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EXAME DE ORDEM 2012.2 Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus CURSO INTENSIVO MODULAR – OAB 2012.2 Disciplina Direito Penal Aula 01 EMENTA DA AULA 1. Lei Penal no tempo 2. Tempo do Crime 3. Lugar do Crime 4. Lei Penal no espaço GUIA DE ESTUDO 1. Lei Penal no tempo: • Em primeiro lugar, é correto afirmar que a lei penal é irretroativa. Isso significa que ela deve ser aplicada para fatos ocorridos depois dela. • “Lex Mitior”: No entanto, a lei pode retroagir para beneficiar o réu. É o Princípio da Retroatividade Benéfica (art. 5º, XL, CF e art. 2º, CP) - se for uma lei mais benéfica, retroage. Já se for lei mais gravosa, não retroage (“Lex Gravior”). � A “Lex Mitior” inclui: • “Abolitio Criminis”: é a lei penal posterior que descriminaliza condutas, torna o fato penalmente atípico (art. 2º, “caput” e art. 107, CP). Ex. Adultério, até então considerado crime, atualmente deixou de ser crime, hoje é um mero ilícito civil. o Consequência da “Abolitio Criminis”: provoca a extinção da punibilidade do réu (art. 107, III, CP). A “Abolitio Criminis” provoca a cessação dos efeitos penais, mas permanecem os efeitos civis. • “Novatio Legis in Mellius”: é a nova lei penal que mantém a incriminação, mas dá ao fato tratamento mais brando (art. 2º, parágrafo único, CP). Ex. art. 28, da lei 11343/06 – é ainda crime, conforme o STF, no entanto, houve tratamento mais brando, deixou de ter pena privativa de liberdade. o A lei que retroage em favor do réu alcança até a sentença condenatória transitada em julgado. Havendo trânsito em julgado da sentença EXAME DE ORDEM 2012.2 Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus condenatória, conforme art. 66, I, LEP e Súmula 611/STF, é o Juízo das Execuções Penais que irá aplicar a lei que beneficia ao réu. o Se não houve ainda o trânsito em julgado da sentença condenatória, é o juízo do processo que irá aplicar a lei mais benéfica ao réu. o A lei penal gravosa aplica-se ao crime continuado ou permanente se entrar em vigor durante a permanência ou continuidade delitiva (Súmula 711/STF). 2. Tempo do Crime: art. 4º, CP • Há situações excepcionais que a conduta do agente criminoso ocorreu em um dia, mas o resultado ocorreu em outra data. Antes de tudo, essa matéria é importante principalmente para as questões de maioridade penal, e quando for editada uma lei mais gravosa. • Com relação ao tempo do crime, foi adotada a Teoria da Atividade, ou seja, considera- se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que seja outro o momento do resultado. Ex. Tício, com 17 anos e 11 meses, atirou em Mévio, com intenção de matar. Porém Mévio ficou internado 3 meses, na UTI, ocasião em que faleceu. Nesse caso, deve ser aplicado o ECA, pois o agente, na data dos fatos, ainda era menor de 18 anos. Obs.: Não importa a hora de nascimento do agente que completa 18 anos naquele dia, pois a partir do primeiro segundo do dia de seu aniversário, já adquiriu a maioridade penal. Ex.1: Cuidado - Tício, com idade de 17 ano e 11 meses, praticou extorsão mediante sequestro, contra a vítima Mévio. Tal sequestro durou 3 meses, ocasião em que a vítima foi solta e o agente foi preso. Nesse caso, Tício vai responder pelo Código Penal, até porque cometeu um crime permanente, ou seja, aquele cujo momento consumativo se prolonga no tempo. 3. Lugar do Crime: art. 6º, CP • É correto falar que o lugar do crime do art. 6º, CP, é aplicado aos Crimes à Distância ou de Espaço Máximo, são aqueles em que a ação ocorre em um país e o resultado em outro. Trata-se de um critério de aplicação da lei penal. • Com relação ao lugar do crime o Código Penal adotou a Teoria da Ubiquidade ou Mista, pois o crime se considera praticado no lugar da ação ou omissão, quanto no lugar do resultado. EXAME DE ORDEM 2012.2 Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus LUTA: Lugar do Crime: Ubiquidade Tempo do Crime: Atividade 4. Lei Penal no espaço: art. 5º, CP � A lei brasileira se aplica aos fatos acontecidos no território nacional, no entanto, o CP adotou o Princípio da Territorialidade Temporada ou Mitigada, pois existem aqueles que gozam de imunidade diplomática: • Chefes de Estado • Chefes de Governo • Embaixadores • Chefes de Organismos Internacionais • Familiares destas pessoas. ATENÇÃO: o interior das embaixadas estrangeiras em nosso país é território nacional, é Brasil. � Território Nacional: compreende todo espaço em que o Brasil exerce a sua soberania. Engloba: • Território Físico; • Território Aéreo; • Território Marítimo: 12 milhas – art. 1º da lei 8617/93 • Extensão do Território Nacional: Art. 5º, §1º, CP – engloba as aeronaves e embarcações públicas brasileiras que estiverem em qualquer parte do planeta, além disso, as aeronaves e embarcações brasileiras privadas que estiverem no território nacional ou em alto mar. � Extraterritorialidade da Lei Penal Brasileira: art. 7º, CP – é aplicação da lei penal brasileira ao crime ocorrido no estrangeiro. Espécies de Extraterritorialidade: • Extraterritorialidade Incondicionada – art. 7º, I, CP; • Extraterritorialidade Condicionada – art. 7º, II; §2º; 3º, CP.
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