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EDUCAÇÃO POLITICA, PRESSUPOSTO PARA O EXERCÍCIO PLENO DA CIDADANIA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO BRASILEIRO.

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Revista Eletrônica da FEATI – nº 11 – Julho/2015 – ISSN 2179-1880 
EDUCAÇÃO POLÍTICA, PRESSUPOSTO PARA O EXERCÍCIO PLENO DA CIDADANIA NO ESTADO 
DEMOCRATICO DE DIREITO. 
 
Prof. Ronny Carvalho da Silva 
Professor e Coordenador do Curso de Direito da Faculdade de Educação, Administração e 
Tecnologia de Ibaiti. Procurador do Município de São José da Boa Vista. Mestre em Direito 
pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. 
 
Gilson Proença de Meira 
Acadêmico do Curso de Direito da Faculdade de Educação, 
Administração e Tecnologia de Ibaiti 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 Todos são chamados a opinar na escolha dos representantes políticos a cada dois 
anos, votando e elegendo candidatos para a representação política nas três esferas de 
atuação política, quais sejam, as esferas municipal, estadual e federal, no entanto é cediço 
que a população brasileira ainda pode ser compreendida dentro de um contexto de 
analfabetismo político caracterizado pela falta de consciência política dos eleitores e da 
compreensão adequada do fenômeno político, da relevância do voto, da participação 
popular através dos mecanismos de democracia direta e outros temas ligados com o 
exercício pleno da cidadania. 
 Diante das nefastas consequências de uma analfabetismo político para a condução 
política da Nação, e a partir dessa ótica, algumas reflexões devem ser realizadas com o 
objetivo de se tentar conhecer mecanismos aptos à uma mudança de panorama, 
vislumbrando uma busca por condições efetivas de consciência cidadã por parte dos 
cidadãos. 
 Acredita-se que a problemática se assenta na inexistência de uma educação 
alicerçada em práticas libertadoras cunhadas sob o enfoque da política e sua importância 
social, partindo do pressuposto que as pessoas não são educadas politicamente de forma 
adequada para a participação ativa e consciente da vida em sociedade. 
 Nesse contexto, o presente artigo aborda o tema da educação política como 
pressuposto para o exercício pleno da cidadania no estado democrático de direito brasileiro, 
tendo por referência essencial a obra do pedagogo Paulo Freire. 
 
 
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2 EDUCAÇÃO POLÍTICA PARA EXERCÍCIO PLENO DA CIDADANIA CONSTITUCIONAL: 
 Tem-se percebido que a educação e o educador em diversos níveis de protagonismo 
educacional, seja do primário ao ensino superior, tem descuidado do papel político da 
educação, como instrumento de inclusão no exercício da cidadania. 
 Sob a ótica de Paulo Freire, há um erro evidente no processo educacional atual que se 
preocupa tão somente com a transferência meramente de conteúdos técnicos, sem 
preocupação alguma com a formação e a transformação do indivíduo como ser consciente 
de seus deveres políticos e do exercício pleno da cidadania. 
 Conforme leciona o educador (FREIRE, 2001, p. 51): 
 Para finalizar, gostaria de sublinhar um equívoco: o de quem 
considera que a boa educação popular hoje é a que, despreocupada 
com o desvelamento dos fenômenos, com a razão de ser dos fatos, 
reduz a prática educativa ao ensino puro dos conteúdos, entendido 
este como o ato de esparadrapar a cognoscitividade dos educandos. 
Este equívoco é tão carente de dialética quanto o seu contrário: o que 
reduz a prática educativa a puro exercício ideológico. 
 
 Inegável, pois, que a educação deve ser entendida como um ato político por si só, 
sendo descabido o pensar em educação de forma desvinculada da política, tratando da 
política e sua fenomenologia apenas como uma disciplina da grade educacional. 
 Deve-se, portanto, privilegiar uma educação que possa conferir ao indivíduo uma 
capacitação para o exercício pleno de sua cidadania, através do surgimento de um 
reconhecimento de sua inserção no contexto democrático, assim como no conhecimento de 
quais instrumentos democráticos estão previstos constitucionalmente para a 
instrumentalização dessa participação efetiva. 
 Nos dizeres de Freire (1999, p. 20), deve haver uma “educação para a decisão, para a 
responsabilidade social e política”, a fim de que o indivíduo possa primeiramente adquirir 
consciência de seu papel histórico, sua colocação historicamente estabelecida, a partir da 
qual possa adquirir a consciência de sua cidadania, dos seus direitos, dos seus deveres, por 
conseguinte sua organização e participação inclusiva na vida comum da sociedade. 
 Inegavelmente em termos de educação política há uma falta generalizada de 
conhecimento e interesse popular, de uma visão mais aguçada da vida pública, há ausência 
de processos pedagógicos voltados à capacitação do indivíduo acerca dos processos que 
 
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direcionam a vida em sociedade, bem como sobre o Estado e a formação das estruturas de 
poder político. 
 Vale dizer que há uma cultura institucionalizada para desestimular a participação 
popular na política diante da ausência de uma educação política que proporcione o 
entendimento massificado dos instrumentos jurídicos e políticos de participação popular, da 
compreensão do papel das instituições políticas, da exata noção do significado dos direitos e 
garantias fundamentais, assim como dos deveres fundamentais que tocam aos cidadãos. 
 Ademais, o Estado burocratizado dificulta ainda mais o entendimento e a participação 
ativa dos cidadãos no processo político, vez que o modelo de Administração Pública, calcado 
no formalismo exagerado, dificulta sobremaneira o exercício da cidadania, seja porque o 
próprio servidor é vítima de uma educação não política, seja porque o cidadão que busca os 
serviços e as informações do Poder Público desconhece os caminhos e instrumentos 
adequados de efetivação de suas demandas. 
 Por meio da educação política, é possível a superação de um modelo de fatalismo 
ontológico assumido pelas classes sociais inferiorizadas, de modo a que o discurso possa ser 
modificado e reproduzido de maneira diversa. Conforme Freire (2003, p. 49): 
Este fatalismo, às vezes, dá a impressão, em análises superficiais, de 
docilidade, como caráter nacional, o que é um engano. Este 
fatalismo, alongado em docilidade, é fruto de uma situação histórica 
e sociológica e não um traço essencial da forma de ser do povo. 
 
 Com efeito, a suposta mansietude do povo brasileiro decorre mais de sua 
incapacidade de mobilização social e política, por desconhecimento de suas potencialidades 
constitucionalmente estabelecidas, do que uma característica antropológica do grupo 
formativo da população brasileira. 
 É preciso romper com esse lastro de autoritarismo pedagógico, de modo a 
estabelecer na educação inclusiva o modelo de educação para a política, evidenciando os 
modelos, as práticas, os instrumentos e as prerrogativas do exercício pleno da cidadania, sem 
descuido com os deveres constitucionalmente estabelecidos. 
 Assim, pois, é preciso assumir realmente a politicidade da educação, educando a 
todos para serem e se tornarem cidadãos plenos, conhecedores de seus direitos e deveres, e 
com consciência para lutar por uma transformação real da nossa realidade social na busca da 
efetivação do texto Constitucional. 
 
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 A omissão de educação política é a continuação da exclusão histórica das massas 
populares na participação política do estado. Isso acontece desde a Grécia antiga passando 
pela idade média até os dias atuais, apenas mudaram os critérios para permitir o exercício da 
cidadania, de voto censitário, ou seja, do grande proprietário de terras a alfabetizado (aquele 
que sabe ler e escrever), e isso é feito utilizando de vários instrumentos alienantes, em 
destaquea educação usada como instrumento de domesticação, para formar o homem 
objeto. 
Que a alfabetização tem que ver com a identidade individual e de 
classe, que ela tem que ver com a formação da cidadania, tem. É 
preciso, porém, sabermos, primeiro, que ela não é a alavanca de uma 
tal formação – ler e escrever não são suficientes para perfilar a 
plenitude da cidadania –, segundo, é necessário que a tornemos e a 
façamos como um ato político, jamais como um que fazer neutro. 
(FREIRE, 2001, p.30) 
 
 Dessa forma, é possível entender que a educação política é um pressuposto para o 
exercício pleno da cidadania, de modo que se torna necessário e urgente que as pessoas 
tenham maior acesso a ela, a fim de conhecerem os mecanismos de participação popular, as 
garantias fundamentais e os postulados básicos e essenciais de uma vivência democrática 
plena. 
 
 Inserido nesse contexto, deve ser dada primazia ao estudo e conhecimento da 
Constituição republicana, a constituição cidadã de 1988, como elemento primordial de 
aglutinação dos anseios políticos essenciais e fundamentais da sociedade politicamente 
organizada. 
 
 Conforme destaca Canotilho (2003), há algumas questões fundamentais que devem 
ser pensadas e respondidas pelos cidadãos de modo a se tornar evidente um protagonismo 
político-constitucional adequado dos cidadãos. 
 
 Segundo o mestre de Coimbra, todos os cidadãos deveriam ter condições de 
responder adequadamente às seguintes indagações: 
 
(…) o que é uma constituição e porque é que a constituição assumiu 
centralidade política e jurídica nos modernos estados constitucionais; 
qual o direito posto numa lei fundamental?; qual a melhor 
constituição e quais os problemas políticos agitados pelo direito 
constitucional? (CANOTILHO, 2003, p. 29) 
 
 Perguntas fundamentais que, uma vez respondidas pela maioria da população, 
resultaria na adequada compreensão do fenômeno político-constitucional e 
consequentemente aumentariam os níveis de entendimento e valorização dos processos 
 
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constitucionalmente estabelecidos para manifestação e participação popular nas decisões 
políticas fundamentais, notadamente no que se refere aos instrumentos de participação 
democrática direta. 
 Conforme a máxima schmittiana (SCHMITT, 1996, p. 47): “No fundo de toda 
normatização reside uma decisão política do titular do poder constituinte, ou seja, do povo 
(…).” 
 Nesse sentido, Canotilho (2003, p. 1441) esclarece que: 
A organização do poder político pela constituição não se limita à 
criação de órgãos e definição das respectivas competências e funções. 
À constituição pertence definir os princípios estruturantes da 
organização do poder político (…). 
 Assim, plenamente perceptível que, de fato, a constituição é antes de mais nada um 
reflexo de decisões políticas fundamentais de um povo, e assim sendo, tais decisões políticas 
precisam ser bem compreendidas para serem vivenciadas em um contexto de aproximação e 
percepção dos seus objetivos fundamentais. 
 Enquanto essa adequada compreensão do papel político da constituição e da vivência 
política do cidadão dos postulados fundamentais previstos constitucionalmente, nãos parece 
crível que haverá uma efetivação da cidadania plena e do princípio democrático. 
 Com efeito, a cidadania implica no reconhecimento de que ao cidadão é reservado o 
direito e o dever de participação política, ou seja, influenciar decididamente nos destinos da 
coletividade agrupada sob o que ficticiamente restou denominado por Estado. 
 Cabe à educação o papel de fornecer os cabedais de informação e competências a 
serem transferidas aos educandos, de modo a que esses, se apropriando desses conceitos 
constitucionalmente estabelecidos, possam efetivá-los na vivência prática do quotidiano. 
 Não é sem razão que a própria Constituição estabeleceu que à educação compete 
preparar o indivíduo para “o exercício pleno da cidadania” (art. 205), de modo que não se 
pode compreender a educação, como visto alhures, como mera transferência de conteúdos 
profissionalizantes e técnicos, mas sim como um processo de formação política do indivíduo 
visando prepará-lo para bem exercer seus direitos e deveres perante a coletividade, bem 
compreendo seu papel como “ser político” (Aristóteles), apto a manejar os instrumentos de 
efetivação da democracia direta previstos constitucionalmente. 
 Bem salienta Fachin (2012, p. 206): 
 
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O capítulo reservado à educação, à cultura e ao desporto revela 
preocupação com a cidadania. Estabelece que a educação, 
compreendida como direito fundamental, deve estar voltada ao 
pleno desenvolvimento da pessoa humana (…). 
 
 Portanto, a educação bem compreendida como um ato político de educar para 
preparar para a cidadania, deve ser oportunizada para todos, caso contrário estar-se-á 
mantendo as massas incultas nas trevas da ignorância, não permitindo que se assenhorem 
de seus direitos e deveres políticos em plenitude. 
 Assevera Paulo Freira (2003, p. 128): 
 Por que não fenecem as elites dominadoras ao não pensarem 
com as massas? Exatamente porque estas são o seu contrário 
antagônico, a sua “razão”, na afirmação de Hegel, já citada. Pensar 
com elas seria a superação de sua contradição. Pensar com elas 
significaria já não dominar. 
 Por isto é que a única forma de pensar certo do ponto de vista 
da dominação é não deixar que as massas pensem, o que vale dizer: é 
não pensar com elas. 
 Em todas as épocas os dominadores foram sempre assim – 
jamais permitiram às massas que pensassem certo. 
 
 Com efeito, a cidadania plena somente poderá ser alcançada com a participação ativa 
da sociedade, de todas as camadas que compõe o substrato social, notadamente as 
categorias que compõe a grande maioria e que integram os grupos mais vulneráveis dos 
trabalhadores assalariados, urbanos e rurais, e demais classes trabalhadoras que sempre 
tiveram seu direito à educação negligenciado pelo Estado, elitizado que sempre foi. 
 A cidadania plena que se pretende atingir ultrapassa meros conceitos teóricos e se 
consubstancia em uma capacidade reativa da sociedade em se comportar politicamente 
dentro do quadro geral do constitucionalismo, sob o manto das inúmeras possibilidades de 
participação ativa. 
 Nos dizeres de Silva (2004, p. 104-105): 
A cidadania está aqui num sentido mais amplo do que o de titular de 
direitos políticos. Qualifica os participantes da vida do Estado, o 
reconhecimento do indivíduo como pessoa integrada na sociedade 
estatal (art. 5º, LXXVII). Significa aí, também, que o funcionamento do 
Estado estará submetido à vontade popular. E aí o termo conexiona-
 
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se com o conceito de soberania popular (parágrafo único do art. 1º), 
com os direitos políticos (art. 14) e com o conceito de dignidade da 
pessoa humana (art. 1º, III), com os objetivos da educação (art. 205), 
como base e meta essencial do regime democrático. 
 
 A educação é o principal instrumento para que alcance a cidadania plena, preparando 
o individuo para o exercício do seu status activae civitatis, ou seja, participar ativamente da 
condução política do país, influindo decididamente nas decisões que possam acarretar 
mudança de paradigmas e adoção de rumos e programas de Estado, com considerável 
influência sobre todos os integrantes da sociedade. 
 
3 CONCLUSÕES 
 A Constituição republicana de 1988 conferiu uma série de direitos e deveres aos 
cidadãos brasileiros sob uma perspectiva jamais vista anteriormente. Não é sem razão que a 
Constituição de 1988 é reconhecida como a “Constituição-cidadã”,dado seu avançado rol de 
prerrogativas políticas e de participação popular na vida política do país. 
 Inobstante os avanços alcançados na conquista de direitos e prerrogativas que 
conferem aos cidadãos um estruturado arcabouço jurídico-constitucional de exercício pleno 
de cidadania, verifica-se que o status activae civitatis não encontrou ainda ressonância na 
vida prática quotidiana da sociedade. 
 A percepção nítida dos descompasso entre a previsão jurídico-constitucional e sua 
efetivação, no que se refere aos instrumentos de participação popular previsto na Lei Maior, 
não deixa dúvidas quanto à baixa interação do povo com os referidos instrumentos 
constitucionais. 
 Facilmente se pode constatar que a sociedade brasileira, de um modo geral, não 
compreende adequadamente as ferramentas de participação democrática previstos na 
constituição e que permitiria uma participação ativa nas decisões políticas fundamentais. 
 De igual modo o exato reconhecimento da importância dos institutos de participação 
política, de democracia direta e as de democracia participativa, dos conselhos comunitários, 
da iniciativa popular, entre outros, não fazem parte da cultura popular e não há um interesse 
generalizado pelo conhecimento desses mecanismos. 
 Mal se sabe votar e mal se sabe a relevância do “saber votar”, de modo que apenas se 
trata o direito ao voto como uma “obrigação” que se não se pode furtar sob pena de 
 
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penalizações, mas não se reflete criticamente sobre o instituto e seu papel fundamental na 
formação do corpo político que estará à frente do corpo político nas esferas de poder. 
 Cumpre reconhecer, dessa forma, a importância da educação política como 
instrumento eficaz de formação cidadã, através da implantação de uma cultura para a 
formação de um corpo social consciente de seu papel na condução da vida política da Nação 
que integram. 
 O desprezo por uma educação verdadeiramente inclusiva e que trate dos fenômenos 
políticos constitucionalmente estabelecidos, implica na baixa concretização de valores tão 
caros à Nação e conquistados às duras penas pelas gerações que antecederam a esta. 
Cumpre, assim, reconhecer a educação política como mecanismo de efetivação de uma 
cidadania plena, assim compreendida como a cidadania verdadeiramente vivenciada no 
quotidiano das pessoas. 
 Enquanto a educação não libertar o homem e a mulher do jugo das elites 
dominantes, que dizem o que é bom e que dirigem as vidas das massas menos favorecidas 
como que desprovidas de uma capacidade de se autogovernarem, não se alcançará a 
efetivação da cidadania plena, concluindo que a democracia brasileira ainda precisa de 
concretização, não bastando seu enunciado formal no texto constitucional. Somente a 
educação política poderá transformar nossa democracia em força viva. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
CANOTILHO, José Joaquim Gomes Canotilho. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 
7ª ed. Coimbra: Almedina, 2003. 
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 23ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. 
FREIRE, Paulo. Política e Educação: Ensaios. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2001. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 36ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2003. 
SCHMITT, Carl. Teoria de la Constitución. Trad. Francisco Ayala. Madrid: Alianza Editorial, 
1996. 
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 23ª ed. São Paulo: 
Malheiros, 2004.

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