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IS_ Direito_Civil_aula05

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EXAME DE ORDEM 2012.2
 Coordenação Pedagógica OAB 
 
EXAME DE ORDEM 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
 
CURSO INTENSIVO MODULAR – OAB 2012.2 
 
Disciplina Direito Civil 
Aula 05 
 
EMENTA DA AULA 
1. Responsabilidade Civil 
 
GUIA DE ESTUDO 
1. Responsabilidade Civil: 
� Conceito: dever imposto a alguém de indenizar os prejuízos sofridos por outrem. 
� Classificação: 
• Quanto à existência ou não de contrato: 
o Contratual – o dando decorre da violação de um contrato. 
o Extracontratual ou aquiliana – o dano surge da violação do dever de cuidado, 
e não da quebra de um contrato (acordo de vontades). 
• Quanto à exigência ou não de elemento subjetivo: 
o Subjetiva – só haverá o dever de indenizar se o agente agiu com dolo ou 
culpa. 
o Objetiva – pouco importa a existência ou não de dolo ou culpa, basta a 
existência de uma conduta de um dano e de um nexo que os una. 
� Elementos da responsabilidade civil – art. 186, CC: 
• Conduta – ação ou omissão voluntária. O dolo e a culpa só serão exigidos se a 
responsabilidade for subjetiva. 
• Dano – é o prejuízo, pode ser patrimonial, moral ou estético (aquele que causa um 
afeamento). 
• Nexo de causalidade – a ligação que o Direito faz entre a conduta e o dano. A maioria 
da doutrina entende que não existe responsabilidade civil sem nexo de causalidade. 
Obs.: alguns autores sustentam que é possível, em raros casos, 
responsabilidade civil sem nexo, por exemplo, no dano ambiental – 
Fernando Noronha. 
• Causas de exclusão da ilicitude: são as mesmas do Direito Penal, há uma conduta lesiva a 
direito alheio, porém tal conduta é autorizada pelo Direito. 
• Legitima defesa 
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• Exercício regular de direito 
• Estado de necessidade 
• Estrito cumprimento do dever legal 
Regra geral aplicável a todas as excludentes: se no exercício de uma dessas excludentes o 
agente causa dano a direito do agressor, nada terá de indenizá-lo. Se causar dano a terceiro, 
deve indenizar o terceiro e cobrar em regresso do agressor. 
� Culpa: é a ausência do dever de cuidado que cabe ao “homem médio”. 
Formas pelas quais a culpa se apresenta: 
• Imprudência – é o agir desastrado, culpa por ação. Ex. praticar racha. 
• Negligência – é a culpa por omissão. Ex. deixa de trocar pneu careca. 
• Imperícia – também chamada de “culpa profissional”, é a imprudência ou negligência 
praticada por pessoa habilitada ao ato. 
Graus de culpa: 
• Levíssima – é aquela cujo dano só seria evitado por pessoa de diligência (cuidado) 
extraordinária. 
• Leve – aquela que pessoa de diligência comum teria como evitar. 
• Grave ou lata – a que resulta da absoluta falta de cuidado (equipara-se ao dolo). 
Atenção: a regra é a de que a indenização é medida pela extensão do dano (art. 944). No 
entanto, se houver excessiva desproporção entre o grau de culpa e o dano, o juiz pode 
reduzir equitativamente a indenização (art. 944, parágrafo único). 
� Indenização: indenizar é tornar indene, ou seja, sem dano. A indenização deve fazer que a 
vítima retorne a situação em que se encontrava antes do dano (“statu quo ante”). Deve 
abranger o dano emergente (o que a vítima efetivamente perdeu) e o lucro cessante (o que a 
vítima razoavelmente deixou de ganhar). 
� Causas de exclusão do nexo causal: atuam sobre o nexo causal, destruindo-o (ainda que a 
responsabilidade seja objetiva). 
• Culpa exclusiva da vítima (ato exclusivo da vítima) – por sua própria conduta a vítima 
da causa ao dano que sofre. 
• Culpa exclusiva de terceiro – ATENÇÃO: o transportador de pessoas não pode alegar 
culpa exclusiva de terceiro para se livrar do dever de indenizar. Deve indenizar a 
vítima e cobrar em regresso do terceiro. 
• Caso fortuito ou força maior – conceito no art. 393, parágrafo único. 
� Hipóteses específicas de responsabilidade civil: 
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• Responsabilidade civil do incapaz – o incapaz só responde pessoalmente pelos danos 
que causar se as pessoas por ele responsáveis não tiverem a obrigação de fazê-lo, ou 
não dispuserem de recursos suficientes para tanto. 
Obs.: a indenização será equitativa e não terá lugar se privar o incapaz ou as 
pessoas que dele dependam do necessário do necessário para a 
sobrevivência. 
• Responsabilidade civil objetiva pelo risco da atividade – no Direito brasileiro a 
responsabilidade civil será objetiva em duas hipóteses (art. 927, parágrafo único): 
o Se a lei disser que é; 
o Se a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por 
sua natureza, riscos para os direitos de outrem. Ex. fabricação de explosivo. 
• Responsabilidade civil por fato de terceiro – os pais, tutores, curadores e 
empregadores, respondem pelos danos causados, respectivamente, pelos filhos 
menores, tutelados, curatelados e empregador. (art. 932 e 933). 
• Responsabilidade civil pelo fato do animal – o dono do animal ou o seu detentor 
responde pelos danos causados por este, salvo se provar culpa exclusiva da vítima ou 
força maior. 
• Responsabilidade civil em razão de coisas caídas ou lançadas de prédio em local 
indevido(“efusis et dejectis”) – aquele que habitar prédio (qualquer construção) ou 
parte dele responde pelos danos causados por coisas dele caídas ou lançadas em 
local indevido. 
Obs.: se não for possível identificar de onde caiu: 
Corrente 1 – Silvio Rodrigues: fica sem indenização. 
Corrente 2 – Majoritária hoje: todos respondem.

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