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1 FADIPA – Turma 901 - Tributário 2 - Prof. Vitor Bizarro Tributário Fácil 1 – Lógica Jurídica O Direito é uma ciência social. Portanto, é baseado no comportamento dos seres humanos. Assim, as regras sociais variam de um povo para outro, de uma região para outra, sendo diferentes entre de cidades, e até mesmo dentro do mesmo núcleo familiar, onde cada integrante possui suas próprias opiniões sobre os mais diversos assuntos: política, sexo, economia, e até sobre futebol. Qual time é melhor: Atlético, Cruzeiro, América, Barcelona, Real Madri? Mesmo diante de todas as divergências, os comportamentos humanos podem ser padronizados, ou seja, possuem uma lógica1. O Direito é padronizado dentro da seguinte lógica: Pessoas + Bens + Fato Jurídico = Obrigações. 1 Entendemos lógica como aquele raciocínio que possui início, meio e fim e que faz parte de um Sistema, ou seja, pertence ao Sistema já pré-estabelecido A Lógica Jurídica é estruturada na seguinte conduta: Pessoas conversam sobre Bens criando um Fato. Este fato pode ser social ou jurídico. Sendo jurídico, nascem para os envolvidos Direitos e, principalmente, Deveres. Portanto: “Pessoas tratam de bens criando fato jurídico que geram obrigações!” Esta lógica jurídica será aplicada a todos os ramos do direito brasileiro. Por exemplo, o Código Civil prevê e sua parte estando dentro dos limites deste Sistema. Mais sobre lógica em Platão, Aristóteles, Voltaire, Maquiavel. 2 FADIPA – Turma 901 - Tributário 2 - Prof. Vitor Bizarro geral: Livro I – Pessoas, Livro II – Bens, Livro III – Fatos Jurídicos, parte especial, Livro I – Obrigações; O Direito do Trabalho irá prever a mesma estrutura mas dá aos envolvidos o nome de Reclamante e Reclamado; O Código de Defesa do Consumidor também adota tal estrutura, denominando as partes como Fornecedor e Consumidor e assim por diante. DIREITO PRIVADO X DIREITO PÚBLICO Merece destaque a diferença de ponto de vista dos grandes ramos jurídicos: Direito Privado e Público. Mas, a estrutura é a mesma para ambos. O Direito Privado atém seu foco aos envolvidos. Portanto, ele olha mais para as pessoas que estão conversando. Por exemplo: o inventariante, o contratante e o contratado, a massa falida, os compradores e vendedores, etc. Ao passo que o Direito Público atém seu foco às condutas, aos comportamentos olhando mais para as atitudes praticadas. Por exemplo: matar é crime; auferir renda; possuir veículo automotor, exportar produtos, etc. Perceba que a estrutura continua a mesma independente do ramo (Pessoas + Bens + Fatos = Obrigações). O que altera é tão somente o ponto de vista. 2 – Lógica Jurídica2 Tributária 2 Mais sobre lógica jurídica tributária em PERELMAN, Chaim. Lógica Jurídica. Excelente livro que trata da formação histórica do Direito à partir do mundo (onde analisa os momentos históricos denominados como Direito Natural, Direito Positivo, Direito Direito Tributário é um sistema compreendido dentro de outro sistema maior que é o Direito (ciência social). Assim, o Direito Tributário, obrigatoriamente, tem que seguir a mesma estrutura: Pessoas + Bens + Fato Jurídico = Obrigações. Se a estrutura é a mesma, então porque o Direito Tributário é considerado o ramo mais difícil do Direito? A estrutura é a mesma. Porém, a forma de estudar Direito Tributário é diferente dos demais ramos do Direito pelo fato de que a legislação tributária não adota a mesma organização, ou seja, as regras deste ramo já partem do fato jurídico em diante (Fato Jurídico > Obrigações). Seria o mesmo que começar a contar uma história do meio em diante, descartando o início desta história. Era uma vez, a menina chamada Chapeuzinho Vermelho que ia levar doces para a vovozinha. No meio do caminho, ela conheceu um lobo. Este lobo a enganou apontando uma rota diferente sob o argumento de que seria um Concreto) chegando ao nosso modelo jurídico atual onde justifica a criação dos princípios, teoria da norma, precedentes, Súmula Vinculante, recursos repetitivos, etc. 3 FADIPA – Turma 901 - Tributário 2 - Prof. Vitor Bizarro atalho. Enquanto ela ia por esta nova rota, o lobo, sorrateiramente, pegou o verdadeiro atalho e chegou primeiro na casa da vovozinha. Vestiu-se de acordo e fingiu ser a vovó para quando a Chapeuzinho chegasse, poder devorá-la. Já de acordo com as regras tributárias, a história começaria a ser contada assim: ...ia por esta nova rota, o lobo, sorrateiramente, pegou o verdadeiro atalho e chegou primeiro na casa da vovozinha. Vestiu-se de acordo e fingiu ser a vovó para quando a Chapeuzinho chegasse, poder devorá-la. O que geram dúvidas: Quem ia para a nova rota? Onde está? O que faz neste local? Qual é a rota antiga? O que ia fazer lá? Sabendo que as regras partem do fato em diante, fica mais fácil conhecer as regras. Iremos organizar as regras de acordo com a estrutura jurídica tornando a compreensão mais fácil. Daí, Direito Tributário Fácil! 3 – Sistema Tributário Nacional Antes, algumas considerações. O Direito possui limites definidos da mesma forma que um campo de futebol: A bola só pode rolar dentro das linhas, ou seja, dentro dos limites já definidos. O Sistema Jurídico é definido pela Constituição Federal, ou seja, o que pode ou não pode deve ser estabelecido de acordo com o que está previsto na Constituição. Estando em desacordo é inconstitucional e deve ser extirpado. Estando em acordo é constitucional e pode ser mantido. 4 FADIPA – Turma 901 - Tributário 2 - Prof. Vitor Bizarro O Sistema Tributário é um sistema dentro deste outro Sistema maior (Constituição). Portanto, deve estar de acordo com a CF sob pena de ser considerado inconstitucional. O Sistema Tributário atual é composto de tributos (gênero). As espécies de tributos vigentes são: impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições gerais, empréstimo compulsório.3 3 Existiu divergência doutrinária sobre quantas seriam as espécies de tributos legalmente permitidas em nosso ordenamento. Uma primeira teoria entendia que seriam apenas 3 as espécies uma vez que a CTN traz: impostos (Título III), taxas (Título IV), contribuições de melhoria (Título V), denominada Corrente Tripartite. Outra corrente (Corrente Quinquipartite) diz serem 5 as espécies: impostos, taxas, 4 – Das Pessoas Código Civil Constituição Federal Livro I – Pessoas Art. 145, CF – Sujeito Ativo Art. 1º, X Código Tributário Nacional Art. 40 Pessoas Art. 44 Art. 119 – Sujeito ativo Art. 121 – Sujeito passivo Art. 121, I – Contribuinte Art. 121, II – Responsável Art. 128, 131, 134 – Responsável, 3ª pessoa (terceiro) Art. 135 – Pessoalmente Resp. contribuições de melhoria, contribuições gerais, empréstimo compulsório, previsto na CF. O Supremo pacificou esta divergência entendendo serem 5 as espécies previstas, sendo que a Constituição recepcionou o CTN dispondo que o Sistema maior possui 5 espécies de tributos e não 3 como dia o CTN em 1966, data em que entrou em vigor.
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