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RESUMO GERAL

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Escola Clássica 
Representantes: Kant e Francesco Carrara 
Immanuel Kant: finalidade da pena é o restabelecimento da ordem moral perturbada pelo crime; o castigo compensa o 
mal e dá reparação à moral 
Francesco Carrara: crime não é ente social, mas ente jurídico. 
 Características: 
- fundamento do crime: livre arbítrio 
- crime: fato individual, isolado, mera infração à lei; 
- delinquente: decisão livre e consciente de infringir a lei 
- preocupação com o fato e não com o autor; menosprezo ao delinquente (fatores endógenos e exógenos) 
- carente de etiologia (preocupação com as causas) 
 - ausência de preocupação com fatores que influenciam o comportamento do autor 
- concepção reativa e não etiológica 
- visão do homem como ser racional (livre e igual); 
- pacto social (fundamento da sociedade civil): justiça do contrato social; bondade e maldade do pacto; desigualdades 
sociais 
- fundamentação, legitimação e delimitação do castigo (herança absolutista) 
- ausência de programa político-criminal de prevenção 
- contribuição ao Direito Penal 
- castigo como instrumento de controle do crime – justificativa para excessos 
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Escola Positiva: 
Representantes: Lombroso, Ferri e Garófalo 
- O positivismo é considerado a primeira escola de Criminologia. Com a Revolução Industrial no século XIX, o 
desenvolvimento do capitalismo e das ciências naturais, bem como o aumento da criminalidade, nasce o estudo científico 
do crime e, principalmente, do criminoso. 
A escola positivista criminológica foi criada por Lombroso, médico que desenvolveu a teoria do “criminoso nato”, 
segundo a qual uma parte dos criminosos já nascia com uma espécie de disfunção patológica que o levaria, 
invariavelmente, à prática do crime. 
Para ele, o criminoso era um subtipo humano, degenerado e atávico (com características de seus antepassados 
primitivos). 
Ocorre que essa disfunção se exteriorizava na aparência e no comportamento do sujeito, as quais podiam ser estudadas 
para que se pudesse identificar o criminoso pela sua aparência. Assim, ele estudou as vísceras de criminosos, crânio, 
linguagem, tatuagens, letra, comportamento etc. 
Para Lombroso, as penas deveriam ser por tempo indeterminado para os corrigíveis e perpétuas se incorrigíveis. 
Como os estudos positivistas tinham como objeto o criminoso, o melhor e mais seguro local para encontrá-los seria na 
cadeia. Mas, lá chegando, que parcela a população era encontrada em maior número? Os negros. Assim, essa teoria 
ajudou a concretizar a imagem do negro como marginal, conferindo o aval da ciência de que a raça negra era inferior e 
voltada para o crime, reforçando o estereótipo do criminoso. 
- delinqüente: 
- 400 autópsias; 6 mil entrevistas com delinqüentes 
- variedade especial de homo sapiens 
- caracterizado por sinais (stigmata) físicos e psíquicos natos 
- Sinais físicos: forma do crânio e da face; sobrancelas grossas, grandes molares, orelhas grandes e deformadas (abano), 
dessimetria corporal, grande envergadura dos braços, mãos e pés; grande desenvolvimento das maçãs do rosto 
- Sinais psíquicos: 
- sensibilidade dolorosa diminuída (tatuagem); instabilidade afetiva; crueldade, leviandade, aversão ao trabalho, 
instabilidade, vaidade, tendência a superstições, precocidade sexual. 
- criminoso tinha um “regresso atávico” – primeiros homens 
- darwinismo (base) 
- fatores biológicos ou antropológicos eram predominantes na influência do comportamento criminoso 
- reincidência constante 
- criminoso atávico – ser inferior, não evoluiu 
 
 Enrico Ferri (1856-1929) – Escola Sociológica-criminal (variante) 
delinqüente: 
- determinismo 
- sem livre arbítrio (escola clássica): homem não tem vontade e inteligência livres. Fatores biológicos e externos impelem 
para o crime 
- crime: relação de causa-efeito (sociedade/meio/biologia – crime) 
 fatores antropológicos (Lombroso), físicos e sociais 
 a) fatores antropológicos: constituição orgânica (crânio), psíquica (inteligência, sentimento e senso moral) 
 b) fatores físicos: o clima, a natureza do solo, estações do ano, temperatura anual, alimentos. 
 c) fatores sociais: densidade da população, costumes, religião, condições de família, regime educacional, 
economia, alcoolismo, polícia, administração pública. 
 d) deve ser afastado do convívio social não por castigo, mas por segurança social 
Raphael Garófalo (1851-1934)– Criador do termo “Criminologia”; positivismo moderado 
- delinqüente: 
 - anomalia psíquica ou moral 
 - transmissão hereditária 
 - conotação atávica (anomalias anatômicas) 
 - merecia pena de morte 
 - ser de outra espécie – não merece compaixão 
 
Características 
- positivismo criminológico – criminologia empírica 
- crítica à criminologia clássica 
- fundamento: determinismo 
- Nega o livre-arbítrio e afirma a previsibilidade do comportamento humano (determinismo), passando a investigar as 
causas dos crimes a partir dos criminosos. 
- O crime é uma entidade de fato. Um fenômeno da natureza, sujeito a leis naturais (biológicas, psicológicas e sociais) que 
podem ser identificas, estudando-se o criminoso. A pena (castigo) é inútil, pois a conduta criminosa é sintoma de uma 
doença e como tal deve ser tratada, em nome da defesa da sociedade. 
- O positivismo é considerado a primeira escola de Criminologia. Com a Revolução Industrial no século XIX, o 
desenvolvimento do capitalismo e das ciências naturais, bem como o aumento da criminalidade, nasce o estudo científico 
do crime e, principalmente, do criminoso. 
- relevância etiológica do fator individual e social para explicação do delito – etiologia do crime 
- método: empírico-indutivo (observação dos fatos, dos dados) 
- delinquente está determinado a delinquir – fruto do meio 
- behaviorismo: resposta aos estímulos 
- “fé cega” da ciência 
- preocupação com o agente e não com o delito 
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Escolas Sociológicas 
 Escola de Chicago ou Ecologia Criminal 
Teorias Ecológicas ou da Desorganização Social (Escola de Chicago) – 1920/1940 
- a ordem social, estabilidade e integração contribuem para o controle social e a conformidade com as leis, enquanto a 
desordem e a má integração conduzem ao crime e à delinqüência. 
 - Tal teoria propõe ainda que quanto menor a coesão e o sentimento de solidariedade entre o grupo, a comunidade ou a 
sociedade, maiores serão os índices de criminalidade. 
- A cidade moderna caracteriza-se pela ruptura dos mecanismos tradicionais de controle (família, vizinhança, religião, 
escola) e pela pluralidade das alternativas de conduta. 
 - A Escola de Chicago, principalmente nas décadas de 30 e 40, foi o berço da moderna sociologia americana e uma das 
primeiras a desenvolver trabalhos criminológicos diferentes do positivismo, tendo como seus principais autores Park, 
Shaw e Burgess. 
- Enfoque pragmático diretamente voltado para os problemas de urbanização do início do século XX – preocupação com a 
“perda dos valores tradicionais e pluralismo”; 
- “Sociologia da grande cidade” (Chicago: explosão urbana no início do século XX: 
- Crime é lidado como problema social e não patologia individual, fundamentalmente ligado ao conceito de espaço (crime 
não é uma resposta anormal, mas resposta normal a ambiente anormal); 
TEORIA ECOLÓGICA: 
 “Cidade produz delinqüência”; 
 Decomposição da cidade em “zonas”: áreas naturais; 
 Existência de áreas criminógenas: delinquency areas, gangland; 
 Desorganização social e contágioinerente aos núcleos urbanos; 
 Ausência de efetivo controle social (“lack of control”); 
 Deterioração de “grupos primários” (ex. família); 
 Modificação “qualitativa” das relações pessoais; 
 Perda de raízes no lugar da residência; 
 Crise dos valores tradicionais; 
 Superpopulação 
 Proximidade de zonas comerciais. 
 Criminalidade surge nos confins da civilização que mostram condições insuficientes de vida; 
 Criminalidade está diretamente ligada ao distanciamento da cidade e da sua área industrializada; 
 Abandonam explicações de raça, etnia ou nacionalidade, considerando o crime como produto da estrutura da 
vida comunitária – especialmente pela desorganização social e tradição delinqüente (e transmissão) 
 Influência sobre políticas voltadas para o “espaço local”, como por exemplo, a revitalização de espaços 
comunitários e intervenções locais para a prevenção do delito. 
 
Teoria da Anomia 
Trata-se da ausência de reconhecimento dos valores inerentes a uma norma, a anomia é o sintoma do vazio 
produzido quando os meios socioestruturais não satisfazem as expectativas culturais da sociedade, fazendo com 
que a falta de oportunidades leve à prática de atos irregulares, muitas das vezes ilegais, para atingir a meta 
cobiçada. 
 
Os dois pontos principais da teoria da anomia são a desmistificação do crime - ele é um fato normal, nunca será 
extinto, pois sempre haverá conflitos na sociedade. O outro ponto é o alerta quanto à valorização do consumo 
desregrado 
 
Teoria da Subcultura Delinquente 
Trata-se de um estudo criminológico específico, destinado a estudar o delito como opção coletiva, sendo 
considerado crime, somente a manifestação destes valores em condutas consideradas legítimas pelo respectivo 
grupo, porém não aceitas pela maioria 
Contracultura 
Enquanto a subcultura não se importa em convencer os demais membros da sociedade sobre seus valores (eles 
simplesmente agem segundo suas convicções), a contracultura, ainda que passivamente, deseja mudar conceitos, ou pelo 
menos, que se respeitem os valores desenvolvidos pelo grupo e é desenvolvida em determinados grupos mais 
articulados, questionadores e, na maioria das vezes, pacíficos, formados, por exemplos, por hippies, intelectuais, artistas 
e ambientalistas. 
ID: Porção primitiva da psique humana, responsável por impulsos instintivos e imediatos, Tenta puxar o EGO para ações 
impulsivas, aliviando tensões imediatamente. 
EGO: Atua como mediador de energias psíquicas entre as porções da mente. Precisa balancear as necessidades do ID e 
do SUPEREGO, garantindo que nenhum acumule muitas frustrações. 
SUPEREGO: Desenvolve-se desde o inicio da vida, quando a criança assimila as regras de comportamento ensinadas 
pelos pais ou responsáveis mediante o sistema de recompensas e punições. O comportamento inadequado sujeito à 
punição 
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Neuroses É a desordem na personalidade que gera angustia e inibe suas condutas, é um conflito intra-psíquico. uma 
reação exagerada do sistema nervoso em relação a uma experiência vivida. Neurose é uma maneira da pessoa SER e de 
reagir à vida. O Enfermo tem plena consciência do seu problema e, muitas vezes, sente-se impotente para modificá-lo. 
Psicose Indivíduo está patologicamente afetado, vive em um mundo à parte, no qual ele interage com seres e objetos 
irreais, ao mesmo tempo em que se ausenta cada vez mais da realidade concreta. Ele pode, assim, vivenciar alucinações, 
delírios, modificações em suas atitudes, a mente confusa, e nem mesmo percebe que está agindo de uma forma 
estranha. 
Esquizofrenia Doença psiquiátrica endógena, que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. A pessoa pode 
ficar fechada em si mesma, com o olhar perdido, indiferente a tudo o que se passa ao redor ou, os exemplos mais 
clássicos, ter alucinações e delírios. Ela ouve vozes que ninguém mais escuta e imagina estar sendo vítima de um complô 
diabólico tramado com o firme propósito de destruí-la. 
Psicopatia A psicopatia não é uma doença mental tampouco os psicopatas não são denominados loucos, os chamados 
psicopatas são pessoas que se relacionam extremamente bem, são articulados e convincentes em suas falas e possuem 
um raciocínio frio e calculista que se alia a uma incapacidade de tratar as pessoas que os rodeiam como seres humanos 
pensantes e portadores de vontade própria. 
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Vitimologia é a parte da Criminologia que estuda os fenômenos relacionados à vítima, seu comportamento, sua gênese e 
sua relação com o vitimizador. 
Teoria do crime precipitado pela vítima 
Defende que algumas vítimas possuem uma função criminógena, as chamadas vítimas por tendência. Segundo esta 
teoria, a vítima possui determinadas características que a colocam, ainda que inconscientemente, numa posição de 
maior vulnerabilidade, o que se denominou índice de periculosidade da personalidade da vítima. 
Vítima completamente inocente ou vitima ideal: Trata-se da vítima completamente estranha à ação do criminoso, não 
provocando nem colaborando de alguma forma para a realização do delito. Exemplo: uma senhora que tem sua bolsa 
arrancada pelo bandido na rua; vítima de “bala perdida”; racha. 
Vítima menos culpada que o delinquente ou por ignorância: Ocorre quando há um impulso não voluntário ao delito, mas 
de certa forma existe um grau de culpa que leva essa pessoa à vitimização. ; atrai o criminoso ao se comportar de 
maneira diferenciada, chamando a atenção para si. Ex. pessoas que andam exibindo jóias em locais onde há extenso 
histórico de roubos. 
“Vítima autentica”; O indivíduo que se expõe, inconscientemente, para fazer o papel de vítima – e, com isso, atinge o 
objetivo. 
Vítima tão culpada quanto o delinquente: indivíduo que adquire mercadorias contrabandeadas; mulher que realiza 
aborto em clínica clandestina e vem a falecer; roleta russa; bêbado atravessando rodovia; conto do bilhete. 
 Vítima mais culpada que o delinquente ou “vítima provocadora”: Enquadram-se nessa hipótese as vítimas 
provocadoras, que incitam o autor do crime; as vítimas por imprudência, que ocasionam o incidente por não se 
controlarem, ainda que haja uma parcela de culpa do autor. Aquela que por sua própria conduta incita o infrator a 
cometer a infração. Tal incitação cria e favorece a explosão prévia á descarga que significa o crime. Vítima por 
imprudência: é a que determina o acidente por falta de cuidados. Ex. quem deixa o automóvel mal fechado ou com as 
chaves no contato.; briga de trânsito. 
 Vítima unicamente culpada ou simuladora: falsa vítima, que “esconde” o carro para receber o dinheiro do seguro; que 
se machuca para dizer que foi agredida pelo cônjuge.

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