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EXAME DE ORDEM 2012.2 Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus CURSO INTENSIVO MODULAR – OAB 2012.2 Disciplina Direito Penal Aula 06 EMENTA DA AULA 1. Culpabilidade 2. Concurso de pessoas GUIA DE ESTUDO 1. Culpabilidade: � O conceito analítico de crime: crime é todo fato típico, ilícito e culpável. Dessa forma, a culpabilidade não é pressuposto de aplicação da pena, mas sim requisito do crime. É o juízo de reprovação pessoal que se faz sobre a conduta ilícita do agente. � Elementos da culpabilidade: (IM – PO – EX) • IM – IMPUTABILIDADE: imputável é aquele que reúne as capacidades de entendimento (significa ter a capacidade de distinguir o certo do errado)e de autodeterminação (o agente não tem autocontrole de seus atos). ATENÇÃO: art. 26,”caput”, CP – faltando uma dessas duas capacidades mentais, no momento da ação ou omissão, o agente será inimputável. O inimputável do art. 26, “caput” receberá medida de segurança, através de uma sentença absolutória imprópria. Ex. embriaguez patológica, esquizofrênicos, paranoicos, etc. PERGUNTA: Para o CP quem mais é inimputável, além dos casos do art. 26, “caput”? 1. Menores de idade – estarão sujeitos a julgamento pelo Juízo da Vara da Infância e Juventude, sofrerão medidas socioeducativas ou medidas de proteção (adolescentes) e para as crianças apenas medidas de proteção. 2. Embriaguez acidental completa decorrente de caso fortuito ou força maior – o réu será absolvido, por uma sentença absolutória própria. NÃO GERA INIMPUTABILIDADE: art. 28, CP 1. Emoção ou paixão 2. Embriaguez voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 3. Semi-imputável – art. 26, parágrafo único, CP: neste caso o juiz condena o réu com pena diminuída de 1/3 a 2/3 ou irá aplicar EXAME DE ORDEM 2012.2 Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus medida de segurança, conforme art. 98, CP. Foi adotado o sistema vicariante, pelo qual o juiz aplica pena ou medida de segurança e NUNCA as duas conjuntamente, uma vez que não foi adotado o sistema do duplo binário. 4. Embriaguez acidental incompleta proveniente de caso fortuito ou força maior – art. 28, §2º, CP: o juiz condena o réu, mas diminui sua pena de 1/3 a 2/3. CUIDADO: Por fim, a embriaguez pré-ordenada gera uma agravante genérica, conforme art. 61, II, “l”, CP - uma vez que nesta o agente se embriagou exclusivamente para cometer o crime. • PO – POTENCIAL CONHECIMENTO DA ILICITUDE: é a possibilidade de conhecer o caráter ilícito do fato, trata-se de uma possibilidade cultural. A defesa, por sua vez, pode alegar que o réu não tinha conhecimento do caráter ilícito do ato, isso acontece quando alega erro de proibição – agente sabe o que faz, pensa que sua conduta lícita, quando na verdade é proibida, ilícita. • EX – EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA: examina-se o “livre arbítrio”, isto é, é verificado se no caso concreto poderia agir de outra forma. Se ele não tinha outro caminho, outra possibilidade de conduta, não há que se falar em consequências negativas. Quais são as causas legais que excluem a exigibilidade de conduta diversa, portanto também a culpabilidade? Art. 22, CP: afastam a culpabilidade, levando à absolvição do réu 1. Coação moral irresistível 2. Obediência hierárquica a ordem não manifestamente ilegal Existe causa supra legal (que não está na lei) de exclusão da culpabilidade? Sim, como por exemplo, a inexigibilidade de conduta diversa traduzida pelas dificuldades financeiras comprovadas pelo réu acusado do crime de apropriação indébita previdenciária – art. 168-A, CP. 2. Concurso de pessoas: � Formas de concurso de agentes: • Participação: aquele que não pratica o verbo nuclear do tipo, mas de um modo qualquer auxilia na empreitada criminosa. O participe também é conhecido como cúmplice. Como ocorre o auxílio do partícipe? EXAME DE ORDEM 2012.2 Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus a) Moral – pelo induzimento (dar a idéia inicial do crime) ou pela instigação (reforçar uma idéia já existente). b) Material – efetivo auxilio material para a prática do crime, como por exemplo, quando Tício empresta sua arma para que Mévio mate Simfronésio. • Coautoria: coautor é aquele que pratica os atos executórios do crime (aquele que também comete o verbo nuclear do tipo). � Requisitos do concurso de agentes: (P – R – I – L) • P – Pluralidade de agentes / condutas • R – Relevância causal das condutas: para o agente ser partícipe sua conduta tem que ser relevante, sob pena de não responder pelo crime, como por exemplo, quando o autor dos disparos não se utilizou da faca emprestada por seu amigo. • I – Identidade de infração para os agentes: o CP adotou a teoria monista, onde todos os agentes, sejam coautores ou partícipes, respondem pelo mesmo crime. Salvo algumas exceções pluralistas trazidas pelo CP – ex. quando particular oferece propina ao funcionário público, em razão de suas funções, comete corrupção ativa (art. 333,CP), ao passo que o funcionário público que recebeu essa vantagem, responderá por corrupção passiva (art. 317,CP). • L – Liame subjetivo
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