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MATERIAL I completo- direito das obrigações

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DIREITO CIVIL II
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
PROFESSORA: MARTA MOREIRA PATRIOTA
INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
OBJETO: O Direito das Obrigações tem por objeto determinadas relações jurídicas que alguns denominam direitos de crédito e outros chamam de direitos pessoais ou obrigacionais.
INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
OBRIGAÇÃO: Submissão a uma regra de conduta, cuja autoridade é reconhecida ou forçosamente se impõe (moral, religião, jurídico). O Direito das Obrigações, todavia, emprega o referido vocábulo em sentido mais restrito, incluindo apenas aqueles vínculos de conteúdo patrimonial, que se estabelecem de pessoa a pessoa, colocando-as, uma como credora e a outra como devedora (poder exigir a prestação e a outra na contingência de cumpri-la). 
INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
CONCEITO: obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste em uma prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento por meio de seu patrimônio. O conceito pode até ser abreviado como o direito do credor contra o devedor, tendo por objeto determinada prestação.
OBRIGAÇÃO É...
“A relação jurídica transitória, existente entre um sujeito ativo, denominado credor, e o outro sujeito passivo, o devedor, e cujo objeto consiste em uma prestação situada no âmbito dos direitos pessoais, positiva ou negativa. Havendo descumprimento ou inadimplemento obrigacional, poderá o credor satisfazer-se no patrimônio do devedor.” 
(FLÁVIO TARTUCE)
PARA LEMBRAR:
Portanto, OBRIGAÇÃO é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste em uma prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento por meio de seu patrimônio. 
EM SÍNTÉSE: OBRIGAÇÃO É O DIREITO DO CREDOR CONTRA O DEVEDOR, TENDO POR OBJETO UMA PRESTAÇÃO.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
SUBJETIVO: composto pelos sujeitos ativo (accipiens) e passivo (solvens). O credor é toda pessoa a que se proporciona a vantagem resultante da prestação, é o titular do interesse; o devedor é aquele que tem o dever da prestação obrigacional.
ELEMENTOS SUBJETIVOS
SUJEITO ATIVO: É o beneficiário da obrigação, podendo ser uma pessoa natural, jurídica ou, ainda, um ente despersonalizado a quem a prestação é devida. É denominado CREDOR, sendo aquele que tem o direito de exigir o cumprimento da obrigação.
ELEMENTOS SUBJETIVOS
SUJEITO PASSIVO: É aquele que assume um dever, de cumprir o conteúdo da obrigação, sob pena de responder com seu patrimônio. É denominado DEVEDOR.
ELEMENTO OBJETIVO
OBJETIVO: objeto obrigacional ou imediato, consiste no comportamento que o credor tem, o direito de exigir do devedor. Tal elemento sempre consistirá ou em DAR algo, ou em FAZER algo ou em NÃO FAZER; objeto prestacional ou objeto mediato é o núcleo do interesse creditício a ser satisfeito, é aquilo que tem que ser entregue ou aquilo que deve ser feito, ou ainda, NÃO FEITO.
ELEMENTO OBJETIVO
OBJETO IMEDIATO DA OBRIGAÇÃO: É a prestação, que pode ser positiva – dever de entregar coisa certa ou incerta (obrigação de dar) ou o dever de cumprir determinada tarefa (obrigação de fazer); negativa – uma abstenção (obrigação de não fazer).
OBJETO MEDIATO DA OBRIGAÇÃO: Pode ser uma coisa ou uma tarefa a ser desempenhada de forma positiva ou negativa.
ELEMENTO OBJETIVO
O objeto IMEDIATO da obrigação é sempre uma prestação de dar, fazer, ou não fazer. 
O objeto MEDIATO é o que se descobre indagando: dar ou fazer o quê? Há de ser lícito, possível, determinado, ou determinável e economicamente apreciável.
ELEMENTO OBJETIVO
Por exemplo, se Joana deve R$ 10.000,00 (dez mil reais) a sua credora, Antônia, então, o objeto obrigacional imediato será DAR e o objeto prestacional mediato será R$ 10.000,00 e podemos dizer, ainda, que o objeto da obrigação consiste em DAR R$ 10.000,00.
IMPORTANTE
É válido ressaltar, que devemos observar, SEMPRE, no que diz respeito ao elemento objetivo, a licitude, possibilidade e determinabilidade do objeto do negócio jurídico em geral – vide art. 104 do Código Civil de 2002.
ELEMENTO ABSTRATO
IMATERIAL: relação que une os sujeitos e que se perfaz em débito (vínculo pessoal que forma o liame entre o credor e o devedor) e responsabilidade (corresponde ao facultas agendi ou direito subjetivo que tem o credor de exigir, inclusive judicialmente, a satisfação de seu interesse, submetendo o patrimônio do devedor a esta satisfação – é o vínculo jurídico. 
ELEMENTO ABSTRATO
ELEMENTO IMATERIAL: É o vínculo jurídico existente na relação obrigacional, ou seja, é o elo que sujeita o devedor à determinada prestação – positiva ou negativa –, em favor do credor, constituindo o liame legal que une as partes envolvidas ao objeto.
ELEMENTO IMATERIAL
VÍNCULO JURÍDICO – compõe-se de dois elementos: débito e responsabilidade, é também chamado de vínculo espiritual, abstrato ou ideal.
TEORIAS – ELEMENTO IMATERIAL
 São três as teorias a respeito do vínculo jurídico obrigacional, a saber: teoria monista ou clássica, teoria dualista e teoria eclética ou mista.
TEORIAS – ELEMENTO IMATERIAL
TEORIA MONISTA (CLÁSSICA): estabelecida a relação obrigacional, há para a parte passiva o dever de prestar, conquanto para a parte ativa o direito de exigir o seu cumprimento, porém,  o dever de exigir é inerente ao dever de prestar, caracterizando um binômio, ou seja, uma expressão de dois termos. Assim sendo, na relação obrigacional, existe apenas um vínculo, com duas faces opostas, porém correlatas.
TEORIAS – ELEMENTO IMATERIAL
 TEORIA DUALISTA: existe o vínculo de caráter abstrato que diz respeito ao dever do sujeito passivo de satisfazer a prestação positiva ou negativa em benefício do credor (o que os doutrinadores italianos chamaram de debitum e os alemães de shuld), por outro lado, também existe o vínculo de caráter material consiste na autorização, dada pela lei ao credor que não foi satisfeito, de acionar o devedor, que responderá pelo inadimplemento da prestação (obligatio ou haftung).
TEORIAS – ELEMENTO IMATERIAL
Tendo por base a diferença entre o vínculo de caráter abstrato (dívida) e o vínculo de caráter material (responsabilidade) fornecida pela teoria dualista, Alfredo Buzaid (2002) sustenta que o elemento dívida é instituto pertencente ao direito material e a responsabilidade ao direito processual. 
TEORIAS – ELEMENTO IMATERIAL
TEORIA MISTA (ECLÉTICA): os dois vínculos, o de caráter abstrato (debitum ou schuld) e o de caráter material (obligatio ou haftung), são primordiais, um não sobrepõe-se ao outro, os dois se complementam para que exista o vínculo jurídico da obrigação.
CARACTERÍSTICAS
 Como já sabemos, o objeto das relações obrigacionais é uma PRESTAÇÃO POSITIVA (de dar alguma coisa ou de fazer algo) ou NEGATIVA (de não fazer algo);
CARACTERÍSTICAS
O regime legal das obrigações é a autonomia privada, ou seja, um princípio jurídico que garante às partes o poder de manifestar a própria vontade, estabelecendo o conteúdo e a disciplina das relações jurídicas de que participam, desde que não contrariem os princípios de ordem pública, a moral, os bons costumes e a boa-fé, bem como devem alcançar sua função social.
CARACTERÍSTICAS
 Quanto à sua oponibilidade, em regra, o direito pessoal é relativo as partes, já que o seu cumprimento pode ser exigido apenas da parte devedora;
CARACTERÍSTICAS
 Os direitos pessoais são sempre temporários ou transitórios, pois o cumprimento da obrigação coincide com o fim da relação jurídica.
E A REGRA, QUAL É?
Em que pese o débito e a responsabilidade caminhem juntos e a regra diga que se houver débito (inadimplido) teremos responsabilidade, seria possível a existência de um débito sem responsabilidade e de uma responsabilidade sem um débito? SIM, excepcionalmente, é possível, mas quando?
RESPONSABILIDADE SEM DÉBITO
 Ocorre nas obrigações de garantia, por exemplo, o fiador, que assume a responsabilidadepor um débito alheio – o fiador não tem débito com ninguém, mas resolve garantir o débito, assumindo a responsabilidade por um débito alheio (divergência).
DÉBITO SEM RESPONSABILIDADE
 Por exemplo, a dívida prescrita ou a dívida oriunda de jogo ou aposta, são hipóteses em que se tem o débito, mas não se tem a responsabilidade. 
Para que possamos entender melhor o que foi estudado, necessário se faz, a compreensão mais aprofundada do que vem a ser OBRIGAÇÃO NATURAL. Para tanto, vamos posicionar OBRIGAÇÃO NATURAL ao lado de OBRIGAÇÃO CIVIL.
ENTENDENDO MELHOR...
Nas obrigações naturais, ou seja, aquelas que são irrepetíveis (se o pagamento for feito, não pode exigir o ressarcimento) e inexigíveis (caso não seja realizado o pagamento, não será possível buscar o Poder Judiciário para coagir o devedor a fazê-lo). 
VAMOS ENTENDER MELHOR?
RELAÇÃO JURÍDICA OBRIGACIONAL: Os pilares da relação jurídica obrigacional, são a obrigação e a responsabilidade, sendo o primeiro, aquilo que você efetivamente deve, é a prestação, já o segundo, costuma incidir no descumprimento da obrigação, quando o dever é descumprido, surge a responsabilidade. Logo, a regra é que obrigação e responsabilidade, caminham juntos.
FINALIDADE
FINALIDADE PRECÍPUA DA OBRIGAÇÃO: fornecer meios ao credor para exigir do devedor o cumprimento da prestação.
DISPOSIÇÃO NO CÓDIGO CIVIL 
TÍTULO IV
Do Inadimplemento das Obrigações
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
DISPOSIÇÃO NO CÓDIGO CIVIL
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster.
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos* os bens do devedor. (merece significado civil-constitucional, pela lente do mínimo existencial).
CUIDADO!
TODOS = somente o patrimônio PENHORÁVEL. Afirma-se isto à vista dos limites constitucionais impostos pelo respeito à dignidade humana, valor maior, eixo em torno o qual todo ordenamento jurídico há de ser compreendido. 
CUIDADO!
Há um mínimo existencial – estatuto jurídico do patrimônio mínimo – a proibir que o inadimplente seja ferido em sua dignidade. De acordo com o professor Luiz Edson Fachin, todo ser, para ser humano, necessita de um mínimo existencial de dignidade , habitação, vestuário, lazer... Isto há de ser preservado.
DISPOSIÇÃO LEGAL – NCPC
Nesse sentido, entendemos que melhor, é portanto, a redação do Art. 789 do NCPC, in verbis:
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
DISPOSIÇÃO LEGAL – NCPC
O Art. 833 do NCPC dispõe sobre os bens que são impenhoráveis. A Lei nº 8.009/90 também dispõe sobre a impenhorabilidade do bem de família e a súmula 364 (STJ) estende a aplicação da impenhorabilidade do bem de família ao solteiro (single).
DEFINIÇÃO NO CÓDIGO CIVIL
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
DIVISÃO DO DIREITO
DIVISÃO DO DIREITO: o Direito pode ser dividido em dois grandes ramos: o dos direitos não patrimoniais, concernentes à pessoa humana, como os direitos da personalidade (CC, Arts. 11 a 21) e os de família, e dos direitos patrimoniais, que, por sua vez, se dividem em reais e obrigacionais.
DIVISÃO DO DIREITO
RAMO DO
DIREITO
Direitos não patrimoniais
(concernentes à pessoa humana: direitos da personalidade, direitos de família
Direitos 
patrimoniais
Reais (integram o direito das coisa)
Obrigacionais (compõem o direito das obrigações)
DIREITOS PATRIMONIAIS
DIREITO REAL: Pode ser definido como o poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. Tem como elementos essencias o sujeito ativo, a coisa e a relação ou poder do sujeito ativo sobre a coisa chamado de domínio.
DIREITO PESSOAL OU OBRIGACIONAL: Consiste num vínculo jurídico pelo qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação. Constitui uma relação de pessoa a pessoa e tem como elementos o sujeito ativo, o sujeito passivo, a prestação e o vínculo jurídico.

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