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SERVIÇOS PUBLICOS

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SERVIÇOS PÚBLICOS
ASPECTO HISTÓRICO 
ESTADO ESTAMENTAL: Na Europa ocidental, os monarcas distribuíram propriedades (imóveis) a pessoas vinculadas ao Soberano, formando-se uma relação de vassalagem entre o rei e os senhores feudais. A organização estatal prestava serviços quase que exclusivamente de garantir a segurança externa (proteção em casos de guerras). Esses proprietários de terra se reuniram em classes ou estamentos (nobres / aristocratas) e passaram a exercer grande poder no Estado e de certa forma passaram também a controlar as decisões políticas. 
ESTADO ABSOLUTO: como forma de estancar o poder da aristocracia e do clero, há um recrudescimento do poder do Soberano, fortalecendo-se militarmente o Estado para garantir a manutenção de seu poder autoritário. Não há preocupação com prestação de serviços públicos. O Estado absoluto concentra os benefícios em favor do rei, como forma de conter os poderes dos estamentos. 
ESTADO LIBERAL: o Estado liberal é um movimento contrário ao absolutismo e tinha por fim garantir essencialmente direitos de liberdade e propriedade. Os investimentos financeiros do Estado liberal eram mínimos, sempre com o fim de garantir a não intervenção estatal nas relações sociais e econômicas. O estado liberal é minimalista e não há grande esforço na prestação de serviços públicos.
ESTADO SOCIAL: com a expansão do estado liberal e o início da industrialização, as populações rurais vão para os grandes centros em busca de trabalho. Começam então as grandes aglomerações urbanas e, com isso, iniciam os problemas socioeconômicos, como a falta de moradia, a inexistência de condições de saúde, saneamento básico, educação etc. Nesse contexto é que surge o Estado social, prestador de serviços e interventor nas relações econômicas. Há um grande incremento nos gastos com investimentos em serviços públicos.
ESTADO PÓS-SOCIAL OU NEOLIBERAL: o Estado Social não consegue atender à grande demanda de serviços que emergem da sociedade e, além disso, ao intervir na economia, acaba criando burocracias desnecessárias, engessando e inviabilizando a iniciativa privada. O Estado social não atinge aquilo que se propôs, em razão do que os governantes tentam trazer de volta algumas práticas do Estado Liberal. Começa o Estado a privatizar empresas públicas e a delegar atividades que detinha monopólio. No Brasil, há alteração da Constituição para que fosse permitida a privatização das telecomunicações, energia, fornecimento de água e de outros serviços que, até então, ficava no controle do Governo. Nesse contexto, são publicadas também leis que proporcionaram a desconcentração e a descentralização administrativas. Houve, ainda, um movimento de delegação de serviços públicos, sendo editadas algumas leis, dentre elas a Lei 8987/95, que regra as concessões e permissões de serviços públicos, e a lei 11.079/2004, que estabeleceu as bases das PPPs (parcerias público-privadas). 
CONCEITO: 
Para FERNANDA MARINELA (Direito Administrativo, Editora Juspodium, 2006, p. 407), serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material, destinada à satisfação da coletividade, mas que pode ser utilizada singularmente pelos administrados, e que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta-a por si mesmo ou por quem lhe faça as vezes (de forma direta ou indireta), sob um regime jurídico de direito público, total ou parcialmente.
ELEMENTOS CARACTERIZADORES DO SERVIÇO PÚBLICO:
Elemento material: é o serviço em si que é prestado. Alguns serviços são materialmente públicos, ou seja, aqueles que visem suprir necessidades coletivas. Mas nem sempre a finalidade materialmente pública determina que o serviço será prestado pela Administração, como, por exemplo, a educação e o transporte, que são serviços materialmente públicos, mas, nada obsta que sejam prestados por entidades ou pessoas particulares. 
Elemento subjetivo: será público o serviço todas as vezes que prestado por entidade estatal ou órgão da administração pública. Mas isso não é sempre verdadeiro. Ex. as loterias – algumas são realizadas por entidades públicas (CAIXA EC. FEDERAL), mas nem por isso cuida-se de um serviço essencialmente público.
Elemento formal: aquele serviço ao regime de Direito Publico, formado por princípios e regras regidos pela supremacia do interesse publico e por restrições especiais (DE MELLO, Celso Antonio Bandeira; Curso de Direito Administrativo. Malheiros Editores. 14o Ed. 2001. São Paulo. pp. 602 e 603)
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS
Os princípios específicos do serviço público estão previstos no artigo 6º da Lei 8.987 /95
Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. 
§ 2º A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço. 
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: 
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
Para ANDREA RUSSAR RACHEL (http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/554734/o-que-se-entende-por-servico-publico-e-quais-principios-estao-a-ele-relacionados-andrea-russar-rachel), deste texto de lei extraem-se os seguintes princípios:
Princípio da regularidade: manutenção da qualidade do serviço.
Princípio da eficiência: quanto aos meios e resultados
Princípio da generalidade: o serviço público deve ser prestado erga omnes .
Princípio da atualidade: de acordo com o estado da técnica, ou seja, de acordo com as técnicas mais atuais.
Princípio da segurança: o serviço público não pode colocar em risco a vida dos administrados, os administrados não podem ter sua segurança comprometida pelos serviços públicos.
Princípio da modicidade: serviço público deve se prestado da forma mais barata possível, de acordo com a tarifa mínima.
Princípio da cortesia: os serviços públicos devem ser prestados com urbanidade e respeito ao administrado.
Princípio da continuidade ou da permanência: O serviço público não pode parar nem ser interrompido, deve ser prestado de forma contínua.
Instrumentos para garantir a continuidade
Greve dos servidores públicos (art. 37, VII, da CF) = deve ser exercido esse direito nos termos de uma lei a ser editada, observando-se peculiaridades do serviço público, sobretudo a sua continuidade. 
 
Há divergência entre duas correntes quanto ao direito de greve estabelecido na Constituição: a) minoritária, que considera essa norma de eficácia contida, logo de aplicação imediata, podendo o servidor exercer a greve; b) majoritária, segundo a qual esse direito está disciplinado em uma norma de eficácia limitada, o servidor só pode exercer a greve após o advento de lei ordinária regulamentadora.
STF: recentemente, o pleno do STF declarou a omissão legislativa do CN quanto ao dever constitucional de editar lei que regulamente o exercício do direito de greve no setor público e, por maioria, decidiu aplicar aos servidores públicos, no que couber, a lei de greve vigente para o setor privado, resguardando a manutenção dos serviços.
Suplência, delegação e substituição = instrumentos que buscam a manutenção do serviço público, pois permitem que outros agentes exerçam a função do servidor afastado da atividade pública, ainda que provisoriamente.
Contrato administrativo = claúsula da exceptio non adimplet contractus, em caso de inadimplemento da Administração o contratado deve continuar prestando o serviçopelo prazo de 90 dias, sendo permitida a suspensão após esse período (art. 78, XVI, da Lei 8666/93).
Ocupação provisória e reversão nos contratos de delegação = faculdade da Adm. Pública de utilizar os equipamentos e instalações da empresa, em caráter provisório ou definitivo, mediante indenização, para assegurar a continuidade do serviço.
Possibilidade de interrupção do serviço 
Lei nº 8.987/95 art. 6º §3º - autoriza a interrupção do serviço, não se caracterizando a sua descontinuidade, quando tipificada situação de emergência ou com prévia comunicação ao usuário, quando este for inadimplente ou não oferecer as condições técnicas necessárias para que a concessionária possa prestar o seu serviço.
Titular dos Serviços públicos
Incumbe ao Poder Publico a prestação de serviços públicos. Estes podem ser prestados diretamente pelo Poder Público e, por particulares, sob o regime de concessão ou permissão, através de licitação (Art.175.CF).
DETERMINAÇÃO CONSTITUCIONAL DOS SERVIÇOS PÚBLICOS 
www.vestcon.com.br/ft/481.doc
O rol de competências para prestação dos diversos serviços públicos está previsto na Constituição e é somente exemplificativo. Aos serviços não enumerados na CF deve ser definida competência de acordo com o âmbito de interesse: nacional, União; regional, Estados; e, local, Municípios.
Competência da União, Estados e Municípios
A Constituição Federal faz a partição das competências dos serviços públicos.
A matéria está prevista nos arts. 21, 25, §§ 1º e 2º, e 30 da Constituição Federal.
Competência da União (CF, art. 21 e incisos)
Os serviços que competem à União estão discriminados na Constituição Federal. São eles:
I - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
II - explorar diretamente ou mediante concessão as empresas sob o controle acionário estatal, os servi​ços telefônicos, telegráficos, ou transmissão de dados e demais serviços públicos de telecomuni​cações, assegurada a prestação de serviços de informações por entidade de direito privado através da rede pública de telecomunicações explorada pela União;
III - explorar, diretamente ou mediante autori​zação, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, de sons e imagens e demais serviços de telecomu​nicações;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em arti​culação com os Estados onde se situam os poten​ciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e infra-estru​tura aeroportuárias;
d) os serviços de transporte ferroviário e aqua​viário entre portos brasileiros e fronteiras na​cionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interesta​dual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
IV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito na​cional;
V - executar os serviços de polícia marítima, aérea e de fronteira;
VI - organizar e manter a polícia federal, a polícia rodoviária e ferroviária federal, a polícia civil, militar e do corpo de bombeiros do Distrito Federal;
VII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reproces​samento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de concessão ou permissão, é autorizada a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos medicinais, agrícolas, industriais e atividades análogas;
VIII - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho.
Competência dos Estados (CF, art. 25, §§ 1º e 2º)
“São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição”. Portanto, são da competência dos Estados a prestação dos serviços que não sejam da União e do Município. Os Estados têm competência residual.
Competência dos Municípios (CF, art. 30)
Aos Municípios compete a prestação dos serviços públicos de interesse local, incluindo o de transporte coletivo.
Competem-lhe também os serviços de educação pré-escolar e de ensino fundamental (com a coope​ração técnica e financeira da União e do Estado). Competem-lhe ainda os serviços de atendimento à saúde da população (com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado).
Diz a Constituição Federal:
Art. 30. Compete aos Municípios:
	
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
Formas de Prestação
A prestação do serviço pode ser centralizada ou descentralizada. Será centralizada quando o Estado, através de um de seus órgãos, prestar diretamente o serviço. Será descentralizada quando o Estado transferir a titularidade ou a prestação do serviço a outras pessoas.
O serviço centralizado é o que perma​nece integrado na Administração Direta (art. 4º do Decreto-Lei nº 200/67). A competência para a prestação destes serviços é da União e/ou dos Estados e/ou dos Municípios. São da competência da União apenas os serviços previstos na Constituição Federal. Ao Município pertencem os serviços que se referem ao seu interesse local. Ao Estado pertencem todos os outros serviços. Neste caso, o Estado tem competência residual, isto é, todos os serviços que não forem da competência da União e dos Municípios serão da obrigação do Estado.
Os serviços descentralizados referem-se ao que o Poder Público transfere a titularidade ou a simples exe​cução, por outorga ou por delegação, às autarquias, entidades paraestatais ou empresas privadas. Há outorga quando transfere a titularidade do serviço. Há delegação quando se transfere apenas a execução dos serviços, o que ocorre na concessão, permissão e autorização. A descentralização pode ser territorial (União, Estados, Municípios) ou institucional (quando se transferem os serviços para as autarquias, entes para​estatais e entes delegados).
Não se deve confundir descentralização com descon​centração, que é a prestação dos serviços da Administração direta pelos seus vários órgãos.
É possível descentralizar o serviço por dois diferentes modos:
Outorga
Transferindo o serviço à titularidade de uma pessoa jurídica de direito público criada para este fim, que passará a desempenhá-lo em nome próprio, como responsável e senhor dele, embora sob controle do Estado. Neste caso, o serviço é transferido para uma Autarquia, Empresa Pública ou Sociedade de Economia Mista. É a outorga. Os serviços são outorgados. Exs.: Telebrás, Eletrobrás.
Delegação
Transferindo o exercício, o mero desempenho do serviço (e não a titularidade do serviço em si) a uma pessoa jurídica de direito privado que o exercerá em nome do Estado (não em nome próprio), mas por sua conta e risco. Esta técnica de prestação descentra​lizada de serviço público se faz através da concessão de serviço público e da permissão de serviço público. É a delegação. Os serviços são delegados, sem transferir a titularidade.
A concessão e a permissão podem ser feitas a um particular ou a empresa de cujo capital participe o Estado, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
Diz-se por outro lado que a prestação de serviço público é prestado de modo:
• concentrado – quando apenas órgãos cen​trais detêm o poder de decisão e prestação dos serviços. Ocorre em Estados unitários. Não ocorre no Brasil.
• desconcentrado– quando o poder de decisão e os serviços são distri​buídos por vários órgãos distribuídos por todo o território da Adminis​tração centralizada. É o que ocorre no Brasil que é uma República Federativa.
A concentração ou desconcentração são modos de prestação de serviços pela Administração centra​lizada, União, Estados e Municípios.
Analisemos agora a distinção entre outorga e delegação.
 Outorga	 Delegação
• 	o Estado cria a entidade (pública) •	o particular cria a entidade
• 	o serviço é transferido por lei	 • 	o serviço é transferido por lei,
			 contrato (concessão), ato unila-
			 teral (permissão, autorização)
• 	transfere-se a titularidade	 • transfere-se a execução
• 	caráter definitivo	 •	caráter transitório
Delegação
É o ato pelo qual o Poder Público transfere a parti​culares a execução de serviços públicos, mediante regulamentação e controle pelo Poder Público delegante.
A delegação pode ser feita por:
• concessão;
• permissão;
• autorização.
Concessão de Serviço Público
Concessão de serviço público é o contrato através do qual o Estado delega a alguém o exercício de um serviço público e este aceita prestá-lo em nome do Poder Público sob condições fixadas e alteráveis unilateralmente pelo Estado, mas por sua conta, risco, remunerando-se pela cobrança de tarifas diretamente dos usuários do serviço e tendo a garantia de um equilíbrio econômico-financeiro.
A concessão pode ser contratual ou legal. É contratual quando se concede a prestação de serviços públicos aos particulares. É legal quando a concessão é feita a entidades autárquicas e empresas estatais.
A concessão é intuitu personae, isto é, não pode o concessionário transferir o contrato para terceiros.
A concessão exige:
• autorização legislativa;
• regulamentação por decreto;
• concorrência pública.
Espécies de concessão: 
a) Concessões Comuns: 
- concessões de serviços públicos (simples) – mediante licitação (concorrência) para prestação de serviços por conta e risco da concessionária, por prazo determinado
- concessões de serviços públicos precedida de obra pública - mediante licitação (concorrência) para prestação de serviços por conta e risco da concessionária, por prazo determinado. Aqui, entretanto, a prestação do serviço é precedida de obra pública, realizada pela concessionária, cujo investimento será amortizado pela exploração do serviço ou obra.
b) concessões especiais (parcerias público-privadas)
- concessão patrocinada: por essa espécie, a concessionária recebe a contraprestação dos usuários pelos serviços prestados e, adicionalmente, uma prestação pecuniária do parceiro público; 
- concessão administrativa: a Administração Pública é usuária direta ou indireta, ainda que a prestação envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens 
Permissão
Permissão de serviço público é o ato unilateral, precário e discri​cionário, através do qual o Poder Público transfere a alguém o desem​penho de um serviço público, proporcionando ao permissionário a possibilidade de cobrança de tarifa aos usuários.
A permissão pode ser unilateralmente revogada, a qualquer tempo, pela Administração, sem que deva pagar ao permissionário qualquer indenização, exceto se se tratar de permissão condicionada que é aquela em que o Poder Público se autolimita na faculdade discricionária de revogá-la a qualquer tempo, fixando em lei o prazo de sua vigência.
A permissão condicionada é usada geralmente para transportes coletivos. Neste caso, se revogada ou alterada, dá causas a indenização.
São características da permissão:
• 	unilateralidade (é ato administrativo e não con​trato);
• 	discricionariedade;
• 	precariedade;
• 	intuitu personae.
A revogação da permissão pela Administração pode ser a qualquer momento, sem que o particular se oponha, exceto se for permissão condicio​nada.
Os riscos do serviço são por conta do permis​sionário. O controle do serviço é por conta da Administração, que pode intervir no serviço.
A permissão não assegura exclusividade ao per​missionário, exceto se constar de cláusula expressa.
Assim como a concessão, a permissão deve ser precedida de licitação para escolha do permissionário.
Os atos praticados pelos permissionários reves​tem-se de certa autoridade em virtude da delegação recebida e são passíveis de mandado de segurança.
A responsabilidade por danos causados a tercei​ros é do permis​sionário. Apenas subsidiariamente a Administração pode ser responsa​bilizada pela culpa na escolha ou na fiscalização do executor dos serviços.
Autorização
É o ato administrativo discricionário e precário pelo qual o Poder Público torna possível ao particular a realização de certa atividade, serviço ou utilização de determinados bens particulares ou públicos, de seu exclusivo ou predominante interesse, que a lei condiciona à aquiescência prévia da Administração. Exs.: serviço de táxi, serviço de despachante, serviço de segurança particular.
Características
É ato unilateral da Administração:
• precário;
• discricionário;
• no interesse do particular;
• intuitu personae.
Lei 8987/95
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
 I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de concessão ou permissão;
 II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
 III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado;
 IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.
 Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.
Convênios
Convênios administrativos são acordos firmados por entidades públicas entre si ou com organizações particulares, para a realização de objetivos de interesses recíprocos. São utilizados para a realização de grandes obras ou serviços.
Particularidades
a) Não é contrato. Não há partes. Há partícipes.
b) Os interesses são coincidentes e não opostos como no contrato.
c) Cada um colabora conforme suas possibilidades.
d) Não existe vínculo contratual.
e) Cada um pode denunciá-lo quando quiser.
f) É uma cooperação associativa.
g) Não adquire personalidade jurídica.
h) Não tem representante legal.
i) É instrumento de descentralização (art. 10, § 1º, b, do Decreto-Lei nº 200/67).
j) Não tem forma própria.
l) Exige autorização legislativa e recursos financeiros reservados.
m) Não tem órgão diretivo.
Consórcios
Consórcios administrativossão acordos firmados entre entidades estatais, autarquias ou paraestatais, sempre da mesma espécie, para a realização de objetivos de interesse comum dos partícipes.
Diferença com o Convênio
Convênio – é realizado entre partícipes de espécies diferentes.
Consórcios – é realizado entre partícipes da mesma espécie.
Remuneração do serviço público
Em geral, quando os serviços não possuem usuários determinados (como a iluminação pública, limpeza urbana, saneamento básico entre outros), há obrigatoriedade do pagamento dos serviços pelos usuários por meio de tributo (compulsoriedade – geralmente taxa). 
Quando os serviços públicos atendem direta e individualmente ao administrado (telefonia, energia elétrica etc.), é possível pagamento pelos usuários através de taxas (quando é compulsório) ou por tarifa / preço público (facultativo).
Súmula 545 do STF: “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e tem sua cobrança condicionada a prévia autorização orçamentária, em relação a lei que as instituiu”.
A coleta de lixo, por exemplo, por ser obrigatória, é considerada taxa. Súmula Vinculante n. 19 do STF: “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal”.
Telefonia: a jurisprudência (dominante) é no sentido de que a remuneração da telefonia deve ser considerada como tarifa / preço público (Súmula 356 – STJ), mesmo em se tratando da assinatura mensal (valor mínimo pela utilização do serviço).
CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
a) próprios e impróprios: são serviços públicos próprios aqueles que a Administração assume como seus (titularidade do serviço) e os executa diretamente (por seus agentes) ou por terceiros (delegação). Impróprios são aqueles serviços cuja titularidade não pertence exclusivamente à Administração, embora possam ser fiscalizados e regulamentados por ela. Tais serviços podem ser prestados diretamente pela iniciativa privada, sem necessidade de delegação.
b) Delegáveis e indelegáveis – os serviços públicos delegáveis são aqueles que o Estado pode prestá-los diretamente ou por terceiro (transporte público, por exemplo). Alguns serviços são obrigatoriamente delegáveis, especificamente a radio-difusão (art. 223 da Constituição Federal), ou seja, não podem ser prestados diretamente pela Administração. São serviços indelegáveis aqueles cuja prestação não pode ser repassada a terceiros, sendo executado pela própria administração (Ex. serviço postal e correio aéreo nacional). 
c) uti singuli (individuais) e uti universi (gerais) – os serviços uti singuli são mensurados e prestados em caráter individualizado (água e energia). Os serviços uti universi não possuem usuários determinados (iluminação pública, pavimentação pública).
d) Administrativos, comerciais (industriais) e sociais – os serviços administrativos são executados pela Administração para atender as necessidade internas de funcionamento (instruir e decidir processos administrativos). Os comerciais (ou industriais) são de ordem econômica, que envolvem o fornecimento de utilidades materiais (tratamento e fornecimento de água; produção e distribuição de energia). Sociais são os serviços que atendem necessidades de caris social (educação, saúde, assistência social etc.).

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