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Introdução ao Direito Civil Prof. Teófilo Leão Conceito de Direito “Direito é o conjunto de normas gerais e positivas que regulam a vida social” Radbruch “Ubi societas, íbis jus” Onde estiver a sociedade, estará o direito “Ubi jus, íbis societas” Onde estiver o direito, estará a sociedade Hipótese – pessoa vive normalmente na sociedade. Mandamento – descumprimento da lei, prejudicando alguma pessoa. Sansão – pode ser social ou moral, reparo do erro As normas sociais morais, religiosas e jurídicas vem acompanhadas de sansão, entretanto somente as jurídicas são dotadas de coercibilidade. Teoria Tridimensional do Direito – Miguel Reale Considera o direito com três elementos, aspectos ou dimensões. Fato – elemento fítico- a ocorrência de um fato e seus efeitos, podem ser produzidos ou não. Valor – Elemento sociológico e direito como valor de justiça. Norma – Elemento normativo – o direito como norma e seus respectivos coordenamento jurídico. Tais elementos, não existem separados um do outro, atuam como elos de um processo. Onde que hoje um fenômeno jurídico há sempre e necessariamente um fato subjacente. Um valor que confere determinada significação a esse fato, uma norma que representa a relação entre fato e valor. F – V – N Formula da T.D.D - Se é fato - deve ser prestação (mandamento) -Se não é mandamento – deve ser sansão O que é direito para Maria Helena Diniz? Direito é uma ordenação heterônoma das relações sociais baseadas em uma integração normativa de fator e valores. Direito Positivo e Direito Natural Direito positivo é o direito posto, aquele que vigora num determinado pais (espaço) e numa determinada época (tempo) Direito natural é o ordenamento ideal correspondente a uma justiça superior e suprema. O direito natural inspira o direito positivo para que este alcance a perfeição. Enquanto o direito positivo é nacional e contingente, o direito natural é universal e eterno. Direito Moral Campo de atuação Mais restrito e delimitado Mais ampla e mais difusa Sansão Coercível Incoercível Objeto de abrangência p/momento externo-fisico p/momento interno-psiquico Sentido ou direção Bilateral <> Unilateral > Semelhanças Mesma base ética, origem, base de comportamentos, finalidade, escoco (bem estar individual e da sociedade) Teoria do mínimo ético ou círculos concêntricos Consiste em dizer que o direito representa apenas o mínimo de moral para que a sociedade possa sobreviver. O direito não é algo diferente da moral, mas parte integrante desta armada de garantias especificas. (Teoria ideal – o direito precisa do mínimo de moral para funcionar) O direito dentro da moral Teoria dos círculos secantes Pasquier inova ao propor a idéia de que o canto da moral englobaria o do direito, antes eles se interpenetrariam. Do mesmo modo que existem regras que, de caráter meramente técnico são desprovidos de qualquer conteúdo moral – teoria real Direito e moral com ponto em comum. Direito objetivo – a norma de conduta que deve ter na sociedade. Criada por legislador ou costume – é abstrata, só se materializa quando a norma é transgredida. Origem do direito romano Norma agendi – norma de agir É o conjunto de normas impostas pelo estado de caráter geral em que os indivíduos podem ser compelidos a cumprir mediante coerção. Conjunto de normas de proceder (conduta padrão) Ex. comprou-pagou Direito subjetivo – é a lei sendo aplicada no instante em que faz o direito valer, quando a norma é adequada a um fato. Do romano Facultas agendi - faculdade de agir Pode ser usado ou não Quando usado invoca o direito subjetivo Elementos do direito subjetivo – 1) Sujeito: -Sujeito ativo – quem invoca seus direitos - credor -Sujeito passivo – devedor 2) Objeto – é o bem jurídico sob qual o sujeito exerce o direito subjetivo 3)Relação jurídica Direito publico – é o destinado a disciplinar os interesses gerais da coletividade. Trata da comunidade estruturando a organização, os serviços, a proteção dos direitos individuais e a repressão dos crimes. Áreas: -Direito internacional – Público e Privado (pegadinha prova) -Direito constitucional -Direito Administrativo -Direito Tributário -Direito Penal -Direito Processual, civil, trabalho etc -Direito do Trabalho Direito privado – Relação indivíduos entre si (entre particulares) Áreas: -Direito do trabalho -Direito empresarial/comercial -Direito civil Interesse é a disposição de satisfazer uma necessidade Privado é aquele que tem como titular o cidadão individualmente considerado. Renato Alessi dividiu o interesse publico em 2. Interesse publico primário: interesse do bem geral – coletividade como um todo. Interesse publico secundário: interesse visto pelos órgãos da administração. Int. Int. Int.publico Privado Metaindividual 1º e 2º Interesse metaindividual é aquele que atinge um grupo de pessoas que tem algo em comum. Difuso – coletivo – individual homogêneos Fontes do Direito – de onde vêm o direito Fontes indiretas ou mediatas – doutrina/jurisprudência É aquela que por si só não tem a força de criar a norma mas indiretamente impulsiona o espírito do legislador a mais cedo ou mais tarde criar a mesma. -Doutrina: É o conjunto de investigações, estudos, reflexões, opiniões, interpretações dos princípios e normas analisados e sustentados pelos autores, jurisconsultos e escritores de direito no estudo da lei. Eles pregam idéias, formulas, princípios, aconselham reformas e criação de novas leis. -Jurisprudência: Conjunto de pronunciamentos do poder judiciário de um determinado sentido a respeito de certo objeto, de modo constante reiterado e pacifico. É a interpretação dos juízes e tribunais a respeito de certo assunto Fontes diretas ou imediatas – costumes/lei São aquelas que por si só tem a força de criar a norma. Costume: É o uso que implantaram na coletividade e considerado por ela como juridicamente obrigatório, provem ele da pratica reiterada e uniforme de um certo procedimento que gera na coletividade e na comunidade a convicção de sua obrigatoriedade. Requisitos: Continuidade, diuturnidade, uniformidade, moralidade, obrigatoriedade Lei x Costume – Prevalece a lei Por mais antigo que seja o costume, a lei sempre prevalecerá, nunca criará norma contraria a preceito de lei. Obs. Somente lei revoga lei Espécie de costume: -Costume “praeter legem” Preenche e especifica o conteúdo da norma -Costume “secundum legem” -Costume “contra legem” Lei é a principal fonte do Direito Lei é um preceito comum e obrigatório emanado do poder competente provida de sansão (coercibilidade). Características das leis: -Generalidades -Imperatividade (sanão/coercibilidade) -Autorizamento – norma jurídica autoriza o lesado exigir o cumprimento dela ou a reparação pelo mal causado. -Permanência -Emanação do poder competente Lei de introdução às normas do direito brasileiro (LINDB) São normas de sobre direito, normas sobre normas, direito sobre direito, Isto é, o estudo da existência, validade, produção dos efeitos, aplicabilidade de norma. Sua interpretação e vigência no tempo e no espaço. Confecção das leis -Fase Introdutória – iniciativa -Fase constitutiva – elaboração -discussão -votação -Fase complementar – sansão – é a aquiescência do chefe do poder executivo aos termos de uma lei devidamente aprovada pelo poder legislativo Promulgação: promulgar é atestar que a ordem jurídica foi inovada e consequentemente deve ser cumprida Publicação: consiste em uma comunicação dirigida a todos os que devem cumprir a norma, informando-os da existência e validade. Atualmente utiliza o diário oficial. Início da vigência da lei Sistema a obrigatoriedade progressiva – Capital 15 dias – cidades que tem mar – 30 dias – demais estados– 100 dias (Não usa mais isso) Sistema da obrigatoriedade simultânea Se não for explicita a data de vigência – 45 dias ou quando está determinado. Uma vez publicado texto de lei, como regra geral ela deve entrar em vigor 45 dias depois de oficialmente publicado. Tal regra pode ser excepcionada no próprio texto de lei houver disposição expressa de quando a lei entra em vigor e poderá ser maior ou menor do que os 45 dias. Lei que vigora no estrangeiro – 3 meses Vacatio legis – publicação ate entrar em vigor Correção a texto de lei Republicou, reiniciará a contagem de 45 dias Quando corrige depois de entrada em vigor – é uma nova lei corrigindo outra Se antes de entrar em vigor, ocorrer uma nova publicação de seu texto, destinada à correção, o prazo da obrigatoriedade começara a correr da nova publicação. As correções a texto de lei já em vigor considera-se lei nova Principio da continuidade das leis A lei é considerada obrigatória ate que outra a revogue ou a modifique desde que ela não tenha prazo de vigência pré-fixado (Lei excepcional, temporária) -A revogação da lei Expressa: quando nova lei declara taxativamente revogada uma lei anterior. Total ou parcial Tácita ou presumida: é aquela que a lei nova não declara explicitamente revogada a lei antiga mas as duas leis tratam da mesma matéria ou uma lei é incompatível com a outra, neste caso, prevalece a lei nova. Repristinação ou efeito restaurador Regra geral a lei revogada não se restaura (repristina) pelo fato de a lei revogadora perder a vigência por outra lei Exceção: a lei revogada somente se restaura se uma lei nova expressamente declarar a restauração. Art 2. 3 Recepção É o fenômeno constitucional que se destina a dar continuidade às relações sociais sem necessidade de nova cara (custo) difícil e quase impossível manifestação legislativa. A nova constituição recepciona as leis compatíveis anteriores, dando-lhe novo fundamento de validade a muitas vezes nova roupagem. Obrigatoriedade da lei Art 3 Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando ignorância. 1-teoria da presunção – presume-se que a lei uma vez publicada, torna-se de conhecimento de todos * 2-Teoria da ficção ** Pressupõe com a publicação da lei, ela se torna conhecida por todos. 3-teoria da necessidade social **** Todos conhecem a lei, não por presunção ou ficção pois ela deve ser cumprida por todos, por elevadas razões de interesse publico para que seja possível a convivência social. -Erro de direito ou erro de proibição: So pode ser evocado quando não houver a intenção de furtar-se ao cumprimento da lei (boa fé) -Retroatividade das leis 1)lei civil no espaço Território nacional. Sob o aspecto material é o local destinado por suas fronteiras geográficas. Sob o prisma jurídico é o lugar onde o estado exerce sua soberania. Componentes do território: solo e subsolo, rios, mares, lagos -Principio da territorialidade absoluta Em território nacional, aplica-se a lei brasileira -Principio da territorialidade relativa (embaixada) Pela territorialidade moderada aplica-se no território brasileiro inclusive por ficção como as embaixadas e consulados e navios de guerra onde quer que se encontrem, navios mercantes em aguar territoriais ou em auto-mar, navios estrangeiros (menos os de guerra) em aguar territoriais. Navios = aeronaves Lei civil no tempo -Retroatividade – só se tiver na lei É aquela que procura alcançar efeitos que surgiram anteriormente a sua vigência. Não é adotada no Brasil Passado escapa da obrigatoriedade. Lei nova terá efeito imediato respeitando o ato passado. Ato jurídico perfeito É consumado ao tempo da lei em que o ato se efetivou Direito adquirido Aquele que já se incorporou ao patrimônio ou à personalidade do individuo Coisa julgada Decisão definitiva do judiciário da qual não cabe mais recurso. Ela trás a presunção absoluta de que o direito foi diretamente aplicado ao caso concreto. Aplicabilidade imediata da lei nova Se dá quando existir uma relação jurídica nascida sob o império de outra lei (Lei antiga), mas que ainda não foi aperfeiçoada. Aplica-se assim, a lei nova. Ocorre na lei de ordem publica (constitucionais, administrativas, processuais) e nas leis favoráveis penais e fiscais. Hermenêutica Juridica Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma jurídica. Devido a ambiguidade do texto, imperfeição, falta de terminologia técnica, má redação, o aplicador do direito está a todo instante interpretando a norma, pesquisando o seu verdadeiro significado. -Quanto às fontes: Autentica: realizada pelo próprio legislador por meio de outra lei que esclarece a ambiguidade da lei anterior. Jurisprudencial: é aquela realizada pelos atores do poder judiciário que interpreta a lei em todos seus aspectos nas suas decisões. Doutrinaria: é feita pelos doutrinadores, escritores, juristas que analisam as leis sob todos seus aspectos. -Quanto aos resultados .Declarativa: se se afima que a letra da lei corresponde precisamente ao pensamento do legislador; .extensiva ou ampliativa quando se afirma que a formula da lei é menos ampla que aquele pensamento; .restritiva quando se afirma que a formula legislativa é mais ampla que o pensamento do legislador -Quanto aos meios Gramatical: analisa literalmente cada texto normativo, analisando a pontuação, a colocação da palavra na frase, sua origem etimológica. Logica: consiste na indagação psicológica da ovontade do legislador, muitas vezes pelos métodos de tipos ou indutivos Histórica: baseia-se na investigação dos antecedentes da norma afim de descobrir o seu exato significado ( é a + segura) Sistêmica: uma lei não existe isoladamente, deve ser interpretada em conjunto com as outras da mesma província do direito Teleológica: ou sociológica/ a norma de vê adaptar-se às novas exigências sociais, ao bem estar individual, e coletivo, afastando-se do individualismo do sec. Passado Pode usar mais de um método desde que for compatível Integração da norma: Lei tem lacuna, direito não, pois o juiz quem decide pela analogia, costume e princípios gerais do direito CC : CPC 140 Principio geral do Direito -Analogia Consiste em aplicar a hipótese, não prevista especialmente em lei, disposição relativa a caso semelhante Requisitos é preciso que o fato considerado não tenha sido especificadamente objetivado pelo legislador “não ter lei” A situação não prevista em lei e a prevista devem apresentar um ponto de contato, semelhança, uma relação de coincidência Não admite analogia Leis penais Leis fiscais/tributarias -Costumes – preter legem Constitui o alicerce do direito, os elementos fundamentais e vitais da cultura jurídica -Princípio da equidade (semelhança) É um recurso auxiliar conferido ao juiz na aplicabilidade da lei, + nos casos previsto em lei, o juiz pode suavizar o vigor da norma, atenuar seu caráter rude -Princípio da socialidade Os valores coletivos públicos devem prevalecer sobre os indivíduos e part. Os principais personagens do direito civil e empresarial foram revistos. Proprietário, contratante, empresário, chefe de família -Principio da eticidade: a ética, a boa fé e a equidade devem nortear a interpretação do dispositivo do código civil -Principio da operabilidade Não adianta muitas normas e leis atestadas que não servem para atingir os interesses individuais e coletivos que não produzem os efeitos esperados. -Principio da concretude: tirar da abstração para produzir efeito Efeito concreto e não ficar no mundo abstrato Livro I Das Pessoas Pessoa é o ente que pode adquirir direitos e contrair deveres, é o sujeito de direitos, primeiro elemento do direito subjetivo Espécie de pessoas -pessoa natural, física ou individual – ente humano -pessoa jurídica,moral, coletiva – conjunto de pessoas ou bens que se destinam a fins de interesses comuns Art 1 Principio da igualdade – todos tem direito civil independente da idade, sexo, cor da pele, raça, credo, estado de saúde Não são pessoas os animais irrracionais, entidades físicas ou metafísicas, alma, santo, estrangeiros Pessoa capaz! Toda pessoa possui... 1 capacidade de direito ou de gozo É aquela incita (dentro) a todo ente humano e tem a capacidade de adquirir direito e deveres na ordem social Não existe incapacidade de direito 2 capacidade de fato e de exercício – aqui existe a incapacidade É a aptidão de exercer por si (pessoalmente), os atos da vida civil, dependendo portanto de discernimento que é critério de prudência, juízo, tiro , raciocínio e sob o prisma jurídico é aptidão que tem a pessoa de distinguir o certo do errado, o justo do injusto. Essa capacidade deve ser retirada em circulação especifica. Direito processual civil: Legitimação : posição especial de uma pessoa em relação a outra, a certos bens ou interesses... Art 2º Prova nascimento com vida Considera como inicio da personalidade o nascimento com vida. Atualmente admite-se qualquer meio de prova para identificar a vida do nascente. O mais seguro é a prova da respiração pois a troca oxicarbonica denota a vida. Admite-se a comprovação por meio de testemunha, sinais inequívocos de vida, tal como o choro, vagidos Docimasia hidrostática de Galeno A medicina legal fornece meios de prova para identificar a vida do nascente. Galeno desenvolveu esse experimento para isso 2 formas : Respiratória – pulmão na água Gastro intestinal – estomago boiando ou não Livro Auxiliar C – cartório de registro “Monstro” crianças que nascem de mulher mas não são humanas ou parecidas É ente humano, sujeito de direito todo nascido de mulher Nascendo com vida torna-se sujeito de direito, ainda que a ciência a condene a morte pela precariedade de sua formação Nascituro – é o ser concebido mas que ainda não nasceu Direitos: a vida, integridade física, assistência pre natal, contemplado por doação, testamento, herança, curador, pode ser investigada a paternidade, alimentos graviteo Concepção Fecundação – ovulo + espermatozoide Nidação – zigoto no útero
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