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DIREITO AMBIENTAL AULA 01

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PROJETO UTI 60 HORAS - OAB PRIMEIRA FASE – VII EXAME DE ORDEM 
Direito Ambiental 
Frederico Amado 
 
1 
40 DICAS DE DIREITO AMBIENTAL PARA O 
EXAME DA OAB 
 
MEIO AMBIENTE: DEFINIÇÃO E ESPÉCIES 
 
01- No Brasil, coube à Lei 6.938/81, que aprovou 
a Política Nacional do Meio Ambiente, positivar o 
conceito de meio ambiente, assim considerado “o 
conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, 
que permite, abriga e rege a vida em todas as 
suas formas” (artigo 3º, inciso I), sendo 
considerados recursos ambientais “a atmosfera, 
as águas interiores, superficiais e subterrâneas, 
os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, 
os elementos da biosfera, a fauna e a flora” 
(artigo 3º, inciso V). 
 
02- São espécies de meio ambiente o natural 
(formado pelos elementos com vida (bióticos) ou 
sem vida (abióticos) da natureza, que existem 
independentemente da intervenção humana, a 
exemplo da fauna, da flora, das águas, do solo, 
do ar e dos recursos minerais), o cultural 
(composto por bens materiais ou imateriais 
criados pelo homem, desde que integrem o 
patrimônio cultural, por serem portadores de 
referência à identidade, à ação, à memória dos 
diferentes grupos formadores da sociedade 
brasileira, com valor histórico, paisagístico, 
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico 
ou científico, a exemplo de uma casa tombada, 
do acarajé e da capoeira), o artificial (formado por 
bens tangíveis ou intangíveis de criação humana, 
mas que não compõem o patrimônio cultural, a 
exemplo de uma casa recém construída ou de 
um novo automóvel) e o laboral (previsto no 
artigo 200, inciso VIII, da Constituição Federal, é 
composto por todos os bens que são utilizados 
para o exercício digno e seguro de atividade 
laboral remunerada pelo trabalhador, como os 
equipamentos de proteção individual e coletiva 
disponibilizados pela empresa, sendo respeitado 
quando são cumpridas as normas de segurança 
e medicina do trabalho). 
 
NORMAS CONSTITUCIONAIS SOBRE O MEIO 
AMBIENTE 
 
03- De acordo com o artigo 23, incisos III, IV, VI, 
VII e XI, da Constituição Federal,é competência 
material comum da União, dos estados, do 
Distrito Federal e dos municípios, a ser 
regulamentada por lei complementar: proteger os 
documentos, as obras e outros bens de valor 
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as 
paisagens naturais notáveis e os sítios 
arqueológicos; impedir a evasão, a destruição e a 
descaracterização de obras de arte e de outros 
bens de valor histórico, artístico ou cultural; 
proteger o meio ambiente e combater a poluição 
em qualquer de suas formas; preservar as 
florestas, a fauna e a flora e registrar, 
acompanhar e fiscalizar as concessões de 
direitos de pesquisa e exploração de recursos 
hídricos e minerais em seus territórios. 
 
- Finalmente o Congresso Nacional aprovou uma 
lei complementar para regular as competências 
ambientais comuns entre a União, os estados, o 
Distrito Federal e os municípios, conforme 
determina o artigo 23, parágrafo único, da 
Constituição. 
- Trata-se da Lei Complementar 140, de 08 de 
dezembro de 2011. 
- Deveras, a Lei Complementar 140/2011 fixa 
normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do 
capute do parágrafo único do artigo 23 da 
Constituição Federal, para a cooperação entre a 
União, os estados, o Distrito Federal e os 
municípios nas ações administrativas decorrentes 
do exercício da competência comum relativas à 
proteção das paisagens naturais notáveis, à 
proteção do meio ambiente, ao combate à 
poluição em qualquer de suas formas e à 
preservação das florestas, da fauna e da flora. 
- No exercício das suas competências 
administrativas comuns na esfera ambiental, as 
entidades políticas deverão observar os 
seguintes objetivos fundamentais: 
 I - proteger, defender e conservar o meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, 
promovendo gestão descentralizada, democrática 
e eficiente; 
 II - garantir o equilíbrio do 
desenvolvimento socioeconômico com a proteção 
do meio ambiente, observando a dignidade da 
pessoa humana, a erradicação da pobreza e a 
redução das desigualdades sociais e regionais; 
 III - harmonizar as políticas e ações 
administrativas para evitar a sobreposição de 
atuação entre os entes federativos, de forma a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO UTI 60 HORAS - OAB PRIMEIRA FASE – VII EXAME DE ORDEM 
Direito Ambiental 
Frederico Amado 
 
2 
evitar conflitos de atribuições e garantir uma 
atuação administrativa eficiente; 
 IV - garantir a uniformidade da política 
ambiental para todo o País, respeitadas as 
peculiaridades regionais e locais. 
 III - harmonizar as políticas e ações 
administrativas para evitar a sobreposição de 
atuação entre os entes federativos, de forma a 
evitar conflitos de atribuições e garantir uma 
atuação administrativa eficiente; 
 IV - garantir a uniformidade da política 
ambiental para todo o País, respeitadas as 
peculiaridades regionais e locais. 
 
04- Na forma do artigo 30, incisos VIII e IX, da 
Constituição Federal, foram previstas 
competências ambientais específicas para os 
entes municipais, consistentes na promoção, no 
que couber, do adequado ordenamento territorial, 
mediante planejamento e controle do uso, do 
parcelamento e da ocupação do solo urbano, 
bem como a proteção do patrimônio histórico-
cultural local, observada a legislação e a ação 
fiscalizadora federal e estadual. 
 
05 - Em regra, todas as pessoas políticas terão 
competência para legislar sobre o meio ambiente. 
Nesse sentido, na forma do artigo 24, incisos VI, 
VII e VIII, da Constituição Federal, compete à 
União, aos estados e ao Distrito Federal legislar 
sobre: florestas, caça, pesca, fauna, conservação 
da natureza, defesa do solo e dos recursos 
naturais, proteção do meio ambiente e controle 
da poluição; proteção ao patrimônio histórico, 
cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao 
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, 
estético, histórico, turístico e paisagístico. Já a 
competência legiferante municipal não está 
prevista no artigo 24, da Lei Maior, e sim no 
artigo 30, incisos I e II, vez que compete aos 
municípios legislar sobre assuntos de interesse 
local e suplementar a legislação federal e a 
estadual no que couber. 
 
06- De acordo com a cabeça do o artigo 225, da 
Constituição Federal, todos têm direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado (direito 
fundamental de 3ª geração e imaterial), bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público 
e à coletividade o dever de defendê-lo e 
preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
 
07- A Constituição Federal (artigo 225, §1º) 
cominou deveres ambientais ao Poder Público 
para efetivar o direito fundamental ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, a exemplo 
de: preservar e restaurar os processos ecológicos 
essenciais e prover o manejo ecológico das 
espécies e ecossistemas; preservar a diversidade 
e a integridade do patrimônio genético do País e 
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e 
manipulação de material genético; controlar a 
produção, a comercialização e o emprego de 
técnicas, métodos e substâncias que comportem 
risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 
ambiente; promover a educação ambiental em 
todos os níveis de ensino e a conscientização 
pública para a preservação do meio ambiente; 
proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da 
lei, as práticas que coloquem em risco sua 
função ecológica, provoquem a extinção de 
espécies ou submetam os animais a crueldade. 
 
08- Aquele que explorar recursos minerais fica 
obrigado a recuperar o meio ambiente 
degradado, de acordo com solução técnica 
exigida pelo órgão público competente,na forma 
da lei (artigo 225, § 2º, da Constituição). As 
usinas que operem com reator nuclear deverão 
ter sua localização definida em lei federal, sem o 
que não poderão ser instaladas (artigo 225, § 6º, 
da Constituição). 
 
09- Na forma do artigo 216, da Constituição, 
“constituem patrimônio cultural brasileiro os bens 
de natureza material e imaterial, tomados 
individualmente ou em conjunto, portadores de 
referência à identidade, à ação, à memória dos 
diferentes grupos formadores da sociedade 
brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de 
expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; 
III - as criações científicas, artísticas e 
tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, 
edificações e demais espaços destinados às 
manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos 
urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, 
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico 
e científico. 
O Poder Público, com a colaboração da 
comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO UTI 60 HORAS - OAB PRIMEIRA FASE – VII EXAME DE ORDEM 
Direito Ambiental 
Frederico Amado 
 
3 
cultural brasileiro, por meio de inventários, 
registros, vigilância, tombamento e 
desapropriação, e de outras formas de 
acautelamento e preservação”. 
 
PRINCÍPIOS AMBIENTAIS 
 
10- O Princípio da Prevenção trabalha com a 
certeza científica. Volta-se ao risco certo, 
conhecido ou concreto, pois o órgão ambiental 
licenciador já conhece a existência, natureza e 
extensão dos impactos ambientais causados por 
determinada atividade, já vastamente estudada 
pela ciência ambiental. Por outro lado, o Princípio 
da Precaução é o da dúvida científica. 
Trabalha com risco incerto, desconhecido ou 
abstrato. Normalmente é invocado em grandes 
polêmicas, onde são criadas novas atividades 
econômicas fruto do desenvolvimento 
tecnológico, quando não se sabe ao certo quais 
os danos ambientais a serem causados pelo 
projeto e sua intensidade. 
Se no Direito Penal existe o in dubio pro reo, no 
Direito Ambiental há o in dubio pro natura ou 
salute, em aplicação ao Princípio da Precaução. 
Conforme pontificado no princípio 15 da 
Declaração do Rio em 1992, “de modo a proteger 
o meio ambiente, o princípio da precaução deve 
ser amplamente observado pelos Estados, de 
acordo com suas capacidades. 
Quando houver ameaça de danos sérios ou 
irreversíveis, a ausência de absoluta certeza 
científica não deve ser utilizada como razão para 
postergar medidas eficazes e economicamente 
viáveis para precaver a degradação ambiental”. 
 
11- Para o Princípio do Desenvolvimento 
Sustentável,o desenvolvimento econômico não 
poderá ocorrer a todo custo, tendo em vista que o 
planeta Terra não tem uma capacidade ilimitada 
de suportar a poluição. É o desenvolvimento que 
satisfaz as necessidades presentes, sem 
comprometer a capacidade das gerações futuras 
de suprir suas próprias necessidades. 
É possível afirmar que implicitamente a 
Constituição Federal de 1988 recepcionou este 
princípio no seu artigo 225 e principalmente no 
artigo 170. É que a Ordem Econômica, que se 
funda na valorização do trabalho humano e na 
livre iniciativa, tem como princípio a Defesa do 
Meio Ambiente, inclusive mediante tratamento 
diferenciado conforme o impacto ambiental dos 
produtos e serviços e de seus processos de 
elaboração e prestação, não sendo exagero 
intitulá-la de Ordem Econômica Ambiental. 
 
12- O Princípio do Poluidor-pagador defende que 
não é justo que o empreendedor internalize os 
lucros e socialize os prejuízos ambientais. Logo, 
deverá o poluidor arcar com os custos sociais da 
degradação causada, internalizando as 
externalidades negativas, a exemplo do dever de 
reparar os danos ambientais. 
Para o Princípio do Usuário-pagador, aqueles 
que utilizarem recursos naturais, principalmente 
com finalidades econômicas, deverão pagar por 
sua utilização, sendo mais amplo que o Princípio 
do Poluidor-pagador. Já o Princípio do Protetor-
recebedor prega que as pessoas que protegem o 
meio ambiente devem ser incentivadas pelo 
Estado e pela sociedade, pois estão prestando 
serviços em prol de toda a coletividade.São ainda 
outros princípios que informam o Direito 
Ambiental: 
Cooperação entre os Povos, Participação 
Comunitária ou Cidadã, Obrigatoriedade da 
Proteção Ambiental, Limite ou Controle, 
Informação, Pacto Intergeracional ou Equidade, 
Função Socioambiental da Propriedade e 
Proibição do Retrocesso Ambiental. 
 
POLÍTICA NACIONAL E SISTEMA NACIONAL 
DO MEIO AMBIENTE 
 
13- A Lei 6.938/81 aprovou no Brasil a Política 
Nacional do Meio Ambiente, que tem por objetivo 
a preservação, melhoria e recuperação da 
qualidade ambiental propícia à vida, visando 
assegurar, no País, condições ao 
desenvolvimento sócio-econômico, aos 
interesses da segurança nacional e à proteção da 
dignidade da vida humana. 
Compete ao SISNAMA – Sistema Nacional do 
Meio Ambienteimplementar a Política Nacional do 
Meio Ambiente, sendo formado por órgãos e 
entidades da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, bem como as 
fundações instituídas pelo Poder Público, 
responsáveis pela proteção e melhoria da 
qualidade ambiental. O SISNAMA tem a seguinte 
composição: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO UTI 60 HORAS - OAB PRIMEIRA FASE – VII EXAME DE ORDEM 
Direito Ambiental 
Frederico Amado 
 
4 
 I – órgão superior: o Conselho de 
Governo; II – órgão consultivo e deliberativo: o 
Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA); III – órgão central: o Ministério do 
Meio Ambiente (MMA, antiga Secretaria de Meio 
Ambiente)); IV – órgão executor: o Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis (IBAMA); 
 V - órgãos Seccionais: os órgãos ou 
entidades estaduais e distritais responsáveis pela 
execução de programas, projetos e pelo controle 
e fiscalização de atividades capazes de provocar 
a degradação ambiental; VI – órgãos Locais: os 
órgãos ou entidades municipais, responsáveis 
pelo controle e fiscalização dessas atividades, 
nas suas respectivas jurisdições. 
 
14- Nos termos do artigo 9º, da Lei 6.938/81, são 
instrumentos da Política Nacional de Meio 
Ambiente: I - o estabelecimento de padrões de 
qualidade ambiental; II - o zoneamento 
ambiental; III - a avaliação de impactos 
ambientais; IV - o licenciamento e a revisão de 
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
V - os incentivos à produção e instalação de 
equipamentos e a criação ou absorção de 
tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade 
ambiental; 
 
 VI - a criação de espaços territoriais 
especialmente protegidos pelo Poder Público 
federal, estadual e municipal, tais como áreas de 
proteção ambiental, de relevante interesse 
ecológico e reservas extrativistas; VII - o sistema 
nacional de informações sobre o meio ambiente; 
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e 
Instrumento de Defesa Ambiental; IX - as 
penalidades disciplinares ou compensatórias pelo 
não cumprimento das medidas necessárias à 
preservação ou correção da degradação 
ambiental; 
 X - a instituição do Relatório de Qualidade 
do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente 
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; XI - a 
garantia da prestação de informações relativas 
ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público 
a produzi-las, quando inexistentes; 
 XII - o Cadastro Técnico Federal de 
atividades potencialmente poluidoras e/ou 
utilizadoras dos recursos ambientais. XIII – 
instrumentos econômicos, como concessão 
florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e 
outros. 
 
LICENCIAMENTO E ESTUDOS AMBIENTAIS 
 
15- O licenciamento ambiental é um instrumento 
da Política Nacional do Meio Ambiente que 
objetiva controlar a poluição. De acordocom o 
artigo 10, da Lei 6.938/81, a construção, 
instalação, ampliação e funcionamento de 
estabelecimentos e atividades utilizadoras de 
recursos ambientais, considerados efetiva e 
potencialmente poluidores, bem como os 
capazes, sob qualquer forma, de causar 
degradação ambiental, dependerão de prévio 
licenciamento de órgão estadual competente, 
integrante do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - 
IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de 
outras licenças exigíveis. 
 De acordo com o artigo 1º, inciso I, da 
Resolução CONAMA 237/97, o licenciamento 
ambiental é definido como o procedimento 
administrativo pelo qual o órgão ambiental 
competente licencia a localização, instalação, 
ampliação e a operação de empreendimentos e 
atividades utilizadoras de recursos ambientais, 
consideradas efetiva ou potencialmente 
poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, 
possam causar degradação ambiental, 
considerando as disposições legais e 
regulamentares e as normas técnicas aplicáveis 
ao caso. 
 
16- Na forma do o artigo 1º, inciso II, da 
Resolução CONAMA 237/9, a licença ambiental é 
ato administrativo pelo qual o órgão ambiental 
competente, estabelece as condições, restrições 
e medidas de controle ambiental que deverão ser 
obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou 
jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar 
empreendimentos ou atividades utilizadoras dos 
recursos ambientais consideradas efetiva ou 
potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação 
ambiental. 
 
17- São três as espécies de licença ambiental: 
Licença Prévia (LP) - concedida na fase 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO UTI 60 HORAS - OAB PRIMEIRA FASE – VII EXAME DE ORDEM 
Direito Ambiental 
Frederico Amado 
 
5 
preliminar do planejamento do empreendimento 
ou atividade aprovando sua localização e 
concepção, atestando a viabilidade ambiental e 
estabelecendo os requisitos básicos e 
condicionantes a serem atendidos nas próximas 
fases de sua implementação; Licença de 
Instalação (LI) – autoriza a instalação do 
empreendimento ou atividade de acordo com as 
especificações constantes dos planos, programas 
e projetos aprovados, incluindo as medidas de 
controle ambiental e demais condicionantes, da 
qual constituem motivo determinante; Licença de 
Operação (LO) – autoriza a operação da 
atividade ou empreendimento, após a verificação 
do efetivo cumprimento do que consta das 
licenças anteriores, com as medidas de controle 
ambiental e condicionantes determinados para a 
operação. 
 
 
18- Os estudos ambientais são todos e quaisquer 
estudos relativos aos aspectos ambientais 
relacionados à localização, instalação, operação 
e ampliação de uma atividade ou 
empreendimento, apresentado como subsídio 
para a análise da licença requerida, tais como: 
 relatório ambiental, plano e projeto de 
controle ambiental, relatório ambiental preliminar, 
diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de 
recuperação de área degradada e análise 
preliminar de risco (artigo 1º, inciso III, da 
Resolução CONAMA 237/97).O EPIA (estudo 
prévio de impacto ambiental) ou EIA (estudo de 
impacto ambiental) é uma espécie de estudo 
ambiental com previsão constitucional, sendo 
vinculado o ato administrativo do órgão ambiental 
que determina a sua elaboração ou que o 
dispensa. 
 Consoante o artigo 225, §1º, inciso IV, da 
Lei Maior, incumbe ao Poder Público exigir, na 
forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa 
degradação do meio ambiente, estudo prévio de 
impacto ambiental, a que se dará publicidade. 
 O EIA ou EPIA será realizado por equipe 
multidisciplinar habilitada, correndo por conta do 
proponente do projeto todas as despesas e 
custos referentes à realização do estudo de 
impacto ambiental. O empreendedor e os 
profissionais que subscrevem os estudos 
ambientais são responsáveis pelas informações 
apresentadas, sujeitando-se solidariamente às 
sanções administrativas, civis e penais. 
 
19- Além do EIA, que goza de previsão 
constitucional, há ainda o RIMA (Relatório de 
Impacto Ambiental), que é previsto no artigo 9º, 
da Resolução CONAMA 01/1986. Trata-se de 
documento conexo ao EIA que contém as suas 
conclusões, devendo ser apresentado de forma 
objetiva e adequada a sua compreensão, em 
linguagem acessível à população, pois é dotado 
de publicidade. 
 É possível que seja designada audiência 
pública para o debate do RIMA pela comunidade 
a ser afetada pelo empreendimento, que tem por 
finalidade expor aos interessados o conteúdo do 
produto em análise e do seu referido relatório, 
dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes as 
críticas e sugestões a respeito, consoante 
previsto no artigo 1º, da Resolução CONAMA 
09/1987. 
 Assim, sempre que julgar necessário, ou 
quando for solicitado por entidade civil, pelo 
Ministério Público, ou por 50 ou mais cidadãos, o 
Órgão de Meio Ambiente promoverá a realização 
de audiência pública. 
 
ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE 
PROTEGIDOS 
 
20- Determina o artigo 225, §1º, inciso III, da 
Constituição, que incumbe ao Poder Público 
definir, em todas as unidades da Federação, 
espaços territoriais e seus componentes a serem 
especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, 
vedada qualquer utilização que comprometa a 
integridade dos atributos que justifiquem sua 
proteção. 
 Os espaços territoriais ambientais mais 
importantes são as áreas de preservação 
permanente (artigos 2º e 3º, da Lei 4.771/65 – 
Código Florestal), a reserva legal (artigo 16, da 
Lei 4.771/65) e as unidades de conservação (Lei 
9.985/2000). 
 A Floresta Amazônica brasileira, a Mata 
Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio 
nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da 
lei, dentro de condições que assegurem a 
preservação do meio ambiente, inclusive quanto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO UTI 60 HORAS - OAB PRIMEIRA FASE – VII EXAME DE ORDEM 
Direito Ambiental 
Frederico Amado 
 
6 
ao uso dos recursos naturais, nos termos do 
artigo 225, 4º, da Constituição. 
 
21- De acordo com o artigo 1º, §2º, inciso II, da 
Lei 4.7771/65 (Código Florestal), a área de 
preservação permanente - APP é a “área 
protegida nos termos dos artigos 2o e 3o desta 
Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a 
função ambiental de preservar os recursos 
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a 
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, 
proteger o solo e assegurar o bem-estar das 
populações humanas”. 
 Consideram-se de preservação 
permanente, pelo só efeito do Código Florestal, 
as florestas e demais formas de vegetação 
natural situadas ao longo dos rios ou de qualquer 
curso d'água (variando de 30 a 500m); ao redor 
das lagoas, lagos ou reservatórios d'água 
naturais ou artificiais;nas nascentes, ainda que 
intermitentes e nos chamados "olhos d'água", 
qualquer que seja a sua situação topográfica, 
num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de 
largura e nas restingas, como fixadoras de dunas 
ou estabilizadoras de mangues. 
 
22- Em regra, não será possível a exploração de 
vegetação situada em APP. Excepcionalmente, 
nos termos do artigo 4º, do Código Florestal, a 
supressão de vegetação em área de preservação 
permanente somente poderá ser autorizada em 
caso de utilidade pública ou de interesse social, 
 devidamente caracterizados e motivados 
em procedimento administrativo próprio, quando 
inexistir alternativa técnica e locacional ao 
empreendimento proposto, dependendo de 
autorização do órgão ambiental estadual 
competente, com anuência prévia, quando 
couber, do órgão federal ou municipal demeio 
ambiente. 
 
23- De acordo com o artigo 1º, §2º, inciso III, da 
Lei 4.771/65 (Código Florestal), reserva legal é a 
“área localizada no interior de uma propriedade 
ou posse rural, excetuada a de preservação 
permanente, necessária ao uso sustentável dos 
recursos naturais, à conservação e reabilitação 
dos processos ecológicos, à conservação da 
biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e 
flora nativas”. 
 O percentual mínimo a que corresponderá 
à reserva legal variará de acordo com o Bioma e 
a região do Brasil, nos termos do artigo 16, da Lei 
4.771/65, podendo ser assim sintetizado: A) No 
mínimo de 80%, nas propriedades rurais 
localizadas em área de floresta na Amazônia 
Legal; B) No mínimo de 35%, nas propriedades 
rurais localizadas em área de cerrado na 
Amazônia Legal; C) No mínimo de 20%, nas 
demais formas de vegetação em outras regiões 
do Brasil. 
 
24- Em regra, a vegetação situada em área de 
reserva legal não poderá ser suprimida. Contudo, 
será possível uma exploração que atenda a 
sustentabilidade, utilizada sob regime de manejo 
florestal sustentável, de acordo com princípios e 
critérios técnicos e científicos estabelecidos no 
regulamento, que se opera através de um corte 
seletivo de árvores com o objetivo de manter a 
perenidade dos recursos naturais. 
 
25- As unidades de conservação também são 
espaços territoriais ambientais especialmente 
protegidos pelo Poder Público, sendo reguladas 
pela Lei 9.985/2000, que instituiu o SNUC – 
Sistema Nacional de Unidades de Conservação, 
constituído pelo conjunto das unidades de 
conservação federais, estaduais (e do Distrito 
Federal) e municipais. 
 Nos termos do artigo 2º, inciso I, da Lei 
9.985/00, considera-se unidade de conservação 
“o espaço territorial e seus recursos ambientais, 
incluindo as águas jurisdicionais, com 
características naturais relevantes, legalmente 
instituído pelo Poder Público, com objetivos de 
conservação e limites definidos, sob regime 
especial de administração, ao qual se aplicam 
garantias adequadas de proteção”, podendo ser 
instituídas por todas as pessoas políticas. 
26- As unidades de conservação serão criadas 
por ato do Poder Público, ou seja, por lei ou 
decreto. Entretanto, mesmo que nascida por 
decreto, a desafetação ou redução dos limites de 
uma unidade de conservação só pode ser feita 
mediante lei específica. É que a Constituição 
Federal (artigo 225, §1º, III) diz que a alteração e 
a supressão de um espaço territorial 
especialmente protegido apenas será permitido 
através de lei. São ressupostos para a 
instituição de uma unidade de conservação a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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realização prévia de estudos técnicos e de 
consulta pública que permitam identificar a 
localização, a dimensão e os limites mais 
adequados para a unidade. 
 
27- As unidades de conservação são divididas 
em dois grandes grupos: unidades de proteção 
integral e unidades de uso sustentável. Nas 
unidades de proteção integral o objetivo básico é 
preservar a natureza, sendo admitido apenas o 
uso indireto dos seus recursos naturais, salvo 
raras exceções. É o grupo em que há uma maior 
proteção, sendo ideal para áreas ambientais 
intocáveis em razão do seu elevado valor natural, 
a exemplo do Parque Nacional de Fernando de 
Noronha. 
 
28- São cincoas unidades de conservação de 
proteção integral: estação ecológica (tem como 
objetivo a preservação da natureza e a realização 
de pesquisas científicas); reserva biológica (tem 
como objetivo a preservação integral da biota e 
demais atributos naturais existentes em seus 
limites, sem interferência humana direta ou 
modificações ambientais, 
excetuando-se as medidas de recuperação de 
seus ecossistemas alterados e as ações de 
manejo necessárias para recuperar e preservar o 
equilíbrio natural, a diversidade biológica e os 
processos ecológicos naturais); parque nacional 
(tem como objetivo básico a preservação de 
ecossistemas naturais de grande relevância 
ecológica e beleza cênica, possibilitando a 
realização de pesquisas científicas e o 
desenvolvimento de atividades de educação e 
interpretação ambiental, de recreação em contato 
com a natureza e de turismo ecológico); 
monumento natural (tem como objetivo básico 
preservar sítios naturais raros, singulares ou de 
grande beleza cênica) e refúgio da vida silvestre 
(tem como objetivo proteger ambientes naturais 
onde se asseguram condições para a existência 
ou reprodução de espécies ou comunidades da 
flora local e da fauna residente ou migratória). 
 
29- Já nas unidades de conservação de uso 
sustentável o objetivo básico é compatibilizar a 
conservação da natureza com o uso sustentável 
de parcela dos seus recursos naturais. Logo, o 
regime protetivo é menor, pois é possível a 
utilização direta dos recursos naturais, desde que 
de maneira sustentável, observado o regime 
jurídico de cada categoria. 
São sete as unidades de conservação de uso 
sustentável: área de proteção ambiental, área de 
relevante interesse ecológico, floresta nacional, 
reserva extrativista, reserva da fauna, reserva de 
desenvolvimento sustentável e a reserva 
particular do patrimônio natural. 
 
30- A área de proteção ambiental é uma área em 
geral extensa, com um certo grau de ocupação 
humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, 
estéticos ou culturais especialmente importantes 
para a qualidade de vida e o bem-estar das 
populações humanas, e tem como objetivos 
básicos proteger a diversidade biológica, 
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a 
sustentabilidade do uso dos recursos naturais. 
Já a área de relevante interesse ecológico é uma 
área em geral de pequena extensão, com pouca 
ou nenhuma ocupação humana, com 
características naturais extraordinárias ou que 
abriga exemplares raros da biota regional, e tem 
como objetivo manter os ecossistemas naturais 
de importância regional ou local e regular o uso 
admissível dessas áreas, de modo a 
compatibilizá-lo com os objetivos de conservação 
da natureza. 
31- A floresta nacional é uma área com cobertura 
florestal de espécies predominantemente nativas 
e tem como objetivo básico o uso múltiplo 
sustentável dos recursos florestais e a pesquisa 
científica, com ênfase em métodos para 
exploração sustentável de florestas nativas. 
Já a reserva extrativista é uma área utilizada por 
populações extrativistas tradicionais, cuja 
subsistência baseia-se no extrativismo e, 
complementarmente, na agricultura de 
subsistência e na criação de animais de pequeno 
porte, e tem como objetivos básicos proteger os 
meios de vida e a cultura dessas populações, e 
assegurar o uso sustentável dos recursos 
naturais da unidade. 
 
32- A reserva da fauna é uma área natural com 
populações animais de espécies nativas, 
terrestres ou aquáticas, residentes ou 
migratórias, adequadas para estudos técnico-
científicos sobre o manejo econômico sustentável 
de recursos faunísticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A reserva de desenvolvimento sustentável é uma 
área natural que abriga populações tradicionais, 
cuja existência baseia-se em sistemas 
sustentáveis de exploração dos recursos 
naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e 
adaptados às condições ecológicas locais e que 
desempenham um papel fundamental na 
proteção da natureza e na manutenção da 
diversidade biológica. A reserva particular do 
patrimônio natural é uma área privada, gravada 
com perpetuidade, com o objetivo de conservar a 
diversidade biológica. 
 
33- As unidades de conservação deverão dispor 
de um plano de manejo, que pode ser 
considerado como a lei internada unidade de 
conservação, pois define todo o seu regime 
jurídico. Legalmente, é definido como o 
“documento técnico mediante o qual, com 
fundamento nos objetivos gerais de uma unidade 
de conservação, se estabelece o seu 
zoneamento e as normas que devem presidir o 
uso da área e o manejo dos recursos naturais, 
inclusive a implantação das estruturas físicas 
necessárias à gestão da unidade”. 
De efeito, são proibidas, nas unidades de 
conservação, quaisquer alterações, atividades ou 
modalidades de utilização em desacordo com os 
seus objetivos, o seu Plano de Manejo e seus 
regulamentos. 
 
34- As unidades de conservação deverão possuir 
uma zona de amortecimento, assim considerada 
o entorno de uma unidade de conservação, onde 
as atividades humanas estão sujeitas a normas e 
restrições específicas, com o propósito de 
minimizar os impactos negativos sobre a 
unidade, que será delimitada no ato de criação 
da unidade ou posteriormente no plano de 
manejo. 
Entretanto, conforme previsão expressa do artigo 
25, da Lei 9.985/2000, apenas a área de 
proteção ambiental (APA) e a reserva particular 
do patrimônio natural (RPPN) não deverão 
possuir zona de amortecimento. 
 
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL 
 
35- A responsabilidade ambiental das pessoas 
físicas e jurídicas poderá exsurgir em três esferas 
distintas: civil, administrativa e criminal. De 
acordo com o artigo 225, §3º, da Constituição 
Federal, “as condutas e atividades consideradas 
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, 
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e 
administrativas, independentemente da obrigação 
de reparar os danos causados”. 
 
 
Assim, essas três instâncias de responsabilidade 
ambiental gozam de previsão constitucional, 
sendo, em regra, independentes, salvo quando 
houver previsão legal em sentido contrário. 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS 
AMBIENTAIS 
 
36- De acordo com o artigo 14, §1º, da Lei 
6.938/81, é o poluidor obrigado, 
independentemente da existência de culpa, a 
indenizar ou reparar os danos causados ao meio 
ambiente e a terceiros, afetados por sua 
atividade, razão pela qual a responsabilidade civil 
por danos ambientais é objetiva. Considera-se 
poluidor como a pessoa física ou jurídica, de 
direito público ou privado, responsável, direta ou 
indiretamente, por atividade causadora de 
degradação ambiental. 
 
37- A responsabilidade civil entre todos os 
poluidores, diretos ou indiretos, será solidária 
(STJ, REsp 1.056.540, de 25.08.2009), sendo 
imprescritível a pretensão de reparação dos 
danos ambientais (STJ, REsp647.493, de 
22.05.2007),e incabível a intervenção de 
terceiros, pois o direito de regresso deverá ser 
exercido em ação própria, devendo a ação civil 
pública discutir, unicamente, a relação jurídica 
referente à proteção do meio ambiente e das 
suas consequências pela violação a ele praticada 
(STJ, REsp232.187, de 23.03.2000). 
Será possível a inversão do ônus da prova, com 
base no Princípio da Precaução e na natureza 
pública da proteção, transferindo para o 
empreendedor da atividade potencial mente 
lesiva o ônus de demonstrar a segurança do 
empreendimento (STJ, REsp 972.902, de 
25.08.2009). 
 
INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS AMBIENTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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38- Nos termos do caput do artigo 70, da Lei 
9.605/98, considera-se infração administrativa 
ambiental toda ação ou omissão que viole as 
regras jurídicas de uso, gozo, promoção, 
proteção e recuperação do meio ambiente, 
sujeitando o infrator, pessoa física ou jurídica, às 
penalidades administrativas. Pelo cometimento 
de uma infração administrativa ambiental, é 
possível a cominação das seguintes penalidades: 
advertência; multa simples; multa diária; 
apreensão dos animais, produtos e subprodutos 
da fauna e flora, instrumentos, petrechos, 
equipamentos ou veículos de qualquer natureza 
utilizados na infração; destruição ou inutilização 
do produto; suspensão de venda e fabricação do 
produto; embargo de obra ou atividade; 
demolição de obra; suspensão parcial ou total de 
atividades e restritiva de direitos. 
 
CRIMES AMBIENTAIS 
 
39- De maneira pioneira no Brasil, o artigo 225, 
§3º, da Constituição Federal de 1988, autorizou a 
responsabilização criminal das pessoas jurídicas 
por delito ambiental. Entrementes, para que uma 
pessoa jurídica seja responsabilizada por um 
crime ambiental no Brasil, é preciso que sejam 
realizadossimultaneamente dois 
pressupostosprevistos no artigo 3º, da Lei 
9.605/98: que o crime ambiental tenha sido 
cometido por decisão de seu representante legal 
ou contratual, ou de seu órgão colegiado e que o 
crime ambiental tenha se consumado no 
interesse ou benefício da entidade. 
Contudo, a responsabilidade das pessoas 
jurídicas não exclui a das pessoas físicas, 
autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato, 
assim como não existe responsabilidade penal 
objetiva. 
 
De acordo com o STF, as pessoas jurídicas não 
poderão serpacientes na açãoconstitucional de 
habeas corpus, pois evidentemente não têm 
direito de locomoção (HC 92.921, de 
19.08.2008). Nos crimes ambientais, a açãopenal 
será de iniciativapública incondicionada (artigo 
26, da Lei 9.605/98), existindo decisões do STF e 
do STJ que aplicaram o Princípio da 
Insignificância aos crimes ambientais. 
 
40- Em regra, competirá à Justiça Estadual julgar 
os crimes ambientais (entendimento do STF e do 
STJ). A Justiça Federal apenas terá competência 
apenas nas hipóteses do artigo 109, da 
Constituição: infrações penais praticadas em 
detrimento de bens, serviços ou interesse da 
União ou de suas entidades autárquicas ou 
empresas públicas, excluídas as contravenções; 
os crimes previstos em tratado ou convenção 
internacional, quando, iniciada a execução no 
País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido 
no estrangeiro, ou reciprocamente; os crimes 
cometidos a bordo de navios ou aeronaves.

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