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INDICADORES CONTÁBEIS: uma análise à empresa OI S.A Afonso Araújo Andreza Santos Luiz Guilherme Santos Resumo Para uma análise detalhada da empresa é necessário que o balanço patrimonial, ou seja, bens, direitos e obrigações da empresa, estejam devidamente evidenciados. Desse modo podemos dizer que o estudo de índices financeiros é relevante para a análise das demonstrações financeiras, pois é através deles que conseguimos demonstrar os aspectos da situação econômica de uma empresa. Tendo em conta que esses indicadores utilizam dados da demonstração financeira é crucial que a empresa tenha total transparência na sua realização, pois só assim será possível uma análise que traduza de forma real a situação atual da empresa. A análise desses indicadores será preponderante no processo de tomada de decisão e na direção dada à empresa proporcionando projeções estratégicas a longo e curto prazo da empresa, levando em consideração, que estes indicadores traduzem a situação econômica da empresa naquele momento. Ao longo das análises que iremos efetuar a empresa OI SA, iremos dar ênfase aos indicadores de liquidez, endividamento, lucratividade, rentabilidade e uma posterior análise do indicador de insolvência. Embora à empresa esteja no mercado há algum tempo, e até mesmo possua cotação em bolsa de valores, a análise dos seus indicadores, como veremos posteriormente, não reflete a real posição que a empresa aparenta possuir no mercado. Apesar desses indicadores menos favoráveis a empresa apresenta indicador de insolvência em níveis positivos, o que reflete numa empresa insolvente. Como forma de análise da empresa, foram utilizados alguns artigos científicos através de uma pesquisa exploratória, bem como à análise das demonstrações de resultado disponibilizados no site da Bovespa. Através da análise desses dados recolhidos das demonstrações financeiras permitiram concluir que a empresa demonstra índices poucos favoráveis. Tendo em conta os resultados alcançados a análise dos indicadores permitirá que se tenha uma ideia mais detalhada sobre as empresas prestadoras de serviços no mesmo ramo de atividade. Palavras chaves: Liquidez, Insolvência, Endividamento. 1 Introdução Dentro de um planejamento estratégico são elaborados os objetivos e metas de curto e longo prazo que a organização tenderá a passar. Este planejamento requer muita atenção por parte dos gestores, e algum erro na sua projeção poderá incumbir em danos para a instituição que está em análise. O mercado está em constante mutação e mudanças muito rápidas no segmento de comunicações, onde a competitividade pelo mercado ficou muito acirrada, com isso os processos de tomada de decisão deverão ser rápidos, mudando por vezes o rumo da empresa, correndo o risco de deixar de ser competitiva se não o fizer. Tendo por base esses processos de tomada de decisão, existem fatores que estão fora do controle dos gestores e que irão interferir no sucesso do alcance dos objetivos. Através da previsão desses fatores a empresa deverá se organizar de modo que o seu processo de tomada de decisão não condicione de forma negativa a situação econômica financeira da empresa. A análise dos indicadores contábeis será relevante no processo decisório dos gestores, para demonstrar a situação financeira da empresa em um determinado momento, no qual servirá de base para o processo de tomada de decisão. A sua análise constante dos indicadores contábeis, e irá fornecer aos gestores todo o conhecimento das consequências e decisões anteriores. Embora, ao longo deste trabalho abordaremos os indicadores de liquidez, endividamento, lucratividade, rentabilidade e de insolvência com o objetivo de obter um panorama geral da situação econômica em que a empresa se encontra, a sua análise dependerá da forma transparente com que a empresa gera as suas demonstrações financeiras. Com isto, ressalvamos que todos os princípios contábeis deverão ser implementados, por forma de se evitar deturpações na análise de indicadores, proporcionando uma visão geral irreal da situação econômica que a empresa atravessa. Através do presente trabalho iremos efetuar uma análise à evolução dos indicadores contábeis da empresa OI SA, com principal ênfase nos indicadores de liquidez e endividamento da empresa. Diretamente relacionado com os indicadores de liquidez e endividamento está o indicador de insolvência, que embora vá além destes indicadores, podemos tomar por base a inadimplência como o primeiro sinal de possibilidade de ocorrência, o qual também é percebido pelos administradores, em um primeiro momento, quando os primeiros sintomas de liquidez insuficiente é refletido. Devemos também verificar sempre os indicadores de rentabilidade, pois será importante em análise, contrapondo com os indicadores de endividamento e liquidez. 2 Metodologia de Pesquisa O presente artigo de pesquisa teve como base a pesquisa bibliográfica exploratória dos artigos: PASSAIA, CLAUDIR, SILVA, BENEDITO A., DA SILVA, ELISÂNGELA E DEMOZZI, MARLUCI (2000), “Análise Econômica Financeira”,HOPP, JOÃO E LEITE, HÉLIO (1989), “O mito da liquidez” e FARIAS, JACI (2010), “Índice de Endividamento”. Com embasamento dessas teorias partiremos para a fundamentação teórica do artigo e as análises financeiras da Empresa OI SA. O mesmo foi elaborado a partir, de um estudo teórico que teve como ponto de partida os índices econômicos e financeiros que foram calculados na planilha Excel a partir do Balanço patrimonial e da Demonstração de Resultados referentes aos anos de 2011 a 2015, e uma pesquisa bibliográfica e documental dos artigos acima citados. 3 Fundamentação teórica Através de um norte bem definido, a organização tende a alcançar os objetivos determinados, e consequentemente, traçará metas ambiciosas, visando uma quantidade maior de receita, e atrair novos clientes, com base no tipo de prestação de serviço que a empresa está enquadrada. Embora, seja um caminho natural da maioria das organizações, é preciso cautela e aferir os rumos que serão tomados para se chegar ao sucesso, sem causar danos à saúde financeira da empresa e comprometer a sua imagem dentro do mercado. Com o acompanhamento contínuo das evoluções financeiras dentro de um período estabelecido, os gestores podem avaliar a prospecção de mercado e mensurar possíveis deficiências que são apresentadas e a partir dessa análise, realizar medidas corretivas, otimizando o desempenho cada vez mais, sendo possível graças aos índices de liquidez. É de suma importância que uma organização, tenha capacidade de honrar seus compromissos, de curto ou longo prazo. Apresentando índices convincentes e satisfatórios, ela acaba atraindo novos investidores, aumentando o seu nível de credibilidade no mercado que está inserido. Esse índice está diretamente ligado com as contas patrimoniais, através dos bens e direitos que são demonstradas no Balanço. Quando nos deparamos com uma demonstração de resultados uma análise de uma empresa, pensamos sempre nos seus indicadores de liquidez, intuitivamente, e pela leitura de alguns artigos, definimos alguns valores que são tidos como aceitáveis para serem considerados bons. Entretanto existe algumas situações que são importantes de serem analisadas, como explicitado no artigo “O Mito da Liquidez”. Hopp, João Carlos define que um aumento de empréstimos no curto prazo, para uma empresa que possui seu indicador de liquidez corrente inferior a 1, valor que todo o passivo circulante é coberto pelo ativo circulante, um empréstimo de curto prazo, gerando um aumento do endividamento, iria aumentar o seu índice. Com isto entendemos que o índice de liquidez,deverá estar associado a outros indicadores, para que possa ser sustentado e fundamentado. Apesar de haver várias discussões acerca dos valores tidos como ideais para os índices de liquidez, é importante que abandonemos esses pré-conceitos e analisemos com um todo a empresa, efetuando um acompanhamento detalhado, e minucioso das demonstrações financeiras elaboradas. Entretanto, gestores de algumas empresas não acabam realizando o acompanhamento contínuo desse processo de uma forma responsável e equilibrada. Desse modo existe a possibilidade de que uma empresa acabe contraindo empréstimos, aumentando o seu Passivo, com a finalidade de fazer novas aquisições, principalmente relacionadas à compra de tecnologias, e construir novas filias, porém, isso pode acabar se tornando vicioso, por não haver um controle adequado do processo. A obtenção de receitas de terceiros com outros fins que não aplicações produtivas ou investimentos de longo prazo, não são saudáveis para a saúde financeira da empresa, como Farias, Jaci enuncia em seu artigo, “Por não gerarem recursos para saldar os seus compromissos, elas recorrem a empréstimos sucessivos. Permanecendo este círculo vicioso,(...)”. Assim, a obtenção de novos empréstimos irá comprometer sua receita o que poderá trazer danos para a empresa, manchando sua imagem no mercado. Em suma, o índice de endividamento, além de mostrar o grau de endividamento da empresa, auxilia o gestor a visualizar qual a porcentagem de suas obrigações totais corresponderem a pendências de curto ou longo prazo. O resultado do índice de indevidamente a curto prazo deverá ter um valor baixo, projetando suas dívidas para o longo prazo, caso existam. Como Farias, Jaci expõe em seu artigo, ele defende que uma concentração no passivo circulante poderá acarretar em dificuldades para a empresa em momentos de reversão de mercado. É mais conveniente ter esse índice baixo, pelo fato de mostrar que a maior parte de suas obrigações estarem comprometidas à longo prazo. Assim, os gestores terão uma maior capacidade de honrarem as dívidas de longo prazo, através do fluxo de caixa rentável e claro, sem comprometer a saúde financeira da instituição. É bom destacar que o endividamento é um dos caminhos que pode levar a falência de uma instituição. O conjunto de erros administrativos, desorganização e a falta de transparência nas demonstrações contábeis, são caminhos obscuros que acarretam numa saúde econômica da empresa debilitada. Os índices que serão abordados, tem grande importância no processo decisório de qualquer organização, pois mostram de uma forma qualitativa e quantidade, a situação que a empresa se encontra, e como ela será vista dentro do mercado, se irar atrair novos investidores, ou terá a capacidade de honrar as suas obrigações, seja de curto ou de longo prazo, por exemplo. Para conseguirem demonstrar a realidade da organização, é preciso que as demonstrações financeiras estejam de acordo com a situação real. Assim, os administradores poderão realizar a mensuração e a análise de uma maneira holística e concisa. É necessário que a transparência prevaleça nas demonstrações, para se basear numa informação confiável e de que a empresa está sendo gerida de forma responsável e competente. Índices econômicos e financeiros. 1. Índice de liquidez Os indicadores de liquidez refletem qual a capacidade que a empresa possui para pagar suas dívidas, ou seja, qual capacidade da empresa quitar suas obrigações. O índice de liquidez corrente reflete o montante que a empresa possui de ativo circulante, para cada unidade monetária de dívida de circulante. Este tipo de liquidez, como demonstra a formula seguinte, só utiliza os recursos e obrigações de curto prazo. ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE Semelhante ao indicador anterior, temos a liquidez seca, que retira o valor dos estoques do ativo circulante. Este indicador é importante para algumas empresas que possui estoques perecíveis, ou que, com o decorrer do tempo, se tornem obsoletos. Assim minimiza o risco de uma análise equivocada do valor real de seus estoques, e consequentemente o índice de liquidez. Desse modo é calculado como demonstrado na formula seguinte: ATIVO CIRCULANTE – ESTOQUES PASSIVO CIRCULANTE A liquidez imediata reflete qual a capacidade da empresa em pagar as suas dívidas, se seu vencimento fosse hoje, usando apenas os seus recursos disponíveis. Apesar de sabermos que as contas não veem tão instantaneamente, este indicador poderá revelar a capacidade da empresa para atuar perante algum imprevisível de forma imediata. Seu cálculo está de acordo com a fórmula seguinte: DISPONÍVEL PASSIVO CIRCULANTE Por último temos o índice de liquidez geral, que considera a capacidade que a empresa tem para efetuar o pagamento de todos seus passivos, utilizando todos os seus recursos (ativos). Para efetuarmos o seu cálculo utilizamos a seguinte formula ATIVO CIRCULANTE + REALIZÁVEL À LONGO PRAZO PASSIVO CIRCULANTE + PASSIVO Ñ CIRCULANTE 2. Índice de endividamento Os índices de endividamento são indicadores importantes, principalmente nos processos de tomada de decisão. Estes indicadores revelam o quanto a empresa está utilizando de capital de terceiros e capital próprio. A análise destes indicadores tem como principal objetivo identificar o nível de endividamento em que a empresa se encontra. A composição do endividamento da empresa indica quanto da empresa com terceiros é de curto prazo, quanto menor o indicador melhor, pois a empresa possuirá mais tempo para pagar. O seu cálculo é efetuado da seguinte forma: PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE + PASSIVO Ñ CIRCULANTE O grau de endividamento da empresa indica quanto do seu indevidamente é de terceiros, com isso quanto menor o indicador melhor, pois indicará que a empresa possui um financiamento pelo capital próprio, o que normalmente é conseguido com condições mais favoráveis para a empresa. Para calcularmos o grau de endividamento utilizamos a seguinte equação: PASSIVO EXIGÍVEL PASSIVO CIRCULANTE + PASSIVO Ñ CIRCULANTE A garantia de capital próprio ao de terceiros é outro índice de endividamento que reflete quanto à empresa possui de capital próprio para garantir o capital de terceiros. Quanto maior for o indicador melhor, pois indica que o patrimônio líquido da empresa se sobrepõe ao valor devido a terceiros. PATRIMÔNIO LÍQUIDO PASSIVO CIRCULANTE + PASSIVO Ñ CIRCULANTE Outro índice de endividamento será o grau de imobilização do patrimônio líquido da empresa. Este índice reflete quanto do ativo permanente foi financiado pelo capital próprio, então quanto maior o seu resultado melhor. Para o seu calculo utilizamos a seguinte expressão: ATIVO Ñ CIRCULANTE – ATIVO REALIZAVEL À LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3. Índice de rentabilidade Os índices de rentabilidade mostram a eficiência dos capitais investidos, ou seja, servem para contabilizar em quantos anos haverá retorno do investimento efetuado. Verifiquemos então os índices que seguem. A taxa de retorno sobre o investimento indica em quantos anos haverá um retorno sobre os investimentos efetuados pela empresa, e calcula-se da seguinte forma: LUCRO LÍQUIDO * 100 ATIVO TOTAL MEDIO Outro índice de rentabilidade é a taxa de retorno sobre o patrimônio líquido, no qual evidencia em quantos anos haverá retorno sobre o capital investido pelos proprietários. Para conseguirmos evidenciar esse valor utilizamos a seguinte formula LUCRO LÍQUIDO * 100 PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÉDIO 4. Índice de lucratividade Os índices de lucratividade são índices que mensuram os ganhos ou perdas a cada etapa de acordocom o índice a que se refere. A lucratividade bruta é um índice que reflete a receita da empresa menos os custos. Este indicador é importante para os gestores de área, ou responsáveis ligados à área de produção e vendas, pois os ajustes para obter maiores ganhos poderão ser evidenciados aqui. Quanto maior for o resultado do indicador, melhor. LUCRO BRUTO * 100 RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA Outro índice é a lucratividade operacional, que retira à receita os custos e as despesas inerentes à produção. Este indicador é importante para os administradores e gestores da empresa. Quanto maior for seu resultado melhor LUCRO OPERACIONAL * 100 RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA Por último temos o índice de lucratividade final, este indicador reflete o total de lucro que a empresa teve. É um dado importante para investidores e acionistas. Quanto maior for este indicador melhor. LUCRO LÍQUIDO * 100 RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 5. Índice de rotatividade O índice de prazo médio de recebimento das vendas, demonstra quanto tempo em média à empresa demora para receber do seu cliente. Calculamos da seguinte maneira: SALDO MÉDIO DUPLICATAS A RECEBER * 360 RECEITA LÍQUIDA O índice de prazo médio de renovação de estoque, evidencia o tempo médio que os produtos ficam parados no estoque, e calculamos da seguinte forma: SALDO MÉDIO DOS ESTOQUES *360 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS Outro índice utilizado é o prazo médio de pagamento de compras, que indica o prazo médio, em dias, para o pagamento das compras a fornecedores, e é calculado da seguinte forma: SALDO MÉDIO FORNECEDORES *360 COMPRAS Compras = estoque inicial + compras – estoque final O posicionamento da atividade é um índice que indica se as compras estão sendo pagas antes ou depois do recebimento e da venda. Seu calculo segue a seguinte formula: PRAZO MEDIO RENOVAÇÃO ESTOQUES + PRAZO MÉDIO REC. VENDAS PRAZO MÉDIO PAGAMENTO DE COMPRAS Por último temos o indicador de giro do ativo, que indica o quanto a empresa está vendendo em relação ao seu ativo total. Para calcular este indicador utilizamos a seguinte equação: VENDAS LÍQUIDAS ATIVO TOTAL MÉDIO 6. Fator insolvência O fator de insolvência desenvolvido por Kanits, define uma empresa como solvente se ela estiver superior a 0 (zero), inferior a -3 a empresa encontra-se numa situação insolvente e caso não haja melhoras poderá falir. No intervalo entre solvente e insolvente, encontra-se a zona de penumbra, é uma área na qual as instituições que estiverem nesta área aspiram cuidados, não atingem valores de solvência, mas requer maior analise para constatar seu risco de insolvência. Para calcular este indicador, Kanits desenvolveu a seguinte fórmula: FI = X1 + X2 + X3 – X4 – X5 X1 = LL / PL * 0,05 X2 = LG * 1,65 X3 = LS * 3,55 X4 = LC * 1,06 X5 = PE / PL * 0,33 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 Liquidez Corrente Liquidez Seca Liquidez Imediata Liquidez Geral ÍNDICES DE LIQUIDEZ 2011 2012 2013 2014 2015 4 Análise de dados Utilizando as demonstrações de resultados disponibilizadas pela empresa, será muito importante a realização dos indicadores econômicos e financeiros. Estes indicadores servirão para podermos entender qual a situação da empresa perante o mercado. Para podermos verificar qual a posição da empresa e passaremos a efetuar uma análise aos indicadores calculados. Verifiquemos então os indicadores de liquidez abaixo, calculados para a empresa OI S.A Em uma primeira análise, de forma geral, constatamos que os índices de liquidez corrente e liquidez seca são quase idênticos. Isto ocorre por estarmos perante uma empresa prestadora de serviços, no qual o seu estoque possui um valor insignificante, comparado com seu ativo e passivo. O ano de 2014 sofreu um pico contrariando a tendência que se verificava, isso ocorreu pela empresa ter reconhecido na conta de “Outros ativos circulantes” a quantia de 3milhoes de reais, contrapondo com o recuo no seu passivo em 1 milhão de reais. No exercício seguinte, 2015, a empresa voltou a seguir a tendência de queda que vinha registando. O seu indicador inferior a 1,0 reflete que a empresa possui mais passivos do que ativos de curto prazo. A liquidez geral da empresa tem vindo a melhorar nos últimos quatro anos, ainda assim o seu valor bem inferior a 1,0 demonstra a situação menos favorável que a empresa atravessa. Analisando o seu nível de endividamento elaboramos o seguinte gráfico: Analisando o grau de endividamento da empresa constatamos que ao longo dos últimos 5 anos o seu nível de endividamento pouco variou, estando no ano de 2015 em 78%, ou seja, 78% de seus ativos são financiados por terceiros. A composição de seu endividamento, a qual se refere ao curto prazo, verificamos que apesar de ter decrescido entre 2011 e 2014, no ano de 2015 subiu em 10 p.p., isto quer dizer que teve um aumento significativo de sua dívida com terceiros no curto prazo. A garantia de capital próprio da empresa atingiu um mínimo dos últimos 5 anos, fixando-se no valor de 0,29, o que expressa um valor muito baixo para uma empresa prestadora de serviços. Com isto o capital próprio da empresa apenas garante 29% das suas dívidas a terceiros. Contrariando a tendência de queda nos indicadores de endividamento, no ano de 2015 o índice de imobilização do patrimônio líquido registou um aumento, permanecendo acima de 1, o que é tido como um valor aceitável, pois indica que a totalidade do ativo permanente da empresa foi financiado pelo capital próprio. Desenvolvendo os indicadores de atividade e rotatividade da empresa, chegamos aos seguintes gráficos. 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 Grau de Endividamento Composição do Endividamento Garantia do Capital Próprio Grau de Imobilização do PL ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO 2011 2012 2013 2014 2015 0,94 2,18 3,44 4,48 Prazo Médio de Renovação de Estoques ÍNDICE DE ATIVIDADE 2012 2013 2014 2015 Como é possível verificar no gráfico ao lado o prazo médio de recebimentos de vendas, tem vindo a aumentar ao longo dos anos. Este indicador reflete o tempo médio que o cliente demora a pagar, pelo que a empresa deverá tentar reduzir constantemente prazo de recebimento. O índice atingiu um valor ligeiramente superior a 127 dias em média. O gráfico ao lado evidencia a evolução nos últimos 5 anos do prazo médio de pagamento das compras, em dias. Podemos verificar que o prazo para pagamento também foi sendo aumentado ao longo dos anos, registando o valor de 197 dias, aproximadamente, no ano de 2015. O prazo médio de renovação de estoques, como evidencia o gráfico seguinte, tem vindo a aumentar rapidamente ao longo dos últimos anos, estando atualmente a ser renovado a cada 4 dias. Com isto conclui-se que o tempo médio de permanência no estoque da empresa tem vindo a aumentar. 88,81 94,16 105,35 127,36 Prazo Médio de Recebimento de Vendas ÍNDICE DE ATIVIDADE 2012 2013 2014 2015 161,95 175,12 192,24 197,41 Prazo Médio de Pagamentos de Contas ÍNDICE DE ATIVIDADE 2012 2013 2014 2015 O gráfico seguinte expõe a situação do giro da empresa, o qual demonstra quedas constantes ao longo dos últimos cinco anos, atingindo o valor de 0,11. Concluímos que a empresa vendeu apenas 11% de seu ativo total. O gráfico que segue representa o posicionamento da atividade, reflete de forma positiva a relação entre pagamentos e recebimentos. Como constatamos o índice está em acima de 1, o que demonstraque a empresa paga a seus fornecedores após vender e receber. Analisando os indicadores de rentabilidade, constatamos perdas constantes na qual a taxa de retorno sobre o investimento atinge valores negativos para os últimos dois anos de atividade. Este indicador revela a situação crítica que a empresa atravessa. A fim de evitar situações comprometedoras para a empresa, no âmbito financeiro e econômico, a empresa deverá mudar rapidamente de paradigma. 0,18 0,15 0,14 0,11 Giro de Atividade ÍNDICE DE ATIVIDADE 2012 2013 2014 2015 0,55 0,55 0,57 0,67 Posicionamento das Atividades ÍNDICE DE ATIVIDADE 2012 2013 2014 2015 Como o gráfico seguinte demonstra, a lucratividade geral da empresa tem vindo a decrescer ao longo destes anos analisados. Podemos verificar uma melhoria gradual e pouco expressiva da lucratividade bruta, que facilmente esvanece quando são retiradas as despesas, gerando a lucratividade operacional. É neste momento que no ultimo ano a empresa foi severamente punida, atingindo valores de -51. Como consequência desse indicador, e associado a um aumento das despesas operacionais a empresa atinge um nível de lucratividade final de -79. Revelando então a situação crítica das operações desenvolvidas pela empresa. 4,57 16,3 3,19 13,07 -9,11 -34,88 -8,92 -31,82 -40 -30 -20 -10 0 10 20 Taxa de Retorno Sobre o Investimento Taxa de Retorno do PL ÍNDICES DE RENTABILIDADE 2012 2013 2014 2015 Como consequência de um decréscimo nos principais indicadores, como a liquidez e taxa de retorno, O fator de insolvência tem sofrido decréscimos, sendo que neste último ano teve uma queda de mais de 2 pontos ficando-se pelo valor de 2,43, o que reflete a dificuldade que a empresa está passando. Ainda assim este valor não é alarmante, uma vez que a empresa está tida como solvente, no entanto tido como um todo e analisado de forma global, a empresa deverá mudar sua trajetória, a fim de melhorar, ou em uma primeira fase estagnar em sua queda. -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 Lucratividade Bruta (Margem Bruta) Lucratividade Operacional (Margem Operacional) Lucratividade Final (Margem Líquida) ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE 2011 2012 2013 2014 2015 4,06 2,28 2,49 4,8 2,43 FATOR DE INSOLVÊNCIA 2011 2012 2013 2014 2015 Outro índice importante a se analisar, é o capital circulante liquido da empresa. Este índice reflete quais as disponibilidades que a empresa terá no decorrer do exercício (12 meses) pra pagar seus passivos circulantes. Como podemos verificar no gráfico seguinte, a empresa do ano 2014 para o ano de 2015, teve o seu capital circulante reduzido a valores negativos, analisando o balanço da empresa, estes valores são justificados pelo fato da empresa ter efetuado empréstimos junto de instituições financeiras para o curto prazo. 5 Considerações Finais Este trabalho foi elaborado com o propósito de analisarmos as demonstrações financeiras de uma empresa verificando a sua saúde financeira, e com o objetivo de evidenciar as informações necessárias para um processo de tomada de decisão. Ao analisarmos a empresa, através de seus índices, concluímos que a mesma está perdendo a sua consistência financeira, demonstrado pelo aumento de endividamento e regressão nos seus índices de liquidez, tornando-se em uma empresa vulnerável. A análise destes índices contábeis, além de permitir uma visão pontual da empresa em um dado momento, possibilita um conhecimento mais aprofundando da conjuntura da empresa, fator relevante no processo de tomada de decisão. Considerando os índices encontrados para a empresa analisada, OI S.A, constatamos que, apesar da empresa estar com um índice de atividade em valores tidos como aceitáveis, no qual regista vendas e recebimentos antes de efetuar o pagamento a seus fornecedores, a empresa ainda assim possui índices de liquidez baixos para uma empresa prestadora de 1.858.844,00 69.859,00 -40.538,00 4.196.647,00 -949.787,00 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 2011 2012 2013 2014 2015 serviços, fixando-se abaixo de 1,0. Outro fator que vem comprovar esta tendência negativa é o grau de endividamento que no qual demonstra um crescimento de seu endividamento em relação a seus ativos, bem como se verificou um aumento do seu endividamento de curto prazo. O fato da empresa estar com um nível de endividamento elevado, e uma liquidez baixa, são fatores de alerta para a situação da empresa, havendo necessidade de uma análise um pouco mais detalhada, bem como refletir o seu planejamento estratégico e decisório. A lucratividade como consequência também foi um indicador que registou um valor muito negativo. A este fato surgem outras condicionantes, como o aumento de empréstimo de curto prazo, que aumentaram as obrigações da empresa num curto período de tempo, comprometendo então os resultados do presente ano. Como consequência a situação econômica da empresa não aparenta estar confiável, uma vez que os seus índices tem diminuído de ano para ano, havendo ainda uma elevada participação de capital de terceiros. A utilização destes indicadores contábeis, são importantes para as empresas definirem seu posicionamento, e poderem perspectivar situações e investimentos futuros, como parte da estratégia da empresa. A sua realização e analise irá proporcionar uma ajuda aos gestores na diminuição de riscos e análise das mudanças que constantemente se verificam em cada segmento. 6 Referências Relatórios Anuais. Disponível em: <http://ri.oi.com.br/conteudo_pt.asp?idioma=0&conta =28&tipo=43589> Acesso em: 10 Out. 2016 Análise Econômica Financeira com a utilização de Índices. Disponível em: <http://www.uninova.edu.br/Uni/Revista/artigos/artigo03.pdf> Acesso em: 13 Nov. 2016 O Mito da Liquidez. . Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rae/ article/view/38876> Acesso em: 9 Nov.2016 Índices de Endividamento. Disponível em:<http://peritocontador.com.br/wp- content/uploads/2015/03/Jaci-de-Souza-Farias-%C3%8Dndice-de-Endividamento.pdf> Acesso em: 15 Nov. 2016
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