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APOSTILA PENAL PRIMEIRO SEMESTRE 2016

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1 
 
APOSTILA DE DIREITO PENAL – 1º SEMESTRE 
SUMÁRIO 
 
1 - HISTÓRIA DO DIREITO PENAL.................................................................................... PAG 25 
A – ORDENAÇÕES AFONSINAS................................................................................PAG 25 
B – ORDENAÇÕES MANOELINAS.............................................................................PAG 25 
C – ORDENAÇÕES FILIPINAS....................................................................................PAG 26 
 D – CÓDIGO CRIMINAL DO IMPÉRIO 1830..............................................................PAG 28 
 E – CÓDIGO PENAL REPUBLICANO 1890..................................................................PAG 32 
 F - CONSOLIDAÇÕES DAS LEIS PENAIS 1932.............................................................PAG 34 
 G – CÓDIGO PENAL DE 1940....................................................................................PAG 35 
 H – CAPITÂNIAS HEREDFITÁRIAS.............................................................................PAG 38 
 
2 - CORRETA FORMA DE LEITURA DOS ARTIGOS.............................................................PAG 03 
 
3 - FENÔMENO DA RECEPÇÃO........................................................................................PAG 03 
 
4 - LEI PENAL NO TEMPO................................................................................................PAG 03 
 A - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.................................................................................PAG 03 
 B - PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL............................................................................PAG 04 
 C - PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE..........................................................................PAG 04 
 D - PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE.............................................................................PAG 04 
 D1. COMO SE CRIA UMA LEI.......................................................................PAG 04 
 E- ABOLIÇÃO DO CRIME..........................................................................................PAG 05 
 F - REFORMA DA LEI PENAL....................................................................................PAG 05 
 G - LEI EXCEPCIONAL................................................................................................PAG 05 
 H- LEI TEMPORÁRIA.................................................................................................PAG 06 
 I - TEMPO DO CRIME...............................................................................................PAG 07 
 I1- TEORIA DA ATIVIDADE 
 I2- TEORIA DO RESULTADO 
 I3 – TEORIA DA UBIGUIDADE 
TRANSFERIDO 
PARA O FINAL DA 
APOSTILA 
2 
 
 
5 – CONFLITO APARENTE DE ESPAÇO.............................................................................PAG 07 
 A – TERRITORIALIDADE............................................................................................PAG 07 
 B – LUGAR DO CRIME..............................................................................................PAG 08 
 C – EXTRA-TERRITORIARIDADE ART 7º....................................................................PAG 08 
 D – PRINCÍPIO NE BIS IN IDEM ART 8º...................................................................PAG 09 
 E – EFICÁCIA DA SENTENÇA PENAL ESTRANGEIRA ART 9º......................................PAG 09 
6 – CONFLITO APARENTE DE NORMAS...........................................................................PAG 10 
 A – PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE...........................................................................PAG 10 
 B – PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO...............................................................................PAG 10 
 C – PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE.......................................................................PAG 10 
 D – PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE .....................................................................PAG 11 
7 – TEORIA DO CRIME....................................................................................................PAG 11 
 CONCEITO MATERIAL DE CRIME.................................................................PAG 11 
 CONCEITO LEGAL DE CRIME........................................................................PAG 11 
 CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME................................................................PAG 11 
 ESTRUTURA DO FATO TÍIPICO....................................................................PAG 12 
 
 A – TEORIA CAUSALISTA..........................................................................................PAG 13 
 B – TEORIA FINALISTA TRIPARTIDA..........................................................................PAG 13 
 C – TEORIA FINALISTA BIPARTIDA............................................................................PAG 14 
 D – TEORIA SOCIAL DA AÇÃO..................................................................................PAG 16 
 E – CONCAUSAS.......................................................................................................PAG 18 
F – EXERCÍCIOS (DIFERENÇA ENTRE AS TEORIAS)....................................................PAG 19 
 
8 – CRIME CONSUMADO E CRIME TENTADO...................................................................PAG 20 
 
9 – DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ .........................................PAG 22 
 
10 – ARREPENDIMENTO POSTERIOR..............................................................................PAG 22 
 
11 – CRIME IMPOSSÍVEL................................................................................................PAG 23 
 
3 
 
12 – TEORIAS TEXTOS (CAUSALISTA, SOCIAL, FINALISTA TRIPARTIDA E BIPARTIDA)......PAG 23 
MATERIAL PARA AUXÍLIO NA PROVA CONFORME SUMÁRIO 
 
2 – CORRETA FORMA DE LEITURA DOS ARTIGOS 
ARÁBICOS E ROMANOS: 
ARÁBICOS:DO 1 AO 9 = SE LÊ NA FORMA ORDINAL E DO 10 EM DIANTE NA FORMA CARDINAL 
1 = PRIMEIRO; 2 = SEGUNDO; 3= TERCEIRO; 4 = QUARTO; 5=QUINTO; 6=SEXTO; 7=SÉTIMO 
8 = OITAVO; 9 = NONO; 10 = DEZ ; 11=ONZE; 12=DOZE; 13=TREZE E ASSIM POR DIANTE 
OBS: ARÁBICOS SÃO USADOS SOMENTE PARA ARTIGOS E PARÁGRAFOS 
 
ROMANOS:DO 1 AO 10= SE LÊ NA FORMA ORDINAL E DO 11 EM DIANTE NA FORMA CARDINAL 
1=PRIMEIRO; 2=SEGUNDO; 3=TERCEIRO; 4=QUARTO; 5=QUINTO; 6=SEXTO; 7=SÉTIMO 
8=OITAVO; 9=NONO; 10=DÉCIMO; 11=ONZE, 12=DOZE, 13=TREZE; E ASSIM POR DIANTE 
ROMANOS UTILIZADOS PARA TÍTULOS, INCISOS E CAPÍTULOS 
 
3- FENOMÊNO DA RECEPÇÃO 
É O MOMENTO QUE NA CRIAÇÃO DE UMA NOVA CONSTITUIÇÃO, AS LEIS DA ANTIGA 
CONSTITUIÇÃO PASSAM POR UMA ANALISE, E SERÁ DECIDIDO SE SERÃO RECEPCIONADAS OU 
NÃO. 
EXEMPLO: QUANDO FORMULARAM A ULTIMA CONSTITUIÇÃO A DE 1988, ANALISARAM A LEI 
“Nº 500” DA CONSTITUIÇÃO ANTERIOR (A DE 1967), SE OPTARAM POR MANTÊ-LA NA ATUAL DE 
1988, ESSE FATO SE CHAMA RECEPCIONADA (ELA FOI ACEITA), CASO CONTRÁRIO NÃO 
RECEPCIONADA (ELA NÃO FOI ACEITA). 
 
4 – LEI PENAL NO TEMPO 
A – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE CRIADO EM 1906 
O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE FOI CRIADO JUNTO COM OS DEMAIS, POR QUEM CRIOU O NOSSO 
CÓDIGO PENAL. 
OBS: POR QUE FOI CRIADO: Resp. PORQUE ELE DECIDIU (NÃO TEM UMA JUSTIFICATIVA) 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE É COMPOSTO POR 3 ÍTENS: 
• POLÍTICA: SÃO TODOS OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS, PREVISTOS EM LEI, E 
ESTÃO ASSEGURADOS NA CONSTITUIÇÃO. (FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL). 
• JURÍDICA LATU SENSU: DIREITO ADMINISTRATIVO (AMPLO E ABERTO) 
4 
 
• JURÍDICA STRICTU SENSU: SENTIDO ESTRITO 
 POLÍTICA 
LEGALIDADE = JURÍDICA LATU SENSU PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL 
 JURÍDICA STRICTU SENSU PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADEPRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE 
 
OBS: O CATEDRÁTICO QUE CRIOU O NOSSO CÓDIGO, ACRESCENTOU MAIS 03 PRINCÍPIOS SUB-
ITENS (NO ITEM JURÍDICA STRICTU SENSU, COM A FINALIDADE DE BLINDAR AINDA MAIS O 
CÓDIGO, ACREDITO QUE AFIM DE TENTAR EVITAR INJUSTIÇAS). 
 
B – PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL: PROCESSO LEGISLATIVO QUE A LEI PASSA PARA SER CRIADA, 
PROCESSO LEGISLATIVO PRÓPRIO QUE A LEI PENAL DEVE PASSAR PARA TER VALIDADE. 
 
C – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: A LEI DEVE SER SEMPRE ANTERIOR AO FATO, (SÓ PODE SER 
APLICADA AOS FATOS POSTERIOR A CRIAÇÃO DA LEI) OU SEJA: NÃO HÁ CRIME SEM LEI 
ANTERIOR QUE O DEFINA (ART. 1º) 
 
D – PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE: A LEI DEVE SER CLARA, OBJETIVA e EXPRESSA 
_____________________________________________________________________________ 
 
D1- COMO SE CRIA UMA LEI: (PROCESSO LEGISLATIVO QUE A LEI PASSA) FEDERAL 
 
 
a- ALGUM DEPUTADO APRESENTA O PROJETO DE LEI 
b- PASSA PELA COMISSÃO DE JUSTIÇA DO PLENÁRIO (CÂMARA DOS DEPUTADOS) 
 SE APROVADA: 
c- SERÁ SUBMETIDA A VOTAÇÃO NA CÂMARA 
 SE APROVADA 
d- PASSA PELA COMISSÃO DE JUSTIÇA DO SENADO 
 SE APROVADA 
e- SERÁ SUBMETIDA A VOTAÇÃO NO SENADO 
 SE APROVADA 
f- SEGUE PARA O PRESIDENTE (SANCIONAR OU VETAR) 
 
 
 
 
 
OBS: UMA LEI PENAL NÃO PODE SER ATRAVÉS DE UMA MEDIDA 
PROVISÓRIA (PARTICULARIDADE DA NORMA PENAL) 
 
5 
 
 
E - ABOLIÇÃO DO CRIME (ESTÁ RELACIONADO COM ART 2º) 
• ABOLITIO CRIMINIS = DEIXA DE SER CRIME (OU SEJA) O CRIME FOI ABOLIDO 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando 
em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
 
F - REFORMA DA LEI PENAL (ESTÁ RELACIONADO COM O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART 2º) 
• a- REFORMATIO LEGIS IN MELIUS: REFORMA DA LEI PARA MELHORAR (ESTÁ 
RELACIONADO COM O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART 2º) 
 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
OBS: NESTE CASO, COMO A REFORMA DA LEI FOI PARA MELHOR, PODE RETROAGIR, POIS 
BENEFICIA O RÉU. 
EX: A LEI ANTERIOR CONDENAVA O FURTO POR 2 ANOS, A NOVA CONDENA POR 01 ANO, ESTÁ 
SENDO BENÉFICA RETROAGI 
• b- REFORMATIO LEGIS IN PEJUS: REFORMA A LEI PARA PIORAR 
OBS: NESTE CASO, COMO A REFORMA DA LEI FOI PARA PIORAR, NÃO PODE RETROAGIR, POIS 
PREJUDICA O RÉU. 
EX: A LEI ANTERIOR CONDENAVA O FURTO POR 2 ANOS, A NOVA CONDENA POR 04 ANO, ESTÁ 
SENDO PREJUDICIAL NÃO RETROAGI 
 
G – LEI EXCEPCIONAL (RELACIONADA AO ARTIGO 3º) 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
LEI EXCEPCIONAL: A CAUSA É POR FORÇA DA NATUREZA, CALAMIDADE PÚBLICA (DURA 
ENQUANTO FOR NECESSÁRIO, NÃO TEM PRAZO DE VALIDADE) PODE ABRANGER O PAÍS TODO, 
OU PARTE DELE. 
EX: BARRAGEM DE MARIANA: TERIA UMA LEI SÓ PARA AQUELA CIDADE 
OBS 1: CESSADA A VIGÊNCIA DA LEI, OS CRIMES COMETIDOS DURANTE A SUA VIGÊNCIA, SERÃO 
CONDENADOS COM BASE NESTA LEI, MESMO QUE ELA JÁ TENHA SIDO ABOLIDA. SEUS EFEITOS 
VALEM ATÉ A SENTENÇA. 
6 
 
EX 1: SUPONHAMOS QUE EM MARIANA TINHA UMA LEI (EXCEPCIONAL) QUE PUNIA OS SAQUES 
COM 4 ANOS DE PRISÃO, PASSADO UM TEMPO, A SITUAÇÃO NORMALIZOU, E ESTA LEI FOI 
ABOLIDA, PORÉM ALGUMAS PESSOAS ESTAVAM SENDO JULGADAS POR ESTE CRIME, E QUANDO 
FORAM SENTENCIADAS A LEI JÁ NÃO EXISTIA, NESTE CASO A LEI RETROAGI, MESMO EM 
MALEFÍCIO DO RÉU. PODEMOS CITAR NESTE CASO, A ULTRATIVIDADE GRAVOSA 
OBS 2: DENTRO DO PERÍODO DE VIGÊNCIA DA LEI (ENQUANTO ELA ESTIVER VALENDO), APLICA-
SE A REGRA GERAL, SE HOUVER REDUÇÃO DA PENA, ELA RETROAGI PARA BENEFICIAR O RÉU. 
EX 2: SUPONHAMOS QUE EM MARIANA TINHA UMA LEI(EXCEPCIONAL) EM VIGÊNCIA QUE 
PUNIA OS SAQUES COM 4 ANOS DE PRISÃO, PORÉM A SITUAÇÃO SE ACALMOU, E A PENA FOI 
REDUZIDA PARA 02 ANOS, E ALGUMAS PESSOAS JÁ ESTAVAM CUMPRINDO A PENA, NESTE CASO 
A LEI RETROAGI PARA BENEFICIAR O RÉU, USO DA REGRA GERAL. 
 
H – LEI TEMPORÁRIA (RELACIOANADA AO ART 3º) 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
TEMPORÁRIA: A CAUSA É POR VONTADE DO HOMEM (NASCE COM PRAZO DE VALIDADE, JÁ SE 
SABE A DATA DE TÉRMINO) 
EX : COPA DO MUNDO E OLIMPÍADAS 
OBS 1: CESSADA A VIGÊNCIA DA LEI, OS CRIMES COMETIDOS DURANTE A SUA VIGÊNCIA, SERÃO 
SENTENCIADOS COM BASE NESTA LEI MESMO QUE ELA JÁ TENHA SIDO ABOLIDA. SEUS EFEITOS 
VALEM ATÉ A SENTENÇA. PODEMOS CITAR NESTE CASO, A ULTRATIVIDADE GRAVOSA 
EX 1: SUPONHAMOS QUE DURANTE O PERÍODO DA COPA DO MUNDO, TINHA UMA LEI QUE 
PUNIA O CRIME DE PORTE DE ARMA COM 3 ANOS DE PRISÃO, TERMINADA A COPA, ESTA LEI 
FOI ABOLIDA, PORÉM ALGUMAS PESSOAS ESTAVAM SENDO JULGADAS POR ESTE CRIME, E 
QUANDO FORAM SENTENCIADAS, A LEI JÁ NÃO EXISTIA, NESTE CASO A LEI RETROAGI, MESMO 
EM MALEFÍCIO DO RÉU. 
OBS 2: DENTRO DO PERÍODO DE VIGÊNCIA DA LEI (ENQUANTO ELA ESTIVER VALENDO), APLICA-
SE A REGRA GERAL, SE HOUVER REDUÇÃO DA PENA, ELA RETROAGI PARA BENEFICIAR O RÉU. 
EX 2: SUPONHAMOS QUE DURANTE O PERÍODO DA COPA DO MUNDO, TINHA UMA LEI (EM 
VIGÊNCIA) QUE PUNIA O CRIME DE PORTE DE ARMA COM 3 ANOS DE PRISÃO, DURANTE A COPA 
ESTE CRIME FOI ALTERADO PARA 01 ANO, E ALGUMAS PESSOAS JÁ ESTAVAM CUMPRINDO A 
PENA, NESTE CASO A LEI RETROAGI PARA BENEFICIAR O RÉU, USO DA REGRA GERAL. 
 
 
 
 
ULTRATIVIDADE GRAVOSA = SÓ SE ENCAIXA NA LEIS 
EXCEPCIONAIS E TEMPORÁRIAS. 
7 
 
I – TEMPO DO CRIME (RELACIONADO COM O ART 4º) 
CONSIDERA-SE PRATICADO O CRIME NO MOMENTO DA AÇÃO OU OMISSÃO, AINDA QUE OUTRO 
SEJA O MOMENTO DO RESULTADO. 
I1- TEORIA DA ATIVIDADE 
 MOMENTO DA CONDUTA, SEJA A AÇÃO OU OMISSÃO 
 
 I2- TEORIA DO RESULTADO 
 O CRIME ACONTECE NO MOMENTO DA CONSUMAÇÃO 
 
 I3 – TEORIA DA UBIGUIDADE OU MISTA 
TANTO FAZ, PODE SER NA HORA DA CONDUTA, COMO PODE SER NA HORA DA 
CONSUMAÇÃO 
 
5 – CONFLITO APARENTE DE ESPAÇO (REFERENTE AO Art 5º) 
A – TERRITORIALIDADE 
 É A POSSIBILIDADE DE SE APLICAR A LEI BRASILEIRA AOS CRIMES OCORRIDOS DENTRO 
DO TERRITÓRIO NACIONAL, SALVO SE HOUVER TRATADOS, CONVENÇÕES OU REGRAS DE 
DIREITO INTERNACIONAL QUE DIGAM O CONTRÁRIO, O PRINCÍPIO ADOTADO NO ART 5º, FOI 
DA TERRITORIARIEDADE TEMPERADA. 
OBS 1: O AGENTE DIPLOMÁTICO QUE EXERCE FUNÇÃO EM TERRITÓRIO ESTRANGEIRO, TEM 
IMUNIDADE ABSOLUTA DE JURISDIÇÃO DO PAÍS ONDE EXERCE SUA FUNÇÃO. RESPONDERÁ 
PELAS LEIS DO PAÍS DE ORIGEM. 
EX: DIPLOMATA, CÔNSUL (E TODA SUA FAMÍLIA) 
SERÁ CONSIDERADO EXTENSÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO: 
• EMBARCAÇÕES (NAVIOS) E AERONAVES PÚBLICAS (DO GOVERNO) OU OUTRA QUE 
ESTEJA À SERVIÇO DO GOVERNO; 
• ESPAÇO TERRESTRE: VAI ATÉ O LIMITE DAS FRONTEIRAS; 
• MAR TERRITORIAL: 
ATÉ 12 MILHAS, A PARTIR DA MARÉ BAIXA; 
APÓS AS 12 MILHAS, MAIS 200 MILHAS SENDO ESTAS DE ZONA ECONÔMICA 
EXCLUSIVA 
• ESPAÇO AÉREO: TEORIA DA ATMOSFÉRA, ABAIXO PERTENCE AO PAÍS, E ACIMA É O 
ESPAÇO CÓSMICO REGIDO POR TRATADOS E CONVENÇÕES. 
• SUBSOLO: NÃO EXISTE DISTÂNCIA, SERÁ SEMPRE NOSSA SOBERANIA 
8 
 
OBS 1: QUALQUER AVIÃO PRECISA PEDIR AUTORIZAÇÃO PARA PASSAR PELO ESPAÇO AÉREO 
BRASILEIRO, CASO NÃO PEÇA SERÁ INTIMADO A DESCER A AERONAVE, CASO CONTRÁRIO SERÁ 
ABATIDA(DERRUBADA). AS EMBARCAÇÕES DEVEM PEDIR AUTORIZAÇÃO SOMENTE PARA 
ENTRAR NOS PORTOS BRASILEIROS, SENDO QUE NO MAR TERRITORIAL BRASILEIRO NÃO HÁ 
NECESSIDADE. 
 
B – LUGAR DO CRIME (REFERENTE ART 6º) 
TEORIA DA UBIGUIDADE. É A SOMATÓRIA DA AÇÃO/OMISSÃO COMCONSUMAÇÃO/RESULTADO. 
SE ACONTECER NO ART 5º, UMA AÇÃO/OMISSÃO OU RESULTADO, SERÁ APLICADA A LEI 
BRASILEIRA. 
OBS: SE ACONTECER ALGUM CRIME DECORRENTE DA AÇÃO/OMISSÃO OU 
CONSUMAÇÃO/RESULTADO, EM ALGUM DOS LOCAIS CITADOS ACIMA COMO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO, SERÁ APLICADA AS LEIS BRASILEIRAS (CONFORME ART. 5º) 
 
CASO ACONTEÇA ALGUM CRIME DENTRO DE UMA EMBARCAÇÃO EM ALTO MAR (APÓS AS 200 
MILHAS ZONA ECONÔMICA BRASILEIRAS) SERÁ APLICADA A LEI DA BANDEIRA DO NAVIO (OU 
SEJA LEI DO PAÍS QUE O NAVIO PERTENCE) 
 
C – EXTRA-TERRITORIALIDADE (REFERENTE ART 7º) 
É A POSSIBILIDADE DE SE APLICAR A LEI BRASILEIRA AOS CRIMES OCORRIDOS FORA DO 
TERRITÓRIO NACIONAL. 
A EXTRA-TERRITORIALIDADE PODE SER: 
• INCONDICIONADA 
 OU 
• OU CONDICIONADA 
 
EXTRA-TERRITORIALIDADE INCONDICIONADA: 
OCORRENDO UM CRIME NO ESTRANGEIRO SERÁ APLICADA A LEI BRASILEIRA, INDEPENDENTE 
DE QUALQUER CONDIÇÃO. ART 7º, I, a,b,c,d parágrafo 1º Código Penal. 
Parágrafo 1º (as condições) 
 
EXTRA-TERRITORIALIDADE CONDICIONADA 
OCORRENDO O FATO NO ESTRANGEIRO, A LEI BRASILEIRA SÓ SERÁ APLICADA SE OCORREREM 
ALGUMAS CONDIÇÕES ESPECIFICADAS NO ART 7º, II, a,b,c, parágrafo 2º a,b,c,d, e parágrafo 3º 
Código Penal. 
9 
 
Parágrafo 2º se atender essas condições: 
• Indivíduo tem que ingressar no território nacional(brasileiro) 
• Ser crime nos dois países (aqui e no país que aconteceu o crime) 
• Não basta entrar no Brasil e ser crime nos dois países, tem que estar no tratado 
• Indivíduo não pode ter sido absolvido lá no outro país 
• Atender todas as condições anteriores 
 
EX. MATOU O PRESIDENTE DO BRASIL NO ESTRANGEIRO, O CRIME SERÁ APURADO AQUI NO 
BRASIL. 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA OU QUE ESTEJA A SEU SERVIÇO: 
EX: FUNCIONÁRIO PÚBLICO QUE ESTEJA EM NOME DO PAÍS 
EX: FUNCIONÁRIO PÚBLICO QUE COMETER CRIME LÁ FORA 
 
D – PRINCÍPIO NE BIS IN IDEM (ART 8º) 
NINGUÉM SERÁ PROCESSADO E PUNIDO MAIS DE UMA VEZ PELO MESMO FATO MESMO CRIME. 
 
• VERIFICA-SE A PENA NOS DOIS LUGARES, SE FOR IGUAL O TIPO: (COMPUTADA) 
EX: A PESSOA É CONDENADA PELO MESMO CRIME A UMA PENA DE: 
30 ANOS NOS ESTADOS UNIDOS, FICA 10 ANOS E VEM PARA O BRASIL 
20 ANOS NO BRASIL  CUMPRE APENAS OS 10 ANOS FALTANTE PARA CUMPRIR OS 20 DAQUI 
 
• VERIFICA-SE A PENA NOS DOIS LUGARES, SE FOR DIFERENTE O TIPO: (ATENOADA) 
EX: A PESSOA É CONDENADA PELO MESMO CRIME A UMA PENA DE: 
NOS ESTADOS UNIDOS A UMA MULTA DE U$$ 1.000 
NO BRASIL A 30 ANOS  DIMINUI A PENA DE 30 ANOS EM 1/6 (UM SEXTO) 
 
E – EFICÁCIA DA SENTENÇA PENAL ESTRANGEIRA (ART 9º) 
A LEI ESTRANGEIRA, QUANDO A APLICAÇÃO DA LEI BRASILEIRA, PRODUZ NA ESPÉCIE AS 
MESMAS CONSEQUÊNCIAS, PODE SER HOMOLOGADA NO BRASIL PARA: 
I – OBRIGAR O CONDENADO À REPAÇÃO DOS DANOS, A RESTITUIÇÕES E A OUTROS EFEITOS 
CIVIS 
II – SUJEITÁ-LO A MEDIDA DE SEGURANÇA = AFASTA OS IMPUTÁVEIS DO CONVÍVIO SOCIAL 
PARA FINS DE INDENIZAÇÃO = PARTE INTERESSADA 
10 
 
A HOMOLOGAÇÃO DEPENDE: 
a) Para os efeitos previsto no inciso I, de pedido da parte interessada 
b) Para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja 
autoridade judiciária emanou a sentença, ou na falta de tratado, de requisição do 
Ministério da Justiça ao STJ. 
 
6 – CONFLITO APARENTE DE NORMAS (quando mais que uma norma no 
mesmo fato) ART 12º 
 A – PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE 
 LEI ESPECIAL DERROGA LEI GERAL  APLICA LEI ESPECIAL 
EX: UMA MÃE EM ESTADO PUERPERAL MATA O PRÓPRIO FILHO (SE ENQUADRA EM 
DOIS TIPOS PENAIS: INFANTICIDIO + HOMICIDIO), PORÉM TEMOS UMA LEI ESPECIAL 
QUE TRATA DE INFANTICIDIO (A LEI ESPECIAL DERROGA LEI GERAL) 
 
 B – PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO 
 PASSAR POR UM CRIME MENOR PARA CHEGAR NO MAIOR 
 O CRIME MAIOR ABSORVE O MENOR, SÓ RESPONDE PELO MAIOR 
 EX: PRIMEIRO LESIONA, SEGUIDO DE HOMICÍDIO  RESPONDE PELO HOMICÍDIO 
 EX: INVASÃO + FURTO DE CASA  RESPONDE PELO FURTO 
CRIME PROGRESSIVO: INDIVÍDUO QUERIA LESIONAR, MAS OCORRE O HOMICÍDIO  
MORTE CONSOME A LESÃO (RESPONDE PELA MORTE) 
PROGRESSÃO CRIMINOSA: BUSCA O RESULTADO MAIS GRAVOSO, CONDUTA ÚNICA, 
FRACIONADO EM ATOS PARCELARES, VAI DO MENOS GRAVE AO MAIS GRAVE, O CRIME 
MENOR É CHAMADO DE CRIME DE PASSAGEM  SO RESPONDE PELO MAIS GRAVE 
 
 
 
 
C – PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE 
 SE O FATO NÃO SE ENCAIXAR NA NORMA PRINCIPAL, BUSCA NA NORMA SUBSIDIÁRIA 
EX: O INDIVÍDUO ESTA PRÓXIMO DE UM VEÍCULO EM ATITUDE SUSPEITA, NÃO 
SE ENQUADRO NO FURTO, MAS ESTAVA COM MIXA (CHAVE FALSA); 
EX: TAPA NO ROSTO (AVERMELHAMENTO), NÃO HOUVE LESÃO  MAS 
ENQUADRA EM AGRESSÃO SEM LESÃO 
 
DIFERENÇA ENTRE CRIME PROGRESSIVO E PROGRESSÃO 
CRIMINOSA = É A INTENÇÃO INICIAL 
 
11 
 
 D – PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE 
 CRIME DE AÇÃO MULTIPLA 
 TANTO FAZ PRATICAR UM OU TODOS OS VERBOS, VAI RESPONDER UM SÓ 
 INDUZIR: CRIAR IDÉIA 
 INVESTIGAR: INCENTIVAR A IDEIA JÁ EXISTENTE 
 AUXILIAR: PRESTAR AJUDA 
 
7 – TEORIA DO CRIME (ART 13º) 
PARA ESTUDAR A TEORIA DO CRIME É NECESSÁRIO SABER DEFINIR O CONCEITO DE CRIME. PARA 
TANTO EXISTE 3 CONCEITOS ESTABELECIDOS NESTA ANALISE: 
1 - CONCEITO MATERIAL DE CRIME: É TODA CONDUTA HUMANA QUE LESA OU EXPÕE 
A PERIGO UM BEM JURÍDICO TUTELADO. 
BEM JURÍDICO: É TODO DIREITO PROTEGIDO PELA LEI, COMO A VIDA, O PATRIMÔNIO, A HONRA, 
A LIBERDADE SEXUAL, ETC. 
2 - CONCEITO LEGAL DE CRIME: ESTA PREVISTO NO ARTIGO 1º DA LEI DE INTRODUÇÃO 
AO CÓDIGO PENAL. CONSIDERA-SE CRIME AS CONDUTAS QUE SÃO APENADAS COM RECLUSÃO 
OU DETENÇÃO. 
CONTRAVENÇÃO, AS CONDUTAS APENADAS COM PRISÃO SIMPLES. 
NOS CRIMES AINDA PODEMOS TER, JUNTAMENTE COM A PENA DE RECLUSÃO OU DETENÇÃO, 
A MULTA CUMULATIVA OU ALTERNATIVAMENTE APLICADA. NAS CONTRAVENÇÕES A PENA DE 
MULTA TAMBÉM PODERÁ SER APLICADA CUMULATIVA OU ALTERNATIVAMENTE COM A PENA 
DE PRISÃO SIMPLES. PODERÁ TAMBÉM, NAS CONTRAVENÇÕES SOMENTE SER APLICADAS A 
PENA DE MULTA, AUTONOMAMENTE. 
3 - CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME: 
NESTE CONCEITO ESTUDAM-SE AS TEORIAS DA AÇÃO, COMO O CAUSALISMO, O FINALISMO TRI 
E BIPARTIDO E A TEORIA SOCIAL DA AÇÃO. 
ANALISANDO-SE ANALITICAMENTE O CRIME, VERIFICA-SE QUE O CRIME FOI DIVIDIDO EM 
ESTRUTURAS E CADA ESTRUTURA ESTUDADA MINUCIOSAMENTE. 
PELAS TEORIAS DA AÇÃO OU CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME, DIVIDIU-SE O CRIME EM FATO 
TÍPICO, ANTIJURÍDICO E CULPÁVEL. 
 
1ª ESTRUTURA: FATO TÍPICO: 
É O FATO DESCRITO NA LEI PENAL COMO CRIME, POSSUI 4 ELEMENTOS: 
 CONDUTA, RESULTADO, NEXO CAUSAL e TIPICIDADE 
12 
 
CONDUTA: LESA E EXPÕE A PERIGO UM BEM JURÍDICO (AÇÃO OU OMISSÃO, DOLOSA OU 
CULPOSA, CONSCIENTE E VOLUNTÁRIA DIRIGIDA A UMA FINALIDADE) 
 
NEXO CAUSAL: É O LIAME (VÍNCULO) QUE LIGA A CONDUTA AO RESULTADO 
 
TIPICIDADE: É O PERFEITO ENQUADRAMENTO DO FATO AO TIPO PENAL 
 
2ª ESTRUTURA: ANTIJURIDICIDADE 
É A LESÃO AO BEM JURÍDICO PROTEGIDO, NELA ENCONTRAM-SE AS EXCLUDENTES. 
 
3ª ESTRUTURA: CULPABILIDADE REFERE-SE A PENA (SERA ANALISADA DE ACORDO COM CADA 
TEORIA) 
SE A PENA FOR DE DETENÇÃO OU RECLUSÃO = > CRIME (PODE SER ACRESCIDO DE MULTA) 
SE A PENA FOR PRISÃO SIMPLES = > NÃO É CRIME E SIM CONTRAVENÇÃO 
 
 
 
 
 
FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO + CULPÁVEL 
 
MATAR ALGUÉM VIDA PROTEGE PENA DE RECLUSÃO 
PENA: RECLUSÃO 06 A 20 ANOS 
ART 121 (06 A 20 ANOS) 
 
 
 
 
 
 CONDUTA: AÇÃO OU OMISSÃO 
FATO TÍPICO RESULTADO: 
NEXO CAUSAL: IMPUTA A ALGUEM AUTORIA DA CONDUTA QUE GERA 
O RESULTADOTIPICIDADE: ENQUADRAR O FATO A NORMA (EX. HOMICIDIO) 
 
 
 
 
LESA O BEM JURÍDICO 
PROTEGIDO 
ESTÁ ESCRITO NA 
LEI 
13 
 
A - TEORIA CAUSALISTA : 
(TEM QUE TER AS 3(TRÊS ESTRUTURAS) PARA SER CRIME: 
FATO TÍPICO + ANTIJURIDICO + CULPÁVEL 
 
 ELEMENTOS DOLO E CULPA 
 
 
 
 
 
CONDUTA VOLUNTÁRIA: LIVRE, EXPONTÂNEA, NATURAL 
ATOS REFLEXOS: REAÇÃO 
CAUSALISTA = NÃO FAZER  FEZ NADA = RESPONDE PELO RESULTADO 
• EXISTE NORMATIVAMENTE MAS É REFUTADA 
_____________________________________________________________________________ 
B - TEORIA FINALISTA TRIPARTIDA: (TEM QUE TER AS 3 TRÊS ESTRUTURAS 
PARA SER CRIME): 
 
 
FATO TÍPICO + ANTIJURIDICIDADE + CULPÁVEL 
 
ELEMENTOS VONTADE 
 DOLO 
CONDUTA CONSCIÊNCIA 
 CULPA === VOLUNTÁRIA 
RESULTADO 
NEXO CAUSAL 
TIPICIDADE 
 DOLO: VONTADE, QUERO O RESULTADO 
 CULPABILIDADE CULPA: NÃO TINHA INTENÇÃO 
 IMPUTABILIDADE: MENTE SADIA 
• IMPUTABILIADE 
• POTENCIAL DA ILICITUDE 
• EXIGIBILIDADE DE 
CONDUTA DIVERSA 
CONDUTA 
RESULTADO 
NEXO CAUSAL 
TIPICIDADE 
 
RESPONSABILIDADE 
SUBJETIVA 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA 
14 
 
C – TEORIA FINALISTA BIPARTIDA (SOMENTE 2 ESTRUTURAS PARA SER 
CRIME) 
FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO 
 
ELEMENTOS 
 DOLO = VONTADE 
CONDUTA CULPA = VOLUNTARIEDADE 
 
 
 
 
 
 
_____________________________________________________________________________ 
 
TEORIA FINALISTA BIPARTIDA (SOMENTE 2 ESTRUTURAS PARA SER CRIME) 
 
FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO 
 
ELEMENTOS AÇÃO => FAZER DÁ CAUSA AO RESULTADO => RESP. PELO CRIME 
 DOLO VONTADE OMISSÃO => TEORIAS => CONTINUA Nº 1 
CONDUTA CULPA VOLUNTARIA (ARTIGO 18) 
 JURIDICO: É A LESÃO AO BEM JURIDICO TUTELADO 
RESULTADO NATURALISTICO: É A TRANSFORMAÇÃO DO MUNDO FENÔMENICO DOS FATOS: 
NEXO CAUSAL MATERIAL 
TIPICIDADE FORMAL 
 MERA CONDUTA 
 
 
 NATURALISTA: NÃO FAZER É FAZER = > RESPONDE PELO RESULTADO 
= > Nº 1 = NORMATIVA: NON FACERE = > NÃO FAZ = > NÃO DÁ CAUSA AO RESULTADO = > 
 = > NEXO NORMATIVO (FATO / NORMA) ARTIGO 135 CP. 
CULPÁVEL: PRESSUPOSTO 
APLICAÇÃO DA PENA 
IMPUTABILIDADE 
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA 
ILICITUDE 
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA 
DIVERSA 
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA 
15 
 
 NON FACERE + QUOD DEBETUR = > NÃO FAZER O QUE TINHA O DEVER DE FAZER 
 OMISSÃO PENALMENTE RELEVANTE = > RESPONDE PELO RESULTADO ART 13 = > 
 = > PARAG 2º = > DEVER LEGAL 
 = > GARANTE => CONTRATO, MANIFESTAÇÃO UNILATERAL 
 = > INGERENTE 
 
DOLO = > TEORIA DA VONTADE = > BUSCA O RESULTADO 
AÇÃO = > FEZ RESPONDE PELO RESULTADO 
 
NORMATIVA = > RESPONDE PELO NEXO NORMATIVO, QUE PREVE QUE ERA PARA FAZER = > 
 NÃO RESPONDE PELO RESULTADO. 
 
 
 
NÃO FAZER OQUE TINHA QUE FAZER (DEVER LEGAL) = > RESPONDE PELO RESULTADO 
EX: MÃE NÃO AMAMENTOU, SE BEBE MORRER = > MÃE RESPONDE POR HOMICÍDIO 
 
GARANTE: CONTRATO = > MANIFESTAÇÃO UNILATERAL DE VONTADE 
EX: SALVA VIDA DEIXA DE PRESTAR SOCORRO, RESPONDE POR HOMICÍDIO 
EX: GUIA ALPINISTA = > RESPONDE PELO RESULTADO 
EX: MÉDICO NO PRONTO SOCORRO DEIXA DE ATENDER = > RESPONDE PELO RESULTADO 
 
INGERENTE: COMPORTAMENTO ANTERIOR CRIOU O RISCO DO RESULTADO, DEVERIA TENTAR 
SALVAR, MAS SE HOUVER RESULTADO RESPONDE. 
EX: JOGAR ALGUÉM NA PISCINA E ESTE ALGUÉM VIR A MORRER = > RESPONDE PELO 
RESULTADO 
 
EXAURIMENTO: OCORRE SOMENTE NOS CRIMES FORMAIS, DEPOIS DE CONSUMADO A 
INFRAÇÃO COM A PRÁTICA DA CONDUTA, OCORRE O RESULTADO PREVISTO NA NORMA. ESTE 
RESULTADO É O EXAURIMENTO DA INFRAÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
D – TEORIA SOCIAL DA AÇÃO : SOMATÓRIA DA CAUSALISTA + FINALISTA 
 
FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO + CULPÁVEL 
 
ELEMENTOS 
 DOLO 
CONDUTA CULPA : VOLUNTARIEDADE 
RESULTADO 
NEXO CAUSAL 
TIPICIDADE 
 
 
 
 
 
 
ADEQUAÇÃO SOCIAL: JOGO DO BICHO  TODO MUNDO FAZ  COSTUME REVOGA A LEI 
 
O COSTUME REVOGA O CRIME 
 
__________________________________________________________________________ 
 
 
CRIME FORMAL: 
EX: SEQUESTRO = > SE HOUVER PAGAMENTO A PENA SE AGRAVA 
 
CRIME MATERIAL 
EX: HOMICÍDIO = > SE NÃO OCORRE = TENTATIVA 
 
MERA CONDUTA 
A LEI DESCREVE SOMENTE A CONDUTA, NÃO EXISTE RESULTADO NATURALISTICO, EXISTE 
SOMENTE JURÍDICO. 
EX: VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO (LESA O BEM JURÍDICO) 
 
NEXO CAUSAL: 
ÍNCULO ENTRE A CONDUTA E O RESULTADO. AQUELE QUE NOS PERMITE IDENTIFICAR QUE 
DEU ORIGEM AO RESULTADO, OU SEJA, QUEM DEVE RESPONDER POR ELE. 
ART 13: O RESULTADO DE QUE DEPENDE A EXISTÊNCIA DE CRIME, SOMENTE É IMPUTÁVEL A 
QUEM LHE DEU CAUSA, CONSIDERA-SE CAUSA A AÇÃO OU OMISSÃO SEM O QUAL O 
RESULTADO NÃO TERIA OCORRIDO. 
IMPUTABILIDADE 
DOLO 
CULPA 
POTENCIAL CONSCIENCIA DA 
ILICITUDE 
EXIGIBILIDADE DA CONDUTA 
DIVERSA 
RELEVÂNCIA SOCIAL 
+ 
ADEQUAÇÃO SOCIAL 
17 
 
TIPICIDADE: ESTABELECEU A RELAÇÃO DA CONDUTA PRATICADA POR ALGUÉM AO TIPO 
PENAL, CASO ISSO OCORRA O FATO É TÍPICO. PARA QUE A CONDUTA HUMANA SEJA 
CONSIDERADA CRIME É NECESSÁRIO QUE SE AJUSTE HÁ UM TIPO LEGAL. 
 
TIPICIDADE: AQUELE FATO PERTENCE AO DIREITO PENAL 
 
TIPICIDADE FORMAL: COMPOSTA POR : 
 
 CONSCIÊNCIA QUE PODE OCORRER 
 
CONDUTA GERA RESULTADO + ADEQUAÇÃO TÍPICA LEI 
 
 VONTADE = DESEJO 
 
RESULTADO: É A MODIFICAÇÃO DO MUNDO EXTERIOR PROVOCADO PELA CONDUTA 
OBS: NEM TODO CRIME POSSUI RESULTADO 
CRIME MATERIAL: EXISTE RESULTADO (EX. MORTE = > VÍTIMA) 
CRIMES FORMAIS: A LEI PREVÊ UM RESULTADO (EX: EXTORSÃO) 
MERA CONDUTA: NÃO HÁ RESULTADO (EX: VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO) 
__________________________________________________________________________ 
 
TEORIA FINALISTA BIPARTIDA 
 
FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO 
 
ELEMENTOS 
CONDUTARESULTADO 
NEXO CAUSAL: TEORIA DA CONDITIVA SINE QUA NON = > CONDIÇÃO SEM A QUAL NÃO = > 
TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES = > MÉTODOS DE ELIMINAÇÃO HIPOTÉTICO 
 
 
NEXO CAUSAL 
18 
 
E- CONCAUSAS 
 
CONCAUSAS = > DEPENDENTES = > DENTRO DA LINHA DE DESDOBRAMENTO DA AÇÃO = > 
RESPONDE PELO RESULTADO 
 
 PRÉ-EXISTENTES 
INDEPENDENTES = > ABSOLUTAMENTE CONCOMITANTES 
 SUPERVENIENTE 
 
 PRÉ-EXISTENTE 
 = > RELATIVAMENTE CONCOMITANTE 
 SUPERVENIENTE 
 
 
CONCAUSAS: É UMA CAUSA PARALELA A PRINCIPAL 
DEVE SER ANALISADA SE A CONCAUSA É DEPENDENTE OU INDEPENDENTE, A FIM DE SE 
IMPUTAR O NEXO CAUSAL. 
 
 PRÉ-EXISTENTE: ANTES DO ESTADO TOMAR CIÊNCIA 
 CONCOMITANTE: DURANTE 
 SUPERVENIENTE: 
 
❖ CONCAUSA INDEPENDENTE ABSOLUTAMENTE = > CONCOMITANTE 
 
EX: INDIVÍDUO A e INDIVÍDUO B ATIRAM em C 
 
 
 
 
 
 
QUANDO NÃO SE IDENTIFICA QUEM MATOU COM OS TIROS AO MESMO TEMPO: 
 OS DOIS RESPONDEM POR TENTATIVA 
 
HAVERÁ 
ROMPIMENTO DO 
NEXO CAUSAL 
NÃO ROMPE O 
NEXO CAUSAL 
A = MATA => RESPONDE POR 
HOMICÍDIO 
B = RESPONDE POR TENTATIVA 
19 
 
❖ CONCAUSA INDEPEDENTE ABSOLUTAMENTE = > SUPERVENIENTE 
EX: INDIVÍDUO A envenena B, porém B vai para hospital e o indivíduo C vai ao hospital 
e mata B, o indivíduo A, responde por tentativa e o indivíduo C responde por homicídio 
consumado. 
 
❖ CONCAUSA INDEPENDENTE RELATIVAMENTE PRÉ-EXISTENTE 
EX: O indivíduo A agredi B que tem Hemofilia e sangra até morrer, o indivíduo A, 
responde pelo resultado = > Homicídio consumado 
 
❖ CONCAUSA INDEPENDENTE RELATIVAMENTE CONCOMITANTE (AO MESMO 
TEMPO) 
 EX: O indivíduo A assalta B, e B sofre infarto, sendo o indivíduo A responsável pelo 
resultado = > homicídio consumado. 
 
❖ CONCAUSA INDEPENDENTE RELATIVAMENTE SUPERVENIENTE 
O indivíduo A esfaqueia B, o motorista está levando B para o hospital e bate a 
ambulância e B morre. 
Tem dois autores = > haverá rompimento do resultado. 
 
F - EXERCÍCIOS: 
 
a - DIFERENCIE TEORIA FINALISTA TRIPARTIDA DA BIPARTIDA 
NA TEORIA FINALISTA TRIPARTIDA PARA QUE HAJA CRIME O FATO DEVE SER ILÍCITO, 
ANTIJURÍDICO E CULPÁVEL, ENQUANTO NA BIPARTIDA O DEVE SER ILÍCITO E 
ANTIJURÍDICO SENDO A CULPABILIDADE UM PRESSUPOSTO PARA APLICAÇÃO DA PENA. 
 
b – DIFERENCIE DOLO E A CULPA DO CAUSALISMO PARA O DOLO E A CULPA DO 
FINALISMO TRIPARTIDO 
NA TEORIA CAUSALISTA O DOLO E A CULPA ESTÃO NA CULPABILIDADE, ENQUANTO NA 
TEORIA TRIPARTIDA O DOLO E A CULPA ESTÃO NA CONDUTA. 
 
c – DIFERENCIE A ANTIJURIDICIDADE DA TEORIA SOCIAL DA AÇÃO, PARA 
ANTIJURIDICIDADE DA TEORIA CAUSALISTA 
20 
 
NA TEORIA SOCIAL DA AÇÃO, A ANTIJURIDICIDADE LEVA EM CONSIDERAÇÃO A 
RELEVÂNCIA E ADEQUAÇÃO SOCIAL, ONDE O COSTUME REVOGA O CRIME E NA 
CAUSALISTA NÃO CONSIDERA ESTES FATORES. 
 
d– DIFERENCIE A CULPABILIDADE DA TEORIA CAUSALISTA DA CULPABILIDADE DO 
FINALISMO TRIPARTIDO 
R: NA CAUSALISTA A CULPA E O DOLO ESTÃO NA CULPABILIDADE E NA FINALISTA 
TRIPARTIDA O DOLO E CULPA ESTÃO NA CONDUTA, E A CULPABILIDADE CONTÉM A 
IMPUTABILIDADE, POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE E EXIGIBILIDADE DA 
CONDUTA DIVERSA. 
 
8 – CRIME CONSUMADO E CRIME TENTADO (ART 14) 
CONCEITO LEGAL DIFERENTE DE CONCEITO DOUTRINÁRIO 
 
 COGITAÇÃO 
INTER CRIMINIS PREPARAÇÃO 
 EXECUÇÃO 
 CONSUMAÇÃO 
 
CONCEITO DOUTRINÁRIO 
INTER CRIMINIS: CAMINHO PERCORRIDO PELO CRIMINOSO ATÉ CHEGAR A CONSUMAÇÃO. 
COGITAÇÃO: PENSAR (SE NÃO EXTERIORIZAR NÃO PAGA) 
PREPARAÇÃO: COLOCAR A IDÉIA EM PRÁTICA (EX: COMPRAR VENENO) 
EXECUÇÃO: ATACA O BEM JURÍDICO 
CONSUMAÇÃO: RESULTADO ACONTECE 
 
 PERFEITO 
TENTADO IMPERFEITO 
 BRANCA 
 CRUENTA 
 
CRIME CONSUMADO: É QUANDO NELE SE REUNE TODOS OS ELEMENTOS DE SUA DEFINIÇÃO 
LEGAL (QUANDO TODAS AS PALAVRAS DO ARTIGO ESTIVEREM PRESENTE, SE FALTAR ALGUMA 
PODE SER TENTATIVA). 
21 
 
TODAS AS PALAVRAS QUE FORMAM O TIPO, SE TODAS ESTÃO NO FATO = > CONSUMADO 
(CRIME CONCRETO) 
CRIME CONSUMADO: RESULTADO ACONTECE 
CRIME TENTADO: OCORRE QUANDO NÃO ACONTECE O RESULTADO POR CIRCUNSTÂNCIA 
ALHEIAS A VONTADE DO AGENTE. 
TENTATIVA PERFEITA: UTILIZOU TODOS OS RECURSOS EM MÃOS(DISPONÍVEIS), MAS NÃO 
ALCANÇOU O RESULTADO. 
TENTATIVA IMPERFEITA: NÃO CONSEGUE UTILIZAR TODOS OS MEIOS A DISPOSIÇÃO PARA 
CONSUMAR, SENDO IMPEDIDO POR OUTRO. 
TENTATIVA BRANCA: CRIME CONTRA A VIDA, NÃO ACERTO O ALVO (PODE SER PERFEITA OU 
IMPERFEITA) 
TENTATIVA CRUENTA / SANGUINÁRIA: CRIME CONTRA A VIDA, ACERTO O ALVO E HOUVE 
SANGUE (PODE SER PERFEITA OU IMPERFEITA) 
 
 
FATO TÍPICO 
ELEMENTOS 
 COGITAÇÃO NÃO HÁ PUNIÇÃO 
 PREPARAÇÃO 
CONDUTA EXECUÇÃO 
RESULTADO CONSUMAÇÃO 
NEXO CAUSAL 
TIPICIDADE 
 
TENTATIVA: QUANTO MAIS SE APROXIMA DO CRIME CONSUMADO(RESULTADO) SERÁ MENOR 
A REDUÇÃO DA PENA 
TENTATIVA BRANCA PERFEITA: REDUÇÃO 2/3 
TENTIVA CRUENTA PERFEITA: REDUÇÃO 1/3 
CONCEITO DOUTRINÁRIO: TRAZEMOS(ANALISAMOS) OS ELEMENTOS DO FATO TÍPICO 
(CONDUTA, NEXO CAUSAL e etc). 
 
CONCEITO LEGAL: TRAZEMOS AS PALAVRAS FORMADORAS DO TIPO 
 
 
22 
 
9 – DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
TENTATIVA ABANDONADA QUALIFICADA: O RESULTADO NÃO OCORRE PORQUE O INDIVÍDUO 
NÃO DEIXA ACONTECER. 
 DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA 
TENTATIVA ABANDONADA / QUALIFICADA ARREPENDIMENTO EFICAZ 
 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA: O INDIVÍDUO DESISTE VOLUNTARIAMENTE 
EX: TENHO ARMA COM 15 “BALAS” DOU 1 TIRO E DESISTO E PRESTO SOCORRO A VÍTIMA 
O INDIVÍDUO INTERROMPE A EXECUÇÃO = > DESISTE NA EXECUÇÃO 
ARREPENDIMENTO EFICAZ: ANTES DO RESULTADO EU SOCORRO A VÍTIMA 
O INDIVÍDUO UTILIZA TODOS OS MEIOS DISPONÍVEL, MAS NÃO DEIXA O RESULTADO 
ACONTECER. 
OBS: SE O RESULTADO ACONTECER É CONSUMADO 
 
TEORIA PONDE DE OURO: 
QUANDO OLHAR PARA TRAZ VERA UMA PONTE DE OURO E SE VOLTAR GANHARÁ A PONTE 
COMO PREMIO 
 
 
 
 
 
10 – ARREPENDIMENTO POSTERIOR (ART 16) 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR: POSTERIOR A PRÁTICA DO CRIME = >ACONTECE O RESULTADO 
 
CABERA O ARREPENDIMENTO POSTERIOR NAS SEGUINTES SITUAÇÕES: 
A – CRIME SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA A PESSOA 
B – ATO VOLUNTÁRIO DO AGENTE: ELE BUSCAR O RESSARCIMENTO OU DEVOLVER OQUE 
 SUBTRAIU 
C – ELE DEVE RESSARCIR OU DEVOLVER 
D – ANTES DO RECEBIMENTO DA QUEIXA (REGISTRO DA QUEIXA) 
 
 
 
 
ART 15: O INDIVÍDUO SÓ RESPONDE PELOS ATOS JÁ 
PRATICADOS 
A PENA PODE SER REDUZIDA DE 1/3 a 2/3 a CRITÉRIO DO JUÍZ 
QUANTO MAISM RÁPIDO ELE SE ARREPENDER, MAIS BENÉFICA SERÁ A REDUÇÃO 
23 
 
11 – CRIME IMPOSSÍVEL (ART. 17) 
 
NÃO SE PUNE A TENTATIVA POR INEFICÁCIA ABSOLUTADO MEIO 
EX: QUERO MATAR ALGUÉM COM ARMA DE BRINQUEDO 
A INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO = > JAMAIS SE CONSUMARÁ (NÃO SE PUNE A TENTATIVA) 
OBJETO ABSOLUTO IMPRÓPRIO : TENTAR MATAR ALGUÉM QUE JÁ ESTA MORTO (CRIME 
VIOLAÇÃO DE CADÁVER) 
 
 
12 – TEORIAS TEXTOS (CAUSALISTA, SOCIAL, FINALISTA TRIPARTIDA E 
BIPARTIDA) 
 
TEORIA CAUSALISTA 
Teoria Causalista – concebida por Franz Von Liszt e defendida por Ernst 
Von Beling e Radbruch. Para esta teoria “a estrutura do crime estava dividida 
em três partes: fato típico + antijuridicidade (ou ilicitude) + culpabilidade. A 
primeira parte, qual seja, o tipo, abarcava somente os aspectos objetivos do 
crime, enquanto a culpabilidade ficava com os de natureza subjetiva (dolo e 
culpa), ou seja, a parte externa do crime ficava no tipo e a interna, na 
culpabilidade” 
 
A teoria causalista, também chamada de naturalista, tradicional, clássica, 
causal-naturalista, foi a primeira teoria desenvolvida acerca da ação humana. 
Para a mesma, a conduta é um comportamento humano voluntário no mundo 
exterior, consistente num fazer ou não-fazer, livre de qualquer valoração. É, pois, 
suficiente que se tenha a certeza de que o agente atuou voluntariamente, sendo 
irrelevante o que queria, para se afirmar que praticou a ação típica. 
 
TEORIA SOCIAL DA AÇÃO 
Social – criada por Johannes Wessels, tendo como principal adepto 
Hans-Heinrich Jescheck. Destaca a importância da análise da relevância social 
da conduta na configuração do fato típico, sem desprezar os postulados 
finalistas. Por essa linha, uma ação socialmente adequada não pode ser 
considerada típica, embora atenda aos demais requisitos inerentes ao fato 
típico 
 
24 
 
FINALISTA TRIPARTIDA - Hans Welsel, 
Como podemos visualizar, a Teoria Tripartida exige que, para que 
haja crime, o fato seja típico, ilícito e culpável, faltando um desses 
elementos o crime é afastado. 
Para que não haja crime, o fato precisa ser: ou atípico; ou 
enquadrado em uma das hipóteses de exclusão da ilicitude (estado de 
necessidade; legítima defesa; estrito cumprimento de dever legal ou 
exercício regular de direito, CP, art. 23, incisos I, II e III); ou que seja 
cabível ao caso concreto alguma das excludentes de culpabilidade 
(inimputabilidade; potencial desconsciência da ilicitude; e inexigibilidade 
de conduta diversa). 
Seguindo o pensamento tripartido, mesmo que um inimputável pratique 
um fato típico e ilícito, ele não cometeu crime, pois se valerá de sua 
inimputabilidade para se escusar da culpabilidade, que é, segundo esta corrente, 
requisito necessário para a formação do crime. Porém, mesmo sem poder ser 
apenado, o inimputável poderá sofrer medida de segurança prevista no caput do 
art. 26 do Código Penal: 
A segunda grande teoria, a teoria finalista da ação, cujo maior expoente 
foi Hanz Welzel, rechaçou a idéia de que a conduta era um mero acontecimento 
causal e trouxe para a ciência penal algo que era inatingível para os naturalistas: 
o fato de que a conduta é a ação humana, voluntária e consciente, dirigida a um 
fim. 
Volta-se para a intenção do agente, instituindo-se um iter criminis. 
A vontade finalista pertence à ação, à conduta, primeiro elemento do fato típico, 
e não é mera conseqüência do resultado. 
Importante dentro desta linha de pensamento é asseverar que não se pode 
desmembrar a ação da vontade do agente, vale dizer, sempre que o homem 
pratica um determinado comportamento é porque antes refletiu e seu raciocínio 
lógico o levou a praticá-lo. 
Isso transparece uma preocupação com o dolo (vontade de concretizar um fato 
ilícito) e com a culpa (o fim da conduta não é dirigido a um fato lesivo, o qual 
decorre de ausência do devido cuidado). Neste passo, para os finalistas, há o 
deslocamento do dolo e da culpa que antes integravam a culpabilidade para a 
conduta que é o primeiro elemento do fato típico. Portanto, para os que se filiam 
a teoria finalista da ação, o crime é um fato típico e antijurídico e o dolo, que 
antes era normativo, passa a ser natural, i.e., prescinde da potencial consciência 
da ilicitude. 
Calha trazermos à baila o exemplo dado com perfeição ímpar pelo Professor 
Flávio Augusto Monteiro de Barros (3), vejamos suas palavras: 
25 
 
“(...) O médico que toca nas partes íntimas da paciente pode ou não cometer o 
delito do art. 216 do CP. Tudo vai depender do seu” querer interno”. Se assim 
agiu para melhor realizar o diagnóstico, não haverá crime. Se, ao inverso, quis 
satisfazer a sua lascívia responderá pelo delito(...)”. 
 
FINALISTA BIPARTIDA - Hans Welsel, 
Por conta da importação do dolo e da culpa para o fato típico, a 
culpabilidade perdeu sua principal função, passando a exercer apenas 
um papel valorativo, servindo tão-somente como requisito para a 
aplicação da pena. Portanto, segundo o raciocínio bipartido, o crime só é 
afastado se o fato for atípico ou se sobre ele incidir alguma das 
excludentes de ilicitude. 
Diante de todo o exposto, ficou nítido que o crime é composto tão-somente por fato típico e 
ilícito (ou antijurídico), sendo a culpabilidade tão somente um pressuposto para a aplicação 
da pena. Portanto, somos aderentes ao pensamento bipartido. 
 
1 HISTÓRIA DO DIREITO PENAL 
A) ORDENAÇÕES AFONSINAS 
As Ordenações Afonsinas (1500-1514), aparecidas no século XV, atribuídas a João 
Mendes, Rui Fernandes, Lopo Vasques, Luis Martins e Fernão Rodrigues, foram 
elaboradas sob os reinados de João I, D. Duarte e Afonso V como o trabalho foi finalizado 
no reinado de Afonso V, recebeu o nome de Ordenações Afonsinas (1446). 
Compunham-se de cinco livros, compreendendo organização judiciária, competências, 
relações da Igreja com o Estado, processo civil e comercial. As Ordenações Afonsinas 
consagraram-se como fonte do direito "nacional" e prevalente, tendo por fontes 
subsidiárias os direitos romanos e canônico, as glosas de Acúrsio e as opiniões de Bartolo 
e, por último, as soluções dadas pelo Monarca. Dessa forma, observa-se, desde já, que a 
consolidação das regras nas Ordenações, inclusive costumeiras, enfraqueceram as que 
não foram incluídas. No entanto, o apreço ao direito romano fica constatado na sua 
valoração como primeira fonte subsidiária. 
B) ORDENAÇÕES MANOELINAS 
As segundas ordenações, as Ordenações Manuelinas (1514-1603), foi determinada pela 
existência de vultoso número de leis e atos modificadores das Ordenações Afonsinas. 
Foram seus compiladores: Rui Boto, Rui da Grá e João Cotrim, que iniciaram seu trabalho 
em 1501, no reinado do Dom Manuel I e terminaram-no, mais ou menos, em 1514. 
Apresentavam a peculiaridade de uma duplicidade de edições: a primeira data de 1512-
1514 e a segunda de 1521. 
26 
 
A reforma se deu na parte atinente às fontes subsidiárias, onde após a afirmação da 
prioridade das leis portuguesas, deveriam ser observados primeiro o direito romano e em 
segundo lugar o direito canônico. Seguem-se como fontes subsidiárias. As glosas de 
Acúrsio e as opiniões de Bartolo. 
 
C) ORDENAÇÕES FILLIPINAS 
As Ordenações Filipinas, juntamente com as leis extravagantes, tiveram vigência no Brasil 
de 1603 até 1916. Esta compilação data do período do domínio espanhol, sendo devida 
aos juristas Paulo Afonso, Pedro Barbosa, Jorge de Cabedo, Damião Aguiar, Henrique de 
Souza, Diogo da Fonseca e Melchior do Amaral, que começaram seus trabalhos no 
reinado do rei espanhol Felipe I (1581-1598), terminaram-no em 1603, no reinado de Felipe 
II (1598-1621). Essas ordenações objetivaram a atualização das inúmeras regras esparsas 
editadas no período de 1521 a 1600, não produzindo grandes alterações nas fontes 
subsidiárias exceto transformações de cunho formal. Como última norma legal de fontes 
subsidiárias ao direitoportuguês, em ordem sucessiva: o direito romano, o direito canônico 
(quando a aplicação do direito romano resultasse em pecado) e as glosas de Acúrsio ou 
as opiniões de Bartolo (desde que de acordo com a comunis opinio doctorum). 
Este quadro se manteve até 1769 quando por obra do Marquês do Pombal, foi editada a 
Lei da Boa Razão. Essa lei, sem revogar as Ordenações Filipinas, estabeleceu novos 
critérios para a interpretação, integração e aplicação das normas jurídicas. 
A lei em questão visava combater abusos cometidos quando da interpretação dos 
preceitos legais e aplicação das fontes subsidiárias, suprimindo as glosas e as opiniões, 
conservando as soluções do direito romano conforme a boa razão. Ser conforme à boa 
razão eqüivalia a corresponder aos princípios de direito natural e das gentes. 
Essas ordenações não eram códigos no sentido atual, mas compilações de leis, atos e 
costumes. 
Até mesmo os crimes mais simples eram apenados pela Sentença Capital (com a 
morte), como por exemplo, o Roubo, a Falsificação de Moeda, o Falso Testemunho, a 
Feitiçaria, a Bigamia, o Adultério, o incesto (união sexual ilícita entre parentes 
consanguíneos ou afins), sexo com animais ou com freiras e rebeliões, em paralela 
igualdade com os crimes mais graves, como o homicídio e o estupro. E para se ter noção 
disso necessário se faz a análise das penas previstas legalmente no “Livro do Terror”. 
Senão vejamos: 
a) morte natural - era o típico enforcamento; 
b) morte natural para sempre - o Réu era enforcado e ficava pendente até cair podre 
sobre o solo do patíbulo, mas não era sepultado. Segundo Cândido Mendes[1], depois 
27 
 
de cair morto, o Réu tinha seus ossos despido da carne, depois era conduzido até a 
Confraria da Misericórdia em suas tumbas, para a igreja, e no dia seguinte o soterravam; 
c) morte natural cruelmente - o agente era morto, esquartejado, seus restos mortais 
expostos, seus bens confiscados, atingindo-se a infância decorrente do crime até sua 
quarta geração. Tais mortes dependiam da ferocidade de seu executor e capricho dos 
juízes, que tinham o arbítrio vingativo na condenação dos acusados; 
d) morte pelo fogo, até ser feito o condenado em pó, para que nunca de seu corpo e 
sepultura pudesse haver memória - Segundo Cândido Mendes[2], antes de ser lançado 
nas chamas, o Réu, por costume e prática antiga, era submetido a garrotes (colar de 
ferro que estrangula); 
e) açoites, com ou sem baraço (laço de forca); 
f) pregão pela cidade ou vila - o Réu, depois de morto, era levado ao lugar mais 
público da cidade e aos sítios de maiores povoações, esquartejado e pregado em postes 
altos, até que o tempo o consumisse; 
g) degredo para as galés - eram trabalhos forçados com os condenados 
acorrentados pelos pés ou aprisionados em embarcação e obrigados a remar; 
h) degredo, perpétuo ou temporário - os condenados eram enviados para a África, 
para a Índia, para o Couto de Castro Marim, para o reino ou fora da vila, para fora do 
bispado e, quando o julgamento ocorria em Portugal, para o Brasil; 
i) mutilação das mãos e da língua; 
j) queimaduras com tenazes ardentes (metal muito quente); 
k) capela de chifres na cabeça - essa pena era aplicada aos maridos 
condescendentes (traídos por suas mulheres), no qual eram submetidos a andarem com 
uma grinalda com chifres em suas cabeças até segunda ordem do magistrado. As 
mulheres adúlteras também eram punidas, mas com a morte; 
l) polaina ou enxavaria vermelha na cabeça - era uma pena aplicada às alcoviteiras, 
que por sua vez eram submetidas a usarem na cabeça uma peça de lã vermelha até 
segunda ordem do juiz; 
m) confisco, como pena principal ou acessória, ou multa -privava os descendentes do 
condenado da sua herança; e 
n) prisão até a nossa mercê – era a condenação por tempo indeterminado, a critério 
do julgador. Os arruaceiros eram condenados a essa pena. 
Nosso amado Tiradentes fora condenado à pena de morte natural para 
sempre cumulada com açoites com baraço, pregão pela cidadee confisco de 
bens como pena acessória. 
 
28 
 
D – O CÓDIGO CRIMINAL DE 1830 
 
Proclamada a independência do país, duas ordens de motivo viriam contribuir para 
a substituição das velhas Ordenações: de um lado, a situação de vida autônoma da 
nação, que exigia uma legislação própria, reclamada mais ainda pelo orgulho 
nacional e a animosidade contra tudo o que pudesse lembrar o antigo domínio. 
 
Por outro lado, as idéias liberais e as novas doutrinas do Direito, do mesmo modo 
que as condições sociais, vale lembrar que, bem diferentes daquelas que as 
Ordenações foram destinadas a reger, exigiam a elaboração de um Código Penal 
brasileiro, no plano constitucional, que segundo o artigo 179, 18, da Carta Política 
do Império, que impunha a urgente organização de "um Código Criminal fundado 
nas sólidas bases da justiça e da equidade". 
 
Esse artigo 179, reúne como premissas do novo regime punitivo alguns dos 
postulados iniciais do Direito Penal Liberal , sendo eles os mais opostos ao regimes 
das Ordenações, como o princípio da igualdade de todos perante a lei (§ 13); o da 
não retroatividade da lei penal (§ 3.°); o de que a pena não passará da pessoa do 
criminoso (§ 20). 
 
Da elaboração de um novo Código passou a ocupar-se a Câmara dos Deputados 
desde a sessão de 4 de maio de 1827, quando Bernardo Pereira de Vasconcelos 
apresentou o seu projeto. A este seguiu-se o trabalho de José Clemente Pereira, 
que a 15 do mesmo mês oferecia um projeto de bases para a formação do Código 
e, no dia seguinte, e projeto mesmo do Código Criminal, projeto que, embora aceito 
e louvado como o de Bernardo de Vasconcelos, pouco veio a influir sobre a redação 
final. 
 
Preferido pela Comissão da Câmara, o projeto Vasconcelos, sobre este, assentaram 
os trabalhos da Comissão mista da Câmara e do Senado e, por fim, o projeto que 
saiu desta Comissão e que, estudado por outra de três membros, discutido e 
emendado, veio a aprovar-se a 23 de outubro de 1830 e a ser sancionado como 
Código Criminal do Império a 16 de dezembro seguinte. 
 
Foi esse Código obra legislativa realmente honrosa para a cultura jurídica nacional, 
como expressão avançada do pensamento penalista no seu tempo; legislação 
liberal, baseada no princípio da utilidade pública, como havia de resultar 
naturalmente da influência de Bentham, que se exerceu sobre o novo Código, como 
já se fizera sentir no Código francês de 1810. 
 
No decurso da sua longa vigência, foi o Código do Império sofrendo diversas 
alterações, mas a necessidade de modificações mais numerosas surgiu com a 
emancipação dos escravos, a 13 de maio de 1888. A Comissão nomeada para 
estudar o projeto apresentado por João vieira de Araújo, concluiu, pelo seu relator, 
Batista Pereira, que mais valia cogitar-se da reforma total do Código, e o mesmo 
Batista Pereira recebeu do governo a incumbência de elaborar o respectivo projeto. 
 
Da promulgação do Código de Processo Criminal em 1832 
 
Com a promulgação do Código de Processo Criminal, em 1832, temos outro 
monumento legislativo que muito honra os nossos pendores liberais e 
democráticos. 
29 
 
 
Muitas foram as reações contra esse liberalismo de nossa justiça penal, entre elas 
podemos citar a Lei de 3 de dezembro de 1841,no plano de processo criminal, com 
seu regulamento 120, dando causa a reações cruendas de movimentos 
revolucionários desencadeados em São Paulo e Minas Gerais. Já no campo de 
Direito Penal temos a Lei de 10 de junho de 1835, que cuidava dos "escravos que 
matavam ou feriam seus senhores". Segundo Noé Azevedo os textos dessas leis 
lembravam os draconianos, imitando o que ocorria na Antiga Roma, onde o senhor 
tinha sobreo escravo o jus vitae necisque - o direito de vida e de morte. 
 
Algumas leis posteriores são de valia lembra, sendo elas: a Lei de 4 de setembro de 
1850, que tratou da repressão ao crime de tráfico negreiro; A Lei de 18 de setembro 
de 1851, sobre crimes militares; a Lei de 20 de setembro de 1871, que definia crimes 
culposos ( não previstos no código de 1830) e tratando também do estelionato; a Lei 
de 4 de agosto de 1875, que versava sobre direito penal internacional; a Lei de 15 
de outubro de 1886, relativa a crimes de dano, incêndio e outros. 
 
Contudo abolida a escravidão em 13 de maio de 1888, várias alterações sofreu o 
estatuto penal do Império, apresentando em 4 de outubro daquele ano, o deputado 
Joaquim Nabuco seu projeto autorizando uma edição oficial das leis penais de forma 
a adaptá-las à nova situação, não chegando nem a ser discutido; porém o prof. João 
Vieira de Araújo, então deputado, apresentou ao Ministro da Justiça," um anteprojeto 
de nova edição do Código Criminal". 
 
Em 10 de outubro de 1889, opinou a Comissão que se fizesse, em lugar de uma 
simples revisão, reforma completa da legislação penal, já que se impunha " a 
urgente necessidade de reformar-se o atual regime de repressão". Daí o então 
Conselheiro Cândido de Oliveira, Ministro dos Negócios da Justiça, encarrega 
Batista Pereira de organizar o projeto de reforma, missão que este aceitou de 
pronto. 
 
O trabalho de Batista Pereira foi interrompido pela Proclamação da República em 
15 de novembro de 1889, mas Campos Sales, Ministro da Justiça do Governo 
Provisório, cometeu ao mesmo jurista a tarefa de elaboração de um novo Código 
Penal, trabalho logo terminado e submetido ao estudo de uma comissão presidida 
pelo próprio ministro, que se transformaria finalmente por meio do Decreto nº 847, 
de 11 de outubro de 1890, no "Código Penal Brasileiro". Pelo Decreto nº 1.127, de 
6 de dezembro do mesmo ano, marcou-se o prazo de 6 meses para a sua execução 
no território nacional. 
 
ANTECEDENTES HISTÓRICOS DO CÓDIGO CRIMINAL DE 1830 
 
I - INTRODUÇÃO 
Da descoberta do Brasil até a entrada em vigor do Código Criminal de 1830, 
vigoraram entre nós as Ordenações do Reino (Ordenações Afonsinas até 1521, 
seguidas pelas Ordenações Manuelinas e, a partir de 1603, as Ordenações 
Filipinas), ` assinaladas pela exorbitância das penas, desigualdade de tratamento 
entre os agentes do delito e confusão entre direito, moral e religião`[1] . 
30 
 
José Henrique Pierangelli assinala que De todas, foram as Ordenações Filipinas 
as que mais tiveram aplicação. Numa síntese perfeita do que era o Livro V das 
Ordenações Filipinas, Batista Pereira assim se manifestou: Espelho, onde se 
refletia, com inteira fidelidade, a dureza das codificações contemporâneas, era 
um misto de despotismo e de beatice, uma legislação híbrida e feroz, inspirada 
em falsas idéias religiosas e políticas, que invadindo as fronteiras da jurisdição 
divina, confundia o crime com o pecado, e absorvia o indivíduo no Estado 
fazendo dele um instrumento. Na previsão de conter os maus pelo terror, a lei 
não media a pena pela gravidade da culpa; na graduação do castigo obedecia, 
só, ao critério da utilidade. Assim, a pena capital era aplicada com mão larga; 
abundavam as penas infamantes, como o açoite, a marca de fogo, as galés, e 
com a mesma severidade com que se punia a heresia, a blasfêmia, a apostasia 
e a feitiçaria, eram castigados os que, sem licença de El-Rei e dos Prelados, 
benziam cães e bichos, e os que penetravam nos mosteiros para tirar freiras e 
pernoitar com elas. A pena de morte natural era agravada pelo modo cruel de 
sua inflição; certos criminosos, como os bígamos, os incestuosos, os adúlteros, 
os moedeiros falsos eram queimados vivos e feitos em pó, para que nunca de 
seu corpo e sepultura se pudesse haver memória. Com a volúpia pelo sangue, 
negação completa de senso moral, dessa lei, que na frase de Cícero, é in 
omnibus diffusa, naturae, congruens, constans, eram supliciados os réus de 
lesa-majestade, crime tão grave e abominável, e os antigos sabedores tanto o 
estranharam, que o compararam à lepra, porque, assim como esta enfermidade 
enche o corpo, sem nunca mais se poder curar, assim o erro da traição condena 
o que a comete, e impece e infama os que da sua linha descendem, posto que 
não tenham culpa. A este acervo de monstruosidade outras se cumulavam: a 
aberrância da pena, o confisco dos bens, a transmissibilidade da infâmia do 
crime (Cfr. em Tratado de Direito Penal de José Frederico Marques, vol 1º, pág. 
85, Vicente Piragibe, Legislação Penal, 1932, vol. II, páginas 14 e 15) . 
Assim, o Brasil, colônia de Portugal, foi regido por mais de dois séculos pelas 
Ordenações Filipinas. Contudo, durante esse espaço de tempo, o mundo 
experimentou grandes avanços nas idéias políticas e jurídicas, o que acabou 
refletindo também em nosso país. 
No presente trabalho, inicialmente serão abordados, ainda que superficialmente, 
os acontecimentos que, no meio jurídico, antecederam a vinda da Corte 
Portuguesa para o Brasil. 
Em uma segunda etapa, será estudado o período compreendido entre 1808 e 
1822 no Brasil, objetivando demonstrar a influência que os fatores 
desencadeantes da proclamação da independência tiveram sobre a produção do 
Direito nacional. 
31 
 
Serão, então, analisadas as circunstâncias em que foi redigida a Constituição de 
1824, bem como os aspectos relevantes do processo de criação do Código 
Criminal do Império, sua forma final e repercussão no meio jurídico internacional. 
Enfim, o presente trabalho tem por finalidade fazer um apanhado das principais 
causas históricas que levaram à elaboração do Código Criminal de 1830, que 
substituiu o Livro V das Ordenações Filipinas, até então em vigor mas totalmente 
fora da realidade vivida no Brasil e no mundo 
 
II - ANTECEDENTES DA CHEGADA DA CORTE PORTUGUESA 
De acordo com René Ariel Dotti, no final do século XVIII, as influências da 
filosofia iluminista e das idéias liberais irradiadas pelos movimentos da 
Revolução Francesa e proclamadas na Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão (1789), já se faziam sentir não apenas na Europa, como também na 
América, em razão da independência dos Estados Unidos (1776) . 
Diante disso, pode-se afirmar que principalmente após o aparecimento da obra 
Dei delitti e delle pene, de Cesare Bonesana, o Marquês de Beccaria, ocorrido 
em 1764, que imensa influência exerceu na reforma das idéias penais , e 
também com a Revolução Francesa (1789), que universalizou os direitos do 
Homem e do Cidadão, o mundo todo passou a viver um clima de inquietação, 
afirmando-se a idéia da autonomia do indivíduo contra as formas de opressão . 
Tal inquietação atingiu, também, Portugal, determinando o movimento para 
reformar a legislação portuguesa. Em 1778 foi constituída uma comissão, à qual 
se juntou Pascoal de Mello Freire em 1783, e que foi encarregada de elaborar 
os projetos de Códigos de Direito Público e Direito Criminal. Os trabalhadores 
foram apresentados em 1789 e continham revolucionárias mudanças no sistema 
vigente. 
Muito embora o Projeto Freire fosse abandonado, a história do Direito Penal luso-
brasileiro consagrou os esforços daquele jurisconsulto que tanto lutou contra a 
carnífica tortura alimentada pelo Livro V das horrendas ordenações. 
Relativamente às reações penais, o projeto de código criminal de Mello Freire 
destaca: a) a proporcionalidade da sanção tendo em vista a quantidade e 
gravidade do delito e a maldade do delinqüente; b) o caráter utilitário das penas 
(revelando, assim, a influência da teoria do contrato social de Rousseau e de 
doutrina de Beccaria); c) o fim de prevenção das penas inúteis ou cruéis; e) a 
atrocidadedas penas gerando a impunidade e a indulgência do delito ... . 
Abandonado o Projeto Freire, permaneceram em vigor as Ordenações Filipinas, 
ainda que claramente fora da nova realidade mundial. 
32 
 
No final de 1807, diante da invasão de Portugal pelo exército de Napoleão 
Bonaparte , toda a Corte Portuguesa transferiu-se para o Brasil, ocasionando 
diversas e importantes alterações no relacionamento entre a então colônia e sua 
metrópole, acelerando o processo de independência e, conseqüentemente, a 
mudança de toda a legislação. 
 
 
 
E – CÓDIGO PENAL DE 1890 e os movimentos reformistas 
 
O "Código dos Estados Unidos do Brasil" foi promulgado pelo Decreto de Governo 
Provisório, sob o n.° 847, de 11 de outubro de 1890, só tendo entrado em vigor no 
ano de 1891, face o Decreto 1.127, de 6 de dezembro de 1890, que assinava o 
prazo de seis meses para a sua execução no território nacional (art.411, CP). 
 
O Código, era dividido em 4 livros, sendo que o primeiro tratava dos crimes e penas, 
o segundo militava sobre os crimes em espécie, o terceiro, das contravenções em 
espécie, e o quarto, das disposições gerais, sendo composto de quatrocentos e doze 
artigos. 
 
O primeiro Código penal republicano foi menos feliz que o seu antecessor. A pressa 
com que foi concluído, prejudicou-o em mais de um ponto, e nele a crítica pôde 
assinalar, fundadamente, graves defeitos, embora, muitas vezes com excesso de 
severidade. Não tardou a impor-se a idéia de sua reforma, e em menos de três anos 
depois da sua entrada em vigor, já aparecia o primeiro projeto de Código, para 
substituí-lo. 
 
Por muito tempo as idéias de reformas ficaram sem êxito, e o Código foi acrescendo 
de alterações e aditamentos, para sanar-lhes os defeitos, completá-lo às novas 
condições práticas e cientificas. Essas leis esparsas retificadoras ou 
complementares do Código, o desembargador Vicente Piragibe, complicou e 
sistematizou em um corpo de disposições que denominou Consolidação das Leis 
Penais , tornando oficial, por Decreto de 14 de dezembro de 1932. 
 
Foi interrompida, por muito tempo toda a atividade dirigida à reforma penal, até que 
em 1916, o ministro Esmeraldino Bandeira, em relatório, declarava urgente a 
substituição do Código, e a 7 de janeiro de 1911, uma resolução do Congresso 
autorizava o mesmo a mandar elaborar novo projeto, esforço que ficou, ainda, sem 
nenhum efeito. 
 
O movimento de reforma, entretanto tornara-se imperioso. Em 1916, o Instituto da 
Ordem dos Advogados, no Rio de Janeiro, fazia sentir no Congresso a necessidade 
urgente da reforma penal e dois anos depois, uma Comissão da Câmara e do 
Senado, entrava a discutir as bases de um projeto, que ficou também sem 
andamento. 
 
Por fim, o governo de Artur Bernardes incumbiu o desembargador Sá Pereira da 
elaboração de novos projetos, cuja parte especial, com uma exposição de motivos, 
era publicada no Diário Oficial de 10 de novembro de 1927, e a 23 de dezembro de 
1928, o projeto completo, inclusive com a parte geral reelaborada, foi publicado 
33 
 
também. O Golpe de Estado, de 10 de novembro de 1937, interrompeu a marcha 
do projeto, já aprovada pela Câmara dos Deputados, e então submetida à 
apreciação da Comissão de Justiça de Senado. 
 
A esse tempo, o movimento de reforma penal na Europa chegara a uma fase, em 
que se definia a posição das legislações penais do nosso tempo. A longa elaboração 
do Código suíço unitário, estava praticamente concluída, com o projeto de 1927 e 
as discussões do Reichstag , que iriam conduzir ao projeto de 1930. Na Itália, o 
projeto renovador de Arturo Rocco, de 1927, já fora apresentado e, atravessava, a 
esse tempo, a fase de discussões e pareceres, que concluíram o Código de 1930, 
desde então em vigor. 
 
O projeto de Sá Pereira, ao qual se ofereciam tão valiosos precedentes, soube 
tomar, em consideração, essa enorme soma de experiência legislativa e doutrinária 
e apresentar-se como obra de estrutura geral avançada, e de louvável harmonia 
técnica e oportuna orientação cientifica, segundo os princípios da moderna política 
criminal. Não ficou, porém isento de críticas, algumas delas bem árduas, mas, 
apesar de tudo, este projeto, representa um momento relevante no curso dos 
trabalhos pela reforma penal no Brasil. 
 
Essas críticas, sobretudo as que se levantaram na Conferência Brasileira de 
Criminologia, celebrada no Rio de Janeiro, em 1936, fizeram com que diminuíssem 
as simpatias em volta do projeto, justificando a idéia de elaboração de novos 
trabalhos. 
 
Regia, então no país, a ordem da política do "Estado Novo", e o ministro Francisco 
Campos resolveu incumbir da redação de outro projeto ao prof. Alcântara Machado, 
da Universidade de São Paulo. 
 
Em maio de 1938, o eminente professor paulista, entregava ao Governo o 
anteprojeto, que correspondia à parte geral do Código Criminal Brasileiro. Contudo, 
só em agosto do mesmo ano, foi entregue o projeto completo, que iria ser o ponto 
de partida, para o Código Penal vigente. 
 
A redação apresentada, porém, requeria ainda, alguns reparos, para chegar-se à 
definitiva. O projeto foi submetido a uma comissão constituída por Nélson Húngria, 
Roberto Lira, Narcélio de Queiróz e Vieira Braga, com a colaboração do insigne 
Costa e Silva. Em fase dos reparos dessa comissão, foi levado ao conhecimento de 
Machado, o teor das críticas, que a redação primitiva do projeto, havia provocado, 
logo o então ilustre professor, tratou de refazer o seu trabalho, apresentando-o em 
abril de 1940, totalmente de roupas novas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
F – CONSOLIDAÇÕES DAS LEIS PENAIS (1932) 
 
DECRETO N.° 22.213, DE 14 DE DEZEMBRO DE 1932 
 
Aprova e adota a Consolidação das Leis Penais de autoria do Sr. Desembargador 
Vicente Piragibe 
 
O CHEFE DE GOVERNO PROVISÓRIO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS 
UNIDOS DO BRASIL 
 
Considerando que, o Código Penal Brasileiro, promulgado pelo Decreto n.° 847, de 
11 de outubro de 1890, tem sofrido inúmeras modificações, quer na classificação 
dos delitos e intensidade das penas, quer com a adoção de institutos reclamados 
pela moderna orientação da penalogia; 
 
Considerando que essas modificações constam de grande número de leis 
esparsas, algumas das quais já foram, por sua vez, profundamente alteradas, o 
que dificulta não só o conhecimento como a aplicação da lei penal; 
 
Considerando que, não sendo lícito invocar a ignorância do direito, devem as leis 
estar ao alcance de todos, já pela clareza, já pela divulgação, o que, com rigor 
maior, cumpre seja observado em relação às leis penais, em virtude da particular 
incidência destas sobre a liberdade individual; 
 
Considerando que, malogradas as várias tentativas de reforma do Código Penal 
Brasileiro, a que ora se empreende ainda tardará em ser convertida em lei, não 
obstante a dedicação e competência da respectiva Sub- -Comissão Legislativa; 
 
Considerando que, sem desarticular o sistema do Código atual nem alterar as 
disposições em vigor, é de todo conveniente seja adotada uma consolidação das 
leis penais; 
 
Considerando que esse objetivo pode ser alcançado com o trabalho "Código Penal 
Brasileiro, completado com as leis modificadoras em vigor", de autoria do Sr. 
Desembargador Vicente Piragibe, Juiz da Corte de Apelação do Distrito Federal, 
com exercício em uma das Câmaras Criminais desse alto tribunal judiciário; 
 
Considerando que a própria Sub-Comissão legislativa do Código Penal, em 
parecer emitido sobre o mencionado trabalho, reconhece a sua utilidade prática e 
se pronuncia pela sua aprovação oficial, pensando, do mesmo modo, o Instituto 
dos advogados, o Club dos advogados e a unanimidade dos desembargadores 
das Câmaras Criminais da Corte de apelação do Distrito Federal; 
 
Considerando que o autor da obra consente na sua adoção, independentementede qualquer indenização ou prêmio, ressalvados apenas os seus direito autorais, 
quanta à edição já publicada e às reedições futuras: 
 
DECRETA: 
 
Art. 1.°- Fica aprovado e adotado, como "Consolidação das Leis Penais", o 
trabalho do Sr. Desembargador Vicente Piragibe, publicado sob o título "Código 
Penal Brasileiro, completado com as leis modificadoras em vigor", que a este 
35 
 
acompanha, subscrito pelo Ministro da Justiça. 
 
§ Único- a Consolidação, assim aprovada e adotada, não revogará dispositivo 
algum da legislação penal em vigor, no caso de incompatibilidade entre os textos 
respectivos. 
 
Art. 2.°- Ficam ressalvados os direitos do autor, quanto à edição já publicada e a 
futuras reedições da mesma obra. 
 
Art. 3.°- Revogam-se as disposições em contrário. 
 
Rio de Janeiro, em 14 de dezembro de 1932, 111.° da Independência e 44.° da 
República. 
 
(aa) GETÚLIO VARGAS 
 
Francisco Antunes Maciel. 
 
O Desembargador Vicente Piragibe consolidou essas leis, e o seu trabalho 
recebeu o cunho oficial, pelo Decreto n.° 22.213, de 14 de dezembro de 1932. A 
Consolidação das Leis Penais passou a ser o novo estatuto penal brasileiro: eram 
assim enfeixados em um só corpo o Código de 1890 e as disposições 
extravagantes. A numeração dos artigos foi conservada, colocando-se em 
parágrafos os preceitos inovadores. Para bem se distinguir, na Consolidação, a 
proveniência dos textos, os dispositivos do Código foram impressos em 
determinado tipo gráfico e o das leis posteriores em caracteres diferentes, com 
realce. 
 
Teve grande utilidade esse empreendimento de metodização e síntese. Mas 
prosseguiu a faina legislativa, e muitos decretos-leis, em matéria criminal, 
continuaram sendo publicados. As últimas edições da Consolidação Piragibe 
inseriram, em adendo, esses textos subsidiários. 
 
 
G – O CÓDIGO PENAL DE 1940 
 
Os estudos da comissão, entretanto, continuaram, sob a presidência do ministro 
Francisco Campos; concluindo com o projeto definitivo, apresentado ao governo 
em 4 de novembro de 1940 e sancionado como Código Penal pelo Decreto-Lei n° 
2.848 de 7 de dezembro do mesmo ano, porém só entrando em vigor no dia 1° de 
janeiro de 1942. 
 
Ficou decidido excluir do corpo do Código as contravenções, que passaram a ser 
objeto de lei à parte, embora não exista diversidade ontológica entre crime e 
contravenção. 
 
O Código é composto de 8 oito títulos na parte geral, sendo que o quinto e o sexto, 
subdividem-se em capítulos. 
 
Os títulos compreendem as seguintes matérias: (1) da aplicação da lei penal; (2) 
do crime; (3) da responsabilidade; (4) da co-autoria; (5) das penas; (6) das 
medidas de segurança; (7) da ação penal; (8) da extinção da punibilidade. 
36 
 
 
A responsabilidade penal continua a ter como fundamento a responsabilidade 
moral, que pressupõe no autor do crime, contemporaneamente à ação ou omissão, 
a capacidade de entendimento e a liberdade de vontade, embora nem sempre a 
responsabilidade penal fique condicionada à plenitude do estado de imputabilidade 
psíquica, prescinde de sua coexistência com a conduta, desde que esta possa ser 
considerada libera in causa ou ad libertatem relata. 
 
Na aplicação da pena, o Código dá ao juiz um grande poder de apreciação, não só 
em relação ao quantum da pena, mas em determinados casos, o Código lhe 
confere a escolha entre as penas alternativamente cominadas, a faculdade de 
aplicar cumulativamente penas de espécie diversa e mesmo de deixar de aplicá-
las. 
 
As penas são divididas em duas categorias: principais e acessórias. As primeiras 
sendo de três tipos: reclusão, detenção e multa. Enquanto que as segundas 
consistem: na perda da função pública, nas interdições de direitos e na publicação 
da sentença. A reclusão é a mais rigorosa, executando-se de acordo com o 
sistema progressivo, dividindo-se sua duração em quatro períodos. 
 
As penas não privativas de liberdade não admitem absorção e são aplicadas 
distinta e integralmente, ainda que previstas para um só dos crimes concorrentes. 
 
À reincidência são atribuídas conseqüências legais particularmente severas, quer 
do ponto de vista repressivo ou da pena, quer do ponto de vista preventivo ou da 
medida de segurança. 
 
O Código não faz classificação especial de criminosos para a individualização da 
pena, não se fazendo necessária uma prévia catalogação, mais ou menos teórica, 
de espécie de criminosos, desde que ao juiz se configure um amplo arbítrio na 
aplicação concreta das sanções legai, assumindo sentido 
marcadamente individualizador. 
 
Dentro do critério de medir a responsabilidade do ponto de vista da quantidade do 
crime e da temibilidade do agente, dispõe, divergindo da teoria subjetiva, que a 
pena da tentativa é inferior (de um a dois terços) à do crime consumado. 
 
No tocante à culpabilidade, não conhece outras formas além do dolo e da 
culpa stricto sensu , e em relação à culpastricto sensu , absteve-se de uma 
conceituação teórica, limitando-se a dizer que o crime é culposo "quando o agente 
deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia." 
 
O Código de 1940 não faz distinção entre erro de direito e o erro de direito 
extrapenal, e entre as causas de isenção de pena, ou de exclusão de crime, não 
inclui o consentimento do ofendido. Aliás, entre as causas de isenção de pena, são 
disciplinadas a coação irresistível e a ordem de superior hierárquico, e é declarada 
a inexistência de crime nos casos de legítima defesa, estado de necessidade, 
estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito. 
 
Não cuida o Código dos imaturos (menores de 18 anos), senão, para declará-los, 
inteira e irrestritamente fora do direito penal (art.23), sujeitos apenas à pedagogia 
corretiva de legislação especial. 
37 
 
 
No art. 24, n.° I, o projeto dispõe que não isenta de pena "a emoção ou a paixão". 
Ao resolver o problema da embriaguez, do ponto de vista da responsabilidade, 
aceitou em toda a sua plenitude a teoria da actio libera in causa seu ad 
libertatem relata, quando voluntária ou culposa, ainda que plena, não isenta de 
responsabilidade (art. 24, n.° II) e a habitual faz presumir, juris et de jure, a 
periculosidade do agente (artigo 78, n.° III), para o efeito de aplicação de medida 
de segurança. 
 
O Código de 1940 aboliu a distinção entre autores e cúmplices (todos os que 
tomam parte no crime são autores), não havendo mais diferença entre participação 
principal e acessória, entre auxílio necessário e secundário, entre a societas 
criminis e a societas in crimine . O resultado por natureza é indivisível, e todas 
as condições que cooperam para a sua produção se eqüivalem. 
 
A fórmula do concurso formal é mais completa do que a do Código de 1890, 
contemplando a hipótese do concurso formal homogêneo (atividade única e 
múltipla incidência em penas idênticas) e fornecendo um justo critério para a 
gradação da pena única. 
 
Entre os efeitos necessários de condenação, foi incluído o confisco 
dos instrumenta et producta sceleris, feita a devida ressalva quanto ao direito do 
lesado ou de terceiros de boa-fé. 
 
O Código de 1940 faz ingressar na órbita da lei penal as medidas de 
segurança, e seguindo o modelo italiano, faz preceder de uma série de 
disposições gerais a divisão e enumeração das diferentes espécies de medidas e 
modos de sua execução. 
 
A parte especial é dividida em onze títulos, que com exceção do quarto e do nono, 
são todos subdivididos em capítulos, tendo como bens tutelados os a seguir 
expostos: (1) dos crimes contra as pessoas; (2) dos crimes contra o patrimônio; (3) 
dos crimes contra a propriedade material; (4) dos crimes contra o sentimento 
religioso e contra o respeito aos mortos; (5) dos crimes contra os costumes; (6) 
dos crimes contra a família; (7) dos crimes contra a paz pública; (8) dos

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