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Aula 01 Concreto I

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Aula 01 – Estruturas de Concreto I 
Histórico da Evolução do Concreto Armado 
O Cimento Moderno 
*John Smeaton, engenheiro inglês, ao analisar, em 1758, materiais aglomerantes para a 
construção de um farol, verificou que o cimento hidráulico, obtido da mistura de calcário e argilas, 
era melhor que o calcário puro. 
*James Parker, engenheiro inglês, inventou, em 1792, um cimento, patenteado, em 1796, com o 
nome de cimento Romano e muito utilizado por suas excelentes qualidades; após a patente expirar, 
14 anos depois, alguns engenheiros e químicos misturaram pedras calcárias com uma quantidade 
de 1/3 de argila e com pequena porção de óxido de ferro, obtendo um cimento Romano similar ao 
de Parker. 
*Louis Vicat, engenheiro francês, considerado o inventor do cimento, publicou, em 1817, um 
trabalho no qual mostrou os resultados de uma pesquisa na qual queimava uma mistura de calcário 
e argila, obtendo um cimento; em 1818, a Academia das Ciências de Paris aprovou a descoberta 
de Vicat e autorizou utilizá-lo na construção de uma ponte; o cimento criado por Vicat tornou-se 
muito popular. 
*Joseph Aspdin, químico inglês, solicitou, em 1824, a patente para o aperfeiçoamento de um 
método para produzir uma pedra artificial à qual denominou cimento Portland, por sua semelhança 
com uma pedra calcária branco-prateada extraída, há mais de três séculos, de pedreiras da 
península de Portland, na Inglaterra; a pedra artificial era um concreto simples, trabalhando à 
compressão. 
*Grisell e Peto, empreiteiros ingleses, fizeram, em 1843, as primeiras análises comparativas entre 
o cimento Romano e o cimento Portland, demonstrando a superioridade do último. 
*Antonio Proost Rodovalho, comendador, foi quem iniciou, no Brasil, em 1888, a fabricação do 
cimento Portland, em uma usina de Sorocaba, SP, operando até 1907 e extinguindo-se em 1918; 
o governo do Espírito Santo fundou, em 1912, uma fábrica de cimento Portland que funcionou até 
1924, paralisando suas atividades; após modernizar suas instalações, voltou a produzir em 1936; 
em 1924, a Companhia Brasileira de Cimento Portland instalou uma fábrica em Perus, SP, cuja 
construção pode ser considerada como o marco inicial da implantação da indústria brasileira de 
cimento. 
 
A Descoberta do Concreto Armado 
*O descobrimento do concreto armado data de 1849, quando o agricultor francês, Joseph-Louis 
Lambot, que fabricava tanques de cimento reforçados com ferro, resolveu construir um barco, 
usando esta técnica, testando-o em lagoas de sua propriedade; no início do século 20, o tipo de 
concreto usado no barco, foi denominado por ferro-cimento ou cimento armado, conhecido no Brasil 
como argamassa armada. O barco de Lambot despertou a atenção de um rico comerciante de 
plantas ornamentais, chamado Joseph Monier, que passou a construir seus vasos de madeira ou 
cerâmica com cimento armado, mais resistente e durável; com o sucesso obtido, passou a produzir 
vários outros artefatos e algumas estruturas com cimento armado, como tubos, tanques, painéis 
decorativos para fachadas de edifícios, reservatório, pontes, passarelas e vigas. 
*A importância de Monier foi observar as características, as vantagens e desvantagens dos 
materiais, combinando-os adequadamente. Monier percebeu que o concreto era obtido e moldado 
facilmente e era muito resistente aos esforços de compressão e esmagamento e pouco resistente 
aos esforços de tração e cisalhamento; porém, notou que o aço tinha grande resistência aos 
esforços de tração e era facilmente encontrado como barras longas. Sua grande colaboração foi 
descobrir, mesmo que de forma empírica e intuitiva, que, ao dispor as barras de aço junto ao 
concreto, de forma adequada, obtinha um produto resistente à compressão, à tração e ao 
cisalhamento. 
*Com o decorrer, percebeu-se que o concreto armado, como material compósito, requeria uma 
utilização mais racional, fundamentada em estudos teóricos e experimentais, situação inovadora 
para a época. Por isto, surgiram pesquisadores como os empreiteiros Grisell & Peto que realizaram 
estudos para demonstrar a superioridade do cimento Portland sobre o cimento Romano. 
*François Coignet, engenheiro químico francês, um dos pioneiros mais importantes para o 
desenvolvimento do concreto armado, construiu, em 1851, em Paris, sua segunda fábrica, usando 
um concreto clinker, verificando que substituía a pedra natural; dedicou-se ao estudo do concreto 
para a construção de edifícios, em Paris; executou várias obras de vulto, usando um tipo de 
concreto similar ao dos antigos romanos, com areia, cal, cimento, água e armadura. 
*William E. Ward, engenheiro mecânico americano, construiu, em 1871, o primeiro prédio em 
concreto armado, em Nova Iorque. 
*François Hennébique, engenheiro francês, destacou-se ao fazer experimentos para reforçar o 
concreto com ferragens. 
*Koenen, engenheiro alemão, escreveu, em 1886, a primeira publicação sobre o cálculo de 
concreto armado. 
*Rabut, engenheiro francês, ministrou a primeira disciplina de concreto armado, em Paris. 
*Emil Morsch, engenheiro alemão, foi um dos principais pioneiros no estudo do concreto armado; 
desenvolveu os estudos de Koenen e fundamentou suas pesquisas em ensaios de laboratório; 
publicou, em 1901, a primeira edição de um livro que estabeleceu as bases científicas do concreto 
armado; seus apontamentos tornaram-se referência no assunto, por mais de meio século; tornou-
se professor da Universidade de Stuttgart, em 1916, dando aulas sobre teoria das estruturas, 
construções em concreto armado e pontes de alvenaria em arco; o modelo de treliça que inventou 
ainda é utilizado, para o entendimento e fundamentação do comportamento de vigas de concreto 
armado, submetidas à flexão e à torção, tornando-se um método confiável e prático para a análise, 
o dimensionamento e o detalhamento de elementos de concreto armado, previsto pelas principais 
normas de projeto de estruturas de concreto (CEB-FIP de 1990, Eurocode 2 de 1992, DIN 1045-1 
de 2003, ACI 318-2 e NBR 6118 de 2003); a NB5 6118/2003 denomina o método de Morsch de 
modelo biela-tirante e recomenda o seu uso na análise e dimensionamento de elementos especiais 
de concreto armado. 
*A primeira referência sobre concreto no Brasil data de 1904; Antonio de Paula Freitas, professor 
da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, publicou um trabalho no qual comenta a execução das 
obras de seis prédios e de um reservatório de água em Petrópolis.

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