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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso MBA em Gestão Financeira

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FGV – FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
MBA GESTÃO FINANCEIRA, AUDITORIA E CONTROLADORIA
TURMA 13
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
SA Usina Coruripe Açúcar e Álcool
POR
Márcio Peixoto da Silva Júnior
ORIENTAÇÃO
Prof. Dr. Carlos Alberto dos Santos Silva
São José do Rio Preto, outubro de 2017.
SA USINA CORURIPE AÇÚCAR E ÁLCOOL
Por
Márcio Peixoto da Silva Júnior
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização Programa FGV Management.
São José do Rio Preto, outubro de 2017.
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
MBA GESTÃO FINANCEIRA, AUDITORIA E CONTROLADORIA
Trabalho de Conclusão de Curso
SA Usina Coruripe Açúcar e Álcool
Elaborado por:
Márcio Peixoto da Silva Júnior
E aprovado pela Coordenação Acadêmica do curso em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria, foi aceito como requisito parcial para a obtenção do certificado do curso de pós-graduação, nível de especialização, do Programa FGV Management.
São José do Rio Preto, outubro de 2017.
_______________________________________
Prof. Dr. Carlos Alberto dos Santos Silva
TERMO DE COMPROMISSO
O aluno: Márcio Peixoto da Silva Júnior, abaixo assinado, do Curso em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria – 13 – São José do Rio Preto, do Programa FGV Management, declara que o conteúdo do trabalho de conclusão de curso intitulado: SA Usina Coruripe Açúcar e Álcool é autêntico, original, e de autoria exclusiva do mesmo.
São José do Rio Preto, outubro de 2017.
______________________________________
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
GLOSSÁRIO
ÚNICA – União da Agroindústria Canavieira 
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas – SP
CTC – Centro de Tecnologia Canavieira
PROCANA - ProCana edita o JornalCana, o Portal JornalCana e o Anuário da Cana, além de promover os prêmios MasterCana.
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Historicamente, no Brasil a produção da cana-de-açúcar instaurou-se no decorrer do período colonial. Na atualidade é uma das principais culturas agrícolas da economia brasileira. Segundo Machado (2010), foi Martim Affonso de Souza que em 1532 trouxe da Ilha da Madeira, em Portugal, a primeira muda de cana ao Brasil e iniciou o seu cultivo na antiga Capitania de São Vicente. Lá, ele próprio ergueu o primeiro engenho de açúcar no Brasil. Entretanto, foi na região do Nordeste, principalmente nas Capitanias de Pernambuco e da Bahia, que os engenhos de açúcar se multiplicaram, os quais absorveram a maior parte da produção açucareira da colônia. A maior contribuição dos engenhos, contudo, foi estar em um ponto bastante privilegiado, o que facilitava o escoamento da produção, desta forma, minimizando o tempo de chegada do produto aos mercados consumidores. Alguns engenhos evoluíram e transformaram-se futuramente em usinas de cana (MATTOS, 1942).
Com o passar do tempo, a economia dos engenhos entrou em decadência, sendo aos poucos substituída pelas usinas sucroalcooleiras. O termo engenho atualmente é apropriado para as propriedades que plantam cana-de-açúcar e a vendem, para então ser processada nas usinas e processada em produtos derivados (CAVALCANTE, 2011).
Segundo a UNICA (2016) o Brasil é responsável por mais de 50% de todo o açúcar comercializado no planeta, sendo também o maior exportador de etanol no mundo.
Na safra 2017/18, o Brasil moeu aproximadamente 652 milhões de toneladas de cana de açúcar, esta moagem gerou um valor de produção de cerca de R$ 60,0 bilhões. Na tabela abaixo é mencionada a produção de cana-de-açúcar nos estados brasileiros.
Tabela 1 – Moagem de cana-de-açúcar no Brasil
Fonte: UNICA, ALCOPAR, BIOSUL, SIAMIG, SINDALCOOL, SIFAEG, SINDAAF, SUDES e MAPA (2017).
Segundo dados oficiais do IBGE, UNICAMP e do CTC na safra de 2016/2017, a produção de cana-de-açúcar concentra-se nas regiões Centro-Sul e Nordeste do país. De acordo com a UNICA (2016), o Brasil possui aproximadamente quatrocentas usinas de processamento de cana-de-açúcar, a figura a seguir mostra na cor vermelho as regiões onde se concentram as plantações e empresas produtoras de açúcar, etanol e bioeletricidade,
Mapa 1 – Mapa da produção de açúcar no Brasil 
Fonte: IBGE, UNICAMP e do CTC (2012).
Nota-se por meio da visualização da figura 1 acima, que a colheita da cana-de-açúcar ocorre nas regiões Centro-Sul e Norte-Nordeste, desta forma, possibilitando a produção de açúcar e álcool no ano inteiro tendo em vista os dois períodos existentes de safra: de maio a novembro na região centro-sul e de setembro a março na região norte-nordeste.
Além do açúcar e do etanol anidro e hidratado, a cana-de-açúcar também gera importantes subprodutos, como o bagaço que é utilizado na geração de eletricidade limpa, torta e vinhaça que são utilizados na adubação dos canaviais, entre inúmeros outros produtos farmacêuticos, alimentícios e químicos.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 História do segmento açucareiro no Brasil
A origem da cultura do Açúcar foi um período da história do Brasil Colonial compreendido entre meados do século XVI e meados do XVIII, esta cultura emergiu pela necessidade de colonização, defesa e exploração das riquezas do território brasileiro – até então sem tanta relevância econômica para o país de Portugal. Vários foram os motivos para a seleção da cana-de-açúcar, dentre eles, a existência no Brasil do solo de massapê, propício para este cultivo. Além disso, o açúcar era naquela época um produto com uma cotação elevada no comércio europeu, em crescente consumo e capaz de gerar grandes lucros, transformando-se assim em um alicerce econômico da colonização portuguesa no Brasil. 
Durante este período, a produção de açúcar, segundo Prado Junior (1970) era voltada exclusivamente para a exportação, e os engenhos do Nordeste brasileiro foram por muito tempo a principal atividade econômica do país.
Compactuando com o raciocínio de Prado Junior (1970), Ramos (1999), retrata que o açúcar nordestino foi no decorrer de quatro séculos o “mandachuva” da agroindústria canavieira brasileira, sempre se destacando por sua produção e volume exportado. Contudo, todo este destaque ao açúcar na região nordeste foi devido as condições edafoclimáticas favoráveis e também à maior proximidade geográfica dos mercados europeus, isto é, se comparado à região Centro-Sul do país.
	Só em meados do século XVIII, que a produção de açúcar chega a região do Centro-Sul, especificamente, nos estados de: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, entretanto, somente em meados do século XIV a produção de açúcar dessa região passou a ter relevância na produção nacional. Mesmo assim, não chegava a concorrer no mercado externo devido à baixa qualidade, comparativamente, ao açúcar na região do Nordeste. Isto porque, a época de plantio depende das condições locais, pois a brotação dos toletes exige calor e umidade suficientes. Ricoud e Cochran 1980 (apud FELIPE, 2008) afirmam que a data de plantio exerce influência significativa na produtividade da cana-de-açúcar.
	Historicamente, a cana-de-açúcar sempre foi um dos principais produtos agrícolas do Brasil e, atualmente, o Brasil detém a primeira posição no mercado mundial desta cultura. A agroindústria canavieira brasileira é tecnicamente qualificada e possui os menores custos de produção do mundo (PROCANA, 2012), além de contar comum grande potencial para a elevação da produção nacional.
A cultura da cana-de-açúcar é, hoje em dia, uma das principais e mais importantes culturas existentes no Brasil, segundo informações da base de dados da UNICA, esta cultura foi responsável por aproximadamente 1,76% do PIB nacional, de acordo com dados da safra 2008/2009.
	Este segmento é também um dos que mais empregam no país, gerando aproximadamente cinco milhões de empregos diretos e indiretos, além de congregar mais de 70.000 agricultores e aproximadamente 400 usinas e destilarias. Veja abaixo o quadro de distribuição da produção de cana-de-açúcar por estado no Brasil.
Tabela 2 – Produção percentual por estado.
Fonte: UNICA, ALCOPAR, BIOSUL, SIAMIG, SINDALCOOL, SIFAEG, SINDAAF, SUDES e MAPA (2015).
	Nota-se por meio da tabela 2 que o estado de São Paulo é o principal estado produtor de cana, com 56% da produção nacional. A região Centro Sul, representada pelos estados de São Paulo, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo lidera a produção de cana-de-açúcar e, consequentemente, de álcool anidro e hidratado, respondendo por cerca de 93% da produção brasileira. A participação das regiões Norte e Nordeste na produção nacional da cana tem apresentado uma tendência decrescente, sendo que os principais estados produtores – Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Rio Grande do Norte e Bahia- que em 1990 detinham 23% da produção nacional, atualmente respondem por apenas 7%. Os custos de produção nestas regiões são mais elevados do que na região Centro-Sul devido, sobretudo, à topografia menos apta à mecanização e à qualidade inferior do solo (UNICA, 2017). Abaixo segue a tabela com a área plantada com cana-de-açúcar por estado no Brasil.
	
Tabela 3 - Área plantada com cana-de-açúcar no Brasil
Fonte: Elaborada pela UNICA a partir de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2016).
O Brasil é atualmente o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, responsável por 1/3 de toda a produção mundial. De acordo com dados da safra (2015/2016 tabela 3), a agroindústria canavieira ocupa uma área de cerca de 10,8 milhões de hectares, equivalente a 16,53% da área agrícola do país, com uma produção correspondente a aproximadamente 651 milhões de toneladas de cana.
2.2 Exportações
Segundo o MAPA (2017), o total das exportações de açúcar do complexo sucroalcooleiro brasileiro na safra 2016/2017 atingiu cerca de 28.993 milhões de toneladas, isto equivale a um montante aproximado de R$ 38 bilhões de reais, levando-se em consideração um preço médio de U$ 409.
3. APRESENTAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
3.1 Histórico
Natural de Bom Conselho, Pernambuco, onde nasceu no dia 8 de dezembro de 1900, Tércio Wanderley era filho de Lívio Wanderley e dona Santina. Seu pai era alagoano de Santana do Ipanema e, em Bom Conselho, era um influente chefe político.
Figura 1 – Tércio Wanderley e seus filhos
Fonte: SA Usina Coruripe (2017)
Foi a atividade política do seu pai que fez com que a família fosse transferida para Palmeira dos Índios quando Tércio Wanderley tinha nove anos. A vitória de Dantas Barreto para o governo de Pernambuco, a quem Lívio Wanderley fazia oposição, provocou enfrentamentos violentos entre os grupos políticos locais.
Em Palmeira dos Índios, Tércio Wanderley recebe orientação educacional do Monsenhor Lessa. Neste período, convive com Graciliano Ramos e participa de do teatro e escreve em um jornal estudantil.
Vem para Maceió em 1911 indo estudar no Colégio Diocesano e no Colégio São José, do professor Agnelo Barbosa. Na convivência escolar, conhece o professor Guedes de Miranda, com quem estabelece uma longa amizade. Ainda jovem, envolveu-se com o comércio e indústria. A sua visão empreendedora o levou a constituir um dos grupos econômicos mais bem-sucedido em Alagoas.
Em setembro de 1918, instala na Rua do Comércio a firma Wanderley e Mello, voltada para estivas em geral. Seu sócio era Antônio Pereira de Melo, que logo se afasta, deixando a firma somente com o nome Tércio Wanderley.
Compra, em 1925, uma fábrica de sabão ao empresário Gustavo Paiva e ele mesmo viaja o interior do estado para distribuir os seus produtos. Essa mesma indústria, logo, também está fabricando velas, mas a Segunda Guerra Mundial fez desaparecer a matéria-prima, inviabilizando o negócio.
Figura 2 – Usina Coruripe em 1941
Fonte: SA Usina Coruripe (2017)
Na década de 1920, Tércio Wanderley chega à presidência da Aliança Comercial dos Retalhistas. Na década seguinte, cria a Sociedade em Comandita Simples Tércio Wanderley & Cia. Também ocupa a vice-presidência da Associação Comercial de Maceió.
Em 1934, nasce a firma Tércio Wanderley & Cia. Ltda e seus negócios são ampliados com a aquisição em Neópolis, Sergipe, de uma fábrica de tecidos. A principal aquisição ocorre em 1941, quando compra de José de Castro Azevedo a Usina Coruripe, que funcionava desde de 1925.
Figura 3 – Usina Coruripe em 1941
Fonte: SA Usina Coruripe (2017)
Casou-se com dona Corália Montenegro Wanderley, com quem teve três filhos: Rubens, Victor e Vilma.
Figura 4 - Corália e Tércio Wanderley na comemoração dos 89 anos
Fonte: SA Usina Coruripe (2017)
Em 1945, com a fundação do Partido Social Democrático e a presença do interventor Ismar de Goes Monteiro, Tércio Wanderley é eleito deputado estadual constituinte, com a 5ª votação (1.273 votos). A Assembleia Constituinte só foi instalada em 10 de março de 1947.
Figura 5 - Tércio Wanderley deputado constituinte em 1947
Fonte: SA Usina Coruripe (2017)
O seu mandato foi voltado, principalmente, para a defesa da economia alagoana, sem se descuidar das questões sociais e políticas do governo. Por desentendimentos com o governador Silvestre Péricles e por pressão da família, desiste da política ao final do primeiro mandato de deputado estadual.
As ações sociais protagonizadas por Tércio Wanderley e por suas empresas também tiveram reconhecimento público, traduzido nas mais diversas formas de homenagens. Uma das principais veio do Vaticano, por meio da Comenda dos Cavaleiros da Ordem de São Silvestre. Era a igreja reconhecendo seu espírito solidário e humanitário numa época em que a prática da responsabilidade social era pouco comum nas empresas brasileiras.
O comendador Tércio Wanderley morreu em janeiro de 1994, ano em que a Usina Coruripe começou a ampliar suas fronteiras para Minas Gerais, pois Alagoas não mais dispunha de terras para o cultivo da cana. Assim surgia o Grupo Tércio Wanderley, hoje representado por três holdings, que detêm o controle da Usina Coruripe, Coruripe Energética e o Terminal Rodoferroviário de Fernandópolis, além da participação societária em outras empresas.
Mapa 2 - Unidades Processadoras do Grupo Tércio Wanderley – Usinas Coruripe
Fonte: UDOP, 2013
Org.: CAMPOS, N. L., 2013.
O que começou com um pequeno engenho em 1925, com o passar dos anos e os olhos atentos de um empreendedor, se transformou em uma das mais importantes companhias do Brasil. Talvez essa seja a melhor definição para a Usina Coruripe, uma das dez maiores empresas do setor sucroalcooleiro no país. 
Figura 7 – Ranking capacidade de moagem usinas no Brasil
Fonte: Usina Coruripe (2017)
Com mais de 90 anos de existência, a Usina Coruripe passou de um pequeno engenho para uma das dez maiores empresas de açúcar e etanol no Brasil, possuindo grande tradição e credibilidade neste mercado. 
Figura 8 – Histórico de acontecimentos da Coruripe
Fonte: Usina Coruripe (2017)
Em 2013, a empresa deu um passo importante para continuar atuando no setor sucroalcooleiro como uma referência de sucesso: adotou o modelo de gestão profissionalizada. Os proprietários continuam traçando as estratégias dos negócios, formando o Conselho de Administração, porém o processo decisório é baseado em meritocracia e visão de futuro. A diretoria é formada por um diretor Presidente, e os diretores Comercial, Financeiro,ADM/RH, Jurídico e de Produção, além uma gerência executiva de fornecedores.
 
Figura 9 – Estrutura organizacional
Fonte: Usina Coruripe (2017)
Os produtos comercializados pela Usina Coruripe são:
Açúcar cristal: É um açúcar mais elaborado. Seu aspecto branco o torna mais sofisticado. É comercializado no mercado interno e externo.
Açúcar demerara: É o açúcar bruto, ainda com a camada de mel que cobre o cristal do açúcar, por isso sua cor assemelha-se a do mel. Geralmente é vendido no mercado interno. A sua derivação, o açúcar VHP, é vendida no mercado externo.
Açúcar triturado: É o mesmo açúcar cristal, só que moído. Seu maior uso é na produção de doces refinados.
Etanol hidratado industrial: É o mesmo etanol hidratado, entretanto sua composição é mais pura. Muito utilizado na indústria petroquímica, química, alimentícia e cosmética.
Etanol hidratado: Sua composição contém 5% de água. É utilizado como combustível em carros com motores a álcool ou flexfuel.
Etanol anidro: Produto isento de água, também conhecido como etanol desidratado. É utilizado como combustível, misturado com a gasolina. Quando exportado, sua especificação pode variar de acordo com a legislação do país de destino. O etanol hidratado e o anidro são os únicos combustíveis renováveis utilizados em escala mundial.
Energia elétrica: Produto originado a partir da queima do bagaço da cana (biomassa). É utilizada pela própria unidade industrial e seu excedente é vendido a concessionárias de energia.
Melaço: Mel com baixa concentração de açúcar, geralmente utilizado para destilação do etanol ou para alimentação animal.
Açúcar VHP: Semelhante ao demerara, porém com menos mel. Por ser um açúcar bruto e com umidade menor que o demerara, é o mais comercializado no mercado externo.
Mel rico: Mel com grande concentração de açúcar, geralmente utilizado para extração do açúcar.
Óleo fúsel: Subproduto da destilação do etanol, é utilizado para fins farmacêuticos e indústrias químicas.
Levedura: Subproduto do açúcar e etanol. Serve como complemento de ração animal.
Bagaço de cana hidrolisado: Subproduto da cana utilizado para ração. Produto hidratado com vapor à alta pressão para facilitar a digestão animal.
Vinhaça: Subproduto da fabricação do etanol. É utilizada como fertilizante no canavial.
Torta: Subproduto da fabricação do açúcar e do etanol. É utilizada como fertilizante.
A importância da Usina Coruripe vai além do cenário econômico e produtivo. A preservação da natureza e o cuidado com o ser humano também são prioridades para a empresa, que pauta os seus trabalhos alicerçados nas responsabilidades sócio ambientais. A Usina Coruripe gera cerca de 10 mil empregos diretos e 35 mil empregos indiretos, possui programas voltados a comunidade nas áreas de saúde, educação, habitação e aposentadoria, e é detentora dos mais importantes prêmios e certificações nas áreas de qualidade, ambiental dentre outros...
Figura 10 – Certificações da empresa
Fonte: Usina Coruripe (2017)
Figura 11 – Outros prêmios
Fonte: Usina Coruripe (2017)
3.2 Missão, Visão e Valores 
	De acordo Oliveira (2004, p.126), “Missão é a razão de ser da empresa. Nesse ponto procura-se determinar qual o negócio da empresa, por que ela existe, ou, ainda em que tipo de atividades a empresa deverá concentrar-se no futuro”.
Jesus (2008) complementa o raciocínio de Oliveira quando cita que a missão de uma organização está intimamente ligada não somente ao lucro, mas ao seu objetivo social. Pois toda missão dever nortear os objetivos financeiros, humanos e sociais da empresa.
Segundo KOTLER, (2000, p.83) “A missão da empresa deve ser definida em termos de satisfazer a alguma necessidade do ambiente externo, e não em termos de oferecer algum produto ou serviço ao mercado”.
	Desta forma a missão da SA Usina Coruripe Açúcar e Álcool Produzir açúcar, etanol e energia com segurança e sustentabilidade, gerando valor aos acionistas, colaboradores, parceiros e sociedade.
A missão da Usina Coruripe está ligada ao pensamento de Porto (2008), que define que a missão de uma empresa representa a razão de existência dela. Para isso a missão deverá abranger o propósito básico da organização e a transmitir seus valores a colaboradores, clientes, fornecedores e toda a sociedade.
	Em se tratando da visão da empresa, Oliveira (2004, p.88), define visão como: “Visão é conceituada como limites que os proprietários e principais executivos da empresa conseguem enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla”.
	Porto (2008) vai mais além da definição dada por Oliveira e diz que a visão deve estar alinhada como os valores centrais da organização. Ou seja, são os fundamentos primordiais e longevo da organização. A organização necessita voltar seus olhos para o interior da própria organização para definir a visão, a visão precisa ser inspiradora e impulsionadora, ela dever gerar uma energia positiva para seus colaboradores.
Desta forma, a visão da SA Usina Coruripe Açúcar e Álcool é: ser a referência nos mercados onde atuamos, nos posicionando sempre como uma das empresas mais rentáveis do setor. 
Em tratando-se dos valores, eles estão intimamente ligados as motivações da organização, o que faz com que ela seja ativa sempre e mantenha o foco para seus objetivos. Trata-se da filosofia, das atitudes e das crenças que formam um conjunto de regras para os colaboradores seguirem em prol de resultados desejados.
Organizações com valores não definidos criam uma ambiência interna com ausência de ética, crenças e ideais (SILVA et al., 2011).
A SA Usina Coruripe Açúcar e Álcool têm em seus princípios a governança corporativa, que valoriza e fortalece a relação com todos os seus colaboradores, trata-se de um elemento imprescindível para o desempenho organizacional que é norteado por ótimos princípios e que são:
Respeito pelas pessoas - Respeitar o ser humano em qualquer situação é uma prioridade da empresa, sempre.
Segurança - Valorizar a vida sempre, em todos os momentos, é uma filosofia que a empresa não abre mão.
Sustentabilidade - Ter rentabilidade econômica, ambiental e social. Isto é a base de sustentação da empresa.
Ética - Agir com ética e apresentar bom caráter são compromissos na relação com nossos diversos públicos.
Qualidade - Garantir a qualidade de nossos produtos através de processos avançados e é compromisso de todos. 
Satisfação dos Clientes - Manter sempre clientes satisfeitos com a qualidade de nossos produtos, rapidez na entrega e excelência no atendimento.
4. ANÁLISE AMBIENTAL
4.1 Análise do mercado 
De acordo com Salim et al. (2005), a análise de mercado deve conter uma análise dos mercados, dos concorrentes e dos parceiros, dentro do possível segmentar e avaliar as formas de abordagem para cada um dos grupos de interesse.
	Professor gostaria de sua ajuda no desenvolvimento deste item, o senhor poderia me orientar como eu devo segmentar as empresas do setor?
4.2 Aspectos Macro ambientais
	Os aspectos macro ambientais apresentam uma forte relevância para o desenvolvimento e a realização das atividades na empresa. Por causa disto, alguns autores dividem estes aspectos em outras variáveis.
Kotler (1986) divide o macro ambiente em basicamente quatro componentes: tecnologia, política pública, economia e cultura. Entretanto, neste trabalho será apresentada somente as variáveis descritas por Aaker (2001). Segundo Aaker (2001), o macro ambiente poderá ser dividido em condições de governo, tecnológicas, econômicas, demográficas e culturais.
4.2.1 Componentes Econômicos
Em tratando-se da variável relacionada as condições econômicas, elas representam fatos críticos para o sucesso de uma organização. Os salários, preços cobrados por competidores e concorrentes, as políticas fiscais, são consideradas variáveis econômicas (STONER; FREEMAN, 1999).
Segundo (STONER; FREEMAN, 1999), alguns indicadores econômicos são: produto nacional, renda nacional, investimentos,poupança, preços, emprego, produtividade, ações internacionais e atividades governamentais. Todos estes fatores com o decorrer do tempo sofrem variações, e é tarefa imprescindível do gestor dispor boa parte de seu tempo disponível e de sua organização para a confecção de previsões sobre as variáveis econômicas.
4.2.2 Componentes tecnológicos
As condições tecnológicas, de acordo com Kotler (1986), representam a força mais crítica de transformação e de ampliação da habilidade do homem de desenvolver sua sorte. Já segundo Stoner e Freeman (1999, p. 58) “as variáveis tecnológicas incluem os avanços nas ciências básicas, como a Física, bem como novos aperfeiçoamentos em produtos, pessoas e materiais”. Desta forma, as variáveis tecnológicas são todos os novos desenvolvimentos ligados a produtos e processos, bem como a ciência, que podem afetar as atividades de uma organização (STONER; FREEMAN, 1999).
4.2.3 Componentes de governo 
As condições de governo, ou variáveis políticas, são “fatores que podem influenciar as atividades de uma organização em decorrência do processo ou do clima político” (STONER; FREEMAN, 1999, p. 58). Qualquer governo possui a capacidade de afetar as organizações incluindo ou removendo restrições legais ou regulatórias, as quais podem gerar importantes ameaças as estratégias da organização (AAKER, 2001). 
4.2.4 Componentes Culturais
As condições culturais, também, representam um fator de grande relevância para as empresas pelo fato de valores culturais afetarem as atitudes das pessoas em relação à organização e ao trabalho (STONER; FREEMAN, 1999).
Segundo Aaker (2001, p. 108) “tendências culturais podem representar tanto ameaças quanto oportunidades para uma ampla variedade de empresas”. Desta forma, as organizações devem buscar compreender as tendências dos consumidores, que variam de acordo com a sua cultura.
4.2.5 Componentes demográficas
As condições demográficas apresentam uma importante potência relacionada ao mercado. As variáveis demográficas mais influentes são: a renda, a idade a educação e a localização geográfica (AAKER, 2001).
As alterações demográficas são de extrema importância para as empresas por que afetam diretamente ela, como a quantidade da mão-de-obra, ou alterações no perfil da população que podem criar questões sociais que atinjam as organizações e, por fim, a demografia molda os mercados para diversos produtos (STONER; FREEMAN, 1999).
4.3 Ambiente Externo
4.4 Ambiente Interno
4.6 Análise de SWOT
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. 
CAVALCANTE, Messias Soares. A verdadeira história da cachaça. São Paulo: Sá
Editora, 2011.
FELIPE, Danielle Carvalho. Produtividade da Cana-de-Açúcar submetida a diferentes
épocas de plantio. 70 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia). Universidade Federal da
Paraíba, Areia-PB, 2008. Disponível em
<http://www.cca.ufpb.br/ppga/pdf/mestrado/DanielleFelipe-ms08.pdf>. Acesso em: 22
Jul.2015.
JESUS, Sergio Luiz. A importância da missão, visão e valores de uma empresa. Disponível em: <http://www.skywalker.com.br/artigos/gestao/missao.html>. Acesso em: 20 fev. 2008. 
KOTLER, Philip. Administração de Marketing. São Paulo:
Prentice Hall, 1986.
KOTLER, Philip. Administração de Marketing: A edição do novo milênio. São Paulo: Prentice Hall, 2000.
MACHADO, Fulvio de Barros Pinheiro. Brasil, a doce terra – História do Setor. São Paulo, 2010
MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Anuário Estatístico da
Agroenergia. 2017
MATTOS, A. R. Açúcar e Álcool no Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1942.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento estratégico: conceitos,
metodologia práticas. 20 ed. São Paulo: Atlas, 2004.
PORTO, Marcelo Antoniazzi. Missão e Visão organizacional: orientação para a sua concepção. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1997_T4105.PDF>. Acesso em: 22 fev. 2008.
PRADO JUNIOR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970.
SALIM, Cesar Simões et al. Construindo planos de negócios. 3.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
STONER, James Arthur Finch; FREEMAN, R. Edward . Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
UNICA. Relatórios de produção data base, 2017. Disponível em: <http://www.unicadata.com.br>. Acesso em: 22 Out.2017.

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