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Plano de Disciplina Teoria Geral dos Contratos Aula 7 Classificação dos Contratos

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PLANO DE DISCIPLINA 
 
DIREITO CIVIL III – TEORIA GERAL DO CONTRATO 
 
AULA 7 – CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 
 
1 – Classificação quanto a carga de obrigação das partes: 
 
b) Contratos gratuitos e onerosos: aqui importa a carga de obrigações das partes. 
 
Contratos Gratuitos: toda a carga de responsabilidade contratual fica por conta de um 
dos contratantes, enquanto a outra parte só aufere benefícios. Por isso também são 
chamados de contratos benéficos. São exemplos: contrato de doação sem encargo, 
comodato, mútuo sem pagamento de juros, depósito e o mandato gratuitos. Com a 
liberalidade, há a redução patrimonial de apenas uma das partes, em benefício da outra. 
Os contratos gratuitos são intuito personae, ou seja, personalíssimos. Os contratos 
onerosos também o podem ser, mas não é da sua essência. 
 
Contratos Onerosos: ambas as partes contratantes têm direitos e deveres, vantagens e 
obrigações. A carga ou a responsabilidade contratual está repartida entre os contratantes. 
A onerosidade está caracterizada pela existência de uma contraprestação imediatamente 
posterior à prestação. São exemplos: o contrato de compra e venda, a troca ou permuta, 
locação, contrato de empreitada, dentre outros. 
 
Responsabilidade: a conduta do contratante onerado só resultará em ato ilícito que 
deverá ser responsabilizado se agir o contratante com dolo; enquanto aquele que se 
beneficia, por ser pensar no lucro, responde, demonstrando-se, pelo menos, a culpa. Os 
contratantes, nos contratos gratuitos, como por exemplo na doação, não estão sujeitos à 
evicção e aos vícios redibitórios. 
 
c) Contratos comutativos e aleatórios: é subdivisão dos contratos onerosos. 
 
Contratos Comutativos: é aquele em que as partes contratantes conhecem as suas 
respectivas prestações. 
 
Contratos Aleatórios: é aquele em que ao menos o conteúdo da prestação de uma das 
partes é desconhecido, quando da elaboração da avença. Funda-se, portanto, na álea, na 
sorte. O contrato pode ser aleatório por sua própria natureza ou pela vontade das partes. 
São aleatórios por sua própria natureza os contratos de seguro, de jogo e aposta e o 
contrato de constituição de renda. Agora, um contrato de compra e venda, que é 
essencialmente comutativo, pode se tornar aleatório pela vontade das partes, quando o 
objeto da contratação for colheita futura. 
 
OBS: Não se pode confundir o contrato aleatório com o condicional. No contrato 
condicional, a condição é aposta pelas partes como elemento acidental do contrato, como 
determinante do início ou do fim da eficácia de um contrato. 
 
OBS: Os arts. 458 a 461, CC tratam da compra e venda aleatória, de coisa futura. 
 
O art. 458, CC determina que, o alienante, salvo culpa sua pela inexistência do objeto, 
terá direito a todo o preço, ou ao que foi prometido. Trata-se da compra e venda de coisa 
esperada (emptio spei). Exemplo clássico é o da compra de rede de pescador. Pode 
ocorrer de o arremesso da rede nada captar. Mesmo que peixe algum venha na rede, vale 
e tem eficácia o contrato, sendo devido o preço ao vendedor dos peixes que deveriam vim 
na rede, salvo se o pescador (vendedor) tenha agido com culpa ou dolo. Nesse caso, o 
que se adquiriu foi uma esperança. 
 
O art. 459, CC trata da compra e venda de coisa futura, quando o adquirente, o 
comprador, assume o risco de vim a existir em qualquer quantidade (emptio rei speratae). 
O preço mínimo é garantido ao vendedor. O preço só não será pago, caso não haja 
qualquer objeto (art. 459, § único, CC). Exemplo típico é o da compra de uma colheita, em 
que não se garante uma quantidade mínima. 
 
O art. 460, CC trata da compra e venda de coisas expostas a riscos. Nesse caso, o 
comprador assume o risco pela inexistência, no todo ou em parte da coisa objeto do 
contrato de compra e venda. Contudo, se o comprador ou o vendedor, no momento da 
contratação, já sabia da inexistência da coisa, estará agindo de má-fé, podendo ser 
anulado o contrato (art. 461, CC). Exemplo típico é o da aquisição de mercadoria sitiada 
em zona de guerra ou em região sob estado de calamidade pública. O que é importante é 
que o vendedor, em caso de inexistência da coisa, total ou parcialmente, não prejudicará 
em nada o recebimento do preço avençado.

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