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Relatorio AAS

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Determinação da Quantidade de Ácido Acetil Salicílico (AAS) em Comprimidos 
Ana Caroline Piovesan, Anderson Carneiro, Andruziana Lazzarin Weiss, Diego Neves Camargo, Talia Gabriela Crestani 
QUÍMICA FARMACÊUTICA
União de Ensino do Sudoeste do Paraná - UNISEP
e-mail: annacarol2812@hotmail.com
Resumo. O ácido acetil salicílico é um antinflamatório não-esteroide, atua inativando as ciclooxigenases COX-1 e COX-2. As principais indicações do AAS são como analgésico para tratamento sintomático de dor leve e moderada, antitérmico, antinflamatório, inibidor da agregação plaquetária, e sua principal importância clínica situa-se, atualmente, na terapia do infarto do miocárdio. É administrado por via oral e absorvido rapidamente, 75% são metabolizados no fígado. O estudo apresentado neste trabalho mostra uma pesquisa quantitativa descritiva, objetivou analisar a biodisponibilidade do ácido acetil salicílico (AAS), através da realização dos testes físico-químicos, com três amostras de AAS provenientes de farmácias de Dois Vizinhos, PR. Foram analisados uma amostra de medicamento ético (ASPIRINA®), um similar (MEDQUÍMICA) de 500mg em comprimido, e a outra amostra analisada foi de AAS puro, como padrão. De acordo com os resultados, destes testes, a análise dos dados mostrou que os resultados encontrados foram extremamente próximos aos apontados pelos fabricantes dos medicamentos.
Palavras chave: ácido acetil salicílico, doseamento, identificação, titulação.
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Introdução
O ácido acetilsalicílico é um medicamento, com finalidade analgésico e anti-inflamatório, o que mais se destaca comercialmente é a Aspirina, que além de tudo pode ser utilizado como antipirético e antiplaquetário. Hoje em dia muitos laboratórios produzem o famoso ácido acetilsalicílico. [3]
A origem do ácido acetilsalicílico foi a partir do ácido salicílico, substância encontrada no salgueiro. Desde 1500 a.c já haviam registros da utilização das folhas secas de salgueiro em infusão, para alivio de dores. Mil anos depois Hipócrates, o pai da medicina, recomendava sucos da casca de salgueiro, para aliviar as dores do parto e diminuir a febre. Depois de centenas de anos é que se deu o nome de salicilato, que tem como função o alivio de dores, febre. Seu nome deriva de salix, denominação do latin, ao grupo de plantas que pertence ao salgueiro. [1]
Por volta de 1899 o farmacêutico chefe da Farbenfabriken Friedrich Bayer e Co, demonstraram as propriedades analgésicas e anti-inflamatórias do ácido acetilsalicílico. Dois médicos da universidade de Leidan, Kurt e Julius, realizaram os primeiros estudos clínicos sobre ácido acetilsalicílico. E assim surgiu a Aspirina um novo preparado salicílico. Estes estudos revelaram que o ácido acetilsalicílico possui melhor eficácia contra dores, do que o ácido salicílico. [1]
Foi Heinrich Dreser quem deu o nome de Aspirina®ao acetilsalicílico: O “A” vem de acetil, a segunda sílaba “spir” faz uma alusão a Spiraea ulmaria, nome científico da planta de onde pode se obter ácido salicílico, e por fim o sufixo “in”, comumente utilizado na época. Então em 6 de março de 1899 começou-se a fabricar a Aspirina, na Alemanha. No começo era comercializada em frascos, pois era na forma de pó, contendo 250 gramas. [4]
Somente em 1900 foram lançados comprimidos de 500 mg de ácido acetilsalicílico, foi um dos primeiros medicamentos serem disponibilizados em comprimidos, e com uma dose estabelecida. Assim evitando possíveis falsificações. No Brasil sua venda teve inicio em 1901. Em 1920 várias industrias farmacêuticas tentaram copiar a formulação da Aspirina. [3]
Nos dias de hoje o ácido acetilsalicílico é muito utilizado principalmente para dor e febre, é classificado como um AINE (anti-inflamatório não esteroidal). Hoje é um dos medicamentos mais utilizados no mundo, por seu baixo custo, e efetividade. [2] 
O objetivo desse trabalho é verificar através da análise a bioequivalência do ácido acetilsalicílico através da realização dos testes físico-químicos, com duas amostras, dispostas para o consumo da população do município de Dois Vizinhos, PR.
 Procedimento Experimental
Realizou-se 18 titulações no total, sendo 6 para cada amostra utilizada no doseamento, utilizou-se como amostra, o padrão, comprimido de Aspirina® e comprimido de AS-MED. Para realizar o doseamento foi necessário preparar as amostras. Para o preparo da amostra padrão, pesou-se 50mg de ácido acetilsalicílico e diluiu-se o mesmo em um béquer contendo 50 ml de álcool, posteriormente transferiu-se para um balão volumétrico de 100ml e completou-o de água deionizada até o menisco. Para o preparo das amostras de comprimidos, utilizou-se somente um comprimido de cada laboratório, os mesmos foram colocados em béquer separados e adicionado 50ml de álcool para a diluição, após serem dissolvidos com o auxílio de um bastão de vidro as soluções foral transferidas para balões volumétricos e completados de água deionizada até o menisco.
Para a titulação preencheu-se uma bureta com NaOH 0,1 mol L-1 , e em cada titulação pipetou-se com o auxílio de uma pipeta volumétrica 25ml da amostra já preparada em um erlenmeyer, e adicionou-se 50ml de água destilada e 3 gotas de fenolftaleína. Realizou-se a titulação até a viragem do indicador, e repetiu-se as titulações até obter 6 resultados de cada amostra.
Resultados e Discussão
Realizou-se neste trabalho a titulação do ácido acetilsalicílico, para obtenção de resultados quantitativos, comparado o achado com o valor presente na embalagem ou seja 500 mg do ativo (ácido acetilsalicílico). 
Após a realização dos métodos, analisou-se as seguintes amostras no teste quantitativo (indicativo de quanto possuía da substância analisada), o qual pode ser indicativo se está ou não havendo fraude no medicamento, ou até mesmo problemas relacionados a qualidade. Analisou-se três amostras, uma denominada Aspirina 500 mg (Bayer) e As-med 500 mg (MED QUÍMICA) e também ácido acetilsalicílico padrão, onde pesou-se 500 mg do mesmo. 
Utilizou-se o método de titulação para obtenção dos resultados quantitativos, onde a amostra deveria apresentar coloração rosa claro, quando estivesse devidamente titulada, assim anotou-se os resultados de cada amostra e fez-se em duplicata para maior exatidão e precisão. 
Na bureta foi utilizou-se solução de hidróxido de sódio 0,1 mol, e nos erlenmeyer adicionou-se a solução de ácido acetilsalicílico de cada amostra, e titulou-se uma a uma, até obtenção da coloração rosa claro que é indicativo da presença de ácido acetilsalicílico, anotou-se os resultados obtidos em cada amostra. A seguir titulou-se novamente as três amostras e anotou-se os resultados, para maior precisão dos resultado. 
Obtendo os seguintes resultados:
Tabela 1: Resultados obtidos nas análises.
	
	Aspirina®
	AS-MED
	Padrão
	Amostra 1
	8,1 mL
	8,0 mL
	7,9 mL
	Amostra 2
	8,1 mL
	8,0 mL
	8,1 mL
Esses resultados foram comparados com os de todos os grupos da sala, e assim efetuou-se uma média, para melhor precisão dos resultados encontrados. Conforme tabela a seguir: 
Tabela 2: Valores obtidos nas análises de 
doseamento do ácido acetilsalicílico.
	Titulação
	Grupo 1
	Grupo2
	Grupo 3
	AS-MED
	8.0
	8.0
	5.8
	7.3
	8.1
	7.8
	Aspirina®
	8.1
	8.1
	5.5
	7.3
	8.5
	7.8
	Padrão
	7.9
	8.1
	5.5
	7.4
	8.3
	8.0
	Média
	7.5
	7.5
	7.5
A média foi para as três amostra de ácido acetilsalicílico de 7,5 mL para a titulação com cor rosa claro, tanto para o padrão, Aspirina (referência), e também As-med (similar). 
Para saber realmente quanta miligramas tinha do ativo realizou-se os seguintes cálculos:
M = 0,1 mol/L M = ns / 0,0075 = ns (número de mols) = 0,000075 mols.
1 mol de C9H8O4 --------( 1 mol de NaOH
 X --------( 0,00075 mols
 X = 0,00075 mols = n AAS
N AAS = m AAS / M AAS
0,00075 = m AAS / M AAS
0,00075 = m AAS / 180 m AAS = 0,135 g = 135 mg x 4 = 540 mg. 
Observação:multiplicou-se as miligramas finais por 4 pois utilizou-se somente 25 mL de um total de 100 mL da solução de ácido acetilsalicílico que continha as 500 mg. Assim obteve-se uma média de 540 mg aproximadamente em cada comprimido de ácido salicílico, tanto da Aspirina, quanto da As-med, e também comprovou-se o resultado do padrão de ácido acetilsalicílico. O resultado foi o mesmo para os três, pois a média realizada com base no resultado de todos os grupos foi a mesma de aproximadamente 7,5 mL para a titulação. Consequentemente o resultado de mg por comprimidos de ácido acetilsalicílico foi o mesmo, com base nos cálculos de massa molar. 
Através destes resultados foi possível comprovar que os dois medicamentos e o padrão de ácido acetilsalicílico, não estão cometendo fraude, ou engano ao consumidor, quanto a quantidade do ativo no comprimido, pois apresenta aproximadamente 540 mg, passando um pouco do que realmente apresenta na embalagem que é 500 mg, mas acredita-se com base em estudo que esse valor não é algo surreal e que vá acometer a saúde do paciente, provocando efeitos colaterais, com esse aumento da dose, se administrado conforme orientações médicas. 
Essas variações estão dentro dos limites de aceitação estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que determina uma variação do teor de princípio ativo declarado no rótulo das apresentações entre 90 a 110%, neste caso, podendo variar entre 450 a 550mg de AAS por comprimido. Pode-se concluir com esta pesquisa que as amostras analisadas atendem aos padrões de qualidade exigidos em nosso país, preservando assim aspectos relacionados à farmacocinética e biodisponibilidade do fármaco estudado. 
Segundo o autor Pedro Pinto, este método de titulação é de extrema importância, pois auxilia nos testes de controle de qualidade, para saber quanto à da substância no comprimido, para que não haja engano ao consumidor, ainda mais se tratando de ácido acetilsalicílico que é um medicamento vendido constantemente para dores e febre. [2]
 O autor também em seu método utilizou NaOH (hidróxido de sódio) como titulante na bureta pois se trata de uma base forte, ao efetuar-se a reação entre o hidróxido de sódio e o ácido acetilsalicílico, observa-se a formação de acetilato de sódio e água. Então um ácido fraco é formado, a aspirina, a sua respectiva base conjugada é também uma partícula fraca, o que a leva a ser susceptível de reagir com a água. Ao titular-se também constatou a cor rosa claro, e analisou-se com os demais resultado e constatou-se ser aproximadamente os mesmos. Este método de titulação é muito utilizado pois ele é eficaz, seguro, e seu custo é relativamente baixo. [6]
Com base nos resultados de Alves, que também utilizou o método de titulação com NaOH, e com a amostra foi adicionado etanol e indicador fenolftaleína, no qual quando titulado apresentou cor rosa claro, anotou-se o volume de mL gastos no procedimento. As mL gastas do titulante foram praticamente as mesmas que o desenvolvido em sala de aula (em torno de 7,5 mL de titulante para a reação), podendo-se observar que o método é bom, em que pode ser utilizado para análise de controle de qualidade em medicamentos como é o caso ácido acetilsalicílico. [5]
Segundo Trindade, o método de doseamento é muito importante para descobrir realmente quanto de ativo a naquele medicamento, para que não ocorra efeitos colaterais se a dose for realmente alta, ou caso seja uma dose inferior do que o estabelecido, que não se tenha os efeitos desejados, e o paciente continue a sentir dor. Este método pode ser realizado com diversas marcas laboratoriais que contenham ácido acetilsalicílico, assim saberemos se a discrepância entre os resultado encontrados, com o presente na embalagem do mesmo. Pode-se haver uma variável nos resultados que é permitido segundo a ANVISA, que vai de 450 à 550 mg, no caso do ácido acetilsalicílico. Fazendo com que os resultado que obtivemos em nosso trabalho que foi de 540 mg se torne aceitável. [7]
Conclusão
 Pode-se concluir com esta prática que todas as amostras analisadas atendem aos padrões de qualidade exigidos em nosso país, preservando assim aspectos relacionados à biodisponibilidade do fármaco estudado. A metodologia que foi utilizada é uma técnica simples, de baixo custo e de fácil reprodução, dispensando a necessidade de equipamentos modernos. Para eu se garanta a qualidade e eficácia dos produtos farmacêuticos, deve-se manter constantes fiscalizações pelos órgãos reguladores e por estudos desta natureza, devendo estes, serem estimulados pelas Instituições de Ensino Farmacêuticas. 
Referências
[1] G. Couto; Macedo, G. “Hemorragia digestiva alta associada ao consumo de ácido acetilsalicílico e de anti-inflamatórios não-esteróides em Portugal”. Departamento Médico da AstraZeneca Portugal, Chefe de Serviço de Gastrenterologia. Lisboa, v. 17, set 2010.
 
[2] D. Damascen;. “Efeito do ácido acetilsalicílico acetilsalicílico na performance performance reprodutiv reprodutiva e na prole de ratas wistar”. Revista Associação Brasileira de Medicina, p 316, 2002.
[3] M. Nascimento, “Medicamentos, comunicação e cultura”. Mestrado em Saúde da Família, Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro.
[4] D. Tierling. “Nível de conhecimento sobre a composição de analgésicos com ácido acetilsalicílico”. Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Porto Alegre, RS.
[5] A. Alves, V.; B. Silveira, B. “Determinação do teor de ácido acetilsalicílico (AAS) em medicamentos”. IX Simpósio de Base Experimental das Ciências Naturais da Universidade Federal do ABC. 2011.
[6] P. Pinto. “Doseamento do ácido acetilsalicílico”. Química Geral, Portugal, 1.ª ed., McGraw-Hill, 2004.
[7] D. Trindade. “Determinação Do Teor De Ácido Acetilsalicílico Em Diferentes Marcas Comerciais”. P 95 – 113. Revista Multidisciplinar do Nordeste Mineiro – Unipac.

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