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3 Curso: Técnico em Enfermagem Módulo I – Introdutório Município: Nova Venécia ES PLANO DE ENSINO PROFESSOR (A) DISCIPLINA Anatomia e Fisiologia CARGA HORÁRIA 80 horas SEMESTRE / ANO 1/2018 MÓDULO I DATA 05/02/2018 `a 05/07/2018 EMENTA História da anatomia e conceitos. Posição anatômica. Termos em anatomia. Sistema ósseo e principais ossos do corpo humano. Sistema articular e principais articulações e ligamentos. Sistema muscular. Sistema e órgãos humanos quanto a sua respectiva localização, forma e função (sistema circulatório, digestório, nervoso, respiratório e reprodutor). OBJETIVOS GERAL • Capacitar o estudante a entender e interpretar os princípios históricos, técnicos e humanos que orientam a prática de enfermagem, para que possa executar técnicas e ações, com segurança, a fim de promover e recuperar a saúde, prevenindo problemas e complicações. Compreender os aspectos e problemas relacionados à situação de hospitalização e prevenção de situações de risco para o paciente e para sua pratica. Normas de biossegurança em saúde. ESPECÍFICOS • Identificar os elementos anatômicos dos Sistemas Tegumentar, Muscular, Ósseo, Articular, Circulatório, Respiratório, Digestivo, Renal, Reprodutor Masculino, Reprodutor Feminino, Endócrino, Nervoso e Órgãos dos Sentidos. • Demonstrar a morfologia, disposição e inter-relação das estruturas Tegumentares, Musculares, Ósseas, Articulares, Circulatórias, Respiratório, Digestivo, Renal, Reprodutor Masculino, Reprodutor Feminino, Endócrino, Nervoso e Órgãos dos Sentidos. Empregar corretamente a Nomenclatura – Nomina Anatômica.. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO • Introdução ao corpo humano: Definição de Anatomia; Variação Anatômica e Normal; Planos de Delimitação e Secção do Corpo Humano; Nomenclatura Anatômica. • Sistema Ósseo: classificação dos ossos; Substancia óssea; medula óssea; esqueleto axial; Esqueleto Apendicular; Ossos do Crânio; Cintura Escapular; Cintura Pélvica; Coluna Vertebral; Ossos da Pelve; Membro Superior e Inferior. • Sistema Articular: Junturas e Ligamentos; Discos e Meniscos; Classificação das Articulações: Fibrosa, Cartilaginosa e Sinovial; Movimento Articular; Fatores que afetam o contato e a amplitude dos movimentos. 4 • Sistema Muscular: identificação e Classificação dos Músculos; Fáscias; Origem e Inserção dos Músculos; • Mecânica Muscular; Classificação Funcional dos Músculos; Musculatura Abdominal. • Sistema Circulatório: Angiologia (estudo dos vasos sanguíneos e linfáticos); O Coração: Situação e Forma; • Morfologia Interna; Vasos da Base; Pericárdio; Circulação Sanguinea; Automatismo Cardíaco; Circulação; Pulmonar; Circulação Sistêmica; Sistema Linfático: Baço e Timo. • Sistema Respiratório: Trato Respiratório Superior: Cavidade Nasal e Seios Paranasais, Faringe, Laringe; Trato • Respiratório Inferior: Traqueia, Pleuras, Pulmão (ápice, base, lobos, segmentos, broncopulmonares – brônquios METODOLOGIA As atividades serão desenvolvidas em 4 momentos, com os seguintes procedimentos: • Exposição temática dos assuntos; • Estudos dirigidos ao final das exposições temáticas, com o objetivo de fixação do assunto abordado; • Aulas em laboratório para treinamento prático; • Estágio Curricular Supervisionado em Fundamentos de Enfermagem I. AVALIAÇÃO A avaliação do aluno será composta de: • 2 provas teóricas no valor de 30 pontos cada; • Prova Prática em Laboratório no valor de 10 pontos; • Soma dos valores obtidos nos estudos dirigidos, com pontuação máxima igual a 10. A média final será composta pela soma das pontuações obtidas dividida por 2. BIBLIOGRAFIA BÁSICA • DANGELO, J. G.; FANTINI, C. A. Anatomia básica dos sistemas orgânicos. Rio de Janeiro: Atheneu, 2006. • DANGELO, J. G.; FANTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e tegumentar. Rio de Janeiro: Atheneu, 2007. • MACHADI, A. Neuroanatomia funcional. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 1993. • MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. • NETTER, FRANK. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. • PUTZ, Reinhard. Atlas de anatomia humana. Sobotta: Cabeça, pescoço e extremidade. Vol. 1. Rio de Janeiro: • Guanabara Koogan, 2006. • ROHEN, Johannes. W.; DECOLL, Lutjen; YOKOCHI, Chihiro. Anatomia humana: Atlas fotografico de anatomia sistêmica e regional. 4 ed. São Paulo: Manole, 2007 Ulysses Maria Pereira Silva Coordenação Pedagógica ETEC Luiz Eduardo Novais Diretor 5 1 O CORPO HUMANO O corpo humano é constituído de: cabeça formada por crânio e face; um tronco, onde se encontram o pescoço, o tórax e o abdome; dois membros superiores, que são os braços e as mãos e, finalmente, dois membros inferiores, representados pelas pernas e pés. Embora pareça simples, na sua prática profissional você deverá descrever e localizar algo no corpo de alguém. Para isso, será necessário saber traçar 3 planos para dividir o corpo humano: o sagital (A), que nos fornece a porção direita e esquerda do corpo; o transversal (B), que nos permite observar a porção cranial (superior ou proximal) e a caudal (inferior ou distal) do corpo; e o coronal (C), referente à porção anterior (ventral) e à posterior (dorsal); e (FIGURA 1). Figura 1 6 O corpo humano também é recoberto por um tecido que muda de aspecto conforme as especificidades dos locais. Todos os tecidos são compostos por células que atuam em conjunto. A maioria das células é composta de núcleo, citoplasma e uma membrana; porém elas possuem funções e formas diferentes, e sua disposição resulta em vários tipos de tecidos: conjuntivo, muscular, epitelial e nervoso. Ao agrupar células que podem formar tecidos diferentes, estes podem formar órgãos que interagem para desempenhar uma determinada função no organismo - um sistema. O corpo humano é constituído por vários sistemas, cada um deles executando tarefas distintas e que devem estar sintonizados e funcionando de forma integrada e harmônica, para manter a saúde do organismo. 2 O SISTEMA LOCOMOTOR O movimento do corpo depende dos ossos, cartilagens, articulações e músculos estriados. Todas essas estruturas formam o sistema locomotor, responsável tanto pela sustentação do corpos quanto pela possibilidade de andar, correr, pular, praticar esportes, etc. O sistema nervoso central comanda o sistema locomotor. 2.1 Ossos Os ossos possibilitam a firmeza, sustentação e postura do corpo humano. São formados por células vivas denominadas osteócitos e seu interstício é formado por grande quantidade de sais minerais, como fosfato e cálcio, o que explica sua dureza. As funções principais dos ossos são: sustentação do corpo e fixação do tecido muscular esquelético, proteção dos órgãos moles como, por exemplo, cérebro, coração e pulmões. Os ossos longos (ex. fêmur) são compostos externamente por uma camada densa e rígida, e internamente por outra camada, esponjosa, onde se localiza a medula óssea – a qual possui um tecido de coloração avermelhada e forma a maior parte das células sanguíneas. No corpo do osso, diáfise, há uma membrana fibrosa, o periósteo, que o reveste externamente. As extremidades, onde se processa o crescimento do tecido ósseo por acréscimo de camadas superficiais são chamadas de epífisese recobertas de cartilagem para facilitar o movimento. 7 Há também os ossos chatos ou planos (ex: escápula) que são largos, compridos e finos. Esses ossos não produzem células sanguíneas e geralmente desempenham funções de proteção - como os ossos planos do crânio, que protegem o cérebro. Ainda há os ossos curtos, que possuem as três dimensões mais ou menos iguais (assemelhando-se a um cubo) e são encontrados apenas no tornozelo (tarso) e punho (carpo). Os ossos irregulares, que possuem diversas formas como aqueles da face, e os ossos sesamóides, que se desenvolvem em certos tendões (por exemplo, a patela) e são encontrados no cruzamento dos tendões com as extremidades dos ossos longos nos membros, protegem os tendões do desgaste excessivo e geralmente mudam o ângulo dos mesmos quando passam por suas inserções. Na prática: Ao atingirem a velhice, as pessoas passam a apresentar grande dificuldade de regeneração dos ossos, em vista da diminuição da quantidade de cálcio e teor aquoso, além da redução das fibras de colágeno. A osteoporose, por exemplo, é uma doença causada pela descalcificação dos ossos, tornando-os mais frágeis pelo envelhecimento - o que acontece pela diferença entre a produção e absorção de células ósseas. 2.1.1 Esqueleto Humano O corpo é constituído por aproximadamente 206 ossos – os quais serão estudados a partir da divisão do corpo em cabeça, tronco e membros (FIGURA 2) 8 Figura 2 A cabeça é formada pela face e crânio. O crânio envolve o encéfalo e suas meninges (revestimentos), as partes proximais dos nervos cranianos e vasos sangüíneos. Nele situam-se os ossos frontal, parietal, temporal, esfenóide, etmóide e occipital, que envolvem e protegem o cérebro. Por sua vez, o esqueleto da face contém as órbitas (onde se encaixam os olhos), as cavidades do nariz, maxila e mandíbula. Na face, encontram-se os ossos lacrimais, zigomáticos, nasais, vômer (entre as fossas nasais), palatino, maxilar e mandíbula (o único osso móvel da face). No tronco estão a coluna vertebral e a caixa torácica (FIGURA 3). A coluna vertebral inicia-se logo abaixo do crânio e é formada por cinco regiões distintas (FIGURA 4). Inicialmente, localiza-se a região cervical, composta por sete vértebras. A primeira e a segunda vértebras, respectivamente denominadas Atlas e Axis, são responsáveis pela sustentação e movimentação da cabeça. A seguir, 9 temos a região torácica ou dorsal, totalizando doze vértebras. Abaixo desta situa-se a região lombar, com cinco vértebras; logo após a região sacral, também com cinco vértebras, fixadas entre si. Ao final da coluna, temos a região coccigeana com quatro vértebras. O posicionamento das vértebras, umas sobre as outras, permite a formação do canal vertebral, por onde passa a medula espinhal. Figura 3 figura 4 A caixa torácica óssea, além das costelas e esterno, inclui as vértebras torácicas e seus discos intervertebrais, formando um arcabouço ósteo- cartilaginoso que protege o coração, pulmões e alguns órgãos abdominais, como o fígado, por exemplo. O esqueleto dos membros superiores é composto pela cintura escapular (cíngulo peitoral) e pelos ossos dos braços e mãos. A cintura escapular é formada pelas clavículas e escápulas. Embora seja muito móvel, é sustentada e estabilizada por músculos inseridos nas costelas, esterno e vértebras. A região do braço inicia-se no ombro ou cintura escapular, de onde parte a clavícula - osso longo e fino, situado na parte anterior do corpo. Já a escápula, de forma achatada e triangular, localiza-se na sua parte posterior. O úmero, osso do braço situado na porção proximal, apresenta forma longa e tem uma das extremidades encaixada na escápula - gerando a articulação que permite a realização de movimentos diferenciados em várias direções. O antebraço (porção distal), por sua vez, é composto por dois ossos denominados rádio e ulna, que se articulam com o úmero em uma de suas extremidades, formando o cotovelo. O quadril ou cintura pélvica (figura 5) é considerado parte integrante do esqueleto dos membros inferiores. É formado por três ossos - ilíaco, ísquio e púbis – que, juntamente, com o sacro e o cóccix, constituem a bacia ou pélvis. 10 Figura 5 Na coxa, encontra-se o fêmur, o mais longo osso do corpo humano, que tem uma de suas extremidades articulada com o quadril e a outra, com o joelho. A perna é constituída por três ossos: dois longos e um curto. A patela fica localizada no joelho, o qual une a coxa com a perna. A tíbia localiza-se na parte anterior da perna; a fíbula, na parte posterior. A extremidade distal da fíbula forma o maléolo externo, chamado de osso do tornozelo. 2.2 Cartilagens Cartilagem é um tecido flexível constituído principalmente por fibras colágenas, com consistência semelhante à da borracha, em cuja estrutura não há vasos sanguíneos; tem o objetivo de preenchimento e proteção dos espaços. Existem 3 tipos: hialina (reveste as superfícies articulares) fibrosa (tecido intermediário entre o conjuntivo denso e a cartilagem hialina) e elástica (composta por fibras elásticas finas e contínuas). 2.3 Articulações Articulação é a junção de dois ou mais ossos distintos, permitindo movimento. As principais articulações do esqueleto humano são têmporomandibular, processo articular vertebral, coxo-femoral, joelho, calcanhar, ombro, cotovelo, punho. Os principais movimentos articulares são: flexão: diminui o ângulo entre as partes do corpo; extensão: corrige ou aumenta o ângulo entre as partes do corpo; abdução: afasta parte do corpo do plano sagital mediano no plano coronal; 11 adução: aproxima parte do corpo do plano sagital mediano, no plano coronal - exceção feita aos dedos das mãos e pés, nos quais abdução significa separá-los e adução, juntá-los; rotação: mover uma parte do corpo ao redor do seu eixo longitudinal. 2.4 Músculos Os músculos distribuem-se por todo o corpo, sendo responsáveis por todo e qualquer movimento, intencional ou não. Para que um músculo funcione, ou seja, para a realização do movimento, faz-se necessário um comando do cérebro - enviado pelos nervos motores e cujo resultado é a contração muscular. Ao ficar paralisado por longo tempo o músculo perde sua tonicidade, o que dificulta ou impede seu movimento. Para sua recuperação a pessoa precisará praticar exercícios de fisioterapia – o que fará com que o músculo, aos poucos, retome os movimentos perdidos. Em algumas regiões do corpo, a musculatura é diferenciada de acordo com a função a ser desempenhada. A musculatura esquelética estriada, situada nas camadas superficiais do corpo, liga-se firmemente às cartilagens e aos ossos por meio de tendões . Seus movimentos são voluntários, comandados pela vontade. Ela recobre todo o esqueleto, permitindo o controle dos movimentos da face, pernas, braços, etc. A musculatura lisa ou visceral, responsável pelo movimento de órgãos como o esôfago, o estômago e os intestinos, contrai-se lentamente, independente de nossa vontade. Além disso, faz parte da maioria dos vasos e controla o fluxo do sangue através dos vasos sangüíneos. A musculatura do coração, músculo estriado cardíaco, também conhecida como miocárdio, é responsável por seus movimentos (batimentos cardíacos) e contrai-sevigorosa e involuntariamente, apesar de composta por fibras estriadas. 12 2.4.1 Músculos da face Cada uma dessas expressões envolve movimentos de diversos músculos faciais, também conhecidos como mímicos. Ao nos alimentarmos faz-se necessária a mastigação, processo que exige a participação dos músculos mastigadores. No pescoço são encontrados os músculos platisma e esternocleidomastóide (responsável pela rotação da cabeça). 2.4.2 Músculos dos membros superiores Determinados movimentos necessitam dos músculos flexores, que participam da retração muscular; outros, dos músculos extensores, que permitem a extensão do membro. Na região do braço localizam-se os músculos com grandes massas, responsáveis pela força. Os principais são: deltóide – encontra-se na articulação do ombro e produz a elevação do braço - é nele que se aplica a injeção intramuscular; bíceps – localiza-se na parte anterior do braço, sendo responsável pela flexão do antebraço sobre si mesmo – é bem delineado em pessoas que exercem práticas esportivas; tríceps – situa-se na parte posterior do braço e afasta o antebraço do bíceps. 13 Na prática: Para a prática de seu serviço duas posições do antebraço são muito úteis: supina, quando o antebraço se encontra com a palma da mão para cima, e prona, quando a palma está virada para baixo. 2.4.3 Músculos do tronco Os principais músculos do tórax são: trapézio – localiza-se na região superior das costas, responsável pela elevação dos ombros; grande dorsal – situa-se na região inferior das costas, tendo como função principal levar o braço para trás; peitoral maior –localiza-se no peito, permitindo o movimento do braço para a frente; grande denteado – situa-se na parte lateral do tórax, promovendo a elevação das costelas, ajudando, dessa forma, o processo de respiração. No abdome, os principais músculos são: reto abdominal – localiza-se na frente do abdome ou barriga, responsável por dobrar o tórax sobre o abdome, ajudando na inspiração forçada; oblíquo externo – situa-se nos lados do abdome; atua comprimindo as vísceras e inclinando o tórax para a frente; diafragma – separa o tórax do abdome e ajuda na inspiração. A musculatura abdominal é também responsável pela sustentação do peso e pressão dos órgãos viscerais. Na prática: No seu trabalho, três posições distintas serão muito utilizadas: Decúbito dorsal - quando o corpo se encontra com o dorso (costas) em contato com a superfície de apoio; Decúbito ventral - quando o corpo está apoiado sobre o ventre (de barriga para baixo); Decúbito lateral - quando o corpo está apoiado em um lado específico, seja o direito ou o esquerdo. 14 2.4.4 Músculos dos membros inferiores Os principais músculos dos membros inferiores são: grande glúteo ou glúteo superior - localiza-se nas nádegas e permite a extensão da coxa; quadríceps - situa-se na parte anterior da coxa, sendo responsável pela extensão da perna; costureiro - é o músculo mais longo do corpo: inicia-se no quadril, cruza a coxa e termina na lateral interna do joelho; sua função é aproximar a coxa do abdome; bíceps crural ou femoral – localiza-se na face posterior da coxa, permitindo o movimento de flexão das pernas; gêmeos – situam-se na face posterior da perna (“batata” da perna) e são responsáveis pela extensão dos pés Por sua vez, os pés apresentam movimentos de extensão, flexão e rotação – possíveis devido à utilização dos músculos extensores e flexores neles inseridos por meio dos tendões. Na prática: Em pacientes acamados ou sem nenhum exercício com os pés é comum acontecer o que se chama de queda plantar. Devido à falta de atividade da musculatura responsável pelo movimento, ela se torna rígida e atrofiada, necessitando de cuidados especiais para resgatar os movimentos normais. 3 SISTEMA TEGUMENTAR A pele reveste todo o corpo humano, exercendo funções indispensáveis para a manutenção da vida, dentre elas: a manutenção da temperatura corporal, proteção contra agressões, captura de sensações, participação na síntese de vitamina D. 3.1 Camadas da pele A pele é formada pela epiderme, a derme e a hipoderme ou tecido celular subcutâneo. 15 A epiderme situa-se logo acima da derme e é responsável pela impermeabilidade da pele, o que dificulta a evaporação da água pela superfície corporal; é nessa camada que se localiza a melanina, responsável pela coloração da pele. A derme é um tipo de tecido conjuntivo que também possui fibras elásticas. É uma camada bem vascularizada, onde encontram-se as terminações nervosas, vasos linfáticos, glândulas sebáceas e alguns folículos pilosos. Nela se desenvolvem as defesas contra agentes nocivos que tenham vencido a epiderme. Em sua atividade profissional, você perceberá que é na derme que se realizam a maioria dos testes cutâneos e administração de vacinas - como a BCG. O tecido celular subcutâneo ou hipoderme é um tecido conjuntivo gorduroso (tecido adiposo), representando importante reserva calórica para o organismo, além de funcionar em algumas partes do corpo como um coxim (almofada), evitando traumas. Essa camada proporciona proteção contra o frio. Distribui-se por toda a superfície do corpo e varia de acordo com a idade, sexo, estado nutricional e taxa de hormônios. Por ser mais vascularizada que a derme essa camada da pele é capaz de absorver com maior rapidez as substâncias nela injetadas – motivo pelo qual recebe a administração de certas medicações, como a insulina para pacientes diabéticos. 3.2 Anexos da pele Os anexos da pele constituem os pelos, glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e unhas (FIGURA 6). Figura 6 Os pêlos têm função de proteger as áreas de orifícios e olhos, além de capitar sensações a nível cutâneo. As glândulas sebáceas situam-se na derme e são responsáveis pela secreção de gorduras que lubrificam e protegem a superfície 16 da pele. As glândulas sudoríparas secretam o suor e portanto, regulam a temperatura corporal. As unhas recobrem a última falange dos dedos e são formadas por queratina dura e fixadas sobre a epiderme nos denominados leitos ungueais. Protegem as pontas dos dedos, evitando traumatismos e possuem em seu contorno uma espécie de selo chamado cutícula, que impede a entrada de agentes infecciosos. Na prática: Para o profissional de saúde, a pele deve ser objeto de atenção especial pois sua coloração, textura e aparência podem ser indicativos de alterações no organismo. Por outro lado, os cuidados básicos de higiene e hidratação são essenciais para a manutenção da saúde em geral. 4 SISTEMA CARDIOVASCULAR O sangue é uma massa líquida, contida no aparelho circulatório, e mantida em movimento regular e unidirecional devido às contrações rítmicas do coração. Num adulto, seu volume total é de aproximadamente 5,5 litros; ele pode ser chamado de “meio de transporte” do corpo. As principais funções do sangue são: suprir as necessidades alimentares dos tecidos, transportar detritos das células para serem eliminadas e conduzir substâncias e gases de uma parte a outra do corpo. O sangue é formado de uma parte líquida, denominada plasma, e de uma parte sólida, composta por células e fragmentos de células (elementos figurados). Quanto ao plasma, representa 56% do volume sangüíneoe é constituído por 90% de água e diversas substâncias; suas principais proteínas são a albumina, as globulinas e o fibrinogênio. Das células que compõem a parte sólida do sangue, os glóbulos vermelhos, também chamados hemácias ou eritrócitos, são os que existem em maior quantidade. Não possuem núcleo e apresentam um pigmento rico em ferro, denominado hemoglobina, que torna o sangue vermelho e tem a função de transportar oxigênio para as células. Na prática: Qualquer interferência no transporte de oxigênio pode ser letal para as células do tecido afetado – o que é possível de ser percebido mediante a observação da pele e mucosas (como os lábios), que se apresentarão hipocoradas (sem cor). 17 As hemácias se formam nas medulas vermelhas dos ossos longos e vivem cerca de 120 dias; ao morrerem são transportadas pelo próprio sangue para o baço, onde se fragmentarão. Nas hemácias existem certos componentes (aglutinógenos), geneticamente determinados, convencionalmente chamados de A e B, cuja presença define o tipo sangüíneo de uma pessoa. Quatro tipos de sangue podem ser identificados: tipo A – com hemácias que só contêm o elemento A; tipo B - com hemácias que só contêm o elemento B; tipo AB - com hemácias que contêm os dois elementos; e tipo O, com hemácias “vazias”, ou seja, sem aglutinógeno. Além destes componentes, há o fator Rh. Cerca de 85% da população possui o aglutinógeno Rh, sendo chamadas de Rh+. A presença desses aglutinógenos específicos nas hemácias é um dos elementos responsáveis pelas reações transfusionais resultantes de tipos sangüíneos incompatíveis. Daí a necessidade de se conhecer a tipagem sangüínea do paciente quando da necessidade de realização de transfusão. Os leucócitos ou glóbulos brancos são células responsáveis pela defesa do organismo, são capazes de destruir os invasores, além de produzir histamina (substância manifesta nas reações alérgicas) e heparina (anticoagulante). Um terceiro elemento de fundamental importância no sangue são as plaquetas, cuja função é a coagulação sanguínea - se não existissem, perderíamos todo o sangue através de qualquer ferimento. 18 Os vasos sangüíneos são inervados pelo nervo simpático, que possui ação vasoconstritora (diminui o calibre dos vasos), e pelo nervo parassimpático, que é vasodilatador (aumenta o calibre dos vasos). A ação desses dois feixes nervosos mantém o diâmetro e a tonicidade dos vasos sangüíneos. 4.1 Veias e artérias Veias e artérias são tubos, vias por onde o sangue passam para exercer sua função de transporte de substâncias. As veias transportam o sangue já utilizado pelo organismo, rico em detritos e gás carbônico. Apresentam válvulas no seu interior, principalmente nos membros inferiores e superiores, para direcionar o fluxo sanguíneo no sentido do coração e impedir o refluxo. Quando essas válvulas perdem parte de sua funcionalidade as veias se dilatam e surgem as varizes. As veias não pulsam. Na prática: as veias dos membros inferiores e superiores são as mais utilizadas para a punção venosa, para administração de medicamentos. As artérias são responsáveis por levar o sangue rico em nutrientes e substâncias essenciais - como o oxigênio - às células. Possuem paredes resistentes, formadas por musculatura lisa (involuntária), pois transportam o sangue sob alta pressão para que seu fluxo seja tão rápido quanto necessário. As artérias pulsam, portanto, podem ser palpadas, principalmente em regiões articulares, onde são mais superficiais. Os batimentos arteriais palpados são o que chamamos de pulso e recebem os nomes conforme a artéria palpada, sendo os mais comuns: pulso carotídeo, pulso radial, pulso femoral e pulso pedial. 19 Na prática: Devido à pressão existente no interior das artérias, quando puncionados para a realização de exames diagnósticos e/ou terapêuticos devem receber uma compressão no local, por alguns minutos, para evitar o sangramento e a formação de hematoma. 4.2 Coração O coração é uma “bomba” muscular oca, responsável pela circulação do sangue pelo corpo. Apresenta movimentos de contração (sístole) e relaxamento (diástole), por meio dos quais o sangue penetra no seu interior e é impulsionado para os vasos sangüíneos. Localiza-se na porção central da cavidade torácica conhecida como mediastino é envolvido por um saco fibrosseroso de paredes duplas, chamado pericárdio, que tem em seu interior pequena quantidade de líquido aquoso – o que permite seu melhor deslizamento quando dos movimentos de sístole e diástole. O coração é formado por três camadas musculares: epicárdio, miocárdio e endocárdio. Possui quatro câmaras, denominadas átrios (superiores) e ventrículos (inferiores) (FIGURA 7). Os átrios recebem o sangue que vem das veias, motivo pelo qual suas paredes são delgadas - ao inverso dos ventrículos que, por injetarem sangue nas artérias e necessitarem de maior força para vencer a resistência vascular, têm paredes musculares espessas. 20 Os movimentos cardíacos são rítmicos, numa média de 80 batimentos por minuto, no adulto – como na criança o espaço a ser percorrido é menor, seus batimentos são mais acelerados. A cada sístole o coração expulsa o sangue de suas câmaras; e a cada diástole, as enche de sangue. Figura 7 4.3 Circulação O sangue oxigenado é bombeado pelo ventrículo esquerdo do coração para o interior da aorta. Essa artéria distribui o sangue oxigenado para todo o corpo, através de inúmeras ramificações, como a artéria coronária, a artéria carótida e a artéria braquial. Nos tecidos, o sangue libera gás oxigênio e absorve gás carbônico. O sangue não oxigenado e rico em gás carbônico é transportado por veias diversas, que desembocam na veia cava superior e inferior. Essas veias levam o sangue não oxigenado até o átrio direito. Deste, o sangue não oxigenado passa para o ventrículo direito e daí é transportado até os pulmões pelas artérias pulmonares. Nos pulmões, o sangue libera o gás carbônico e absorve o gás oxigênio captado do ambiente pelo sistema respiratório. Esse fenômeno, em que o sangue é oxigenado, chama-se hematose. Então, o sangue oxigenado retorna ao átrio esquerdo do coração, transportado pelas veias pulmonares. Do átrio 21 esquerdo, o sangue oxigenado passa para o ventrículo esquerdo e daí é impulsionado para o interior da aorta, reiniciando o circuito. Nesse circuito considera-se dois tipos de circulação: 22 o Pequena circulação ou circulação pulmonar- compreende o trajet do sangue desde o ventrículo direito até o átrio esquerdo. Nessa circulação, o sangue passa pelos pulmões, onde é oxigenado. Grande circulação ou circulação sistêmica- compreende o trajeto do sangue desde o ventrículo esquerdo até o átrio direito; nessa circulação, o sangue oxigenado fornece gás oxigênio os diversos tecidos do corpo, além de trazer ao coração o sangue não oxigenado dos tecidos. No esquema abaixo você pode ver o caminho percorrido pelo sangue em nosso corpo. Observe que, pelo lado direito do nosso coração, só passa sangue não oxigenado e, pelo lado esquerdo, só passa sangue oxigenado. Não ocorre, portanto, mistura de sangue oxigenado com o não oxigenado. Isso contribui para a manutenção de uma temperatura constante no nosso organismo.O coração trabalha automaticamente por ação do sistema nervoso e o impulso para exercer sua atividade cardíaca origina-se nele próprio – processo conhecido como sistema de condução do coração, responsável pelas contrações espontâneas. É composto pelo nó sinusal (ou sinoatrial), situado no átrio direito próximo à desembocadura da veia cava superior - ponto de origem de todos os estímulos, sendo por isso denominado marca-passo cardíaco. Os estímulos por ele produzidos são transmitidos por fibras musculares ao nó atrioventricular, localizado próximo ao septo atrial. Pela musculatura ventricular, esses 23 estímulos atingem o feixe de His e prosseguem pelas fibras de Purkinge, direita e esquerda. Na prática: O controle automático do coração sofre influências externas como temperatura (a febre aumenta a frequência cardíaca), alterações na concentração sérica de cálcio e potássio - que podem provocar diminuição de sua freqüência cardíaca e força de contração -, parada cardíaca e contração espástica. Daí a importância dada à dosagem no preparo de soluções e medicações que contenham esses eletrólitos. 5 SISTEMA LINFÁTICO O sistema linfático é uma rede complexa de órgãos linfóides, linfonodos, ductos linfáticos, tecidos linfáticos, capilares e vasos linfáticos que produzem e transportam o fluido linfático (linfa) dos tecidos para o sistema circulatório, ou seja, é constituído por uma vasta rede de vasos semelhantes às veias (vasos linfáticos), que se distribuem por todo o corpo e recolhem o líquido tissular que não retornou aos capilares sangüíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à circulação sangüínea. Esse sistema também é um importante componente do sistema imunológico, uma vez que colabora com glóbulos brancos para proteção contra bactérias e vírus invasores. Suas principais funções são: remoção dos fluidos em excesso dos tecidos corporais; absorção dos ácidos graxos e transporte subsequente da gordura para o sistema circulatório; produção de células imunes. Os vasos linfáticos têm a função de drenar o excesso de líquido que sai do sangue e banha as células. Esse excesso de líquido, que circula nos vasos linfáticos e é devolvido ao sangue, chama-se linfa. Ao longo de todo o trajeto existem formações denominadas linfonodos ou nodos linfáticos, de tamanhos variados; responsáveis pela filtragem da linfa, dela retiram as partículas estranhas e, concomitantemente, destroem as bactérias. Portanto, os linfonodos exercem importante papel, retendo microrganismos ou células mortas, impedindo, assim, 24 o que um processo infeccioso no organismo se dissemine ou provoque perturbações em outros pontos. Entretanto, por vezes, o processo infeccioso é tão intenso que provoca acentuada proliferaçã das células dos linfonodos, o que ocasiona enfartamento ganglionar - a íngua. Na prática: No câncer, encontramos o enfartamento ganglionar de natureza tumoral, devido ao fato de as células do câncer se desprenderem e, por apresentarem características diferenciadas das demais células do organismo, sendo retidas nos linfonodos como agentes estranhos. As células tumorais possuem alta capacidade de reprodução e, não fosse a ação dos linfonodos, rapidamente a doença se disseminaria. 6 SISTEMA IMUNOLÓGICO O sistema imunológico é formado por diferentes espécies de glóbulos brancos ou leucócitos, e por órgãos que produzem e procedem sua maturação. Existem diferentes modos de ataque dos glóbulos brancos a um invasor: uns atacam diretamente; outros, a distância; alguns, só colhem e distribuem informações a outras células de combate. Na prática: Quando estamos gripados ou com algum tipo de infecção ou inflamação, apresentamos determinados sintomas característicos como febre, enfartamento dos gânglios linfáticos, etc. Essas características são causadas por um sistema de defesa do organismo denominado sistema imunológico ou sistema imunitário. 6.1 Células do sistema imunológico As células do sistema imunológico têm a função de defender o organismo contra qualquer tipo de ataque invasor - uma bactéria, vírus ou até mesmo alguma outra célula defeituosa do nosso organismo que, por estar anormal, é identificada como 25 um corpo estranho e logo eliminada. Os glóbulos brancos dividem-se em macrófagos e linfócitos - estes, por sua vez, subdividem-se em três grupos: linfócitos B, linfócitos T matadores e linfócitos T auxiliares. Os monócitos são células que se movimentam continuamente entre os tecidos, envolvendo substâncias estranhas, como microrganismos, restos de células mortas. Os linfócitos B são responsáveis pela formação dos anticorpos, proteínas específicas que se combinam com algumas substâncias estranhas, inativandoas. Os linfócitos T matadores reconhecem e matam células anormais ou desconhecidas, como as infectadas por vírus, células transplantadas, células malignas (cancerosas); os linfócitos T supressores inibem a resposta humoral e celular e apressam o término da resposta imunitária; os linfócitos t auxiliares comandam o sistema imunológico. Pois recebem informação dos macrófagos sobre a presença de antígenos no organismo e estimulam os linfócitos B e os T matadores a combater os invasores. Na prática: Se os linfócitos T auxiliares não atuarem bem, as células de combate não poderão ser ativadas - consequentemente, o organismo não reagirá ao ataque invasor. É o caso da AIDS, em que o vírus HIV ataca e destrói os linfócitos T auxiliares, impedindo o sistema imunológico de combater as infecções. 6.2 Órgãos imunológicos São considerados órgãos imunológicos a medula óssea e o timo, que geram e armazenam os linfócitos T e B; gânglios linfáticos, amígdalas, apêndice e baço, que apresentam aglomerados de linfócitos em amadurecimento. 7 SISTEMA RESPIRATÓRIO Esse sistema é composto por uma porção condutora que compreende as fossas nasais, nasofaringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos e uma porção respiratória representada pelas porções terminais da árvore brônquica que contém os alvéolos, responsáveis pela troca gasosa. O pulmão é formado pela árvore brônquica e pelos milhões de alvéolos (FIGURA 26 o 8) O nariz é o órgão que comunica o meio externo ao interno. As fossas nasais iniciam-se nas narinas, estendendo-se até a faringe. A inspiração (condução do ar para dentro) filtra as impurezas do ar, possibilitando que chegue mais limpo aos pulmões. Esse processo ocorre porque no interior das fossas nasais encontram-se os pêlos e o muco (secreção da mucosa nasal), cuja função é reter substâncias do ar, manter a umidade da mucosa e aquecer ar, facilitando o desempenho dos outros órgãos. A faringe liga a boca às fossas nasais e estas à laringe; integra tanto o sistema respiratório (pois conduz o ar para a laringe) como o digestório (pois repassa os alimentos para o esôfago). A laringe, situa-se na parte anterior do pescoço. Seu início é a glote, orifício em cujas bordas há duas pregas vocais - conhecidas como cordas vocais - que se movem com a passagem do ar, ocasionando uma vibração entre si e produzindo a fala ou a voz. Anteriormente à glote encontra-se uma saliência cartilaginosa denominada epiglote - a qual pode ser vista com a abertura da boca e o estiramento da língua. Sua função é muito importante na alimentação, poisveda a glote durante o processo de deglutição. Na prática: Você já se engasgou alguma vez? Tal fato acontece quando não há o vedamento total da glote pela epiglote, permitindo a passagem de resíduo alimentar para as vias respiratórias. Contudo, logo ocorre uma reação espontânea do organismo para expulsar o corpo estranho - a tosse. A traquéia é formada por um conjunto de anéis cartilaginosos, sobrepostos, resultando em uma anatomia tubular. Mede aproximadamente 12 centímetros e em sua parte inferior possui uma bifurcação que dá origem a dois pequenos tubos denominados brônquios. Deles partem algumas ramificações conhecidas como bronquíolos, que desembocam nos alvéolos pulmonares, os quais, por sua vez, 27 têm forma arredondada, apresentam-se agrupados e são revestidos por uma fina membrana e recobertos por muitos vasos capilares sangüíneos. O pulmão é um órgão duplo, elástico devido a sua função, localizado no interior da caixa torácica. O direito é composto por três partes- lobo superior, lobo médio e lobo inferior; já o esquerdo possui apenas dois lobos- o superior e o inferior. Figura 8 7.1 Processo de inspiração e expiração Quando, pela inspiração, o ar chega aos pulmões os músculos respiratórios (intercostais e o diafragma) contraem-se permitindo a elevação das costelas. Em consequência, há aumento do volume da caixa torácica e expansão dos pulmões. Durante a expiração (saída do ar para o meio externo) o ar sai dos pulmões espontaneamente, reduzindo o volume da caixa torácica e permitindo a aproximação ou abaixamento das costelas – processo que ocasiona o relaxamento dos músculos diafragma e intercostais. 28 o O ar inspirado é composto de O2 (oxigênio), que passa para o sangue do capilar, e CO2 (gás carbônico). Através da hemoglobina, substância existente nos glóbulos vermelhos, o O2 é transportado pelo sangue. Com o CO2 ocorre o processo inverso: passa do sangue para o alvéolo, de onde é eliminado através da expiração. O sangue que foi oxigenado nos pulmões é levado ao coração, que, pelos vasos sangüíneos, o distribui a todo o corpo. 29 8 SISTEMA DIGESTÓRIO Para permanecer vivos, renovar continuamente as células, desenvolver o nosso corpo e manter as atividades vitais, necessitamos de alimentos, pois são eles que fornecem energia para o nosso corpo. Após uma refeição, os nutrientes presentes nos alimentos devem chegar às células. No entanto, a maioria deles não as atinge diretamente- precisam ser transformadas para então, nutrir o nosso corpo. Isto porque as células só conseguem absorver nutrientes simples e esse processo recebe o nome de digestão. 8.1 Enzimas digestórias O nosso corpo produz vários tipos de enzimas digestórias. Cada tipo de enzima é capaz de digerir somente determinada espécie de molécula presente nos alimentos. Assim, as amilases ação as enzimas que atuam somente sobre o amido; as proteases agem sobre as proteínas; as lípases sobre os lipídios, etc. 8.2 Tubo digestório O tubo digestório é composto por: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. Há ainda os órgãos auxiliares da digestão denominados órgãos anexos: o pâncreas, a vesícula biliar e o fígado (FIGURA 9). Figura 9 30 8.2 Processo digestório A digestão inicia-se na boca, constituída pelos dentes, língua, palato duro (céu da boca), palato mole (região onde situa-se a úvula ou “campainha” da garganta) e três pares de glândulas: as parótidas, as submandibulares e as sublinguais, responsáveis pela liberação da saliva, denominadas glândulas salivares maiores . Estas glândulas secretam cerca de um litro a um litro e meio de saliva diariamente, basicamente composta por água, o que auxilia a diluir o bolo alimentar, e enzimas. Triturado pelos dentes, o alimento, com o auxílio da língua, é posteriormente empurrado em direção à faringe – a deglutição. Ainda na boca, além da trituração, o alimento começa a sofrer a atuação de uma enzima liberada pelas glândulas salivares, denominada amilase salivar ou ptialina, cuja função é começar a digerir o amido e carboidratos do bolo alimentar. Durante a deglutição (figura 10), o alimento passa por uma válvula denominada epiglote – responsável pelo fechamento da laringe, impedindo desse modo que o bolo alimentar penetre nas vias aéreas – e posteriormente pela faringe, estrutura que também pertence ao sistema respiratório, pois se comunica com a boca, cavidade nasal, esôfago e laringe. Da faringe, o alimento é encaminhado para o esôfago, que o transporta rapidamente até o estômago devido aos movimentos peristálticos existentes. Figura 10 31 O estômago é o órgão que digere os alimentos e secreta hormônios. Sua principal função é continuar a digestão dos hidratos de carbono, iniciada na boca, e transformar os alimentos ingeridos, mediante contração muscular, em uma massa semilíquida e altamente ácida - o quimo. A porção final do estômago se comunica com o duodeno e se abre e fecha alternadamente, liberando pequenas quantidades de quimo para o intestino delgado. Após chegar à primeira porção do intestino delgado, denominado duodeno, o quimo é neutralizado pelo bicarbonato de cálcio liberado pela mucosa intestinal, induzido por um hormônio denominado secretina; nesse momento, já neutralizada sua acidez, o bolo alimentar passa a se chamar quilo. O quilo sofrerá a ação do suco entérico, liberado por milhares de glândulas existentes na mucosa intestinal - que contém as enzimas enteroquinase, cuja função é ativar a tripsina (uma enzima pancreática), e peptidases, que atuam na digestão dos peptídeos. Produzido no pâncreas, o suco pancreático é levado até o duodeno pelo canal colédoco. Nele, encontramos as enzimas tripsina e quimiotripsina, que irão digerir as proteínas, a lipase pancreática, que digere lipídios, e a amilase pancreática, que continuará a digerir o amido não digerido na boca pela ptialina. É também no duodeno que o bolo alimentar receberá a ação da bile, que vai emulsificar moléculas grandes de gordura em moléculas menores, possibilitando a ação da lipase. 32 Os nutrientes resultantes do quilo são absorvidos por células da mucosa intestinal e posteriormente transferidas para a corrente sangüínea, que se encarregará de levá-los para todo o corpo. Os resíduos não absorvidos pelo intestino delgado irão para o intestino grosso, onde perderão água e endurecerão, formando o bolo fecal que será eliminado pelo ânus pelo processo de defecação. 9 SISTEMA URINÁRIO E ÓRGÃOS GENITAIS 9.1 Sistema Urinário O sistema urinário (FIGURA 11) contribui para a manutenção da homeostase, produzindo a urina que elimina resíduos do metabolismo, água, eletrólitos e não- eletrólitos em excesso no organismo. figura 11 O sistema é composto por rins, que secreta a urina, os ureteres, que conduzem a urina para a bexiga (que funciona como reservatório), e o ureter, que lança a urina para o exterior. No homem, o sistema urinário é interligado ao sistema genital, diferentemente da mulher. 9.1.1 Processo de filtragem do sangue Nossos tecidos, deixam no sangue aqueles compostos químicos tóxicos que neles se formam como resultado do fenômeno da nutrição. Tais substâncias são danosas e devem ser eliminadas para não intoxicar oorganismo e pôr a vida em perigo. A maior parte desses produtos é eliminada por trabalho do aparelho 33 urinário; somente uma parte mínima é eliminada pelas glândulas sudoríparas mediante o suor. O aparelho urinário tem a tarefa de separar do sangue as substâncias nocivas e de eliminá-las sob a forma de urina. Os rins extraem os produtos residuais do sangue através de milhões de pequenos filtros, denominadas néfrons, que são a unidade funcional dos rins. A urina se forma nos néfrons basicamente em duas etapas: a filtração glomerular e a reabsorção renal. Dos néfrons, os resíduos recolhidos são enviados através dos ureteres para a bexiga. Os ureteres são dois tubos musculosos e elásticos, que saem um de cada um dos rins e desembocam na bexiga. A bexiga é um saco musculado, muito elástico, com um comprimento aproximado de 30 cm, onde a urina (resíduos filtrados) é acumulada. Este reservatório está ligado a um canal - a uretra - que se abre no exterior pelo meato urinário, e a sua base está rodeada pelo esfíncter uretral, que pode permanecer fechado e resistir à vontade de urinar. Válvulas existentes entre os ureteres e a bexiga impedem o retrocesso da urina. 9.2 Órgãos sexuais masculinos A genitália masculina é composta externamente pelo pênis (que contém a uretra), a bolsa escrotal, os cordões espermáticos e os canais deferentes; e internamente pela próstata e vesículas seminais. A bolsa escrotal guarda os testículos que são as gônadas masculinas; produzem os hormônios sexuais masculinos, sobretudo a testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos caracteres sexuais secundários. Os epidídimos são dois tubos enovelados que partem dos testículos, e têm a função de armazenar os espermatozoides. Os canais deferentes são dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga urinária e unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais, que são responsáveis pela produção de um líquido, que será liberado no ducto ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e espermatozóides, entrarão na composição do sêmen. A próstata é uma 34 glândula localizada abaixo da bexiga urinária que secreta substâncias alcalinas que neutralizam a acidez da urina e ativa os espermatozóides. O pênis é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo formado por dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (envolve e protege a uretra). Na extremidade do pênis encontra-se a glande - cabeça do pênis, onde podemos visualizar a abertura da uretra. Com a manipulação da pele que a envolve - o prepúcio - acompanhado de estímulo erótico, ocorre a inundação dos corpos cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se rijo, com considerável aumento do tamanho (ereção). O prepúcio deve ser puxado e higienizado a fim de se retirar dele o esmegma (uma secreção sebácea espessa e esbranquiçada, com forte odor, que consiste principalmente em células epiteliais descamadas que se acumulam debaixo do prepúcio). Quando a glande não consegue ser exposta devido ao estreitamento do prepúcio, diz-se que a pessoa tem fimose. Na prática: É extremamente importante a retração do prepúcio para a higiene da criança e do adulto. O acúmulo de esmegma, além de produzir mau cheiro, pode causar processos infecciosos. 9.3 Órgãos sexuais femininos Ovários, tubas uterinas, útero, vagina, hímen, grandes lábios, pequenos lábios e clitóris são órgãos que compõem o sistema reprodutor feminino. Os órgãos externos desse sistema permitem a entrada do esperma no organismo, além de protegerem os órgãos genitais internos contra micro-organismos infecciosos. 35 Os grandes e os pequenos lábios são dobras de pele e mucosa que protegem a abertura vaginal. Os grandes lábios ficam entre o monte púbico (ou monte de Vênus) e se estendem até o períneo, espaço entre ânus e vulva, e são cobertos por pelos pubianos após a puberdade. A vagina é um canal com cerca de 7,5 a 10 centímetros que se estende da vulva ao útero, e é responsável por receber o pênis durante a relação sexual, além de servir de canal de saída tanto para o fluxo menstrual quanto para o bebê no momento de parto normal. O hímen é uma membrana de tecido conjuntivo forrada por mucosa tanto interna como externamente. Ele pode variar de tamanho e forma. O clitóris é uma saliência bastante sensível ao tato, situada na junção anterior aos pequenos lábios. Tem função muito importante na excitação sexual feminina e pode ser considerado similar ao pênis no homem. O útero é o órgão responsável por alojar o embrião e mantê-lo durante todo o seu desenvolvimento até o nascimento. Tem a forma de uma pera invertida, mas pode variar de forma, tamanho, posição e estrutura. É formado por tecido muscular que se estende amplamente durante a gravidez e apresenta camadas, sendo o endométrio aquele que sofre modificações com o ciclo menstrual, preparando-se mensalmente para receber o ovo já fecundado e, caso isso não ocorra, apresenta descamação e é eliminado pela menstruação. Os ovários são duas glândulas situadas uma em cada lado do útero, abaixo das trompas, responsáveis por produzir gametas ou óvulos além de produzir hormônios sexuais femininos- estrógeno e progesterona. Esses hormônios controlam o ciclo menstrual, provocam o crescimento do endométrio e estimulam o desenvolvimento dos vasos sanguíneos e glândulas do endométrio, tornando-o espesso, vascularizado e cheio de secreções nutritivas. As tubas uterinas transportam os óvulos que romperam a superfície do ovário para a cavidade do útero. São dois canais finos que saem de cada lado do fundo do útero e terminam com as extremidades próximas aos ovários. Nas tubas, os 36 espermatozoides unem-se aos óvulos quando há fecundação para então se fixar no útero. 10 SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso é responsável pelo controle das contrações dos músculos esqueléticos, músculos lisos dos órgãos internos e velocidade de secreção de glândulas exócrinas (secreção externa, como o suor) e endócrinas (glândulas que secretam substâncias para dentro do organismo). É constituído por células nucleadas especiais- neurônios- com longos prolongamentos capazes de captar estímulos exteriores como calor, frio, dor. Os dendritos são prolongamentos numerosos, cuja função é receber os estímulos do meio ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios. O corpo celular ou pericário é o centro do tráfico dos impulsos nervosos da célula. O axônio é um prolongamento único, especializado na condução de impulsos que transmitem informações do neurônio para outras células nervosas, musculares e glandulares; são envoltos em uma camada gelatinosa que funciona como isolante e denomina-se bainha de mielina (FIGURA 12). A transmissão do impulso nervoso de um neurônio a outro depende de estruturas altamente especializadas: as sinapses. Figura 12 37 10.1 Anatomia do Sistema Nervoso O sistema nervoso divide-se em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP), anatomicamente. O SNC é representado pelo encéfalo e medula espinhal, respectivamente localizados no interior da caixa craniana e coluna vertebral. O encéfalo (FIGURA 13) é constituído pelo: Cérebro: responsável por funções sensitiva, auditivas, visuais, movimentação voluntária, memória,concentração,raciocínio, linguagem, comportamento); Diencéfalo: dividido em tálamo (por onde passam as vias sensitivas) e hipotálamo (que aloja a hipófise e controla as principais funções vegetativas e endócrinas do corpo, além de ser uma das principais vias de saída de controle do sistema límbico); Cerebelo: controla os movimentos, a tonicidade muscular e participa da manutenção do equilíbrio do corpo; Tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo): une todas as partes do encéfalo à medula espinhal, vulgarmente chamada “espinha”. Figura 13 Figura 14 A medula espinhal (FIGURA 14) encontra-se no interior do canal formado pelas vértebras da coluna vertebral. Dela irradiam-se 33 pares de nervos espinhais, responsáveis por ligar o encéfalo ao resto do corpo e vice-versa. Estende-se da base do crânio até o nível da segunda vértebra lombar, pouco acima da cintura. 38 O SNP consiste nos nervos cranianos e espinhais. A partir dos órgãos dos sentidos e das terminações nervosas sensitivas, o SNP conduz impulsos nervosos para o SNC, e deste para os músculos e glândulas. 10.2 Fisiologia do Sistema Nervoso Já fisiologicamente, o sistema nervoso pode ser dividido em: sistema nervoso voluntário: que comanda a musculatura estriada esquelética; sistema nervoso autônomo: responsável pelo controle da musculatura lisa, do músculo cardíaco, da secreção de todas as glândulas digestivas e sudoríparas e de alguns órgãos endócrinos; divide-se em sistema simpático e parassimpático, que trabalham de modo antagônico, porém em equilíbrio. O sistema simpático estimula atividades realizadas durante situações de emergência e estresse, nas quais os batimentos cardíacos se aceleram e a pressão arterial se eleva – Luta ou fuga. O sistema parassimpático estimula as atividades que conservam e restauram os recursos corpóreos. 10.3 Meninges As meninges são 3 membranas que impedem o atrito entre o sistema nervoso central e a caixa torácica, além de outras funções. A pia-máter, camada mais interna, ajudam na irrigação cerebral; entre a camada aracnoide e a dura-mater existe o espaço subaracnóide, por onde circula o líquor, líquido que ajuda a proteger contra impactos e agentes invasores. Na prática: O sistema nervoso comanda o organismo, influencia os atos voluntários, involuntários e reflexos. Logo é necessário que o profissional de saúde tome cuidados especiais no sentido de sua preservação (por exemplo, durante procedimentos como a localização adequada para a administração de medicamentos intramusculares). 39 11 SISTEMA SENSORIAL Alguns órgãos, constituídos por células sensíveis, são especializados em perceber determinados estímulos externos, repassando a informação à respectiva área cerebral. São os órgãos dos sentidos, que serão explicados a seguir. 11.1 Olhos – visão Os olhos (FIGURA 15) são acondicionados dentro das órbitas oculares e possuem três membranas: esclerótica (onde fica a córnea), coroide (onde passam vasos sanguíneos) e retina, que é a membrana mais interna e sensível, formada por um prolongamento do nervo óptico. No interior do globo ocular encontra-se o humor vítreo, de consistência gelatinosa e transparente, o qual atua como uma lente, regulando a imagem com nitidez. O cristalino modifica-se pela ação dos músculos ciliares, comandados pelo sistema nervoso autônomo. Entre o cristalino e a córnea há uma substância líquida e transparente denominada humor aquoso. Na parte anterior do olho, a coroide forma um disco cuja cor é variável para cada pessoa, denominada íris. Em seu centro existe um orifício cujo tamanho altera-se de acordo com a quantidade de luz que sobre ele incide a pupila. Na parte anterior dos olhos encontram-se as pálpebras e os cílios, que impedem a entrada de corpos estranhos. No canto interno da pálpebra são encontrados dois pequenos orifícios denominados ponto lacrimal superior e inferior, por onde escoam as lágrimas, seja por reação física ou emocional. A sobrancelha também é considerada fator de proteção, por dificultar a passagem do suor da testa para os olhos. As alterações mais frequentemente encontradas na visão são o astigmatismo, a hipermetropia e a miopia. Figura 15 40 11.2 Língua- paladar A língua é formada por uma massa de tecido muscular estriado, recoberta por uma mucosa; tem forma achatada e cônica (FIGURA 16). É composta por duas partes: • a superior ou dorsal, onde localizam-se as papilas gustativas, cujas terminações nervosas transmitem a sensação do gosto; • a inferior ou ventral, que pode ser vista quando se eleva a ponta da língua em direção ao palato (céu da boca). Figura 16 11.3 Nariz- olfato O nariz é formado pelas fossas nasais, medialmente separadas pelo septo. Essas possuem orifícios anteriores, que fazem contato com o meio externo, denominados narinas, e orifícios posteriores que fazem contato com a faringe, chamados coanas. Na parte superior das fossas nasais há um revestimento 41 mucoso formado por células olfativas localizadas nas terminações do nervo olfativo (nervo sensitivo), o que nos faz perceber o olfato (FIGURA 17). No interior das fossas nasais od pelos têm a função de “filtrar” o ar respirado - estes pêlos, juntamente com o muco (secreção da mucosa nasal), retêm na parede interna do nariz os poluentes, além de diversos microrganismos. Figura 17 11.4 Orelha – audição A orelha é composta pela orelha externa, média e interna (FIGURA 18). A orelha externa possui uma saliência com o formato oval, flexível devido ao tecido cartilaginoso que a constitui. Seu canal auditivo externo encaminha o som para seu interior, agindo como um receptor sonoro. No canal são encontrados pêlos e glândulas (que produzem uma espécie de cera), cuja função é de proteção da parte interna. O tímpano é uma fina membrana que vibra de acordo com as ondas sonoras que fica localizado ao final do canal auditivo externo e no início da orelha média. A orelha média também composta por três ossículos : martelo, bigorna e estribo – os quais articulam- se recebendo a vibração da membrana timpânica e mandam as vibrações para o ouvido interno. Essas vibrações chegam à cóclea, onde os estímulos sonoros são captados e identificados devido a presença de terminações do nervo auditivo. Figura 18 42 11.5 Pele- tato O tato é transmitido pela pele, que possui em sua camada mais profunda as terminações nervosas que levam a mensagem da sensação ao cérebro (FIGURA 19). A pele apresenta vários tipos de receptores sensoriais, formados por fibras nervosas - cujo agrupamento compõe os corpúsculos sensoriais, especializados em captar determinados tipos de sensação – por exemplo, pressão, temperatura, dor. Figura 19 12 SISTEMA ENDÓCRINO O sistema endócrino possui estruturas especializadas para a liberação na corrente sanguínea de determinadas substâncias que controlam o funcionamento de células e órgãos do corpo. São as glândulas endócrinas (FIGURA 20) que liberam essas substâncias chamadas hormônios; elas serão explicadas a seguir. Figura 20 43 12.1 Hipófise ou Ptuitária Glândula localizada no encéfalo, mais precisamente no hipotálamo, que comanda o funcionamento de outras glândulas através daprodução de hormônios, como os sexuais, supra-renais e tireoide. Por isso é considerada a glândula mais importante do nosso corpo. 12.2 Pineal Localiza-se no diencéfalo e contém a serotonina que converte impulsos nervosos em descargas hormonais. Além disso, participa do ritmo circadiano de 24 horas e de outros ritmos biológicos, como os relacionados às estações do ano. A pineal normal responde à luminosidade, sendo mais ativa à noite, pois a produção de serotonina é maior que durante o dia. 12.3 Tireóide Localiza-se no pescoço, é controlada pelo TSH produzido pela hipófise e libera os hormônios que intensifica ma atividade das células corporais – tiroxina (metabolismo) e calcitocina (regulação do cálcio). 12.4 Paratireóide São 4 glândulas que localizam-se ao lado da tireoide e secretam paratormônio, que regula a quantidade de cálcio e fosfato na circulação. 44 12.5 Supra-renais São duas glândulas localizadas sobre os rins. O córtex da supra-renal secreta hormônios como aldosterona, cortisona e andrógenos, responsáveis respectivamente pela manutenção do equilíbrio de sódio e potássio, pelo processo inflamatório e pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas. A medula da glândula secreta adrenalina e noradrenalina, que estimula ação cardíaca e aumenta pressão arterial, respectivamente. 12.6 Pâncreas Possui função exócrina e endócrina, e localiza-se o abdomem. Libera suco pancreático que auxilia no processo de digestão (função exócrina) e a insulina que transporta glicose para o interior das células (função endócrina). 12.7 Ovários Glândulas que integram o aparelho reprodutos feminino localizadas na pélvis. Secretam estrogênio (responsável pelo desenvolvimento das características sexuais femininas) e progesterona (responsável pela implantação do óvulo fecundado na parede do útero. Também produzem as células sexuais femininas. 12.8 Testículos Localizados na pélvis, também fazem parte do aparelho reprodutor masculino. Secreta a testosterona, responsável pelas características sexuais masculinas; produzem espermatozoides.
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