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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SERGIPE ACÓRDÃO: 20197314 RECURSO: Apelação PROCESSO: 201900321101 RELATOR: JOSÉ DA SILVA APELANTE MUNICIPIO DE ARACAJU Procurador Municipal: PAULO DE TARSO SOUZA SAMPAIO APELADO CASAS DA BANHA Advogado: JOAQUIM JOSÉ EMENTA APELAÇÃO CÍVEL – TRIBUTÁRIO – AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO - IPTU - ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS OU SELETIVAS – INCONSTITUCIONALIDADE – SÚMULA 02 DO TJSE – APLICAÇÃO DA ALÍQUOTA MÍNIMA (0,8%) – DETERMINAÇÃO PARA O ENTE MUNICIPAL/APELANTE RECALCULAR O IMPOSTO NO MONTANTE CORRESPONDENTE – INCIDÊNCIA EM RELAÇÃO AOS EXERCÍCIOS 2008, 2009 E 2010 – LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL Nº 86/2009 QUE PERMITIU A COBRANÇA DE NOVAS ALÍQUOTAS PARA O CITADO IMPOSTO A PARTIR DE 2011 – OBEDIÊNCIA AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE PREVISTO NO ARTIGO 195, §6º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 - ATUALIZAÇÃO DO INDÉBITO TRIBUTÁRIO COM BASE NO PERCENTUAL DE 1% AO MÊS, ESTABELECIDO NO ARTIGO 161, § 1º, DO CTN, QUANTO AOS JUROS DE MORA, A CONTAR DO TRÂNSITO EM JULGADO (SÚMULA 188 DO STJ) – ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA, A PARTIR DA DATA DE CADA PAGAMENTO INDEVIDO (SÚMULA 162 DO STJ) – INCIDÊNCIA DO IPCA- E, EM RAZÃO DA AUTORIZAÇÃO DE NORMA MUNICIPAL – DECRETO MUNICIPAL Nº 218/2000 – APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA - PRECEDENTES DO STJ – SENTENÇA REFORMADA EM PARTE E PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DO NCPC - RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos, ACORDAM os Desembargadores do Grupo II, da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, em conhecer do recurso para dar-lhe parcial provimento, nos termos do voto do Relator, que fica fazendo parte integrante deste julgado. Aracaju/SE, 09 de Maio de 2017. DES. OSÓRIO DE ARAÚJO RAMOS FILHO RELATOR RELATÓRIO Versam os presentes autos, sobre Apelação Cível interposta pelo MUNICIPIO DE ARACAJU, objetivando a reforma da sentença oriunda da 18ª Vara Cível da Comarca de Aracaju, que em 01.03.2016, nos autos da AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO promovida pela empresa CASAS DA BANHA, julgou procedentes os pleitos autorais, para declarar inconstitucionais as alíquotas progressivas existentes na cobrança do IPTU dos exercícios 2008, 2009 e 2010, anulando lançamentos tributários correlatos, condenando o Ente Municipal, ainda, a restituir os valores indevidamente cobrados. O Juízo a quo assim decidiu: “(...) Portanto, merece acolhida a pretensão da empresa requerente no sentido de ser considerada inconstitucional a Tabela II, do Anexo II, do Código Tributário do Município de Aracaju e, consequentemente, pela condenação do requerido a restituir os valores pagos maior do IPTIU incidente sobre os imóveis com as inscrições imobiliárias de nº 23-01-062-0385-01-001-2-2 e 23-01-062- 0385-01-002-2-2, concernente aos exercícios tributários do ano de 2008, 2009 e 2010, devendo-se aplicar, neste período, a alíquota de 0,8%. Diante do exposto e por tudo mais que dos autos consta, JULGO PROCEDENTE a pretensão autoral, extinguindo o feito com resolução do mérito, nos termos do artigo 269, inciso I, do CPC para: 1) DECLARAR a inconstitucionalidade, incidenter tantum, e, consequentemente, a nulidade dos lançamentos tributários do IPTU com a aplicação da alíquota progressiva, relativos aos exercícios tributários do ano de 2008, 2009 e 2010, dos imóveis de propriedade do requerente com inscrições imobiliárias nº 23-01-062-0385-01-001-2-2 e 23-01-062-0385-01-002-2- 2; 2) DETERMINAR, que a alíquota a ser utilizada no cálculo do IPTU dos imóveis da autora com inscrições imobiliárias nº 23-01- 062-0385-01-001-2-2 e 23-01-062-0385-01-002-2-2, nos exercícios de 2008, 2009 e 2010 deve ser de 0,8% (zero vírgula oito por cento); e, por fim, 3) CONDENAR o requerido a restituir à empresa demandante os valores que foram comprovadamente pagos a título de IPTU, relativos aos exercícios de 2008, 2009 e 2010, vinculados apenas aos imóveis com inscrições imobiliárias nº 23- 01-062-0385-01-001-2-2 e 23-01-062-0385-01-002-2-2 que ultrapassem o imposto calculado com base na alíquota mínima de 0,8%, devendo incidir correção monetária pelo IPCA, a partir da data de cada pagamento indevido (Súmula 162, do Superior Tribunal de Justiça), e juros de mora de 1% ao mês, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva, nos termos do art. 161, §1º c/c art. 167, parágrafo único, ambos do CTN e Súmula 188/STJ, tudo a ser apurado em execução de sentença, por se tratar de mero cálculo aritmético. Condeno o Município de Aracaju ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em R$ 1.000,00 (hum mil e quinhentos reais), com fulcro no §4º do art. 20 do Código de Processo Civil. Não havendo recurso voluntário e caso esteja a situação enquadrada acima do limite do artigo 475, § 2º do CPC, remetam–se os autos à superior instância na forma de praxe ou, em não sendo o caso de reexame necessário, ARQUIVEM-SE os autos, dando-se a respectiva baixa na distribuição. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Transitado em julgado, arquive-se.” Opostos Embargos de Declaração por parte do Ente Municipal, esses foram improvidos. O Município de Aracaju, em suas razões de Apelo, alegou, sem síntese, que a sentença objurgada merece ser reformada, pois a Magistrada singular não poderia ter anulado o lançamento tributário e sim, deveria ter determinado a adequação do valor da alíquota, com a mera adequação dos cálculos. Argumentou ainda, que utilizou alíquotas seletivas (diferenciadas) e não progressivas, sendo que as aplicadas pelo Ente Municipal são constitucionais, tendo entendimento favorável do STF sobre a matéria, mesmo antes do advento da EC 29/2000, conforme previsão da Tabela II, do Anexo II, do artigo 147 da Lei 1.547/1989 (CTMA). Aduziu que para o IPTU, a base de cálculo, segundo previsão do artigo 33 do CTN, é o valor venal do imóvel sobre o qual incide o débito e, portanto, suas alíquotas podem ser estabelecidas conforme o uso do imóvel, sendo então, seletivas, consoante previsão do artigo 156 do CF. Enfatizou que a sentença a quo equivocou-se ao não aplicar a LC 86/2009 para o exercício de 2010, não havendo o que se falar em inconstitucionalidade após esses períodos e, portanto, a Autora/apelada não poderia se beneficiar, sob a vigência da legislação anterior, com alíquota de 0,8%, já que os imóveis em questão não possuem uso residencial, pois a Requerente foi tributada por alíquota destinada a imóveis comerciais, ou seja, correspondente a 1,6%. Alegou que a sentença fustigada equivocou-se ao aplicar o IPCA como índice para a correção dos valores a serem restituídos, pois o correto deve ser a incidência da TR até 25.03.2015 e, após, haveria a aplicação do IPCA-E, consoante previsão do Decreto 218/2000. Por fim, requereu o conhecimento e provimento do Apelo, para que a sentença a quo seja reformada, reconhecendo a aplicação de alíquotas diferenciadas na Tabela II, do Anexo II, do artigo 147 da Lei 1.547/1989 (CTMA), utilizando-se a porcentagem de 1,6% (imóvel comercial) equivalente do IPTU do imóvel em questão, bem como que seja reconhecida a aplicação da LC 86/2009 ao exercício de 2010, com alteração do índice de correção monetária aplicado na sentença objurgada. A Empresa/autora apresentou contrarrazões. A Procuradoria de Justiça, por meio do parecer do Dr. José Elias Pinho de Oliveira, absteve-se de funcionar no feito, sob argumento de ausência de interesse público no caso concreto, em 11.01.2017. É orelatório. VOTO O recurso preencheu os requisitos de admissibilidade, razão pela qual o conheço e passo a apreciar-lhe o mérito. Versam os presentes autos, sobre Apelação Cível interposta pelo MUNICIPIO DE ARACAJU, objetivando a reforma da sentença oriunda da 18ª Vara Cível da Comarca de Aracaju, que em 01.03.2016, nos autos da AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO promovida pela empresa LUBRIFICANTES E ACESSORIOS LTDA - POSTO COTINGUIBA, julgou procedentes os pleitos autorais, para declarar inconstitucionais as alíquotas progressivas existentes na cobrança do IPTU dos exercícios 2008, 2009 e 2010, anulando lançamentos tributários correlatos, condenando o Ente Municipal, ainda, a restituir os valores indevidamente cobrados. O Juízo a quo assim decidiu: “(...) Portanto, merece acolhida a pretensão da empresa requerente no sentido de ser considerada inconstitucional a Tabela II, do Anexo II, do Código Tributário do Município de Aracaju e, consequentemente, pela condenação do requerido a restituir os valores pagos maior do IPTU incidente sobre os imóveis com as inscrições imobiliárias de nº 23-01-062-0385-01-001-2-2 e 23-01-062- 0385-01-002-2-2, concernente aos exercícios tributários do ano de 2008, 2009 e 2010, devendo-se aplicar, neste período, a alíquota de 0,8%. Diante do exposto e por tudo mais que dos autos consta, JULGO PROCEDENTE a pretensão autoral, extinguindo o feito com resolução do mérito, nos termos do artigo 269, inciso I, do CPC para: 1) DECLARAR a inconstitucionalidade, incidenter tantum, e, consequentemente, a nulidade dos lançamentos tributários do IPTU com a aplicação da alíquota progressiva, relativos aos exercícios tributários do ano de 2008, 2009 e 2010, dos imóveis de propriedade do requerente com inscrições imobiliárias nº 23-01-062-0385-01-001-2-2 e 23-01-062-0385-01-002-2- 2; 2) DETERMINAR, que a alíquota a ser utilizada no cálculo do IPTU dos imóveis da autora com inscrições imobiliárias nº 23-01- 062-0385-01-001-2-2 e 23-01-062-0385-01-002-2-2, nos exercícios de 2008, 2009 e 2010 deve ser de 0,8% (zero vírgula oito por cento); e, por fim, 3) CONDENAR o requerido a restituir à empresa demandante os valores que foram comprovadamente pagos a título de IPTU, relativos aos exercícios de 2008, 2009 e 2010, vinculados apenas aos imóveis com inscrições imobiliárias nº 23-01-062-0385-01-001-2-2 e 23-01-062-0385-01-002-2-2 que ultrapassem o imposto calculado com base na alíquota mínima de 0,8%, devendo incidir correção monetária pelo IPCA, a partir da data de cada pagamento indevido (Súmula 162, do Superior Tribunal de Justiça), e juros de mora de 1% ao mês, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva, nos termos do art. 161, §1º c/c art. 167, parágrafo único, ambos do CTN e Súmula 188/STJ, tudo a ser apurado em execução de sentença, por se tratar de mero cálculo aritmético. Condeno o Município de Aracaju ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes arbitrados em R$ 1.000,00 (hum mil e quinhentos reais), com fulcro no §4º do art. 20 do Código de Processo Civil. Não havendo recurso voluntário e caso esteja a situação enquadrada acima do limite do artigo 475, § 2º do CPC, remetam–se os autos à superior instância na forma de praxe ou, em não sendo o caso de reexame necessário, ARQUIVEM-SE os autos, dando-se a respectiva baixa na distribuição. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Transitado em julgado, arquive-se.” Opostos Embargos de Declaração por parte do Ente Municipal, esses foram improvidos. Pois bem! A questão da constitucionalidade ou não da aplicação da alíquota de IPTU, existente na Tabela II, do Anexo II, do artigo 174 do Código Tributário Municipal (Lei nº 1.547/89), já foi por demais debatida neste Tribunal de Justiça, assim como as alegações do Ente Municipal/apelante, apresentadas em suas razões recursais. Em razão disso, no ano de 2007 foi suscitado a Uniformização de Jurisprudência sobre a matéria, tendo sido editada a Súmula 02 do TJSE, que restou assim editada: “A Tabela II, do Anexo II, do Código Tributário do Município de Aracaju é inconstitucional, sendo cabível, até a edição de nova lei, a aplicação da alíquota 0,8% para a cobrança de todas as operações relativas ao IPTU do Município de Aracaju”. Tal súmula decorreu do julgamento do Incidente de Uniformização de Jurisprudência de nº 001/2007, por mim relatado na condição de Juiz convocado. Considerando que a questão sobre o qual versa a matéria aqui discutida é pacífica, torna-se desnecessário fazer grandes elucidações sobre o tema. As alíquotas cobradas pelo Município de Aracaju mediante a Tabela II, do Anexo II, do Código Tributário Municipal são inconstitucionais. A Emenda Constitucional nº 29/2000, alterou o sistema tributário nacional, possibilitando a edição de alíquotas progressivas, levando-se em consideração tanto a progressividade fiscal como a extrafiscal (desde que respeitadas às exigências legais). Ocorre que elas somente podem ser aplicadas após a edição da referida legislação, porque o direito tributário não admite a retroatividade das leis. O Código Tributário Municipal data de 1989, somente tendo sido a diferenciação de alíquotas autorizada em 2004. Assim, as disposições anteriormente existentes não podem convalescer, sob pena de grave afronta aos princípios constitucionais e tributários. Não há razão para reformar a sentença de 1º grau, neste aspecto, já que considerou inconstitucional a Tabela II, do Anexo II, do Código Tributário Municipal e determinou a aplicação da alíquota mínima de 0,8% para a cobrança do IPTU, porque este não pode deixar de ser cobrado, já que presentes o fato gerador e a hipótese de incidência do imposto. O Município argumentou que as alíquotas por ele aplicadas não são progressivas, mas sim, seletivas e estas são permitidas. Quando do julgamento da Uniformização de Jurisprudência acima mencionado, debrucei-me também sobre a questão da seletividade das alíquotas. Ao proferir voto de vista na AC 3640/2012, também voltei a essa questão. A seletividade das alíquotas também só veio a ser expressamente permitida a partir da EC nº 29/2000, sendo que para sua aplicação, é necessário não só a edição de Plano Diretor, como o Estatuto das Cidades, que somente foi publicado em 2001. Como a legislação municipal é anterior a esses marcos temporais, somente a partir da edição de novas leis, será possível a aplicação de alíquotas progressivas ou seletivas. A jurisprudência já vem decidindo sobre o tema, in verbis: AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. IPTU. ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS OU SELETIVAS. INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA 02 DO TJSE. APLICAÇÃO DA ALÍQUOTA MÍNIMA. MINORAÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO. APLICAÇÃO DO ART. 557, CAPUT, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ENTENDIMENTO DO STJ E DESTA CORTE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARCIALMENTE. 1 - Súmula 02 do TJSE: "A Tabela II, do Anexo II, do Código Tributário do Município de Aracaju é inconstitucional, sendo cabível, até a edição de nova lei, a aplicação da alíquota 0,8% para a cobrança de todas as operações relativas ao IPTU do Município de Aracaju". - Até a edição da Emenda Constitucional nº 29/2000 era proibida a instituição tanto de alíquotas progressivas quanto seletivas. (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0215/2012, 22ª Vara Cível, Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, JOSÉ DOS ANJOS , JUIZ CONVOCADO, julgado em 24.09.2012). APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO DE DÉBITOS FISCAIS - IPTU - EXERCÍCIO DE 2001 A 2009 - PRESCRIÇÃO DOS DÉBITOS ANTERIORES A 2006 - DECLARAÇÃO DE OFÍCIO - PREJUDICADO O RECURSO ADESIVO INTERPOSTO PELO AUTOR - RECURSODO ENTE MUNICIPAL - DÉBITOS RELATIVOS AO IPTU ANTERIORES A VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL Nº 86/2009 -INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 147, TABELA II, DO ANEXO II, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO DO MUNICÍPIO DE ARACAJU - SÚMULA 02 DESTE TRIBUNAL - APLICAÇÃO DA ALÍQUOTA MÍNIMA DE 0,8% - RECALCULO DAS CDAs - PRECEDENTES DO TRIBUNAL E DO STJ - MANUTENÇÃO DA SENTENÇA - RECURSO ADESIVO PREJUDICADO E DO ENTE MUNICIPAL CONHECIDO E DESPROVIDO – UNÂNIME. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 9934/2012, 22ª Vara Cível, Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, DES. NETÔNIO BEZERRA MACHADO , RELATOR, julgado em 06.05.2013). Apelação Cível. Direito Tributário. IPTU. Município de Aracaju. Alíquotas Diferenciadas. EC nº 29/2000. Súmula 668 STF: "É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da emenda constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana". Tabela Julgada Inconstitucional pelo Pleno do TJ/SE. Possibilidade de Alíquota Mínima. Súmula n. 02 desta Casa. Recurso Conhecido e Improvido. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 2345/2012, 3ª VARA CíVEL, TJSE, GILSON FELIX DOS SANTOS , JUIZ CONVOCADO, Julgado em 11.03.2013). Assim e por considerar toda a Tabela inconstitucional, não há como querer a aplicação de alíquotas mínimas para cada tipo de imóvel. Ressalto que o mesmo pensamento também se aplica a seletividade de alíquotas, que não leva em conta o valor venal do imóvel, mas a localização e o uso do bem de raiz. A Emenda Constitucional nº 29/2000 vedou qualquer progressividade das alíquotas do IPTU, antes da sua edição, salvo aquela destinada ao cumprimento da função social da propriedade, proibindo também, a eventual seletividade de alíquotas. Sobre o assunto, ensina Kiyoshi Harada, in verbis: “É bem de ver que, no caso, só o valor venal do imóvel poderá ser tomado como parâmetro para a progressão das alíquotas, na medida em que apenas ele espelha, objetivamente, a capacidade econômica do proprietário-contribuinte. A consideração de qualquer outro fator ou elemento retira a natureza fiscal da progressividade. Logo, absolutamente inconstitucional a legislação municipal que institui três tabelas progressivas: uma para imóvel residencial, outra para imóvel não-residencial e uma outra para imóvel inedificado, progredindo as alíquotas de forma diferente, bem como adotando as faixas de valor venal diferentes, como se tratasse de três impostos distintos” (in Direito Financeiro e Tributário, 19ª edição, Editora Saraiva, São Paulo, 2010, págs. 432/433). Dessa forma, sendo inconstitucional a cobrança de valores acima de 0,8%, torna-se plenamente possível a determinação para que o Ente Municipal recalcule o valor do IPTU, utilizando a citada alíquota mínima, promovendo, assim, as adequações necessárias, como determinou o Juízo de origem, em seu decisum. Por oportuno, atento apenas que em 2009 o Município de Aracaju editou a Lei Complementar nº 86, que alterou o Código Tributário Municipal e, no artigo 147, discriminou novas alíquotas a serem aplicadas para o IPTU. Sendo assim, a partir do ano de 2011 (considerando o respeito ao princípio da anterioridade), novas alíquotas foram utilizadas para a cobrança do IPTU do Município de Aracaju, motivo pelo qual agiu com acerto a Magistrada singular, pois foi correta ao determinar a aplicação da alíquota mínima (0,8%) aos exercícios de 2008, 2009 e 2010, razão pela qual a sentença objurgada merece ser mantida neste ponto. Ademais, importante destacar também, que nessa legislação restou consignado, ainda, que as alíquotas progressivas serão utilizadas quando os imóveis não cumprirem sua função social da propriedade, conforme disposto no Plano Diretor. Sendo assim, devida a restituição dos valores pagos a maior pela Autora, em relação ao IPTU em questão, nos exercícios financeiros mencionados, conforme já explanado acima, ante o advento da Lei Complementar nº 86/2009, que permitiu a utilização de novas alíquotas para a cobrança do IPTU a partir de 2011. Em relação ao pleito recursal do Município de Aracaju quanto à atualização dos valores a serem restituídos, por entender que deve ser aplicado aqui o índice da caderneta de poupança (TR - artigo 1º-F da Lei nº 9.494/97, na redação dada pela Lei nº 11.960/2009) até 25.03.2015 e, após, haveria a aplicação do IPCA-E, consoante previsão do Decreto nº 218/2000, observo que, após um estudo mais detalhado acerca do tema, o Superior Tribunal de Justiça já firmou entendimento no sentido de que não se deve aplicar aquele primeiro índice (TR) no caso de repetição de créditos tributários. Veja-se: “(...) aplica-se o índice de 1% ao mês, estabelecido no art. 161, § 1º, do CTN, nos termos da jurisprudência consolidada na Primeira Seção no julgamento do REsp 1111189/SP e do REsp 1133815/SP, sob o rito do art. 543-C do CPC (recursos repetitivos) não se aplicando, portanto, o art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, seja na redação da MP n. 2.180-35/2001, seja na redação dada pela Lei n. 11.960/2009, aos casos de repetição de indébito tributário (...)”. Observe-se: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DECLARATÓRIOS RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. INSTRUMENTALIDADE RECURSAL. POSSIBILIDADE. REPETIÇÃO DO INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ART. 1º-F DA LEI N. 9.494/97. INAPLICABILIDADE A DÍVIDAS DE NATUREZA TRIBUTÁRIA. (...). 2. Tratando-se de repetição de indébito de tributo que não possui taxa de juros moratórios fixada em legislação extravagante, aplica-se o índice de 1% ao mês, estabelecido no art. 161, § 1º, do CTN, nos termos da jurisprudência consolidada na Primeira Seção no julgamento do REsp 1111189/SP e do REsp 1133815/SP, sob o rito do art. 543-C do CPC (recursos repetitivos) não se aplicando, portanto, o art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, seja na redação da MP n. 2.180-35/2001, seja na redação dada pela Lei n. 11.960/2009, aos casos de repetição de indébito tributário. Embargos de declaração de T B TRANSPORTADORA DE BETUMES LTDA conhecidos como agravo regimental, e provido. (EDcl no AREsp 406.310/PR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 20.02.2014, DJe 27.02.2014). Ora, portanto, quanto à correção monetária na hipótese de restituição de valores tributários cobrados indevidamente, o STJ entende que aplicação dos correspondentes índices depende da análise da natureza do tributo, ou seja, se Federal, Estadual ou Municipal e, ainda, se existe norma local autorizando o índice a ser aplicado nestes casos. Explico. É que o STJ, em julgamento mediante sistema de recursos repetitivos (REsp 1111189/SP), entendeu que em várias unidades federativas, o legislador local adotou a taxa SELIC como encargo pelo atraso no pagamento dos tributos, equiparando-se, portanto, com o sistema federal. Em tais casos, na linha de precedentes daquela Corte Superior, entende-se que, a partir da data de vigência da lei estadual ou municipal que prevê tal incidência, aquele mesmo índice será devido na repetição de indébito dos tributos estaduais e municipais. Observe-se: TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO DE TRIBUTO ESTADUAL. JUROS DE MORA. DEFINIÇÃO DA TAXA APLICÁVEL. 1. Relativamente a tributos federais, a jurisprudência da 1ª Seção está assentada no seguinte entendimento: na restituição de tributos, seja por repetição em pecúnia, seja por compensação, (a) são devidos juros de mora a partir do trânsito em julgado, nos termos do art. 167, parágrafo único, do CTN e da Súmula 188/STJ, sendo que (b) os juros de 1% ao mês incidem sobre os valores reconhecidos em sentenças cujo trânsito em julgado ocorreu em data anterior a 1º.01.1996, porque, a partir de então, passou a ser aplicável apenas a taxa SELIC, instituída pela Lei 9.250/95, desde cada recolhimentoindevido (EResp 399.497, ERESP 225.300, ERESP 291.257, EResp 436.167, EResp 610.351). 2. Relativamente a tributos estaduais ou municipais, a matéria continua submetida ao princípio geral, adotado pelo STF e pelo STJ, segundo o qual, em face da lacuna do art. 167, § único do CTN, a taxa dos juros de mora na repetição de indébito deve, por analogia e isonomia, ser igual à que incide sobre os correspondentes débitos tributários estaduais ou municipais pagos com atraso; e a taxa de juros incidente sobre esses débitos deve ser de 1% ao mês, a não ser que o legislador, utilizando a reserva de competência prevista no § 1º do art. 161 do CTN, disponha de modo diverso. 3. Nessa linha de entendimento, a jurisprudência do STJ considera incidente a taxa SELIC na repetição de indébito de tributos estaduais a partir da data de vigência da lei estadual que prevê a incidência de tal encargo sobre o pagamento atrasado de seus tributos. Precedentes de ambas as Turmas da 1ª Seção. 4. No Estado de São Paulo, o art. 1º da Lei Estadual 10.175/98 prevê a aplicação da taxa SELIC sobre impostos estaduais pagos com atraso, o que impõe a adoção da mesma taxa na repetição do indébito. 5. Recurso especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08. (REsp 1111189/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13.05.2009, DJe 25.05.2009). Entretanto, no caso do Município de Aracaju existem Decretos, em diferentes exercícios financeiros, determinando a aplicação do IPCA-E para a atualização dos tributos municipais, inclusive, o próprio Apelante indicou o Decreto Municipal nº 218/2000, que prevê aplicação desse índice (IPCA-E). Veja-se: “Decreto nº 218 de 21/11/2000 Publicado no DOM em 21 nov 2000 Disciplina a atualização monetária de Valores Expressos na Legislação Municipal, em razão da extinção da UFIR, no art. nº 1º, ao art. 2º substitui pelo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial - IPCA-E, vide § 1º e § 2º que será convertido em moeda. O PREFEITO MUNICIPAL DE ARACAJU, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista a extinção da UFIR, DECRETA: Art. 1º Ficam convertidos em moeda corrente todos os valores expressos, na legislação municipal, em Unidade Fiscal de Referencia - UFIR, pelo fator 1,0641. Parágrafo único. Os valores expressos em UFIR nos documentos de arrecadação municipal, vencidos ou vincendos até 31 de dezembro de 2000, serão convertidos em moeda corrente pelo valor da UFIR vigente em 27 de outubro de 2000. Art. 2º A atualização monetária dos valores expressos em moeda, será realizada anualmente, com base na variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial - IPCA-E medido pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. § 1º - Para o ano de 2001, a atualização do valor terá como base a variação acumulada do IPCA - E de janeiro a setembro de 2000 com aplicação a partir de 01 de janeiro de 2001 § 2º - Para os anos subseqüentes, a atualização do valor terá como base a variação acumulada do IPCA - E de outubro do ano anterior a setembro do ano em curso, com aplicação a partir de 01 de janeiro do ano subseqüente. § 3º - Em caso de extinção do IPCA - E a atualização monetária será realizada pelo índice que o substituir ou, em não havendo substituto, por índice instituído por lei federal. Art. 3º Todo e qualquer valor decorrente da legislação municipal convertido em moeda corrente, em conformidade com o caput do artigo 1º deste decreto, será atualizado anualmente com base na variação do Índice de Preço ao Consumidor Amplo Especial - IPCA-E, de acordo com o artigo segundo deste decreto. Art. 4º Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação produzindo seus efeitos a partir do primeiro dia de janeiro de 2001. Palácio "Ignácio Barbosa", em Aracaju, 21 de novembro de 2000. JOÃO AUGUSTO GAMA DA SILVA JORGE CARVALHO DO NASCIMENTO JOSÉ AUGUSTO GAMA DA SILVA WALDEMAR BASTOS CUNHA” Por oportuno, importante destacar ainda, que o artigo 303-A, da Lei nº 1.547/1989 (Código Tributário Municipal), acrescentado pela Lei Complementar Municipal nº 135 de 01.08.2014, prevê a atualização monetária de valores de tributos municipais com base no índice aludido (IPCA-E), in verbis: “Art. 303-A. Os valores referentes a tributos, rendas, multas e outros acréscimos legais, estabelecidos em quantia fixa, devem ser atualizados com base na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial - IPCA/E, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, na forma e periodicidade estabelecidas em regulamento, ou por outro índice oficial que venha a ser adotado pelo Município em lei específica. (Artigo acrescentado pela Lei Complementar Nº 135 DE 01.08.2014).” Esta Corte de Justiça também já se manifestou acerca do tema: Tributário e Processo Civil – Ação anulatória c/c repetição do indébito – IPTU – Alíquotas diferenciadas conforme a destinação do imóvel (edificado, não edificado, residencial ou não residencial) – (...). IV - O entendimento dos Tribunais Superiores é de que seja aplicada a isonomia, onde o percentual de juros e a correção monetária a serem aplicados na repetição de indébito tributária devem ser os mesmos aplicados quando da mora do contribuinte. Dessa forma, o percentual dos juros de mora será de 1% ao mês, nos termos do art. 33, §§ 1º e 2º da Lei Municipal 1.547/89, e a correção monetária pelo IPCA-E, nos termos do Decreto Municipal nº 218/2000; (...) VI – Recurso conhecido e parcialmente provido. De ofício, determino a aplicação de juros de mora de 1% ao mês e correção monetária pelo IPCA-E. (Apelação Cível nº 201400811161 nº único0000341-70.2011.8.25.0001 - 2ª CÂMARA CÍVEL, Tribunal de Justiça de Sergipe – Relator Juiz Convocado: DR. GILSON FELIX DOS SANTOS - julgado em 01.07.2014). Assim sendo, como a norma Municipal prevê o IPCA-E como índice devido nas atualizações dos impostos municipais, forçoso concluir que no caso de restituição do valor de tributo cobrado indevidamente pelo Município de Aracaju, o mesmo índice deve ser aplicado, em observância ao princípio da isonomia. Igual raciocínio deve ser empregado aos juros moratórios na repetição de indébito de tributo municipal, ou seja, diante da lacuna legislativa prevista no CTN (art. 167, § único do CTN) ao não tratar sobre o percentual/índice na hipótese de restituição dos valores dos impostos pagos indevidamente, o Supremo Tribunal Federal decidiu tal questão, também, com fundamento na analogia e com base no princípio da isonomia, determinando-se que, na repetição de indébito, deve incidir a taxa de juros de mora igual à que incide sobre o montante dos tributos pagos com atraso, como já relatado acima, nos termos estabelecidos no § 1º, do artigo 161 do CTN:“Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de 1% (um por cento) ao mês”, a partir do trânsito em julgado (Súmula n. 188 do STJ). Veja-se decisão: Decisão: Vistos. Trata-se de agravo contra a decisão que não admitiu recurso extraordinário no qual se alega contrariedade aos artigos 102, caput e alínea I, e 150, inciso I, da Constituição Federal. A decisão recorrida se encontra como a seguir ementada: “RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. ITBI. BASE DE CÁLCULO. Ação de repetição de indébito. MÉRITO. Legislação municipal aplicável: Lei municipal n. 11.154/91, alterada pela Lei municipal nº. 13.107/2007 e Lei nº. 14.256/2006. Precedentes do STJ: inexistência de vinculação entre a base de cálculo do ITBI e IPTU. A despeito do valor venal do imóvel apurado para fins de ITBI não coincidir necessariamente com aquele adotado para lançamento do IPTU, a adoção de base de cálculo não prevista em lei, o denominado 'valor venal de referência'arbitrado administrativamente, fere o princípio da legalidade tributária (art. 150, I, da CF, c.c. art. 97, II e §1º do CTN) e inteligência do art. 148 do Código Tributário Nacional. (...) ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA – ADI 4.357/DF. Mantem-se o termo inicial fixado em sentença para a incidência da atualização monetária e juros de mora, respectivamente: a partir do pagamento indevido (Súmula n. 162 do STJ) e a partir do trânsito em julgado (Súmula n. 188 do STJ). Contudo, altera-se, de ofício, os índices a serem utilizados, aplicando-se o IPCA para o fim de atualizar o valor a ser restituído (art. 10, §2º; e art. 15 da Lei municipal n. 11.154/1991 c.c. o art. 2º da Lei n. 13.105/2009) e os juros moratórios de 1% ao mês (consoante a disposição do §1º do art. 16 da Lei municipal n. 11.154/91).” (...). Ante o exposto, nos termos do artigo 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, nego seguimento ao recurso. Publique-se. Brasília, 9 de maio de 2016. Ministro Dias Toffoli Relator Documento assinado digitalmente. (ARE 941674, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 09.05.2016, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-112 DIVULG 01.06.2016 PUBLIC 02.06.2016). Dessa forma, verifica-se que o entendimento dos Tribunais Superiores é de que seja aplicada a isonomia, onde o percentual dos juros moratórios e a correção monetária a serem aplicados na repetição de indébito tributária, devem ser os mesmos aplicados quando da mora do Contribuinte. Ressalto, também, que deixo de analisar os honorários advocatícios recursais, pois a sentença fustigada foi publicada antes da vigência do NCPC. Ante o exposto, conheçodo recurso para dar-lhe parcial provimento, reformando-se a sentença objurgada apenas para modificar o índice de correção monetária para o IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor- Amplo – Especial), quanto à atualização do indébito tributário, a partir da data de cada pagamento indevido (Súmula 162 do STJ), mantendo-se os demais termos do decisum fustigado. É como voto. Aracaju/SE, 09 de Maio de 2017. DES. OSÓRIO DE ARAÚJO RAMOS FILHO RELATOR
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