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Fármacos utilizados na insuficiência Fármacos utilizados na insuficiência cardíaca congestivacardíaca congestiva Fabiane Fabiane HiratsukaHiratsuka Veiga de SouzaVeiga de Souza fhveiga@unb.brfhveiga@unb.br InsuficiênciaInsuficiência cardíaca (IC)cardíaca (IC) A IC é definida como a incapacidade do coração manter fluxo sanguíneo suficiente para atender as necessidades metabólicas do organismo. InsuficiênciaInsuficiência cardíacacardíaca A IC pode ser decorrente da disfunção sistólica (60% dos casos está associada à disfunção ventricular esquerda sistólica), diastólica, ou de ambas, acometendo um ou ambos os ventrículos. InsuficiênciaInsuficiência cardíacacardíaca No Brasil, estima-se que 6,4 milhões de indivíduos tenham IC. Bocchi EA, Marcondes-Braga FG, Ayub-Ferreira SM, Rohde LE, Oliveira WA, Almeida DR, e cols. Sociedade Brasileira de Cardiologia. III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica. Arq Bras Cardiol 2009;93(1 supl.1):1-71 InsuficiênciaInsuficiência cardíacacardíaca Em julho de 2009: 23.666 internações hospitalares custeadas pelo SUS acarretaram gastos superiores a 25 milhões de reais. A principal etiologia da IC no Brasil é a cardiopatia isquêmica crônica associada à hipertensão arterial. Em determinadas regiões geográficas do país e em áreas de baixas condições sócio-econômicas, ainda existem formas de IC associadas à doença de Chagas, endomiocardiofibrose e a cardiopatia valvular reumática crônica, que são situações especiais de IC em nosso meio. Classificação da IC baseada em sintomasClassificação da IC baseada em sintomas Classe I - ausência de sintomas (dispnéia) durante atividades cotidianas. A limitação para esforços é semelhante à esperada em indivíduos normais; Classe II - sintomas desencadeados por atividades cotidianas; Classe III - sintomas desencadeados em atividades menos intensas que as cotidianas ou pequenos esforços; Classe IV - sintomas em repouso. Classificação da IC baseada naClassificação da IC baseada na progressão da doençaprogressão da doença Estágio A - Inclui pacientes sob risco de desenvolver IC, mas ainda sem doença estrutural perceptível e sem sintomas atribuíveis à IC. Estágio B - Pacientes que adquiriram lesão estrutural cardíaca, mas ainda sem sintomas atribuíveis à IC. Estágio C - Pacientes com lesão estrutural cardíaca e sintomas atuais ou pregressos de IC. Estágio D - Pacientes com sintomas refratários ao tratamento convencional, e que requerem intervenções especializadas ou cuidados paliativos. Respostas compensatórias na ICC e suas consequênciasRespostas compensatórias na ICC e suas consequências LocaisLocais de de açãoação dos dos fármacosfármacos FármacosFármacos usadosusados no no tratamentotratamento dada ICIC Grupo farmacológico Representantes Diuréticos Tiazídicos Hidroclorotiazida, clortalidona De alça Furosemida, bumetamida Poupador de potássio Espironolactona Fármacos inotrópicos Digitálicos Digoxina, lanatosídeo C Agonistas adrenérgicos Dopamina, dobutamina Inibidor da fosfodiesterase Amrinona, Milrinona Sensibilizador do cálcio Levosimendana Vasodilatad. Nitratos Dinitrato de isossorbida, mononitrato de isossobida, nitroglicerina Antagonistas do sistema renina-AT-II Captopril, enalapril, lisinopril, ramipril, perindopril Antagonistas do receptor AT1 Losartana, valsartana, candesartana Betabloqueadores Carvedilol, bisoprolol, metoprolol Outros vasodil. Hidralazina, nitroprusseto de sódio Aumentam a força contrátil miocárdica por oferecerem mais cálcio ao citosol durante a contração ventricular ou sensibilizarem o aparato contrátil ao cálcio citosólico. Agentes inotrópicos positivos: I. Digitálicos (digoxina e digitoxina) II. Não-digitálicos (dopamina, dobutamina, amrinona, milrinona, levosimendana) Fármacos inotrópicos positivosFármacos inotrópicos positivos Digitálicos: Grupo de glicosídeos esteróides cardioativos com propriedades inotrópicas e eletrofisiológicas. Extraídos de plantas da família das apocináceas: Digitalis lanata e Digitalis purpurea. Representantes: digoxina e digitoxina DigitálicosDigitálicos Digitalis purpurea Potencial de Ação Cardíaco EfeitoEfeito inotrópicoinotrópico positivopositivo Glicosídeos cardíacos Mecanismos de ação dos digitálicos 1. Inibição da bomba Na+/K+; 2. Aumento na atividade vagal e reduz atividade do SN Simpático Efeitos: Freqüência e ritmo: lentificação da condução AV. Resultado: aumento no tempo de enchimento diastólico, melhora enchimento ventricular e conseqüentemente melhora a eficiência cardíaca. Força de Contração: aumento, mecanismo dependente de Ca++. Digitálicos: Margem estreita entre eficácia e toxicidade! (1-2,6 nmol/L) Toxicidade digitálica O aumento da dose torna mais lenta a condução AV, levando ao bloqueio AV . Em concentrações mais altas os glicosídeos cardíacos podem aumentar a atividade do SN simpático, contribuindo para a gênese de arritmias cardíacas. Intoxicação Digitálica •Efeitos cardíacos: •Despolarizações ventriculares prematuras; • Bigeminismo (batimentos acoplados devido a batimentos ectópicos); • Bloqueio átrio-ventricular; • Taquicardia ventricular. •Efeitos extracardíacos: • Náuseas; • Vômitos; • Diarréia; • Desorientação; • Alucinações; • Distúrbios visuais. Digitálicos •Bem absorvidos por via oral; •Via ev: emergências; •Meia vida de eliminação da digoxina: 36 a 48 horas; •Faixa terapêutica estreita; •Uso clínico: tto insuficiência cardíaca; •Hipopotassemia: cuidado! Aumento da força de contração AGONISTAS 1- ADRENÉRGICOS E DOPAMINÉRGICOS AGONISTAS 1- ADRENÉRGICOS E DOPAMINÉRGICOS (RECEPTOR D1) DOBUTAMINADOBUTAMINA DOPAMINADOPAMINA -Produz menos taquicardia que outros agonistas 1; - Não ativa receptores dopaminérgicos; -Usada no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva. - - Estimula a liberação de noradrenalina endógena. Inibidores da PDE • Reduzem a degradação do AMPc promovendo inotropismo positivo e vasodilatação; • Amrinona e milrinona; • Eficazes no tratamento a curto prazo da IC grave causada por disfunção sistólica. Sensibilizadores do cálcio • Protótipo: levosimendana • Liga-se a troponina C em presença de cálcio intracelular, aumentando a contratilidade sem elevar os níveis intracelulares de cálcio; • É o inotrópico de escolha no tratamento da disfunção sistólica em transplantados de coração. Aumentam a excreção de sódio e água, contrabalanceando a retenção hidrossalina secundária à diminuição da perfusão renal; Reduzem o volume hídrico extracelular e diminuem a pré- carga, e portanto, as pressões de enchimento ventricular. DiuréticosDiuréticos Na IC os diuréticos são raramente utilizados como monoterapia, sendo de preferência associados com IECA e BB. De alça: freqüentemente utilizados nos pacientes com classes funcionais avançadas (III/IV), em decorrência das suas ações: 1) maior excreção de água para o mesmo nível de natriurese; 2) manutenção da sua eficácia, a despeito da disfunção renal que freqüentemente se observa na IC; 3) ação diurética diretamente relacionada à dose utilizada. Tiazídicos: ação natriurética modesta em relação a outros diuréticos e perdem sua efetividade em pacientes com função renal comprometida (clearance de creatinina < 30 ml/min). Utilizados nas formas brandas de IC (classe funcional II), com boa eficácia na melhora clínica dos pacientes. DiuréticosDiuréticos Poupadores de potássio: a espironolactona (antagonista da aldosterona) tem eficácia comprovada na redução de mortalidade em pacientes com classe funcional III-IV. O paciente deve ter os seus níveis séricos de potássio monitorados com freqüência (semanal)no 1º mês do tratamento. Recomenda-se a redução da dose para 12.5 mg/dia ou mesmo em dias alternados de acordo com os níveis séricos do potássio (>5 mEq./l). A suspensão está indicada caso potássio >5.5 mEq/l. DiuréticosDiuréticos Nitratos: Os nitratos induzem vasodilatação relacionada à liberação de NO. Os efeitos globais na musculatura lisa são a redução da concentração de cálcio no citosol e redução na fosforilação da miosina de cadeia leve, o que leva à vasodilatação (preferencialmente venosa). Reduzem a pré-carga e as pressões de enchimento ventricular. Hidralazina é um dilatador seletivo da musculatura arterial. Embora o exato mecanismo mediando a vasodilatação arterial ainda seja motivo de dúvidas, parece envolver a abertura de canais de potássio. Diminuem a pós-carga, aumentando o rendimento cardíaco. VasodilatadoresVasodilatadores Inibidores da ECA: as conseqüências diretas da diminuição da angiotensina II incluem a redução do efeito vasoconstritor, do efeito retentor de sódio (via aldosterona), e do efeito trófico na musculatura lisa de vasos, nas células miocárdicas e fibroblastos. Os IECA constituem um grupo de fármacos com comprovados benefícios na evolução de pacientes com IC, tanto em relação à morbidade, como à mortalidade, nos diferentes estágios evolutivos da IC, e de disfunção ventricular sistólica, inclusive na assintomática. Antagonistas do receptor AT1: De forma geral, os ARA têm sua principal indicação em pacientes portadores de IC crônica com fração de ejeção reduzida intolerantes aos IECA, reduzindo morbimortalidade. VasodilatadoresVasodilatadores Beta-bloqueadores: apresentam diversas atuações na fisiologia e metabolismo do cardiomiócito de pacientes com IC em decorrência de sua ação no antagonismo da atividade simpática, que cronicamente apresenta efeitos deletérios à função e geometria ventricular. Os benefícios da redução do antagonismo da atividade simpática se traduzem pela melhora clínica e da função ventricular com aumento da sobrevida dos pacientes com IC. Os BB com eficácia clínica comprovada no tratamento da IC são: carvedilol, bisoprolol e succinato de metoprolol. Recentemente, o nebivolol teve a sua eficácia demonstrada em idosos. VasodilatadoresVasodilatadores
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