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Traumatismo Crânio Encefálico O Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) é uma lesão traumática decorrente de uma agressão aplicada contra a cabeça por uma força externa. É uma das principais causas de morte de crianças e adultos jovens.Os acidentes automobilísticos são responsáveis por metade do número de casos,as quedas ficam em segundo lugar com 21%, seguido por assaltos e violência 12% e esportes 10%. As lesões cerebrais podem ser primárias e secundárias: ● Lesão primária (causada pelo impacto) Podem levar a fraturas, contusões, lacerações e lesão axonal (causada por aceleração/ desaceleração). Nas lesões por arma de fogo, a lesão primária ocorre pelo trauma direto ao encéfalo; já nos traumatismos fechado, onde não ocorre contato direto com o parênquima cerebral, a lesão primária resulta da movimentação do cérebro por conta da energia cinética do acidente. Nas lesões por aceleração/ desaceleração não é necessário o impacto do crânio contra as estruturas externas, neste caso as forças de inércia atuam de forma desigual sobre o crânio, podendo causar a ruptura de veias e laceração do parênquima contra as estruturas rígidas do crânio. ● Lesão secundária (ocorre em consequência a lesão primária) As lesões secundárias são aquelas que se iniciam após o acidente, resultado dos fatores intra e extra cerebrais que dificultam a sobrevivência das células nervosas. As principais intercorrências que levam à lesão secundária no local do acidente são: hipotensão arterial, hipoglicemia, hipóxia e distúrbios hidroeletrolíticos.Posteriormente pode ocorrer alterações metabólicas e hemodinâmicas, infecções, hidrocefalia. Tipos de TCE: ● Trauma fechado: Não apresenta ferimento na calota craniana,fratura sem desvio da estrutura óssea. ● Trauma com abaulamento: o osso fraturado se encontra afundado no crânio. ● Trauma com fratura exposta: ocorre uma ruptura do couro cabeludo e dos músculos do crânio, ocorrendo comunicação entre o parênquima cerebral e a parte externa do crânio. O TCE pode levar a concussão e a contusão, a concussão é uma alteração da consciência devido o trauma,pode ser confusão, amnésia ou perda da consciência, já a contusão é um trauma mais violento, pode apresentar edema e hemorragia, que pode evoluir para hematoma intraparenquimatoso. Os hematomas podem ser classificados de acordo com o local da lesão: ● Hematoma epidural ● Hematoma subdural (entre a aracnóide e a dura-máter) ● Hematoma intraparenquimatoso É importante atentar-se para PIC (pressão intracraniana), a hipertensão intracraniana pode dificultar a circulação sanguínea e pode também resultar em herniação do cérebro. ● PIC < 10 mmHg - valor normal ● PIC entre 10 e 20 mmHg - levemente elevada ● PIC entre 21 e 40 mmHg - moderadamente elevada ● PIC acima de 40mmHg- gravemente aumentada Os comprometimentos associados ao TCE vão depender do local da lesão e podem incluir: ● Déficits cognitivos: Nível de consciência alterado Amnésia pós-traumática Déficits na noção tempo/espaço ● Déficits neuromusculares: Alteração do tônus Déficits sensoriais Déficits do controle motor Paresia/paralisia ● Déficits visuais ● Disfagia ● Desinibição comportamental ● Déficits de comunicação Afasia de Broca Afasia de Wernicke Disartria AVALIAÇÃO Deve ser feito uma avaliação minuciosa avaliando: ● Os reflexos; ● Sensibilidade; ● Nível de consciência; ● Presença de tremor; ● Afasias; ● Tônus, trofismo; ● Presença de déficit motor; ● Sinais vitais; ● ADM; ● Edema; ● Coloração da pele; ● Padrão respiratório; ● Ritmo respiratório; ● Expansibilidade torácica. Durante a anamnese é importante questionar se o paciente já possuía algum déficit motor ou alteração neurológica antes do trauma. Escala de Glasgow Objetivos de tratamento ● Objetivos gerais: Reduzir o tempo de internação; Minimizar os efeitos deletérios do repouso prolongado no leito; Aumentar a capacidade funcional; ● Objetivos específicos: Melhorar e/ou manter a função motora; Prevenir deformidades e contraturas; Manter vias aéreas pérvias; Manter oxigenação adequada; (CESPE/UnB – SESA/ES/2013) Acerca do traumatismo craniano, classificado como leve e de baixo risco, define-se, pela Escala de Coma de Glasgow, entre os níveis de pontos A 6 e 7. B 8 e 9. C 10 e 11. D 12 e 13. E 14 e 15 (UFRRJ-Concurso público/ 2009)O objetivo da fisioterapia na fase inicial de um paciente que sofreu um traumatismo cranioencefálico, é: (A) prevenir contraturas e estimular a movimentação voluntária. (B) promover uma boa função respiratória e evitar complicações respiratórias, prevenir contraturas e escaras e tratar as consequências da espasticidade. (C) promover uma boa função respiratória, evitar escaras e contraturas e estimular a movimentação voluntária. (D) evitar escaras e contraturas, tratar as conseqüências da espasticidade e estimular a movimentação voluntária. (E) promover uma boa função respiratória, evitar escaras, estimular a movimentação voluntária e treinar o uso de órteses. ( CONCURSO PÚBLICO 06/2015 – EBSERH/HC-UFG) Sobre o traumatismo cranioencefálico, assinale a alternativa correta. a)É uma agressão no cérebro de natureza degenerativa, causada por uma força física externa que pode produzir um estado alterado da consciência. b)A contusão é uma lesão estrutural do tecido encefálico, com presença de hemorragias, edemas e os déficits neurológicos persistem após 24 horas. c)A concussão é o traumatismo cranioencefálico aberto com lesão estrutural macroscópica. d)A hipertonia muscular elástica pode ser observada nos pacientes com traumatismo cranioencefálico, sendo que a postura de decorticação é um padrão extensor de membros superiores. e)A escala de coma de Glasgow, utilizada em pacientes com traumatismo cranioencefálico, avalia a abertura ocular, resposta motora e resposta sensorial. Nova Escala de Coma de Glasgow Referências O`SULLIVAN, Susan B; SCHMITZ, Thomas J. Fisioterapia Avaliação e Tratamento. São Paulo: Manole, 2004.P.783-820 Ebserh Hospitais Universitários. Disponível em: http://www.ebserh.gov.br/documents/147715/0/POP+23+Fisioterapia+no+paciente+com+TC E+final.pdf/c30852f4-d18c-4d42-9bcf-c8e24676f8e0 BERTOLUCCI, Paulo H. f. et al. Guia de Neurologia. São Paulo: Manole, 2011 P.481-506 ANDRADE, Almir. Mecanismo de lesão cerebral no traumatismo cranioencefálico. Rev Assoc Med Bras 2009; 55(1): 75-81
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