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Resumo Cap.18 Livro Saúde Coletiva PARTES 1 E 2

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Cap. 18 – Controle Social do SUS – Conselhos e Conferências da Saúde
Capítulo dividido em 3 partes. Na 1ª serão abordados: 
Antecedentes da participação social nas políticas e sistemas de saúde brasileiros.
Conceitos de participação social e suas características
Conceitos de movimentos sociais e democracia
Principais conceitos de participação social e suas características.
Conceitos de movimentos sociais e democracia.
Na 2ª parte: 
A participação social como elemento estruturante do SUS (instâncias colegiadas, conselhos, conferências, e sobre sua consolidação).
Na 3ª parte: 
 Outras iniciativas relativas à participação no SUS (Política Nacional de Participação no SUS e MobilizaSUS).
Desafios para o controle social no SUS
Antecedentes
Incorporação da participação social como estratégia de organização dos cuidados de saúde.
A política de desenvolvimento das comunidades, no caso da saúde, expressou-se por meio da medicina comunitária, ou saúde comunitária, formulada inicialmente nos EUA em 1960.
Na América Latina, esse desenvolvimento ocorreu na década de 1970, pela medicina preventiva, onde o modelo de estruturação piramidal e hierarquizada da rede levou à concentração de recursos nos níveis secundário e terciário, o que o caracterizou como hospitalocêntrico, ou seja, baseado nos cuidados em hospitais.
É importante enfatizar que, inclusive no Brasil, as noções de participação comunitária até então estavam limitadas ao envolvimento da população com execução de serviços e com atividades de conscientização sobre hábitos de higiene. 
Conferência de Atenção Primária de Alma-Ata, em sua declaração que foi marco para futuros movimentos, afirma: “A população tem o direito e o dever de participar individual e coletivamente na planificação e na aplicação de ações da saúde”. 
Na segunda metade da década de 1970, organismos internacionais e nacionais de saúde vêm incorporando a noção de participação comunitária. OPAS/OMS, AID, IDRC, IBD, Unicef, FAO.
No Brasil, as iniciativas de participação social em saúde também se iniciaram nas décadas de 1970 e 1980. Foram criados conselhos comunitários voltados para discussão das demandas da comunidade às autoridades políticas locais, em uma renovando a relação clientelista entre Estado e sociedade.
Conselhos populares: Não institucional. Dos movimentos sociais em defesa da autonomia em relação ao Estado e aos partidos políticos. 
Conselhos administrativos: Sem poder de influência nas políticas públicas de saúde. Dirigidos ao gerenciamento participativo das unidades prestadoras de serviços.
Além disso, surgem as várias concepções de participação social nos programas de saúde. 
Participação comunitária: está referida aos programas de extensão de cobertura instigados pelos órgãos internacionais de saúde. Promoviam maior desenvolvimento comunitário, através do aproveitamento do trabalho não qualificado nas ações sanitárias. 
Participação popular: Reivindica reformas mais amplas no conjunto da sociedade. São lutas voltadas para a redemocratização do Estado brasileiro e pelo direito de acesso à saúde. Experiências contemporâneas aos movimentos sociais urbanos. 
Participação social: Mais recente. Participação cidadã, de todos, na construção da esfera pública a partir da luta pela ampliação dos direitos sociais e do pressuposto da existência de distintos interesses políticos no interior do Estado.
Participação política: Principal forma de transformação da realidade em saúde. As revoluções populares deveriam resultar em democracia, justiça e igualdade, princípios determinantes da saúde social.
Em 1980, Ministério da Saúde + Instituto Nacional de Previdência Social (INAMPS) + Secretarias Estaduais e Municipais, criaram as Ações Integradas em Saúde (AIS). A participação social estava presentes nas AIS. Época de grande mobilização, que levou à Reforma Sanitária e à criação do SUS.
Conceitos centrais
Participação social: Capacidade dos indivíduos intervirem na tomada de decisões que atingem o todo. Processo de aquisição de poder, no sentido de acesso e controle sobre os recursos necessários para proteger os meios de vida. 
Participação social nas democracias liberais ou representativas (teoria liberal)
Vinculadas ao mercado e à competição pelo lucro e por um Estado não intervencionista. Representativo, e tem no voto e nos órgãos de representação institucionais suas principais estratégias.
Os conflitos gerados pela diversidade de pontos de vista devem ser institucionalizados e levados a debate e resolução no interior de fóruns para que sejam reguladas as relações de interesses conflituosas. 
Participação social nas democracias socialistas (teoria marxista)
(Lembra a Rússia e do contexto que os levaram à Guerra Fria e as organizações das fábricas)
Possibilidade de os sujeitos atuarem de maneira direta das políticas públicas. Em forma de comissões internas. Como nas fábricas, as comissões deveriam representar todos os operários, incluindo técnicos e engenheiros, ampliando o caráter democrático e capacitando o trabalhador coletivo a dirigir totalidade do processo fabril. Diferencia-se dos sindicatos por elevar o operário à condição de produtor, superando condições de subordinação. 
Movimentos sociais: Ações coletivas de caráter sociopolítico e cultural para organização e expressão das demandas populacionais. Os movimentos sociais no campo da saúde (MSS) são dirigidos ao acesso ou à prestação de serviços de saúde, à luta por uma deficiência em particular e às iniquidades geradas em relação a sexo, raça, cor, etnia, etc. 
MSS dividida em 3 tipos:
Movimentos sociais voltados ao acesso equitativo e à melhoria dos serviços de saúde: movimentos para reforma da saúde, acesso a especialistas, entre outros.
Movimentos sociais “incorporados”: dirige-se a grupos de patologias. Incluem doenças raras e negligenciadas ou que apresentam controvérsias entre os médicos. Seus membros integrantes não precisam necessariamente ser acometidos pela doença, mas que se percebem vulneráveis ou são afetados por ela indiretamente. Ex.: Movimento da AIDS. 
Movimentos sociais de base constitucional: Combate das iniquidades de saúde e desigualdades de raça, gênero, sexualidade, etnias, etc. Ex.: Movimento de saúde da mulher, movimento da saúde de gays e lésbicas, etc. 
Gestão Participativa no SUS: Conselhos e Conferências de Saúde
Os conselhos representam o governo, o setor privado e a sociedade civil. Conselhos de controle social têm poder fiscalizatório, consultivo e deliberativo. É igual o número de representantes de cada setor. 
No caso da Saúde, a LEI 8.142 que regulamenta a participação da sociedade no SUS, determinando duas instâncias de participação:
Conferências de saúde: Ocorreu em 1937 à primeira Conferência Nacional da Saúde (CNS), servia para facilitar ao Governo Federal o conhecimento das atividades concernentes à saúde e à educação e orientá-lo na execução nos serviços locais desses setores.
A ruptura se deu com a 8ª CNS, em 1986, que contou com representantes dos movimentos sociais e da sociedade civil, onde tiveram como resultado, a inserção da Reforma Sanitária na agenda política do setor saúde. A Lei 8.142 estabeleceu que as CNS acontecessem a cada 4 anos, a lei ainda marcou que nos conselhos e conferências a composição fosse paritária (igual nº de cadeiras) entre usuários e setores que compõem o setor saúde. A lei garante ainda, que a CNS pode propor diretrizes de políticas em relação à situação da saúde no país. Não tem caráter deliberativo, mas, influenciam processos, como a tendência à municipalização na 9ª CNS. 
Conselhos de saúde: Muitos conselhos foram criados segundo critérios predominantemente políticos, sem participação da sociedade civil organizada, e funcionam com grandes fragilidades, dependendo de recursos federais. Mediam a relação entre Estado e sociedade, transformando-se em nova esfera públicae espaço de participação política. Órgãos de caráter permanente e deliberativo atuam na formulação de estratégias e no controle da execução de políticas de saúde na instância correspondente (município, Estado ou União), inclusive em aspectos econômicos e financeiros.

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