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Leitura e Produção Textual 3

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06/04/2018 Leitura e Produção Textual
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/leitura_producao_textual/ebook_html/unidade_3/index.html#section_1 1/2
 
LEITURA E
PRODUÇÃO TEXTUAL
CAPÍTULO 3 - QUE TEXTOS
SÃO ESSES QUE
APARECEM NOS GRANDES
JORNAIS DA MÍDIA ESCRITA
OU FALADA?
 
INICIAR
Introdução
Você já percebeu que esses textos dos grandes jornais da mídia
escrita, falada, entre outros, para ficarem prontos, organizados e
06/04/2018 Leitura e Produção Textual
https://fmu.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/leitura_producao_textual/ebook_html/unidade_3/index.html#section_1 2/2
bem-estruturados, necessitaram de alguns elementos
importantes? Entre esses elementos encontram-se os parágrafos,
com características específicas e fundamentais para
compreensão textual. 
Um ou mais parágrafos constituíram diversos tipos de textos,
entre eles, a notícia, reportagem, capa de revista, jornal, carta do
leitor, editorial, artigo de opinião, resenha crítica e resenha
acadêmica, os quais iremos estudar neste capítulo. Como
escrever adequadamente estes textos? Ao escrever esses tipos
de textos, ou outros, lembre-se que cada um deles possui uma
maneira diferente e, segundo Koch (2011), há operações
linguísticas em cada texto que possibilitam a construção desse
sentido. 
Outro aspecto, quanto nos deparamos com estes textos, trata-se
de compreendê-los de modo pleno. Como, logo no primeiro
contato com eles, superar as dificuldades para interpretá-los
adequadamente? Fiorin e Savioli (2007) nos ajudam a responder
e destacam que há diferentes níveis de leitura de um texto,
portanto à medida que prestamos atenção, vamos desvendando o
linha de raciocínio de qualquer produção. 
As reflexões que traremos neste capítulo, possibilitarãoa você
maior percepção das características particulares de cada texto,
uma leitura mais perceptiva e o desenvolvimento de habilidades
para escrita.
Bom estudo!
3.1 Parágrafos 
Neste tópico verificaremos a importância dos parágrafos para
construção de um texto. Desde o parágrafo inicial até o final é
necessário que haja uma ligação entre eles, de modo a oferecer
uma coerência ao bloco textual.
Como iniciar um texto com um parágrafo-chave que introduza o
assunto de modo geral? Verificaremos neste tópico que há
algumas ferramentas que nos auxiliam nesta tarefa. Também
notaremos que ao iniciarmos o texto, necessitamos prestar
atenção a ligação entre os parágrafos, para que haja coerência
textual. 
Há basicamente três tipos de textos que nos permitem identificar
características gerais dos parágrafos, a saber: dissertativo,
narrativo e descritivo. Com empenho e dedicação você saberá
identificar cada um deles para construir excelentes textos.
3.1.1 Bloco textual e organização do
parágrafo
Para que você possa avançar nos estudos sobre o parágrafo, é
necessário a compreensão de seu conceito. Assim, tornam-se
mais acessível as reflexões seguintes. Deste modo, para
embasarmos esse conceito nos valeremos da explanação
encontrada em um dicionário de gramática.
Em consonância com o dicionário de gramática de Reda et al.
(2004, p. 219), o parágrafo pode ser considerado “uma unidade
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de composição”, ou seja, ele desenvolve um raciocínio geral do
texto como um todo. 
Basicamente para construirmos um bom texto dissertativo é
necessário que ele contenha introdução, desenvolvimento e
conclusão. Assim, para cada parte da nossa produção textual, há
parágrafos que estabelecem a ligação de uma ideia com a outra,
na perspectiva de um texto único.
Dessa forma, para a construção de um texto é importante ficar
atento para alguns aspectos. Ao escrevermos um texto sobre um
determinado tema, não devemos esgotar o assunto logo no
primeiro parágrafo. Deve-se, portanto, oferecer uma introdução ao
leitor do que será tratado na sequência. Veja um exemplo de
parágrafo introdutório: A leitura proporciona o
desenvolvimento da inteligência.
O parágrafo seguinte à introdução constitui sempre uma retomada
da ideia anterior, de algo que deverá ser desenvolvido na
sequência. Agora, observe o exemplo de continuidade do
parágrafo anterior: Várias pesquisas têm demostrado esse
aspecto com relação a leitura. Desde recém-nascidos até a
velhice, dados confirmam a importância da leitura no
desenvolvimento cerebral.
Você poderá desenvolver o texto com outras informações que vão
ao encontro da afirmação inicial. Dependendo do caso,
geralmente em uma dissertação, há três ou quatro parágrafos de
desenvolvimento e um ou dois parágrafos de conclusão.
 
Figura 1 - A utilização adequada dos parágrafos possibilita também que o
conjunto das palavras esteja bem distribuído no texto. Fonte: exopixel,
Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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No caso a seguir, você lerá um texto atual que foi baseado na
“Redação do ENEM – cartilha do participante” (BRASIL, 2017, p.
29). Observe no trecho como foram desenvolvidos,
especialmente, os primeiros parágrafos. É um exemplo de uma
produção de textos.
Tolerar é preciso
Embora a nossa carta magna, além de outros
documentos internacionais prescreverem sobre a
liberdade de expressão das crenças, ainda notamos
diversos casos de intolerância não apenas religiosa.
Alguns argumentos nos ajudam a refletir sobre os passos
que podemos dar para superação dessa crise. 
Primeiro, é necessário que a sociedade como um todo,
assuma um papel não nos moldes daquela descrita por
Gilberto Freyre (2005) em “Casa Grande e Senzala”. O
autor postula diversos aspectos na perspectiva de que a
realidade do Brasil até o final dos anos finais de 1899
ainda estava atrelada aos aspectos da casa-grande, em
que a religião oficial era católica, e as demais
manifestações, principalmente as africanas, eram
consideradas impuras. Essas religiões consideradas
impuras mantiveram-se latentes devido as adaptações
cristãs, feitas pelos negros.
Em segundo lugar, é importante destacar que o Brasil é
rico na diversidade religiosa e que aqui há uma
pluralidade de credos que devem ser respeitados. Ao
mesmo tempo, há espaço para que, novas modalidades
religiosas se expressem.
É preponderante que tanto o Estado, quanto a sociedade
em geral somem esforços para superar com a
intolerância religiosa. É também de responsabilidade de
cada cidadão ao mesmo tempo repudiar e denunciar
casos de desrespeito aos direitos.
Perceba que no primeiro parágrafo o autor elaborou a introdução
do assunto. No segundo parágrafo, ele desenvolveu a ideia, o
ponto de vista que iria defender. E, finalmente, no último
parágrafo, ele conclui a ideia inicial.
O desenvolvimento geral do texto geralmente é realizado por
meio de argumentos, que podem ser dois ou três, geralmente,
conforme a exigência. Cumpre mencionar que normalmente há
outros parágrafos intermediários que vão ao encontro do
argumento da ideia-chave.
Ao final do texto, o autor elabora uma conclusão do assunto de
maneira a evidenciar uma proposta de ação diante do problema
apresentado. Trata-se de maneira criativa de conclusão de um
texto, pois, argumenta que há solução para o problema.
Gilberto Freyre (1900-1987) nasceu em Recife (PE) e morreu na mesma cidade. É
considerado um dos mais importantes escritores e cientistas sociais do Brasil,
especialmente por suas análises da mestiçagem na formação do povo brasileiro.
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Observeo modo como o autor elabora os parágrafos no livro “Casa Grande e
Senzala” (2005) – sua obra mais famosa. Para saber mais sobre a Freyre, acesse
o endereço: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?
option=com_content&id=272>. 
 
A seguir, você verá como se organizam os parágrafos nos textos
narrativos e descritivos.
 
3.1.2 Organização dos parágrafos
Conforme você estudou anteriormente, há uma lógica, uma
estratégia para a produção do texto dissertativo. Mas como
perceber a estrutura e a organização dos parágrafos em textos
narrativos e descritivos? 
Neste tópico, vamos verificar como organizar esses tipos de
textos, trazendo exemplos de cada um deles, para que você
possa identificá-los, além de perceber a diferença entre ambos.
Vamos ao desafio!
Primeiramente é necessário perceber que há uma relação muito
estreita entre uma narração e uma descrição, no entanto verifica-
se que há algumas marcas linguísticas básicas que identificam
cada uma dessas tipologias.
No caso da narração prevalece o fato temporal, ou seja, há
marcas como data e horário, por exemplo. Também não é estática
e podemos postular que há uma exigência de anterioridade e
posterioridade ao fato e/ou episódio narrado.
Quando elaboramos um texto, geralmente há descrição de
alguma coisa, ou de alguém. Assim, por exemplo, quando vamos
escrever uma notícia sobre um fato, evidentemente que o leitor
precisa de informações sobre o que aconteceu, quando
aconteceu, quem estava ou não estava lá e qual o final da notícia.
Exemplo:
Foi com emoção que o Brasil recebeu, no dia 9 de julho
de 1980, a notícia da morte do poeta e compositor
Vinícius de Moraes. Depois de passar a madrugada
compondo músicas infantis com seu parceiro Toquinho,
sentiu-se mal ao acordar pela manhã. Antes que a
ambulância chegasse, morreu ao lado de sua mulher,
Gilsa. Estava com 66 anos de idade (SACONI, 2010, p.
1). 
 
Com base em Dolz e Schneuwly (2004) e em Goldstein (2009),
você poderá verificar que a notícia sobre a morte do poeta
Vinícius de Moraes, assim como outras do mesmo gênero, estão
na ordem do narrar, com elementos descritivos bem pontuais.
Observe que há diversos dados descritivos:
 
O quê: morte de Vinícius de Moraes.
Quando: 9 de julho de 1980.
Como: sentiu-se mal ao acordar pela manhã.
 
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A notícia apresenta também a descrição detalhada do momento
da morte, e outros dados complementares (o nome da sua mulher
e a idade do poeta): “Antes que a ambulância chegasse, morreu
ao lado de sua mulher, Gilsa. Estava com 66 anos de idade”
(SACONI, 2010, p. 1). 
Desta forma, temos uma narrativa de uma determinada situação,
com descrição de pessoa, local e acontecimento. De acordo com
Wachowicz (2012), tanto o texto narrativo quanto o argumentativo
são as estruturas mais estudadas pela tradição ocidental. De fato,
desde aproximadamente o século X antes de Cristo, o ser
humano já utilizava as narrativas orais, em forma de histórias. 
A partir da escrita cuneiforme, criada pelos sumérios no ano 3000
a. C., essa forma de expressão sofreu transformações e
adaptações para que fosse compreendida e utilizada como
importante meio de comunicação. No entanto, somente entre os
séculos XX e XXI, com surgimento dos estudos relacionados à
Linguística, os textos – tanto orais, quanto escritos – passaram a
ser pesquisados sob uma nova perspectiva teórica em suas
estruturas, fossem narrativas, dissertativas ou descritivas. 
Especialmente quando se tratam de narrativas, há alguns
elementos emblemáticos, como personagens, o tempo da
narrativa, o local em que ocorre, sendo que há um enredo, ou
uma história, com início, meio e fim. Diferentemente do texto
dissertativo, no texto narrativo não há preocupação em defender
um ponto de vista, ou um argumento relacionado a algum tema
em específico.
Conforme Reda et al. (2004), Linguística é a ciência que se
preocupa com a linguagem humana, e visa, com métodos
variados, descrevê-la e/ou explicá-la. Essa ciência foi concebida
pelo pesquisador francês Ferdinand de Saussure, autor da
obra Curso de Linguística Geral (2012). Publicada pela primeira
vez em 1916, ainda hoje serve como referência mundial para
pesquisadores e estudiosos da linguagem.
 
Além disso, a literatura mundial reserva grandes narrativas, como
as fábulas de Esopo e La Fontaine, os contos maravilhosos de
Perrault e Grimm, e narrativas de textos sagrados – como os que
se encontram na Bíblia e no Al Corão, por exemplo. 
 
A partir de uma parceria entre o site Domínio Público (a biblioteca digital do MEC)
e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), é possível acessar
gratuitamente a obra completa de Machado de Assis. O vasto acervo de títulos
inclui romances, crônicas, contos, poesias, entre outros textos que revelam a rica
produção literária do autor de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Dom
Casmurro”, obras-referência da literatura brasileira. O projeto foi idealizado em
2008 para marcar o centenário da morte do autor e garantir acesso livre e
informações confiáveis. Para saber mais, acesse o endereço:
<http://machado.mec.gov.br/>.
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Outro elemento de igual importância é o título. Um bom título
bem-feito agrega valor estético ao texto um valor estético
inestimável. Cumpre dizer, que não devemos confundir o tema de
um texto, com seu título. Cada elemento em seu devido lugar. 
Como no caso do texto dissertativo que apresentamos no tópico
anterior. Naquele caso o tema da produção era tolerância
religiosa. Observe que o título do autor do texto foi “Tolerância na
prática”. 
Tal assertiva, acerca dos títulos dos textos, vale para qual tipo de
produção textual, seja ela de cunho descritivo, argumentativo ou
narrativo. Podemos dizer que um bom título, leva o leitor a
interessar-se pela sua produção, sendo como uma espécie de
rosto do texto.
Ao concluir este tópico, você estará melhor preparado para
compreender, identificar e produzir outros gêneros textuais como
os que veremos a seguir.
3.2 Leitura e escrita
Você sabe qual é a diferença entre notícia e reportagem? Já
parou para observar as semelhanças e diferenças entre as capas
de revistas e jornais? Neste tópico verificaremos que esses
gêneros textuais circulam especialmente na esfera jornalística, ou
na imprensa e que embora possuam certas características
comuns, também divergem em alguns aspectos. 
Cumpre destacar que a notícia se aproxima mais da narração,
considerando seus aspectos mais marcantes. Enquanto que o
gênero reportagem possui marcas do texto dissertativo.
Na perspectiva de Goldstein (2009, p. 59) tanto a reportagem,
quanto a notícia têm suas características e também devem levar
em conta o “interesse desse leitor, buscando dialogar com ele e
levá-lo a prestigiar a publicação”.
Em ambos os textos, supracitados, geralmente o autor é um
jornalista que conta com o apoio de outros profissionais, tanto
para elaboração, como finalização do trabalho. São revisores,
diagramadores, editores, os quais de modo cuidadoso cuidam
para que os objetivos textuais sejam alcançados considerando o
público alvo. 
Uma vez que você tenha se apropriado das características de
cada um destes textos, também terá condições concomitante a
uma leitura crítica, produzir esses tipos textuais.
3.2.1 Notícia
Cada tipo de texto, ou gênero textual, como é tratado por alguns
pesquisadores como Dolz e Schneuwly (2004), estão inseridos
dentro de uma determinada esfera de circulação e tem
características peculiares, ou comuns e características diferentes.
No caso da notícia, em específico, encontra-seem circulação no
jornalismo e tem como principal aspecto o relato.
Embora possamos ter tanto o jornalismo escrito quanto o oral,
ambos necessitam de uma elaboração textual prévia que vá ao
encontro do objetivo da notícia. No caso da imprensa falada,
como o rádio ou televisão, o texto escrito não visto, apenas
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ouvido, neste aspecto, o principal cuidado refere-se a seu teor
breve, pois, geralmente na imprensa televisiva, há poucos
segundos para divulgação da notícia.
No caso da imprensa escrita, o escritor, geralmente jornalista
precisa estar atento a quantidade de caracteres que há disponível
para aquela determinada notícia, bem como o local do jornal em
que ela será inserida, pois há notícias esportivas, policiais,
políticas entre outras, sendo que para cada tipo de notícia há um
público específico, que precisa ser levado em consideração. O
título da notícia, assim como da reportagem, vem em destaque na
parte superior, e conforme Goldstein (2009) é chamada de
manchete e deve ser bem sugestivo de acordo com aquilo que
será tratado a seguir. 
Além da manchete, logo em seguida, vem o “olho”, o qual trata
em poucas palavras, o que versara a notícia e conforme Goldstein
(2009) indica a linha mestre seja da notícia ou da reportagem,
trata-se de um texto breve que evidencia os pontos mais
significativos.
Em consonância com Ferreira (2009) a notícia é o resumo de um
acontecimento, o relato de um acontecimento atual, de interesse
público. Desta forma, o relato do acontecimento precisa ser breve
e trazer as principais informações, respondendo: O que? Onde?
Quando? Quem estava ou esteve lá? Alguns jornais televisivos,
oferecem a opção de maiores informações, consultando suas
páginas na internet.
Figura 2 - A notícia de jornal possui um título sobre o assunto a ser tratado, o
qual sempre vem em destaque. Fonte: Zerbor, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Goldstein (2009, p. 59) argumenta que a notícia “costuma ser
mais breve, apontando os fatos com relativa imparcialidade.
Eventualmente traz dados circunstanciais envolvendo o fato
relatado, como nome de pessoas, lugares, datas ou dados
numéricos e estatísticos”.
À medida que aumentamos nosso repertório de leitura e escrita,
também desenvolvemos nossas habilidades para percepção das
peculiaridades das notícias. O tópico ora apresentado,
intencionou apresentar apenas alguns aspectos na perspectiva de
incentivá-lo à pesquisa. Na sequência você estudará
especificamente sobre a reportagem. 
3.2.2 Reportagem
Na mesma perspectiva da notícia, conforme tratado no tópico
anterior, a reportagem encontra-se inserida no campo jornalístico
do relato. Esta pode ser considerada a primeira semelhança.
Deste modo, também é elaborada por profissionais da área do
jornalismo, porém diferentemente da notícia pode participar da
reportagem diversos outros profissionais, conforme o tipo de
reportagem.
A reportagem caracteriza-se por tratar de alguma temática com
maior profundidade de reflexão e pode contar com a participação
de outros profissionais para o debate do assunto, como
entrevista, por exemplo.
 
O livro A Aventura da Reportagem (DIMENSTEIN; KOTSCHO, 1990), trata das
experiências dos profissionais do jornalismo. Também descreve aspectos da
relação entre política e a profissão, evidenciando o caminho, muitas vezes árduo,
quando os jornalistas apresentam temas políticos polêmicos e/ou fazem
reportagem sobre o poder. Num tom biografia também traz o relato de um dos
autores sobre seu início de carreira. 
Enquanto a notícia é breve, a reportagem é mais longa,
justamente devido ao debate que é estabelecido em determinado
assunto. De acordo com Goldstein (2009, p. 59) a reportagem de
modo geral,
 
é mais extensa e aprofundada. Apresenta detalhes, cita
depoimentos de entrevistados, por vezes compara
diferentes pontos de vista sobre o tema abordado. De
certa forma, pode-se dizer que a reportagem
complementa o relato dos fatos com um convite indireto à
reflexão sobre os vários modos de ver o assunto.
 
Uma notícia pode transformar-se em reportagem à medida que o
tema tratado é ampliado. Veja um exemplo de um notícia
adaptada do jornal Hora de Santa Catarina do dia 11/01/2018 que
pode transformar-se em reportagem: “A chuva que cai
incessantemente em Florianópolis desde a madruga da última
terça-feira tem causado inúmeros estragos (...) Na rodovia SC-
401 sentido (...), o asfalto do acostamento da pista cedeu e deu
06/04/2018 Leitura e Produção Textual
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lugar a uma imensa cratera (...) no primeiro momento algumas
pessoas colocaram placas de madeira para interditar o trânsito e
evitar acidentes e, em seguida, a Polícia Militar Rodoviária,
colocou cones para sinalizar o local” (THOMÉ, 2018).
A notícia acima com base em Goldstein (2009, p. 59), pode ser
transformada em reportagem à medida em que há um debate
mais aprofundado sobre as chuvas, as rodovias, sendo pois, um
convite a reflexão. 
Dando continuidade ao debate dos gêneros jornalísticos,
estudaremos as capas de revista e jornais. 
3.2.3 Capas de revista e jornais 
Quando você vai a uma banca de jornais e revistas, e observa a
variedade de títulos que ali encontram-se, o que mais chama
atenção e o convida a leitura? Enquanto a notícia e a reportagem,
localizam-se no interior da revista ou do jornal, quando tratar-se
de imprensa escrita, as capas, constituem a primeira imagem que
leitor tem contato, seja da revista ou do jornal. 
As capas de revistas e jornais caracterizam-se especialmente
pelas imagens, e/ou fotos, chamada de algum acontecimento
atual e, às vezes, polêmico. Nas capas das revistas, as imagens
e/ou fotos geralmente trazem o apelo a uma única reportagem
que será tratado no interior da revista ou do jornal. 
Uma vez que o elemento visual é significativo nas capas, cumpre
um breve debate relacionado a este aspecto. Uma das palavras
de ordem para elaboração das capas é a coerência. Coerência
com o que? Coerência entre o elemento gráfico, neste caso a
escrita e o elemento fotográfico ou de imagem. 
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Embora a imagem traga uma ideia implícita, nas capas de
revistas e jornais, há sempre um título, que necessita ser bem
interessante, contextualizado e relacionado com o assunto a que
se refere, para que o leitor seja conduzido a uma determinada
interpretação. 
Juntamente com o título, com letras maiores, há um texto breve,
com letras menores, que explícita o teor da reportagem, ao
mesmo tempo que cria expectativa para que o leitor tenha
interesse na leitura. As capas neste interim, têm um papel
também comercial, uma vez aquela reportagem de capa, torna-se
a porta de entrada para compra de todas as outras, que mesmo
que não interessem ao leitor, estarão lá. 
Especificamente nas capas de revistas, aparecem apenas alguns
outros títulos de reportagens. Ao contrário do jornal que na capa é
Figura 3 - Capas de revistas apresentam imagens sugestivas e coerentes com
o tema em destaque. Fonte: Elnur, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
06/04/2018 Leitura e Produção Textual
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possível visualizardiversos outros assuntos a serem tratados ao
longo de suas páginas. 
O livro das grandes reportagens volume I, escrito por William Waack e outros
jornalistas, em 2006, traz o relato da memória de oito repórteres, sobre
personagens considerados inesquecíveis encontrados ao longo de suas carreiras
como profissionais do jornalismo, a partir de grandes reportagens de um programa
da Rede Globo de Televisão (WAACK et al., 2006).
 
Para uma leitura reflexiva das capas, outro componente essencial
é com relação ao público alvo a qual se destinam. Cada revista ou
jornal, possuem um grupo de leitores com certas especificidades,
de acordo com o tipo de conteúdo veiculado. Desta forma, pode
haver revistas de moda, culinária, viagens, festas, ou direcionada
a determinados profissionais em especifico como por exemplo
advogados, professores, médicos, corretores de imóveis, entre
outros. Assim, as reportagens de capa, serão relacionadas a
alguma temática, conforme o público.
Com relação aos jornais, pode ocorrer os chamados
complementos e/ou suplementos com assuntos e conteúdos dos
mais diversos assuntos a partir das capas, mesmo que
contenham seções diversas como cultura, esporte, lazer,
horóscopos, entre outras.
Koch (2011), Fiorin e Savioli (2007), entre outros autores,
enfatizam sobre vários elementos que estão em um determinado
texto e que oferecem possibilidade de análise. Entre eles a
intertextualidade, ou seja, a relação de um texto específico com
diversos outros, além da mobilização do leitor para questões
históricas, o próprio contexto de produção. Importante que se
diga, que na perspectiva dos autores trabalhados, a imagem
também pode ser considerado um texto.
Cumpre dizer sobre a periodicidade de cada um dos gêneros em
debate. O jornal escrito muitas vezes tem uma periodicidade
diária, enquanto as revistas podem ser mensais e/ou semestrais.
Esse é um elemento que influencia em sua leitura, uma vez que a
opção por uma determinada matéria da reportagem tem uma
duração determinada. 
Como estratégia editorial algumas empresas que possuem os
dois recursos jornalísticos, optam pela publicação uma matéria
com maior repercussão na revista, pois, às vezes há maior
disponibilidade de tempo aos profissionais, para coleta de
informações, dados, entrevistas, ou outros recursos necessários a
sua elaboração. Por outro lado, quando está em voga um
assunto polêmico, com bastante repercussão, não há tempo hábil
par esperar uma edição posterior, desta forma, ou é lançado no
jornal mesmo, ou ainda, há os chamados complementos, com
assuntos específicos. 
Após estudarmos brevemente as capas de revistas e jornais, suas
especificidades e diferenças, abrimos a página para seguirmos na
compreensão da carta do leitor, editorial e artigo de opinião,
gêneros textuais produzidos por diferentes pessoas e sob
06/04/2018 Leitura e Produção Textual
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diferentes perspectivas, mas que contribuem para enriquecimento
dos textos. Vamos ao desafio!
3.3 Textos opinativos
Dois dos gêneros textuais que iremos debater tem uma
perspectiva basilar em direções opostas quando trata-se do
produtor destes textos. A carta do leitor, como o próprio nome
propõe é elabora pelos leitores, ou público alvo da revista ou
jornal. O editorial ao contrário, é elaborado geralmente pelo
redator chefe. 
O terceiro tipo de texto, o artigo de opinião, também veiculado em
jornais e revistas tem alguns aspectos semelhantes ao texto
dissertativo, o qual já comentamos anteriormente, principalmente
no que refere-se a importância dos argumentos para sua
elaboração. 
Na perspectiva de Dolz e Schneuwly (2004), são textos que estão
na ordem do argumentar, tendo como referência a defesa de um
ponto de vista ou de uma ideia. Mas quais as características e
diferenças entre eles? Nas próximas linhas, vamos esclarecer
esses aspectos com maiores detalhes.
3.3.1 Carta do leitor
As grandes empresas da mídia, sejam elas os jornais ou revistas,
contam com um espaço especial, onde seus leitores possam se
expressarem. Essas seções são preenchidas pelas cartas dos
leitores. 
Um dos objetivos da carta do leitor é proporcionar um diálogo
entre a empresa e seus leitores. A empresa no caso representada
pelos seus jornalistas e editores. Como um instrumento de
diálogo, a carta do leitor, permite elogiar, discordar, criticar, tecer
comentários sobre determinada matéria veiculada.
A carta do leitor, é um texto que permite ser visto e lido por todos
os assinantes e não assinantes de um jornal ou revista, que
eventualmente tenham acesso. Por um lado, representa a
participação do leitor e/ou assinante nos debates travados no
interior das publicações. Por outro lado, possibilita a empresa ter
uma ideia da repercussão dos textos produzidos. 
De acordo com Goldstein (2009, p. 81) a carta do leitor,
“caracteriza-se pelo distanciamento físico entre quem escreve e
quem lê e pela defasagem temporal entre o surgimento do
acontecimento e o momento em que o leitor, tomando
conhecimento dele por meio do jornal ou revista, escreve para
expressar sua opinião”.
No entanto, a carta do leitor, também permite às empresas
editoriais de revistas e jornais, mudarem o foco das reportagens
e/ou notícias, transformarem uma notícia em uma reportagem,
promoverem uma entrevista, retirarem colunas ou inserir outras,
além de mudarem o tom dos textos, deixando-os mais leves,
fáceis ou mais complexos.
Evidentemente que as mudanças decorrentes da opinião dos
leitores não ocorrem de modo automático. Há os editores
responsáveis por acompanhar as manifestações dos leitores,
fazendo triagem, avaliando e refletindo nos encaminhamentos a
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serem tomados a partir das manifestações, de modo que, não
basta um ou outro leitor sugerir determinada mudança, que ela irá
ocorrer. Goldstein (2009) esclarece que é necessário a
identificação do leitor, bem como o lugar de onde escreveu.
Os editores responsáveis pela seção carta do leitor, estabelecem
alguns critérios, de acordo com o escopo da revista ou do jornal,
com relação ao número de cartas por tiragem e/ou ao seu teor. Às
vezes não é possível publicar todas as cartas enviadas, mesmo
assim, há um retorno por parte do editor com relação aos textos,
especialmente em respeito aos seus leitores. 
Uma outra estratégia utilizada pelos editores é editar as cartas, ou
seja, adequá-las a quantidade de espaço disponível, para
proporcionar a outros leitores a oportunidade de participação. 
Figura 4 - Carta ou e-mail do leitor com os grandes avanços da tecnologia tem
se tornado cada vez mais comum Fonte: beboy, Shutterstock, 2018.
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Outro detalhe com relação à carta do leitor, debatido por autores
como Goldstein (2009) e outros é que com os avanços
tecnológicos está cada vez mais comum a utilização de e-mails,
redes sociais, aplicativos, e outros, no intuito de favorecer a
participação escrita do leitor. Alguns revistas e jornais, além da
modalidade impressa, também operam na modalidade virtual em
páginas na internet e em redes sociais. Desta forma, a cara do
leitor pode certamente ser encaminhada via rede social também e
com as mesmas regras da publicação impressa. 
 
 O que é Ombudsman? É um termo que tem o significado de
representante. É uma palavra sueca que significa representante
do cidadão. No caso dos gêneros textuais que estamos
estudando o termo significa representante dos leitores dentro de
um jornal. Essa função foi criada nos EstadosUnidos na
década de 60 e atualmente alguns jornais contratam este
profissional para representar os seus leitores (CESARINO,
2014). 
 
Interessante notar que algumas cartas o editor responde no
mesmo espaço, estabelecendo um diálogo não apenas com o
autor daquela carta em especifico, mas com todos os leitores da
revista ou jornal. Assim, da mesma forma que o leitor pode não
concordar com algum posicionamento da empresa, da mesma
forma o editor tem o direito de réplica.
Como elementos inseparáveis a leitura e escrita da carta do leitor,
proporciona também a compreensão da importância da interação
verbal. Neste sentido Antunes (2003, p. 66) afirma que “a leitura é
parte da interação verbal escrita, enquanto implica a participação
cooperativa do leitor na interpretação e na reconstrução do
sentido e das intenções pretendidas pelo autor”.
Geralmente o tipo de discurso utilizado na carta do leitor é o
direto, mas as vezes o indireto, com um tom informal. Embora não
seja tão comum acontecer, os leitores de modo coletivo, podem
escrever a um jornal ou revista, expressando-se sobre alguma
matéria publicada.
O debate sobre a carta do leitor nos permite perceber o valor de
interação social que tanto a escrita como da leitura proporcionam.
Deste modo, notamos também a influência exercida pelos textos
que circulam e/ou foram publicados por diferentes meios de
comunicação. 
3.3.2 Editorial e artigo de opinião 
Primeiro, vamos tratar do editorial. Logo, em seguida também
comentaremos do artigo de opinião com objetivo tanto de
compreender esses tipos de texto, como para verificar suas
características, diferenças e semelhanças entre ambos. 
O editorial objetiva demostrar a manifestação explicita do
posicionamento do editor enquanto sujeito coletivo, acerca de
algum tema, em consonância como o escopo da revista e/ou do
jornal. O tema em que o editor trabalha em sua redação ou está
em voga na sociedade, ou ainda tem alguma repercussão
conforme discutido por Goldstein (2009).
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Trouxemos a ideia de sujeito coletivo, pois, o editorialista, quando
elabora o editorial, embora, muitas vezes, de modo identificado,
representa não apenas eles individualmente, mas um grupo, o
qual faz parte.
Muitas vezes o editorial além de seguir o escopo da revista e/ou
do jornal, vai ao encontro de temáticas afins a tais objetivos. Uma
revista pode ser especializada em meio ambiente, desta forma, o
editorial, em sintonia com os acontecimentos, sejam eles
mundiais ou nacionais, escreve acerca de algum evento, ou
situação, ou decisão de algum governo que podem de alguma
forma afetar o meio ambiente. 
Goldstein (2009, p. 87) afirma que o editorial “geralmente é
impresso nas páginas iniciais de jornais e revistas e apresenta a
posição da direção e dos editores dos periódicos em relação aos
fatos, às ações dos indivíduos, à política, à ética etc.”
Revistas especializadas em determinadas temáticas, sempre
estão atentas a diversas possibilidades textuais, seja para o
editorial ou reportagens principalmente. Uma tragédia no esporte,
como por exemplo, um acidente aéreo que vitimou dezenas de
atletas, além de oferecer possibilidades de diversas reportagens
sobre o fato, pode também render um editorial com comentário
sobre segurança aérea, perdas de entes queridos, aeroportos,
condições climáticas do planeta. Desta forma, não apenas a
revista especializada em esportes pode escrever sobre aquele
acontecimento, mas outras como as especializadas em
segurança, comportamento, meio ambiente, etc.
As revistas e os jornais além de contarem com profissionais
jornalistas, contratam os editores, com papeis específicos na
empresa, seja para adequações das matérias que serão
veiculadas, seleção das reportagens, coordenação de equipes,
entre outras funções. Os editores que exercem a chefia
geralmente responsabilizam-se pela escrita do editorial. Cumpre
destacar, que nem sempre serão eles que escreverão os
editoriais.
O editorial não deixa de ser um artigo de opinião, como pudemos
constatar ao estudarmos alguns de suas características. Porém,
precisamos nos atentar que há nos jornais, por exemplo, as
chamadas colunas, as quais tratam de assuntos específicos.
Desta forma, naquele espaço, também escreve-se o artigo de
opinião. Resumindo a ideia, todo editorial é um artigo de opinião,
mas nem todo artigo de opinião é um editorial.
Verifica-se que é muito tênue, ou seja, muito pequena a diferença,
entre os textos. Com o hábito de leitura e esforço nos estudos,
paulatinamente descobrimos algumas particularidades mínimas
que sejam em alguns textos, as quais nos possibilitam identificá-
los. 
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Alguns autores como Pavini e Pressanto (2009) mencionam que
os artigos de opinião são redigidos em primeira pessoa, mas nem
sempre verifica-se tal homogeneidade nos textos. Às vezes os
artigos de opinião, o texto encontra-se com discurso direto,
indireto, ou ainda nas duas formas.
Pesquisadores como Fontana, Paviani e Pressanto (2009) têm
uma perspectiva de que os artigos de opinião são decorrentes de
temas polêmicos na atualidade. Portanto, um tema que hoje é
polêmico para um artigo de opinião, amanhã poderá não ser.
Quem escreve poderá ser um especialista na área, dando
credibilidade ao texto. 
Por trata-se de artigo de opinião um dos objetivos do texto é
convencer os leitores para acatarem e/ou aceitarem sua posição.
Neste sentido, o texto tem uma estrutura de desenvolvimento de
argumentos e exemplos, para que atendam a esse objetivo. 
O público alvo desses textos é, em geral, adultos, que buscam
inteirar-se de diversos argumentos favoráveis ou contrários a
determinado tema, para que possam formar uma opinião própria,
a partir das teses elaboradas por aqueles que escreveram os
artigos. 
Um dos cuidados que os escritores desse e de outros tipos de
texto devem ter é com relação ao respeito e observação aos
direitos da pessoa garantidos em lei. Mesmo sendo um artigo de
Figura 5 - A opinião é uma ferramenta importante para registro das impressões
pessoais e deve respeitar os direitos humanos. Fonte: Dmitry Naumov,
Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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opinião, o escritor tem o dever de cuidar com o vocabulário, com
as afirmações que faz, pois, pode ofender e/ou afirmar algo
ilegítimo, sendo assimilado como agressão às pessoas.
No tópico seguinte, verificaremos que há um tipo de gênero
textual que vai ao encontro da ideia de tecer comentários não
sobre uma temática em si, mas sobre um livro, peça teatral, filme,
e/ou produção cientifica. Qual o tipo de texto com esse objetivo?
É o que veremos adiante!
3.4 Tipos de resenha
Os gêneros textuais que iremos estudar, tem basicamente como
característica a descrição, argumentação e apreciação crítica.
Com circulação em suportes diferenciados, cada tipo de resenha
tem um público alvo ou leitores em específico. Isso não significa
necessariamente que não haja tráfego dos leitores entre estes
suportes. 
A resenha crítica, muitas vezes, apenas com a redação de
resenha pelos jornais e revistas, expõe produtos culturais
diversos, com a devida apreciação, por parte do chamado
resenhista. A resenha acadêmica, tem circulação em ambientes
científicos, no caso universidades, faculdades, revistas cientificas
e eventos acadêmicos. Características gerais e específicas de
cada um dos tipos de resenha é que o que estudaremos. 
3.4.1 Resenhacrítica
Neste tópico estudaremos um importante gênero textual, que da
mesma forma que os demais na ordem do argumentar possui
suas especificidades. Além da questão da resenha em si, há um
complemento que é a crítica. Veremos com mais detalhes suas
características.
Conforme Ferreira (2009) resenhar é um verbo e designa o relato
minucioso, a enumeração por partes e no nosso caso a resenha
crítica, evidencia também tais aspectos. Quando falamos de
relato minucioso, queremos dizer que não deve fugir da ideia
central da obra a qual se faz a resenha. Enumerar, refere-se a
descrever as características daquilo que se está resenhando.
Por trata-se de um certo tipo de relato, a resenha é permeada por
uma espécie de resumo do produto cultural a que se refere. Desta
forma, torna-se um requisito para elaboração da resenha crítica
um bom resumo. 
O resumo de acordo com Fiorin e Savioli (2007) deve expressar
de maneira condensada o conteúdo da obra. Por meio do resumo
é possível ter ideia de todo o conteúdo da obra, começo, meio e
fim. No entanto, é necessário ter em mente que, enquanto a
resenha crítica objetiva a apreciação de um produto cultural na
perspectiva de consumo ou não, o resumo tem o intuito de
apenas informar sobre o conteúdo de determinado produto, sem a
tessitura de comentários, sejam eles negativos ou positivos. 
A resenha crítica tendo como objetivo a apreciação de um
determinado produto cultural, pode focar algum elemento
especifico do produto para o texto da resenha. Desta forma, se o
produto for uma peça teatral, por exemplo, o resenhista pode
centrar maiores comentários nos atores, no texto, no cenário, na
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trilha sonora, etc. Isso não o isenta como já tratado de
contextualizar a obra no geral, como um resumo.
Há diversos tipos de produtos que podem ser resenhados como:
livros, filmes, séries, peças musicais, mostras de pinturas,
apresentações teatrais, etc. Deste modo, as revistas podem
contar com especialistas de cada uma das áreas para elaborar a
resenha crítica, ou ainda, contar com um profissional específico
da área cultural para produzi-las.
 O filme A menina que roubava livros (PETRONI, 2014), sob a direção de Brian
Percival, é um drama que conta a história de uma garota, chamada Liesel
Meminger que, ao descobrir uma biblioteca particular, começa a roubar livros para
ler e compartilhar com seus amigos, entre eles um judeu que vive de modo
clandestino. Enquanto não está lendo ou estudando, ela realiza algumas tarefas
para a mãe e brinca com a amigo Rudy. O filme é baseado no livro homônimo de
Markus Zusak.
 
As resenhas críticas estão não apenas em algumas revistas, mas
em jornais e também podem estar em publicação de livrarias,
bibliotecas e editoras. No caso das editoras, há uma publicação
chamada catálogo, em que divulga as suas obras sejam elas
didáticas e/ou paradidáticas. 
Podemos encontrar a resenha crítica, também em algumas
páginas da internet que comercializam obras raras ou
lançamentos de títulos no mercado. Neste caso, a ênfase da
resenha direciona-se para aquilo que a obra possui de
peculiaridade. Pode ser que uma obra da literatura brasileira, seja
reeditada com uma edição de luxo, ou ainda, com um capa com
algum diferencial. Todos estes aspectos, poderão ser pontuados
em uma resenha crítica. 
Ao contrário do resumo, com neutralidade no comentários
valorativos, a resenha crítica pode proporcionar ao leitor um certo
gostinho de querer apreciar a obra em questão. Porém, algumas
resenhas críticas tecem comentários negativos do produto
cultural. Portanto, quando nos referimos a uma resenha crítica,
não significa que ela deva ter apenas comentários negativos ou
positivos, isso varia muito.
A resenha crítica deverá conter evidentemente toda referência da
obra, como título, autor, local da publicação, ano, editora, seja
livro. No caso de outros produtos culturais deverá ter as
informações gerais para situar os leitores. 
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Com relação a linguagem, poderá ter um tom mais formal ou
informal, conforme o produto cultural resenhado e o público alvo.
Uma resenha de um jogo para adolescentes por exemplo, deverá
ter uma linguagem acessível conforme a idade e a especificidade
dos gostos.
Outro aspecto a considerar diz respeito a extensão da resenha
crítica. Não há uma regra definida sobre o tamanho da resenha.
Desde que ela atenda os aspectos fundamentais conforme
tratamos, além das exigências da revista e/ou do portador textual,
com relação ao número de linhas e/ou caracteres do texto. 
Além da resenha crítica, há a resenha acadêmica com algumas
singularidades, as quais veremos adiante. 
3.4.2 Resenha acadêmica
Figura 6 - A resenha crítica pode influenciar o leitor tanto para apreciar quanto
para descartar a obra comentada. Fonte: Vova_31, Shutterstock, 2018.
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A resenha acadêmica difere da resenha crítica principalmente
com relação aos espaços em que ambas circulam. A resenha
acadêmica circula principalmente em revistas cientificas que tem
como objetivo a divulgação de pesquisas de diversas áreas do
conhecimento. 
A resenha acadêmica é elaborada por estudantes de graduação,
pesquisadores mestres e doutores de diversas áreas do
conhecimento e veiculada em revistas e/ou periódicos científicos.
Não necessariamente é escrita de modo individual, podendo
contar com um grupo de pessoas. 
De acordo Lakatos e Marconi (2003) a resenha acadêmica traz a
contribuição do autor às novas abordagens teóricas do
conhecimento a partir do livro resenhado. Diferentemente da
resenha crítica a resenha acadêmica só possibilita reflexões de
livros, geralmente fruto de pesquisas realizadas individualmente
ou por grupos de pesquisa. 
Assim como há um escritor específico que elabora este tipo de
resenha, consequentemente há também o público leitor bem
característico, ou seja, pesquisadores, desde os mais jovens aos
mais experientes. 
As revistas e os periódicos acadêmicos recebem resenhas com
periodicidade que varia bastante. Pode ser semestral ou anual,
por exemplo. Além disso, há uma equipe de editores que avaliam
a qualidade da resenha e julgam se deve ou não ser publicada. 
A biblioteca virtual SciELO (Scientific Electronic Library Online)
armazena, avalia e dissemina a produção textual científica em
formato eletrônico. Lá, você encontra centenas de periódicos
com resenhas, além de artigos das diversas áreas do
conhecimento – inclusive uma coleção de periódicos científicos
brasileiros. Para saber mais, acesse o endereço: 
<http://www.scielo.br/?lng=pt>.
 
Entre os diversos requisitos exigidos para elaboração da resenha
acadêmica, está com relação especialmente ao ano em que foi
publicado o livro que será resenhado. Algumas revistas e
periódicos estabelecem como critério que a obra tenha no
máximo dois anos de publicação. Às vezes esse período varia. 
A linguagem da resenha acadêmica é formal, não permite a
utilização de gírias, apenas o vocabulário próprio da academia,
considerando também que cada área do conhecimento há termos
científicos daquela área de conhecimento.
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Da mesma forma que a resenha crítica, a resenha acadêmica
exige que o resenhista tenha total apropriação da obra, além de
possuirleituras que vão ao encontro da perspectiva do conteúdo
da obra resenhada. Algumas revistas, apresentam uma estrutura
a ser seguida para a elaboração da resenha, que geralmente
contempla a referência da obra que pretende-se resenhar, título
da resenha, autor e/ou autores resenhistas, logo em seguida, o
desenvolvimento do texto, conclusão e finalmente as referências
bibliográficas, pois, no interior das resenhas pode ser utilizada
outras obras.
Um aspecto extremamente importante para leitura, interpretação
e produção de qualquer que seja o gênero textual, é o repertório
cultural acumulado de cada pessoa. Desta forma, de acordo com
Goldstein (2009) entre outros autores à medida que ampliamos
nosso repertório de leitura, assistimos peças teatrais, viajamos,
conversamos com às pessoas de todas as idades,
desenvolvemos trabalhos voluntários em causas sociais, entre
outras atividades, nossa leitura de mundo, como já comentava um
educador chamado Paulo Freire, amplia-se, nos dando
possibilidade de melhor compreensão e elaboração de qualquer
texto. 
Figura 7 - A resenha acadêmica possibilita uma reflexão a partir do que já foi
pesquisado em algumas áreas do conhecimento. Fonte: Pogorelova,
Shutterstock, 2018.
Síntese
Você concluiu este estudo, que abordou alguns gêneros textuais
entre os vários que circulam na sociedade em suportes variados e
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para públicos diversos. Você pôde verificar quais são os principais
textos que aparecem na mídia escrita e falada, bem como suas
principais características e as diferenças entre eles. 
 
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
reconhecer as características e tipos de parágrafos e o
caráter de cada um como: dissertativo, narrativo e
descritivo, além do contato com um texto dissertativo
considerado excelente pelos órgãos oficiais da educação;
verificar os aspectos da notícia e reportagem e respectivas
diferenças, além da análise das propriedades das capas de
revistas e de jornais;
compreender o conceito de artigo de opinião, seus tipos e
peculiaridades. Também percebeu os aspectos de um
editorial de jornal e de revista; 
aprofundar sobre os tipos de resenha com especial
dedicação a resenha crítica e acadêmica e suas diferenças.

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