vêem os produtos em um contexto muito mais abrangente. As estratégias de produto englobam não só a unidade física ou a decisão de que produtos ou serviços a empresa deveria disponibilizar a um grupo de consumidores, mas muitos outros fatores, inclusive embalagem, garantias, serviços pós-venda, marcas, ciclos de vida de um produto, posicionamento e imagem da empresa. Um exemplo a ser citado é que algumas empresas criam valor adicional para tudo, pois as pessoas compram coisas não só pelo o que elas fazem, mas também pelo que significam para elas (BOONE; KUTZ, 1998; LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2004). Assim, as pessoas, na realidade, compram desejos e satisfações. O desejo coloca o cliente em um estado ativo, buscando a sua satisfação em produtos que passam a ter valor para ele (BOONE; KUTZ, 1998, FERNANDES, 2006). Este produto pode ter a mais alta qualidade, mas ele não é o bastante por si só, principalmente nos dias atuais em que a concorrência está cada vez maior para manter e fidelizar os clientes. O serviço prestado pela empresa é um fator muito relevante, e que tem menor poder de imitação por parte da concorrência. As organizações possuem a sua própria cultura e forma de trabalho muito pessoais, que ultrapassam a tecnologia de produção simples de copiar (FERNANDES, 2006). 2.2.2 Preço Preço é o que o comprador deve dar para possuir o produto. Normalmente, esta troca é realizada atravésde um produto por seu valor percebido em dinheiro 33 pelo cliente (LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2004; KOTLER; ARMSTRONG, 2003; OLIVEIRA E IKEDA, 2005). Este componente do composto de marketing se diferencia das outras três categorias da comercialização (produto, praça e promoção), por produzir proventos, os outros três geram custos (FERNANDES, 2006). É também a área mais complexa para a decisão de marketing, a estratégia de preço trata de métodos de estabelecimento de preços lucrativos e justificáveis por ser um fator determinante na decisão de compra do cliente (FERNANDES, 2006; BOONE; KURTZ, 1998). Por o preço ser uma importante arma competitiva, este “P” é o mais flexível dos quatro compostos de marketing. Os profissionais de marketing podem aumentar ou reduzir os preços mais freqüentemente do que podem alterar qualquer outra variável do composto de marketing (LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2004). Como existe esta competitividade, ela é um de vários fatores que influenciam a estratégia de preço criada pelo profissional de marketing. Muitas firmas caem na armadilha de concorrer com preços mais baixos, as guerras de preço podem ser arriscadas para o profissional de marketing, porque o consumidor, uma vez acostumado a pagar um preço barato por um produto, não admite pagar mais. Na maioria das vezes, é uma forma de desperdiçar a receita necessária para gerar e manter uma vantagem sustentável sobre a concorrência (BOONE; KURTZ, 1998; FERNANDES, 2006). Para a determinação do preço, além da concorrência, é necessário conjugar algumas variáveis tais como o custo do produto e o mercado (FERNANDES, 2006). Fatores Internos Custos obtidos Custos fixos e variáveis Custos de construção Custos operacionais do marketing Fatores Externos Mercado Alvo Sensibilidade dos consumidores ao preço Poder de compra do mercado-alvo Intensidade da procura Ciclo do mercado Valor percebido pelo consumidor Aspectos psicológicos do comprador 34 Desempenho e competência da empresa Localização Fatores Externos Concorrência O preço de referência A composição e a política concorrencial Figura 2: Variáveis determinantes do preço do produto habitacional Fonte: Fernandes (2006) De acordo com Boone e Kurtz (1998), o objetivo da determinação dos preços, por mais que possa variar de uma empresa para a outra, podem ser classificados em quatro grupos principais: • Objetivos de lucratividade: Inclui a maximização dos lucros e metas de retorno por segmento; • Objetivos de volume: Tanto a maximização de vendas quanto as metas de participação de mercado são fatores característicos dos objetivos de volume; • Objetivos concorrenciais: O objetivo é combater os preços da concorrência. É atingido simplesmente pela equiparação dos próprios preços com as do líder do setor em questão; • Objetivos de Prestígio: Envolve a determinação de um preço relativamente mais alto para desenvolver e manter uma imagem de qualidade e exclusividade que apela para compradores sensíveis ao fator status. 2.2.3 Praça Praça é o terceiro elemento do composto de marketing que tem a ver com as atividades da empresa que tornam o produto disponível aos consumidores-alvo. Os profissionais de marketing desenvolvem estratégias de distribuição que se preocupam em garantir que seus produtos estejam disponíveis nas quantidades adequadas, quando e onde os clientes desejarem (BOONE; KURTZ, 1998; FERNANDES, 2006; LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2004; KOTLER; ARMSTRONG, 2003). As decisões de distribuição consistem em todas as atividades relacionadas com meios de transporte, armazenamento, controle de estoque, processamento de encomendas e seleção de canais de marketing. Os canais de distribuição são compostos de instituições como varejistas e atacadistas, que auxiliam os fabricantes 35 na distribuição de produtos aos usuários finais (LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2004; BOONE; KURTZ, 1998). Este elemento mercadológico envolve basicamente a escolha do canal de distribuição e a distribuição física do produto (FERNANDES, 2006; DANTAS, 2000). Porém, os tipos de canais pelos quais os produtos são disponibilizados também interferem muito a percepção dos consumidores em relação a imagem do produto. Profissionais de marketing bem-sucedidos escolhem canais com características que vão de acordo com os seus produtos e com o tipo de clientes que eles visam atender (CHURCHILL; PETER, 2000). 2.2.4 Promoção Antes que os consumidores possam adquirir um produto, eles necessitam saber o que é o produto, como ele proporciona valor e onde ele pode ser encontrado. Para isto existe o composto de marketing tradicionalmente conhecido como promoção (CHURCHILL; PETER, 2000). A promoção é o elo de comunicação entre vendedores e clientes. Os profissionais de marketing misturam muitas ferramentas de promoção para se comunicarem de forma mais eficaz com o seu público-alvo, enviando suas pretendidas mensagens sobre bens, serviços e idéias ao cliente (BOONE; KURTZ, 1998; LAS CASAS, 1997; FERNANDES, 2006). Estas ferramentas de promoção se incluem em cinco grandes classes: Publicidade; Promoção de vendas; Relações públicas; Força de vendas e Marketing direto (DANTAS, 2000; FERNANDES, 2006; LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2004). Para Dias (2004), as atividades que integram o composto de comunicação de marketing são um pouco mais abrangentes, descrevendo as seguintes: propaganda; promoção de vendas; vendas; marketing direto; relações públicas, publicidade ou acessória de imprensa; promoção de eventos; merchandising e comunicação no ponto de venda; atendimento ao cliente; comunicação pela internet; embalagem. Então, todas as ferramentas são formuladas num plano promocional coordenado com base nas metas e objetivos da estratégia promocional da empresa, que vão de encontro com os objetivos gerais e as metas de marketing da organização (BOONE; KURTZ, 1998; LAS CASAS, 1997). 36 Tudo isso para que a promoção auxilie a realização de trocas mutuamente satisfatórias com o mercado-alvo, informando, educando, persuadindo e lembrando das vantagens de uma organização ou de um produto em relação aos seus concorrentes. Assim, ouvir tais mensagens pode influenciar as decisões de compra dos consumidores (BOONE; KURTZ, 1998; CHURCHILL; PETER, 2000; LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2004). Esta comunicação com o consumidor visando torná-lo um cliente fiel dos produtos e serviços da empresa fabricante tem sido um grande desafio para os profissionais de marketing. Milhares de mensagens publicitárias são enviadas constantemente, gerando uma grande briga por um espaço na mente do consumidor (DIAS, 2004). Neste sentido, a comunicação de marketing pode apoiar esforços para criar valor para os clientes e satisfazê-los de forma a torná-los mais leais. Um exemplo são os sistemas interativos de comunicação, que incluem vendedores e sites na internet, que podem coletar informações de clientes sobre aquilo que eles valorizam, bem como as suas experiências com a utilização dos produtos (CHURCHILL; PETER, 2000). Pelo fato de os consumidores serem diferentes, os programas de comunicação necessitam ser diferenciados também, estes programas devem ser desenvolvidos para segmentos específicos, nichos e mesmo para indivíduos (KOTLER, 1998 apud DANTAS, 2000). Percebe-se que para a maioria dos profissionais de marketing, todo o mix de marketing é elaborado para atender às necessidades e aos desejos dos clientes (BAKER, 2005). Alguns críticos acreditam que esta estrutura dos 4 P’s peca por omitir ou deixar de realçar determinadas atividades importantes apenas porque não começam com a letra “P”. Por exemplo, onde estão os serviços? A questão é que os serviços são produtos também. Onde está a embalagem? A embalagem é uma das muitasdecisões de produto. Assim, muitas atividades que parecem estar de fora no mix de marketing dos quatro P’s estão contidas em um destes P’s (KOTLER, 1999; KOTLER; ARMSTRONG, 2003). Alguns autores ainda procuram modificar os 4 P’s incluindo novos P’s, porém, a questão não é questionar se deveria haver quatro, seis ou dez P’s. Na medida em que são criadas sugestões com novos enfoques e idéias, cada empresa necessita 37 realizar sua própria opção de classificação, conforme qual a estrutura mais útil para projetar a estratégia de marketing, o que dependerá diretamente das suas características (DANTAS, 2000; KOTLER, 1999; KOTLER; ARMSTRONG, 2003). Os profissionais de marketing perceberam há muito tempo que um único composto de marketing raramente é adequado para atender as necessidades e desejos de todo o mercado de um produto. Do ponto de vista do profissional de marketing, servir apenas uma parte do mercado total é muitas vezes a estratégia mais eficiente, especialmente quando uma parte do mercado responde por uma porcentagem considerável das vendas de um produto (CHURCHILL; PETER, 2000). Atualmente, muitas empresas adaptam o seu composto de marketing a um único mercado-alvo ou usam compostos de marketing separados para atender as necessidades de diferentes mercados-alvo, pois os consumidores freqüentemente exigem produtos adequados a suas necessidades e desejos específicos. As organizações que servem as necessidades de grupos específicos fazem usufruto do chamado marketing por segmentação (CHURCHILL; PETER, 2000). 2.3 Segmentação Um mercado é qualquer pessoa, grupo de pessoas ou organizações que querem e estejam possibilitados de adquirir um produto ou serviço em uma empresa (CZINKOTA et al., 2001). Antes que uma empresa possa efetivamente comercializar os produtos dela para qualquer membro do mercado, ela precisa entender plenamente o que o mercado necessita deste produto (CHURCHILL; PETER, 2000; CZINKOTA et al., 2001). Porém, o que se quer e deseja de um produto não é o mesmo para todos em um mercado. Afinal, diferentes clientes terão necessidades diferenciadas de produtos específicos. Os mercados não são homogêneos, sendo assim, comercialmente falando, faz sentido diferenciar ofertas de marketing para diferentes grupos de clientes (BAKER, 2005; CZINKOTA et al., 2001). Diante deste contexto, uma empresa quando deseja atingir diferentes grupos de clientes, necessita separar o mercado em grupos distintos baseada nessas diferenças. Este processo de divisão é a chamada de segmentação de mercado. Cada uma das divisões de mercado (segmentos de mercado), que uma organização 38 seleciona para servir é um mercado-alvo seu (CHURCHILL, 2000; CZINKOTA et al., 2001; LAS CASAS, 1997). De acordo com Czinkota et al. (2001) antes de uma organização decidir se realizará uma segmentação, ela deveria, após ter identificado segmentos de mercado potenciais, analisar estes segmentos com base nos cinco critérios para uma segmentação bem sucedida. Em geral, para segmentar um mercado com sucesso, ele deve ser: • Heterogêneo: Devem existir diferenças explicitas nas preferências do consumidor pelo produto; • Mensurável: As preferências de diferenças para o produto necessitam ser identificáveis e capazes de ser relacionadas a variáveis mensuráveis, como idade, sexo, estilo de vida, etc.; • Acionável: A empresa necessita ser capaz de dar um retorno à preferência de diferença com um composto de marketing adequado e lucrativo; • Acessível: O segmento de mercado proposto deve ser prontamente acessível e atingível com programas direcionados; • Substancial: O segmento de mercado escolhido deve ter tamanho e poder aquisitivo o suficiente para ser lucrativo. As alternativas de tamanho para um segmento de mercado vão desde o mercado de massa até o individual ou a qualquer ponto entre esses. As organizações podem estabelecer um segmento relativamente pequeno, ou nicho, inserido em um mercado maior para alcançar o que é chamado de marketing de nicho. Segmentos de mercado ainda menores são conhecidos como micromercados, e os esforços de marketing focados para eles são chamados de micromarketing. Até, finalmente, levando ao extremo a tendência à segmentação, pode ser adotado o segmentos de um, direcionando-se a consumidores individuais, havendo uma adaptação e personalização dos compostos de marketing para criar valor para cada cliente isoladamente (CHURCHILL; PETER, 2000; CZINKOTA et al, 2001; KOTLER; 2003). Desta forma, os clientes são agrupados até a medida que for significativo que eles sejam visados com diferentes mix de marketing. Pois, alguns segmentos são tão inexpressivos que não justificam a elaboração de um marketing especifico. A 39 segmentação excessiva pode gerar segmentos demasiadamente pequenos e não lucrativos e, assim, tornar-se ineficiente (BAKER, 2005; LAS CASAS, 1997). Porém, segundo Czinkota et al. (2001), o processo de segmentação de mercado e direcionamento para eles, em geral, é uma prática disseminada com muitas vantagens. O processo de seleção do mercado-alvo é fundamental para a estratégia de marketing pelos seguintes motivos: 1. Possibilita que a empresa tome conhecimento de quem analisar, para compreender melhor os consumidores efetivos e os potenciais. 2. Permite que a organização desenvolva e implemente um composto de marketing talhado para as necessidades do mercado. 3. Faz com que uma empresa analise o mercado potencial para os seus produtos. 4. As empresas podem identificar os produtos concorrentes no seu mercado específico e desenvolver posições competitivas em resposta. 5. Direcionar-se a segmentos de mercado, com um composto de marketing customizado para necessidades específicas do mercado, faz com que cresça a probabilidade de efetividade de vendas e eficiência de custo na conquista de mercado. 6. Permite com que uma empresa posicione seus produtos para o mercado com base nas necessidades e preferências analisadas. 7. Possibilita que uma organização identifique oportunidades. Las Casas (1997), também concorda que com a divisão do mercado as empresas poderão obter uma série de vantagens, citando que as empresas poderão realizar um melhor trabalho em face da concorrência, dedicando-se a fatias de mercado que ela tenha melhores condições de atender, por muitas possíveis limitações como recursos financeiros, humanos ou qualquer outro. Porém, Czinkota et al. (2001), também identifica muitas desvantagens do marketing direcionado. Elas concentram-se em críticas éticas dessa prática e na possibilidade de oportunidades perdidas pelo direcionamento para segmentos específicos. São elas: 1. Direcionar-se a múltiplos mercados normalmente eleva os custos de marketing. 40 2. Os esforços na direção da personalização e individualização dos mercados podem levar a uma proliferação de produtos que se torna demasiadamente penosa e cara para gerenciar. 3. Os esforços para segmentar excessivamente o mercado em nichos muito reduzidos podem ser vistos cinicamente pelo indivíduo almejado e atingir negativamente a resposta do consumidor aos esforços de marketing. 4. Segmentar muito estreitamente um mercado para se direcionar pode efetivamente impossibilitar que um produto desenvolva a fidelidade à marca. 5. Aqueles que praticam o marketing direcionado têm sido muito criticados por atividades antiéticas ou estereotipadas. A crítica mais pública da segmentação e do marketing direcionado vem de grupos minoritários e de consumidores que protestam que a prática de dirigir produtos potencialmente perigosos, como cigarros, álcool e bilhetes lotéricos, para mercados vulneráveis, como crianças e pobres ou sem instrução é extremamente antiético e podem afetar negativamentenas empresas de marketing (CZINKOTA et al., 2001). Las Casas (1997) também cita que uma das desvantagens após a divisão de um mercado em grupos menores, é a colocação de todos os “ovos na mesma cesta”. Se a concorrência crescer, ou mesmo se outros segmentos abandonados pela companhia tornaram-se mais atraentes, a empresa poderá encontrar dificuldades em mobilizar-se com a intenção de aproveitar novas oportunidades. Entretanto, atualmente as empresas são mais culpadas de falta de segmentação do que de excesso de segmentação. A segmentação individualizada (customizada) é o rumo que claramente o marketing está tomando na questão da segmentação. Na percepção do profissional de marketing, servir somente uma parte do mercado total é muitas vezes uma estratégia mais eficiente, principalmente quando uma parcela do mercado responde por uma porcentagem considerável das vendas de um produto (BAKER, 2005; CZINKOTA et al., 2001; CHURCHILL; PETER, 2000; KOTLER, 2003; LAS CASAS, 1997). Uma sociedade com falta de tempo e a crescente popularidade de alternativas de compras interativas, realizadas em casa, como aquelas via internet, é que estão fazendo com que haja uma maior personalização, ou customização nos mercados (CZINKOTA et al., 2001). 41 No passado, o marketing individual era complexo de ser praticado, se não impossível, para a maioria dos profissionais de marketing. Porém, graças à interatividade que existe hoje, combinada com capacidades tecnológicas inovadoras, possibilitou que esta estratégia se torne viável. As empresas podem criar um quadro completo dos clientes individuais através da coleta de dados eletrônica, baseando- se nas características e preferências pessoais deles, depois customizarem os esforços de marketing, principalmente os serviços e a informação, para que se ajustem as necessidades dos clientes. È por isso que algumas formas de marketing individual são chamadas de database marketing. Além disso, a tecnologia de fabricação moderna possibilita que os produtores personalizem bens com eficiência. Embora o marketing individual nem sempre seja útil, os contínuos avanços da tecnologia o estão tornado cada vez mais atraentes em mais situações (CHURCHILL; PETER, 2000; CZINKOTA et al., 2001). Há as bases “tradicionais” que se referem às abordagens que eram empregadas antes do advento da era movida a dados, elas possuem um caráter objetivo, que podem ser medidas sem ambigüidade (por exemplo, idade e sexo). Estas bases tradicionais continuam existindo até os dias de hoje e ainda são utilizadas por muitas empresas, mas para aquelas que possuem acesso a dados personalizados dos clientes, agora essas bases talvez sejam utilizadas mais como características de suporte do que como principal base da segmentação (BAKER, 2005). Logo nota-se que a segmentação é a base para toda a estratégia de marketing, pois primeiramente o mercado é segmentado em grupos homogêneos de clientes, e assim que forem selecionados os mercados-alvo e eles forem entendidos plenamente, as empresas necessitam posicionar o produto no mercado de modo a diferenciar-se das ofertas concorrentes, para então decidir estrategicamente qual é a melhor forma de comunicar àqueles consumidores que as suas necessidades podem ser, provavelmente, mas bem atendidas por esta organização (DANTAS, 2000; CZINKOTA et al., 2001; KOTLER; ARMSTRONG, 2003; VEIGA-NETO, 2007). A segmentação de mercado possui um claro e estreito relacionamento com o posicionamento. Talvez essa visão tenha se desenvolvido porque, como o sucesso do posicionamento depende de uma adequada segmentação, esta veio a ser abarcada por aquele. Essa afirmação fundamenta-se na própria essência do posicionamento que admite que os consumidores vêem as ofertas de forma relativa. 42 Assim, a posição que torna um produto de valor mais adequado para um determinado consumidor pode não obter o mesmo sucesso a vista de outro, pois se este fizer parte de um segmento diferente, possivelmente faz considerações e relativiza a oferta também de forma diferente. A segmentação diz respeito a onde, com quem e por quem a empresa vai competir, enquanto o posicionamento diz em relação a como ela vai competir (OLIVEIRA; CAMPOMAR, 2007). 2.4 Posicionamento Graças a Al Ries e Jack Trout, o termo “posicionamento” foi inserido no vocabulário de marketing em 1982, quando escreveram “Positioning: The Battle for Your Mind”. Na verdade, este termo já era utilizado anteriormente no sentido de arrumação dos produtos nas lojas, da forma mais visível possível. Entretanto, Ries e Trout criaram uma nova definição, alegando que posicionamento não é o que se faz com um produto, mas sim, o que se faz na mente dos clientes potenciais (KOTLER, 2003). O Posicionamento do produto é a forma como o produto é definido pelos consumidores em relação as suas características relevantes, o lugar que ele ocupa na mente dos consumidores em relação aos produtos oferecidos pela concorrência. O posicionamento implica a implementação de benefícios únicos de marca e diferenciação na mente dos consumidores (DIAS, 2004; KOTLER; ARMSTRONG, 2003; OLIVEIRA; CAMPOMAR, 2007). Embora haja um intenso relacionamento entre a diferenciação e o posicionamento, este não se restringe a busca daquela, pois, o posicionamento diz respeito a um conceito muito mais complexo. De qualquer modo, o posicionamento implica diferenciação, seja objetiva, subjetiva, real ou percebida, como meio de proporcionar valor ao público-alvo através de uma combinação dos elementos do composto de marketing (OLIVEIRA; CAMPOMAR, 2007). Ao realizar o processo de criar uma imagem e valor, de forma que os consumidores pertencentes ao segmento-alvo entendam o que a empresa ou marca representa em relação aos concorrentes, a empresa está enviando mensagens aos clientes e tentando estabelecer uma vantagem competitiva. Por consecutivo, o mix de marketing pode ser encarado basicamente como os detalhes táticos da estratégia de posicionamento da empresa (BAKER, 2005; OLIVEIRA; CAMPOMAR, 2007). 43 Percebe-se que posicionamento nasceu como resposta à necessidade de aumentar a eficácia do processo comunicacional, mas que, sendo a comunicação uma das atividades de marketing na visão da gestão empresarial e em razão da interação que ela possui com as demais atividades, o conceito tendia a superar a comunicação e servir de guia para todo o composto de marketing (OLIVEIRA; CAMPOMAR, 2007). Para um posicionamento efetivo é necessário determinar o que os consumidores pensam atualmente sobre o produto, principalmente em relação aos concorrentes, o que o profissional de marketing deseja que os consumidores pensem sobre o produto e, qual estratégia de posicionamento levará a atual imagem do produto para a qual é desejada. Resumindo, significa onde estamos atualmente, aonde queremos ir e qual a melhor forma de chegarmos lá, tendo em mente a posição do produto em relação aos concorrentes (CZINKOTA et al., 2001). Geralmente, os produtos podem ser posicionados de qualquer uma das formas descritas a seguir (CHURCHILL; PETER, 2000; BOONE; KURTZ, 1998; CZINKOTA et al., 2001). • Posicionamento por concorrentes: Comparar um produto, direta ou indiretamente, com relação ao de seu concorrente. • Posicionamento por atributos: Os profissionais de marketing podem posicionar o produto baseando-se nas características (ou atributos) do produto. • Posicionamento pelo uso ou aplicação: Os produtos podem ser posicionados para um uso específico, com base na forma como é utilizado tipicamente. • Posicionamento por usuário: Os usuários típicos de um produto também podem ser usados pelos profissionais de marketing para posicionar os produtos. • Posicionamento por classes de um produto: Alguns produtos podem ser
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